Castelo de Cartas escrita por Clove Flor


Capítulo 13
Capítulo 13 - it's different from the typical definition of destiny (final)


Notas iniciais do capítulo

OLAAAAAAAAA
me desculpem. de verdade, deixar de atualizar a história foi desrespeitoso com vocês. eu queria dizer que, em minha defesa, eu comecei a faculdade e me mudei de cidade (duas vezes kkkk) então foi uma loucura! ta sendo uma loucura. aconteceu tanta coisa! eu agora faço direito em sp, fui no show do bts (e fiquei tão, mas tão perto, foi um sonho) e tem dias que só volto pra casa pra dormir. MAS eu sentei a bunda no sofá e disparei a escrever.

eu acho que vocês vão me matar com esse final
mas vamo q vamo!!
obrigada por serem tão pacientes e terem acompanhado essa história. Savannah e esse Jungkook vão pra sempre morar no meu coração.
Eu amo todos vocês! que me apoiaram, me incentivaram. tudo pra mim, galera ♥

música do capítulo: euphoria - jk



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Dois anos depois.

 

O corpo inteiro de Jungkook vibra em nervosismo. Seus órgãos e veias estão emaranhados, torcidos, e doem quando ele respira - você já fez isso tantas vezes, Jungkook, repete para si mesmo, inspirando forte. É só mais um show.

Mas a primeira música ainda nem começou, seu microfone não está ligado, e seu cabelo já está todo molhado de suor. Suas mãos já estão escorregadias e seu coração batendo forte, martelando dentro do peito e é só mais um show.

Seria só mais um show se não fizesse dois anos desde que ele pisou nos Estados Unidos pela última vez.

 

 

A preparação para a tour mundial foi longa e cansativa – dizer que Jungkook progrediu absurdamente desde seu retorno seria mentira, mas já estava longe de ser o garoto que se sentia preso dentro de suas escolhas. As câmeras não o assustavam tanto mais – agora, o sentimento que permanece é de exaustão. De abaixar a cabeça e continuar andando para onde seu segurança o leva, passos largos para chegar mais rápido. Acenar levemente em direção aos fãs e entrar no carro, onde pode finalmente retirar sua máscara. Mas está tudo bem. Está melhorando.

As idas para a terapia o ajudou, e o apoio dos membros também. A saudade de Savannah, no entanto, não mudou.

 

 

Nova Iorque é perto, perto demais de Columbia. O clima é frio igual, o relevo é plano igual, a língua é difícil igual. Inconscientemente, Jungkook espera que ela esteja ali, igual.

 

 

Agachado dentro do pequeno elevador, apertado ao redor da estrutura de aço sob o palco, Jungkook respira fundo e espera pela contagem regressiva. Fecha os olhos com força quando a escuta, o sangue pulsando alto em seu ouvido. Preparado? Cinco... quatro... três...

De primeira, leva um tempo para seus olhos se acostumarem com a claridade e para que sua escuta bloqueie os gritos dos fãs quando se ergue sobre o palco – mas ele sorri. Jungkook sorri, sempre impressionado com a quantidade de pessoas que o querem bem, que o admiram. Pessoas que acreditam em sua mensagem, que querem ouvi-lo, o apoiam. Essa tour, ir a todos esses países para encontrar pessoas de todos os cantos do mundo, o lembrava de ser amado. Parece sempre novidade.

Os movimentos são fáceis – Jungkook mal é consciente deles, mal registra a abertura de seus braços, a corrida, os giros. Olhando para a plateia, seu coração incha de amor. Incha de felicidade. Por que ele estava nervoso mesmo? É só mais um show. Ele já esteve aqui antes.

Seus olhos, no entanto, procuram por alguém. Mesmo que em cima de um palco é quase impossível diferenciar os rostos, mesmo que Jungkook seja míope, ele reza para que algum dos flashes das câmeras seja dela. Ou não. Savannah, a menina que ele quebrou o coração – não seria triste tê-la por perto? Egoísta? Ele espera que ela o tenha perdoado. A dor havia diminuído, mas Jungkook nunca havia realmente seguido em frente.

Mas vendo o mar de fãs o rodeando, cantando sua música com força, sorrisos, lágrimas, Jungkook pensa – tá tudo bem se ela não estiver aqui. Hoje, agora, me sinto completo. É como se algo quente se espalhasse como lava em suas veias, e Jungkook de repente está tão feliz que poderia voar.

Você estava vagando, procurando por um sonho apagado também?

Seus dedos seguram com força a corda de segurança, o vento gelado de Nova Iorque batendo contra sua jaqueta rosa e empurrando o cabelo para longe do rosto. A vista de cima é linda - o estádio lotado, as luzes dos lightsticks, dos celulares, o colorido, a vida de todas essas pessoas. Todos unidos por um único motivo.

Estou indo para o lugar que está ficando mais claro.

Ele ri, acena para todos embaixo de si, faz graça. Jungkook está no ramo faz tempo, sabe como agradar as pessoas, mas quando ele se sente assim – feliz, vivo --, não tem nada em si que não seja sincero.

Ele acordou hoje. Muito cedo, ainda de madrugada, mas acordou. Comeu pancakes da marca que Savannah uma vez fez para ele, tomou café gelado do Starbucks com chantilly e morango. Respirou o ar gelado de Nova Iorque, conversou com os membros e ensaiou, ensaiou, ensaiou, riu, ficou nervoso. Mas Jungkook acordou hoje, está reunido com milhares de pessoas que o amam, e é o que importa.

Pegue minhas mãos agora, você é a causa da minha euforia.

 

 

As lágrimas em seus olhos são reais ao despedir-se da plateia. Dessa vez, a dor de abandoná-los e nunca estar neste momento novamente o consome. A felicidade, no entanto, de ter vivido ele, o devora.

Mãos quentes seguram as suas – Hobi e Namjoon estão lá, ao seu lado, mas todos os outros também. A corrente que os sete fazem ao darem as mãos, acompanhados pelos dançarinos, não quebra nem quando elas se soltam. Continua vibrando nas pontas dos dedos e no fundo do coração.

— Bom trabalho! – os staffs gritam, e Jungkook agradecia todos, curvando-se repetidamente. Ele precisa muito de um banho, mas o cansaço que toma suas pernas, seus músculos, faz com que ele caia na cadeira mais próxima para descansar. Fecha os olhos.

O sentimento pós-show é perturbador – todos os membros sempre precisam ficar juntos por um tempo, absorvendo a presença um do outro. A solidão que os invade queima na boca do estômago, congela os nervos, porque nunca mais eles estarão com todos esses fãs novamente no mesmo lugar, na mesma hora, vivenciando essas emoções. A felicidade de se apresentar é tão grande, que quando todos deixam o palco, um vazio enorme toma conta do corpo. Dói.

Então duas horas depois, quando Jungkook está limpo e fresco pós banho, ele abre a porta do quarto do Yoongi, onde todos já se encontram amontoados nos sofás do hotel. Amanhã eles viajam para Chicago, o que é animador, mas cansativo. Ele só quer respirar fundo e absorver tudo o que viveu no dia.

Emaranhado sobre Jimin, as mãos pequenas fazendo carinho em seu cabelo, Jungkook escuta seus irmãos conversando baixinho sobre o dia, desabafando e compartilhando seus pensamentos mais profundos. Taehyung ri em algum momento, Jin bebendo o champanhe do serviço de quarto. Jungkook se sente confortável e acolhido. Ele está bem se está com a sua família.

— Como você se sente, Kookie? – Namjoon pergunta, fazendo com que o mais novo erga a cabeça de onde estava apoiada no ombro de Jimin. Seus olhos estavam quase se fechando, o sono nublando seus pensamentos.

— Tá tudo bem, - ele responde. – só é estranho estar aqui. Mas foi um dia feliz, hyungs. Juro.

Ninguém o pressiona para dizer mais, e não tem problema. Aqui, o frio é igual o de Columbia. O relevo é plano igual, a língua é difícil igual, mas Jungkook não é o mesmo de dois anos atrás. Já está diferente.

Cansado, com o corpo levemente dolorido pelos exercícios de hoje, o maknae fecha os olhos. Que besteira ele ter pensado que conseguiria encontrar Savannah no meio de tantas pessoas – que besteira ele ter pensado que ela sequer iria. Agora já passou.

Quando seus pensamentos começam a divagar, longe e para um lugar cômodo e relaxante, Jungkook sente algo vibrar perto de sua perna. Preguiçosamente, alcança o celular que havia deixado ali e olha a notificação, o brilho da tela machucando seus olhos.

 

Savannah (♥.♥)/

Você estava incrível lá no alto, kook

 

O coração de Jungkook salta no peito e ele se levanta assustado, espantando Jimin com o movimento repentino. Esfrega os olhos com força e espera, com o corpo tremendo, a bolha de mensagem sumir e aparecer diversas vezes.

 

Tão perto de mim, mas tão perto das estrelas
        foi tudo lindo.

 

Seus dedos digitam uma resposta antes mesmo de pensar, ansiedade líquida bombeando suas veias.

 

onde você está?

 

Quando Jungkook ergue a cabeça da tela do celular, percebe que todos no quarto do hotel estão o encarando, olhares inquisidores e bocas fechadas. O mais novo desce do colo de Jimin e calça seus chinelos rapidamente, procurando pela chave de seu quarto de hotel.

— Eu tenho que ir. – clarifica, mas então para. Olha novamente para cada um de seus irmãos, que não dizem nada - pareciam entender a situação. Jungkook pensa no que sair daquele quarto, agora, significaria.

— Vai lá, Jungkook. – Taehyung incentiva, um sorriso triste esticando os lábios. – Não perde essa chance.

E ele corre, corre pelos corredores do hotel e dentro de seu quarto, procurando o mais rápido possível por luvas e máscara. Um gorro. Um casaco que cubra todo o corpo. Botas. E então começa a correr novamente.

 

Nova Iorque é grande, grande demais. Muito maior que Columbia. Têm mais outdoors, mais pessoas, mais ruas, mais luzes. E tem Savannah.


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Notas finais do capítulo



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