A Trouxa escrita por Bábi


Capítulo 7
A Batalha


Notas iniciais do capítulo

Hey, people!

Vocês sabem que a vida de Alice é baseada em desgraça seguida de desgraça, pelo menos acho que vocês já perceberam isso, aqui está mais uma para vocês. Espero que gostem!



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Acordei com alguém tocando minha mão e mexendo em meus dedos. Abri os olhos lentamente e ele estava lá, Arthur veio me buscar e me apoiar, assim como eu havia imaginado.

Com ele chegou a manhã, comparado com a noite anterior, a floresta com a luz do dia parecia muito menos assustadora e mais receptiva. Consegui ver, enfim, que não estava longe do meu objetivo, que era conseguir pegar Fred.

Caminhávamos em silencio em direção ao trem, agora visível pela floresta. Pelo caminho víamos estilhaços de vidros das janelas quebradas e pedaços de madeira que foram arrancados pelos animais. Tudo o que eu conseguia pensar, na hora, era onde as Chimaeras estavam. As chances de um daqueles monstros aparecerem eram grandes e eu realmente estava com medo de que isso acontecesse

Estávamos muito perto do Expresso de Hogwarts e, ao longe, podíamos o ver todo destruído, arranhado e com seus vagões completamente separados. Eu não lembrava qual era a minha cabine, então precisava procurar pelo trem inteiro.

Arthur tinha sugerido que nos separássemos para abranger nossa busca em uma área maior e reduzir o tempo necessário. Eu estava com muito medo, naquele momento, ficava imaginando as Chimearas pulando da janela, novamente, e me atacando. Se Arthur fosse para o lado oposto do trem, eu não poderia me defender de algo ruim que, possivelmente, fosse acontecer.

Juntos entramos no trem abandonado pelos alunos, o que causou arrepios em mim. Os malões jogados por todos os lados e os animais sozinhos, em suas gaiolas tortas e reviradas, informavam que eu não fora a única que esqueceu seu pet para trás.

Olhei para Arthur e soubemos que deveríamos tirar os animais de lá, leva-los para seus donos. Provavelmente muitos tiveram a mesma preocupação que eu tive a respeito de Fred, mas não tiveram coragem e audácia para sair da única maneira que tinha de voltar à segurança da escola e buscar o mais novo membro da família deles.

Com um “simples feitiço de levitação”, como Arthur disse, ele pegava cada animal e sua respectiva gaiola e os fazia nos acompanhar na caminhada longa pelo trem. Em pouco tempo, a fileira de animais possuía uma grande extensão atrás de nós, sendo necessário deixar o expresso para depositá-los na grama perto dos vagões.

Em pouco tempo tínhamos percorrido grande parte do trem, mas não consegui achar Fred, ou ao menos meus pertences para saber qual era a minha cabine. Elas estavam fora de ordem e, a maioria, fora dos trilhos. Em algumas permaneciam os vidros quebrados ou os pertences revirados pelas Chimearas. Aquele era um lugar para não se voltar.

Faltando apelas três vagões para serem inspecionados, eu me desesperei. Se eu não encontrar o Knarl seria minha culpa por não lembrar dele na noite anterior, na noite em que fomos atacados. Ele deveria ter fugido comigo, mas eu nem sequer lembrei da existência do animalzinho que depositou confiança em mim.

Arthur tentava me acalmar, mas a cada nova cabine que entrávamos, mais eu perdia as esperanças de encontra-lo. Meu desânimo foi se tornando tão evidente que preferi ficar do lado de fora com os animais encontrados e deixa-lo terminar de procurar. Não sabia como levaríamos os animais aos seus donos e, muito menos, como encontraríamos o castelo.

Como mágica, Arthur se pôs aos meu lado com um sorriso tão grande e brilhante que foi difícil não me animar com ele. Em suas mãos um pequeno animalzinho dormindo, o meu Fred.

Minha alegria foi instantânea, não acreditava que ele ainda estaria vivo e que estava dormindo, como se nada tivesse acontecido na noite anterior. A tranquilidade do meu animalzinho era tanta que nem nos fez perceber a figura que se depositava atrás de mim. Ele caminhava em minha direção calmamente e, na primeira vez que o vi, acreditei que era algum professor de Hogwarts, mas a ideia se esvaiu de minha mente quando Arthur apertou forte a minha mão e, em seu rosto, uma preocupação aparente.

Sacando sua varinha, Arthur olhou fixamente para o homem encapuzado, esperando seu próximo movimento, mas ele só caminhava em nossa direção. Um medo começou a tomar conta de mim. Eu queria correr e fugir de uma possível ameaça, mas não deixaria meu amigo lá, o único amigo que tive durante minha vida.

O homem sacou sua varinha, olhou fixamente para nós dois e iniciou uma batalha. Faíscas saíam da varinha do bruxo, enquanto Arthur as dissolvia ou as desviava com a sua varinha, como se formasse um escudo. Eu não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que não poderia ser bom.

Estávamos sendo atacados com magia, perto do trem de Hogwarts, sem auxílio e sem pretensões de sair vivo daquele lugar. Eu não poderia ajudar Arthur e ele sabia disso, provavelmente sendo esse o motivo dele não atacar o homem e só ter se defendido. Tentei pensar no que fazer, como reagir e como ajuda-lo, até que uma ideia veio à minha cabeça.

Tentei sair de perto da batalha, correr para a floresta e executar meu plano, mas Arthur não se desvencilhava de mim, apertava meu pulso a cada tentativa falha de sair de perto dele. Eu precisava fazer alguma coisa ou ele se cansaria e o homem ganharia o duelo, estaríamos mortos em pouco tempo se não o ajudasse.

Com força, retirei minha mão da dele e corri o mais rápido que pude. Dei a volta pelo expresso em  direção ás costas do homem encapuzado, pequei um dos pedaços de vidro solto no chão e tomei coragem para fazê-lo. Lentamente, enganchei o pescoço do homem com minhas unhas e enfiei o vidro em seu pescoço.

Antes que tudo acabasse e que eu conseguisse mata-lo, Arthur desviou sua atenção da batalha para mim e foi atingido por um feitiço que não bloqueou. Aparentemente ele estava em perfeito estado, não deu sinal de ter sido afetado pelo feitiço e, enquanto o homem caía em meus pés, meu amigo me encarava sem acreditar no que eu tinha feito.

Corri para perto dele e o abracei. Não acreditava que tínhamos saído ilesos da minha primeira batalha. Mesmo eu não possuindo magia, ganhamos com vantagem sobre o homem, agora morto no chão. Era uma sensação de vitória, insegurança e arrependimento naquele momento.

Contudo, a pior parte era sentir que Arthur não retribuíra meu abraço, não estava feliz como eu estava e, ao me desvencilhar de seu corpo, pude ver a frieza em seus olhos. Era como se ele não me conhecesse, não se lembrasse do que acabara de acontecer e, muito menos, do ataque da noite anterior.

Ele olhou para o trem e se surpreendeu com o estado dos vagões, me perguntou o que tinha acontecido e onde estávamos. A pior pergunta para mim, naquele momento, era quem eu era. Ele não se lembrava de mim, da nossa conexão conquistada nas conversas da tarde do dia anterior.

Ele não se lembrou de mim, de Fred e de nossa primeira conversa. Possivelmente, ele nunca mais lembrará dos antecedentes daquele dia.


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Notas finais do capítulo

Então, gente, espero que vocês tenham gostado. Embora muita gente esteja lendo, não recebo opinião de ninguém, então peço, novamente, que me escrevam o que estão achando.

PS: próximo capítulo já tem Hogwarts, people! Yaaay

Xoxo, Bábi.



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