Love Dream escrita por slainenic


Capítulo 9
Capítulo 8




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Olhava fixamente para Lindsay. Queria levá-la para o backstage, mas meu peito ainda ardia de ciúmes e eu dificilmente conseguiria agir normalmente com ela e, com toda certeza, não queria tratá-la mal. Segurei a mão de uma garota que estava atrás dela, puxando-a para cima do palco e a levei para os bastidores, sem olhar para ninguém. Eu não precisava olhar para saber que todos os meus companheiros de banda e Lindsay me olhavam sem entender o que estava acontecendo.

Respirei fundo ao ver a garota em minha frente. Aquilo estava errado, eu sabia disso. Não era ela quem deveria estar ali comigo e realmente não entendia por que raios eu tinha escolhido outra pessoa que não a minha Lindsay. E lá estávamos nós de novo com os pronomes possessivos desnecessários. Suspirei frustrado enquanto escutava o que a loira estava falando, mas sem prestar atenção de fato. Só conseguia pensar em Lindsay

       ***

Não acreditava que Larry tinha chamado outra garota para o backstage. Jurava que ele ia me chamar. Ele estava olhando para mim, vindo em minha direção. Estava óbvio que me chamaria. A não ser que ele não chamasse, como ele fez.

Olhei para John, que tinha a testa franzida provavelmente também sem entender e fiz sinal para que saíssemos dali. Meu peito doía. Agradeci mentalmente por não estar dirigindo, já que provavelmente bateria o carro de novo, considerando que eu estava tão desequilibrada quanto da outra vez.

John andava em silêncio ao meu lado. Ele queria falar alguma coisa, eu podia sentir isso, mas sabia que não era um bom momento. Minha cabeça estava girando, confusa. Agradeci quando meu amigo passou o braço ao redor da minha cintura, puxou-me para si, e me abraçou com força. Ele sabia que eu precisava chorar e, sinceramente, eu não me importava em fazer aquilo ali no meio de todos. Apertei o abraço ao redor do corpo de John e comecei a chorar. Meu corpo inteiro tremia e, se não fosse pelo abraço do moreno, eu com certeza estaria no chão.

— Lindsay, você precisa se acalmar.

Eu sabia que ele estava certo, mas não conseguia respondê-lo e, ainda mais, me acalmar. Respirei fundo, soltando-o devagar para continuarmos. Queria ir logo para casa, dormir e descansar. Preferencialmente sem sonhar com Larry, claro. Caminhávamos devagar, por causa da minha tremedeira, mas acabei sentindo uma tontura forte e parei, apertando o braço de John que me olhou preocupado.

— Tá tudo bem?

Neguei com a cabeça e respirei fundo algumas vezes, sem conseguir responder.

— Vem, vou te levar para o pronto socorro.

John me pegou no colo, já que eu não conseguiria andar, e me levou até o local onde atendiam as pessoas que haviam passado mal durante o show. Já estava mais vazio agora que tinha acabado, mas ainda tinha uma ou outra pessoa recebendo glicose na veia ou algum outro tipo de atendimento. Colocaram-me em uma maca para me darem um soro com remédio para enjoo e tontura e eu fechei os olhos, para tentar absorver tudo o que havia acontecido nas últimas horas.

Mesmo de olhos fechados, pude perceber quando mais alguém entrou no local. Provavelmente era alguém que estava passando mal, então não quis saber quem era. Só queria ficar ali até aquilo passar. Respirei fundo e senti aquele perfume que meu subconsciente conhecia melhor do que qualquer outra coisa no mundo. Não podia ser, eu estava enganada. Com toda certeza estava enganada. Abri os olhos devagar e pisquei algumas vezes até que me acostumei com a claridade de onde eu estava. Quando consegui, finalmente, focar na pessoa que estava segurando minha mão, um sorriso involuntário brotou em meus lábios, mesmo com o pouco de raiva e decepção que eu sentia por ele naquele momento.

— Você está bem? - ele perguntou, com aquela voz que eu reconheceria em qualquer lugar do mundo.

***

A loira, que descobri se chamar Meg, não parava de falar e eu já não suportava mais ter que sorrir e fingir interesse nas histórias que ela me contava. Maldita ideia a minha de trazer qualquer outra pessoa que não fosse Lindsay, a única que eu realmente queria ali comigo. A pessoa por quem eu tinha inventado toda aquela história de trazermos alguém da plateia. Estava me sentindo um idiota. Agradeci mentalmente quando escutei alguém batendo à porta, salvando-me do discurso ininterrupto da mulher em minha frente.

— Larry, preciso falar com você. - disse Sam, meu técnico.

Saí do camarim e encostei a porta atrás de mim, deixando uma Meg confusa lá dentro.

— O que houve? - perguntei, levemente preocupado. A expressão dele não era das melhores.

— Ouvi alguns funcionários comentando que a garota que subiu ao palco para dançar com Bono passou mal e está no pronto socorro.

Paralisei. Meu cérebro entrou em parafuso e nada em meu corpo me obedecia. Queria correr até onde Lindsay estava, mas simplesmente não conseguia me mover. Podia ver que Sam falava comigo, mas não prestava atenção. Eu sequer o escutava. Assim que recuperei o controle sobre minhas pernas, saí correndo até onde eu sabia ser o pronto socorro. Precisava ver Lindsay, precisava saber se estava tudo bem. Mais do que isso, precisava me desculpar com ela.

Quando finalmente cheguei ao pronto socorro, consegui avistar Lindsay numa maca ao fundo da tenda. Aproximei-me dela, que estava de olhos fechados. A sensação de deja-vu era inevitável. Lembrava-me da noite em que nos conhecemos, no hospital. Segurei a mão dela, encarando-a com o olhar preocupado. Abri um sorriso quase aliviado quando ela me encarou após abrir os olhos.

— Você está bem? - perguntei num sussurro.

— Só um pouco tonta. - respondeu com a voz rouca.

Suspirei, apertando a mão enquanto a encarava em silêncio. Não sabia por onde começar a falar tudo o que estava entalado em minha garganta. Mordi meu lábio, torcendo para que ela falasse algo, mas Lindsay permaneceu em silêncio.

— Acho que eu te devo desculpas… - comecei, mas sem saber exatamente como continuar.

— Pelo quê?

— Por não ter te chamado para o camarim.

Lindsay suspirou e tentou soltar a minha mão, mas a impedi e segurei com um pouco mais de força.

— Larry, você não precisa se desculpar por isso. Não tinha obrigação alguma de me chamar, já fez muito em dar os ingressos.

Concordei com a cabeça em silêncio e acariciei o rosto dela com o polegar. Olhava-a com atenção, admirando aquele rosto que me era tão familiar. Lindsay me encarava da mesma forma. Eu queria decorar cada mínimo detalhe dela, a forma como franzia a testa quando estava confusa e as covinhas que apareciam em seu rosto quando ela sorria de maneira espontânea.

— Eu devia ter chamado você… A ideia de chamar os fãs foi minha, porque eu queria te ver de novo.

Ela abriu aquele sorriso que dava em meus sonhos, o das covinhas, apertou minha mão e a acariciou com o polegar.

— Tá tudo bem. Da próxima vez você me chama.

— Gosto do seu otimismo - disse com um sorriso e me inclinei para dar um beijo em sua testa. Suspirei em seguida, olhando-a com atenção. - Vou te levar em casa.

— Larry, não precisa. John - indiquei meu amigo com a cabeça - tá aqui comigo, ele me leva.

— Não, eu faço questão.

Assim que terminei de falar, ajudei Lindsay a se levantar e conversei com o amigo dela, explicando que a levaria em casa. Ele até tentou impedir e ponderar, mas eu estava irredutível e Lindsay parecia gostar da ideia de ir embora comigo. Caminhamos devagar até meu carro, que não estava estacionado muito longe dali. Lindsay ainda parecia um pouco tonta, mas já dizia estar bem melhor.

— Obrigado por me deixar te levar em casa. - comentei, enquanto dirigia para o endereço que ela havia me passado.

— Eu que agradeço. - ela sorriu e mordeu o lábio inferior.

Estava nervoso. Não sabia como agir perto dela. Era engraçado porque, mesmo que sonhássemos um com o outro já há algum tempo e tivéssemos algum tipo de intimidade por conta disso, eu não sabia nada sobre ela. Não sabia nada além de seu nome e, agora, onde morava.

Chegamos no campus de Cambridge pouco tempo depois. Estacionei o carro e desci para ajudar Lindsay a ir para seu quarto. Ela andava levemente apoiada em mim, aparentando estar sonolenta. Não queria que ela dormisse logo, queria poder ficar algum tempo com ela, conversando sobre qualquer coisa que ela quisesse.

Ajudei ela a se deitar, cobrindo-a quase por completo e me sentei ao seu lado na cama. Ela me olhava em silêncio, como se esperasse que eu dissesse algo, mas eu não sabia o que dizer, não sabia o que fazer. Só queria poder ficar ali, observando-a, decorando cada mínimo detalhe seu.

— Acho melhor eu ir… - falei baixo.

Lindsay concordou com a cabeça, piscando sonolenta algumas vezes, o que me fez rir.

— Pode me passar seu número? Quero te ver outra vez, quando você não estiver quase dormindo.

Ela riu, pegou o celular que eu estendia para ela e anotou seu número. Salvei o contato e me inclinei para dar-lhe um beijo na testa e saí dali em seguida. Fui direto para o hotel e, assim que cheguei em meu quarto, mandei uma mensagem para Sam avisando onde eu estava para que ninguém da produção ou da banda me incomodasse depois. Deitei-me após um longo banho e me ajeitei na cama para tentar ficar confortável, mas não conseguia. Algo me incomodava e eu não conseguia entender o que era.

Finalmente adormeci. Mas antes não tivesse conseguido. Acabei sonhando com Lindsay, o que era comum, mas infelizmente não foi como os outro sonhos. Nesse, ela estava desacordada e eu não conseguia chegar perto dela para ajudá-la. Era como se houvesse uma barreira entre nós que não permitia que me aproximasse. Eu gritava, tentando chegar mais perto, tentando fazê-la acordar, mas nada funcionava. Lindsay parecia… morta. Acordei desesperado, com um aperto no peito que me deixava sem ar. Respirava fundo, tentando me acalmar, mas parecia que o ar não era suficiente. Eu estava sufocando.


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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM! Hahahahahah Espero que gostem desse capítulo, que foi idealizado pela minha querida Lya Cavalcanti! E quarta que vem tem mais!



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