50 Tons de Mentiras escrita por Carolina Muniz


Capítulo 37
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Oie, siiim, esse é o final, obrigada, obrigada, obrigada a quem acompanhou essa história que eu amei demais escrever, obrigada quem está desde o começo, desculpe quem desistiu pq eu demoro muito para postar - eu sei, culpadíssima, mas as vezes a mente está muito ocupada e aí não flui. Mais de 6k palavras para vocês curtirem ou me xingarem.



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"Se eu pudesse mudar o mundo durante a noite, não haveria algo como adeus, você estaria de pé exatamente onde você estava antes e teríamos a chance que merecemos"

***

Foi alguns meses depois, Ana não chegou a contar, talvez dois ou três, quando ela recebeu uma ligação de Kate. Estava no meio de uma aula e seu celular não parava de vibrar, era importante.

— Grace descobriu - foi a primeira coisa que a Kavannag disse.

Ana havia se sentado num dos bancos do campus, que era bastante privilegiado em lhe dar a vista da Torre Eiffel e escutou com atenção enquanto Kate relatava todo o acontecido.

Acontece que Grace havia escutado por acaso uma conversa entre Christian e Elena, os dois pareciam estar discutindo sobre mudanças e a loira apenas ressaltou algo sobre a relação antiga deles.

— Mesmo depois de tudo o que aconteceu entre nós, depois do Ana viu e o que eu fiz... eu sei que você e ela podem ficar juntos - Elena dizia.

E pronto.

Foi um terremoto.

— Eu nunca vi Grace tão furiosa - Kate declarou em seu monólogo. - A casa caiu de verdade, sabe? Que bom que você não está aqui, as coisas estão complicadas. Christian e Elliot quase que não conseguiram segurar a Grace, ela parecia que ia matar a Elena.

Contudo, Kate havia garantido que Elliot e Mia não sabiam o real motivo, e Ana suspirou aliviada, mas Grace havia contado à Carrick, e Christian estava pisando em ovos com os pais.

A verdade é que o passado sempre vem à tona, assim como as consequências do que se faz. Não importa o tempo, tudo volta para você de alguma forma. O importante é a apenas superar, e quando nas voltas do destino o passado lhe fizer uma visita, você vai estar pronto para recebê-lo sem cair ou desanimar, apenas esperar que ele vá embora e você continue sua vida.

E Elena havia ido embora, então. Kate não sabia para onde, apenas que a platinada havia ido, e de alguma forma ela sabia: era para não voltar mais.

Ana se sentiu tentada a mandar mensagem, talvez questionar onde estava, se estava tudo bem. Elena estava sozinha, afinal.

Ela era a única que realmente estava sozinha.

Linc apesar de tudo tinha Sabrine e seu novo filho, tinha uma família, e de qualquer forma ele tinha Ana.

Christian tinha a própria família, Grace e Carrick poderiam estar com raiva, mas nunca, jamais se afastariam dele.

E, Ana, bem Ana tinha a todos.

Mas a morena desistiu antes mesmo de pensar realmente em saber de Elena.

Ana havia a perdoado de verdade, e com o tempo percebeu que aquilo fez muito bem para si. Não ter que lidar com todo aquele ódio, a raiva, abriu espaço para coisas boas, para outros sentimentos. Ana descobriu coisas sobre si que ao menos pensava que poderia ser ou sentir.

Ela não seria hipócrita em dizer que não a machucava ainda, porque doía, alguns dias eram realmente difíceis, mas nada impossível. Ficava melhor a cada instante, na verdade.

Elena e Ana nunca teriam uma relação de verdade, ela não iria insistir em algo que nasceu quebrado sem conserto algum. E saber que não teria que lidar com ela em Seattle, era um passo a diante para ela querer voltar.

Mas não ainda, não por enquanto.

E não demorou para Kate ligar novamente depois daquele dia, umas três semanas até ela "fofocar" sobre Seattle.

— O bebê nasceu, é um menino, o teste de DNA deu positivo.

— Como ele está? - a morena questionou hesitante.

— Os dois estão bem.

Ana estava no shopping aquele dia, seus amigos de classe junto a ela na praça de alimentação, e ela tentou continuar.

Mas não deu.

Ela não se envergonha em dizer que foi para casa e chorou bastante, mas então ela se levantou e continuou bem. Aquilo acontecia de vez em quando.

Estava okay desmoronar um pouquinho às vezes, não tirava seus créditos.

De qualquer forma, a decisão mesmo só veio em dezembro do segundo ano. Ana não podia negar que estava pensando bastante sobre aquilo, e quando uma mensagem única de Mia chegou em seu celular, ela sabia que não tinha mais desculpas.

E estava feliz com aquilo, percebeu, assim que seu avião pousou no aeroporto Internacional de Washington.

Era véspera de Natal, e só na entrada Ana já podia sentir a nostalgia em ver a mansão dos Grey completamente tomada pelo espírito natalino, toda enfeitada de luzes e com vozes altas vindas da casa, ou fora dela.

Ana sentiu seu coração apertar de uma forma boa, se enchendo de paz. Ela queria aquele tipo de natal para o resto de sua vida.

Ela não havia contado a Kate e Mia que chegaria dois dias antes do previsto, então o que recebeu foi um dos seguranças da casa tirando sua mala do Táxi que havia pegado e um sorriso automático assim que a reconheceu.

— Seja bem vinda de volta, Srta. Lincoln - ele cumprimentou.

Ana sorriu e entregou a caixa em sua mão.

Era seu pequeno - não mais tão pequeno Penn. O gato preto agora era uma bola grande de pelos negros e personalidade forte e arrogante. Um tremendo metido. Mas Ana o adorava mais que tudo.

Assim que teve certeza de que Penn ficaria em boas mãos com o segurança o levando para dentro da mansão, ela seguiu para trás da casa, onde ouvia o falatório alto e muitas risadas.

Droga, ela havia sentido tanta falta daquilo!

Antes de chegar ao jardim de inverno, se olhou no espelho de uma das janelas.

Estava apresentável.

Usava uma calça jeans preta e um suéter vermelho que deixava seu colo a mostra, as botas altas da mesma cor da calça e sua inseparável nova bolsa da coleção de inverno da Gucci. E seu cabelo agora estava sempre perfeito. O estilo curto ate os ombros com algumas mechas. Ela estava bem diferente da ultima vez e ainda assim totalmente igual.

Sentiu seu celular vibrar com uma nova mensagem. Mais uma vez sorriu, porque ela sempre sorria quando pegava seu celular. A proteção de tela era uma foto sua com Nathan, que sorria diretamente para a câmera.

Ela o havia conhecido quando o pequeno já tinha seus seis meses, mas aquilo não atrapalhou em nada, os dois ficaram completamente apaixonados um pelo outro.

— Vocês são tão parecidos, é engraçado, parece uma versão sua bebê e com outro gênero - Linc falou enquanto a observava com o pequeno Nathan no colo.

O bebe dormia pacificamente em seus braços, e Ana estava de pé o ninando ainda mesmo que Sabrine já tivesse a sugerido que o colocasse no berço.

O negócio era que ela não queria soltar o bebe. O cheirinho, o peso, a boca se remexendo como se sonhasse que estava mamando... ela sentia seu coração esquentar só em pensar em ter aquilo para si, para sempre.

 Você leva jeito para crianças - Sabrine comentou.

Ana a encarou e deu de ombros.

Ela levava jeito para crianças?

Ela apenas gostava delas, adorava bebes e seres pequenos e artinhosos. Amava como eles eram puros e sempre tinham sorrisos perfeitos.

Mas não sabia se gostaria de trocar fralda e ficar sem dormir.

Ela gostava bastante de dormir.

Sentiu-se surpresa com os pensamentos de repente seguindo para Christian.

Será que ele estava dormindo?

Seu filho havia nascido há três meses.

Será que ele havia aprendido a trocar fraldas, dar mamadeira, colocar para dormir?

Será que ele tinha a Leila naquelas tarefas?

Ana suspirou alto e apertou Nathan contra si. 

Bem, se ele estava com Leila ou não, não era de sua conta. Se ele sabia cuidar da criança que ela nem sabia o nome muito menos ainda era de sua conta. 

E Ana era muito nova para ficar pensando em bebes também. Estava ótima em ser irmã.

E ela era uma irmã mais velha e tanto, até ficava de babá quando visitava Linc e Sabrina.

Foi tarde quando percebeu que não era uma boa ideia ficar de babá, pois antes de Nathan fazer um ano, Sabrine estava grávida novamente.

Ana deu um sermão em seu pai, alegando não querer dividir mais ainda a sua herança, em tom de brincadeira, mas no fundo era verdade. Linc prometeu fazer uma vasectomia logo, e Ana riu o pedindo para passar a ligação para Sabrine, logo exigindo foto da ultrassom e o som do coração do bebê.

Na última semana ela teve de fazer uma pasta em seu celular, para diferenciar as ultras porque agora havia mais uma.

Mia havia lhe mandado uma foto em polaroid, junto a um teste de gravidez com o sinal positivo.

Perdida em pensamentos Ana até havia se esquecido sobre o que estava fazendo com o celular em mãos até que recebeu mais uma mensagem.

Era Megan.

Uma amiga da França, querendo saber se já havia chegado, se já havia comido...

Ana respondeu com alguns emoticons, mas ao menos conseguiu enviar a mensagem antes de seu celular ir parar com a tela no chão.

— Ixi!

A fala foi tão engraçada e fofa que Ana nem processou ficar irritada por seu celular.

— Dicupa' eu - o menino falou rápido e enrolado.

Ela sentiu seu coração encher com a voz da criança, e então disparar quando o menino a encarou depois de resgatar seu iPhone do chão.

Os olhos cinzentos e tempestuosos, o cabelo acobreado e bagunçado, o sorriso discreto e meigo em perceber que fez algo errado. Um mini Christian, literalmente.

— Theodore!

Ana não achava que seu coração podia disparar ainda mais, porém, percebeu que estava errada ao ouvir a voz alta e autoritária vinda do lado de fora.

O 'Theodore' tentou se esconder atrás de Ana, segurando em sua perna de repente, ainda com seu celular, mantendo a bochecha contra si.

Bem, Ana sabia que ele tinha dois anos e alguma coisa, beirando seus três, era alto para sua idade e também um pouco gordinho. Sua perna não iria ajudar em nada quando Christian apareceu, irritação irradiando por seus poros.

— Corre, ele está distraído! - Ana sussurrou num tom mais alto, e o menino atrás de si deu uma risadinha e correu para o outro lado da casa, provavelmente voltando ao jardim de inverno.

Christian ao menos se importou, nem se lembrava sobre o que tinha que brigar com Teddy, ele não conseguia parar de encarar Ana.

Ela parecia ainda mais bonita do que quando há viu pela última vez. Desde que ela se foi, ele não ficou procurando sobre ela, mas também não recusava em escutar Mia quando a irmã começava a falar sobre a garota e até mostrar fotos.

Mas ali, na sua frente, era um graal.

Ana era linda além do limite.

Havia demorado um tempo para ele entender - e aceitar - que ela precisava mesmo ir, que era o que a faria feliz. Ela não precisava dele ou da sua família, ela precisava dela. E ele apenas a teria feito mal se a garota tivesse ficado. Foi um baque forte e pesado, ao pensar que ele quem estava fazendo o pior para Ana.

Não que aquilo houvesse diminuído o sentimento, ele ainda sentia tudo por ela, de uma forma que não imaginava sentir por ninguém no mundo jamais. Mas ele sentia. E era como se tivesse ficado ainda mais claro quando Ana ficou longe.

— Ele é uma cópia sua - ela declarou, o tom de voz suspenso no ar, como se precisasse falar se não sufocaria com o silêncio.

Christian sufocaria com certeza.

— É, em tudo - respondeu.

Ana abriu a boca duas vezes, mas não soube o que dizer, e então limpou uma sujeira invisível na barra da blusa que usava apenas para não encarar os olhos de Christian. Estavam ainda mais cinzentos do que ela se lembrava e havia muita coisa ali para ela aguentar sem ao menos estar sentada.

— Não sabia que viria hoje - ele tentou a conversa.

Ana o encarou, suspirando aliviada pela fala que ela poderia responder tranquilamente.

Estava preparada para o rumo que a conversa teria logo, logo?

— É. Eu iria mesmo vir só depois, ia passar o natal com o meu pai, mas... a Mia, bem, foi bem convincente. E eu estava com saudade do Vovô e da Vovó Grey - falou sorrindo.

Christian lhe devolveu o sorriso e Ana mordeu o lábio inferior porque ela passou tempo demais sem ver aquele sorriso.

— Eles com certeza vão ficar felizes, mais do que já estão - ele murmurou.

Ana balançou a cabeça.

Ava era uma das melhores pessoas que Ana já conheceu na vida, e realmente sentia falta de como se sentia completamente amada só com um olhar dela.

— A notícia da Mia deve ter sido um motivo e tanto - ela falou.

Christian fez um gesto com a boca, de que não havia gostado, e Ana riu.

— Ela já é casada, Christian - ela ralhou pelo ciúme do outro. - Ou isso é porque o Theodore vai perder o posto de bebê da família? - brincou.

— Sinceramente, ele sempre vai ser o mais velho, então nunca vai perder o posto de bebê da família, mas eu agradeceria se Mia tivesse me preparado mais. Não é a melhor coisa do mundo ver a sua irmã mais nova dizendo que está grávida.

Ana revirou os olhos, sentindo a tensão do corpo se esvair quase completamente pela leveza da conversa. Com certeza era uma conversa melhor do que as que eles tinham quando ela voltou da primeira vez.

No fundo, Ana ainda se surpreendia com seus sentimentos e suas reações. Ela ainda não havia se acostumado por completo com a sensação de paz e tranquilidade que tinha em seu corpo e sua mente pelo simples fato de não ter ninguém para sentir uma raiva absurda, ódio, ou provocar irritação. Ela conseguia ser completamente espontânea com tudo e às vezes tinha que se segurar para não extrapolar.

— Sua irmã mais nova casada e independente você quis dizer, não é? - ela provocou.

Christian bufou, mas levantou as mãos em rendição, o que fez Ana rir novamente.

— Sem contar, se olhar bem, você é quem fez "errado" aqui - ela falou.

Christian levantou as sobrancelhas falsamente ofendido.

— Já entendi, okay? - ele resmungou.

— Ótimo - ela foi irônica. - Mas de qualquer forma, eu imagino que seja um pai incrível.

— Como sabe disso? - ele questionou com o cenho franzido, ignorando totalmente a porra do coração disparado de repente.

Ele tinha quinze anos agora!?

Ana deu de ombros.

— Ah, está inteiro. Grace e Carrick não quebraram você, então eu tenho certeza - ela falou.

— Ótimo ponto - Christian concordou e Ana sorriu novamente.

Ela sorria o tempo todo e Christian não conseguia parar de perceber e admirar aquilo.

— Ele é lindo e parece ser bem esperto - ela falou, se lembrando de como o garoto parecia estar correndo do pai por ter feito algo errado.

Christian balançou a cabeça.

— Mais do que deveria, com certeza. Ele é um pestinha - ele declarou, um tom gentil e amoroso mesmo com aquelas escolhas de palavras.

— Tudo o que um filho quer ouvir - Ana respondeu rindo. - Tadinho, ele parece um anjo.

— É por você não o conhece - ele acusou.

E, droga, Ana queria conhecer.

Ela queria mesmo.

Era estranho, até, ou talvez nem tão estranho assim ao ver das circunstâncias. Ela apenas queria saber sobre tudo do menino, e pegar no colo.

É, aquilo ela queria muito.

— Eu vou adorar conhecê-lo - confessou.

Havia sido quase uma promessa. Ha quase três anos. Ela iria conhecê-lo, ela iria amá-lo.

Mas como?

Ela entendia que seria muito fácil amar Teddy. Ele esteve um minuto com ela e tudo o que ela pensava em pega-lo no colo. E também de repente era fácil amar Christian. Ela percebeu há um tempo. E até gostava.

Mas e depois?

O que você se faz com tanto amor?

— Nós podemos tentar de novo. Já tem tanto tempo...

Christian a pegou desprevenida com a frase tão direta, com a aproximação de repente.

O cheiro que Ana amava ainda era o mesmo, e ela só estava tão ansiosa em tocar em Christian. Em pegar na sua mão, tocar no seu cabelo. Tudo. Mas também estava ansiosa em não estar mais ali, porque ela não sabia o que dizer, o que dicidir, o que fazer.

— Tentar de novo? Nós tentamos antes? - ela falou num tom irônico, o coração batendo como uma hélice de helicóptero e a respiração engatada demais.

Ana sempre seria Ana, afinal.

Christian ignorou sua pergunta e se aproximou da garota.

— Você ainda não pode me perdoar? - questionou.

Ana mordeu o lábio inferior e desviou o olhar.

Ela não tinha nada para perdoar. E sobre o passado, sobre tudo antes, ela já havia perdoado, havia sido sincera em dizer a ele. Ela entendeu que escolhas erradas foram feitas e não foi apenas ela quem sofreu as consequências. Precisava seguir em frente sobre aquilo se não seria corrompida novamente. Agora, perdoar sabre mais o que?

— Perdoar?

— Eu menti.

— Você disse que não havia mentido - ela acusou sarcástica.

Christian suspirou.

— Eu fui mais do que um babaca com você, mas não foi minha intenção, eu juro. Eu só... Eu não sabia o que fazer com o que estava acontecendo na minha vida, e eu finalmente tinha você e iria perder por uma coisa tão idiota. E aí eu tentei consertar, e só piorei tudo.

Ana balançou a cabeça concordando. Porque era realmente como ela tinha visto tudo aquilo. Ela não duvidava que ele não havia tido intensão de magoá-la, ele apenas estava com medo da sua reação.  E fez a escolha errada. De novo.

— Parece que você não cansa de fazer escolhas erradas quando é sobre mim - ela comentou.

— Na verdade, eu cansei sim - ele respondeu.

Ana levantou uma das sobrancelhas e o encarou.

— Você tem certeza? - ela questionou.

A morena passou uma das mãos pelo cabelo e cruzou os braços, se recostando na parede de vidro.

— Uma vez você me disse que se você não quer magoar alguém, então você não magoa, que são as suas escolhas que machucam as pessoas que você ama, e que sempre sabemos as consequencias delas - ele inspirou o ar profundamente e então soltou. - Acho que nunca consegui parar de pensar nisso. Você estava certa, claro. Porque eu sempre soube das consequências, eu sempre entendi que estava fazendo as escolhas erradas... Mas acho que eu nunca entendi que as escolhas erradas que eu fazia atingia você principalmente, que era você quem eu estava machucando. Eu não entendia porque eu não sabia que... Eu não sabia que eu te amava.

Ele deixou o ar entrar e sair, tendo o seu tempo, deixando Ana ter seu tempo.

Ele também nunca fazia aquilo: nunca lhe dava tempo, nunca tomava tempo. E as coisas não precisavam ter pressa, se for para ser vai ser, se não for, que vá embora logo. Mas Ana sempre voltava, ele sempre estava ali, ela tomava tudo dele e ele era o universo dela.

Como eles poderiam não ser, quando tudo em suas vidas se resumia a eles?

— Eu te amo - ele declarou de repente.

Ana abriu a boca, mas então a fechou.

As palavras haviam lhe pegado de surpresa. Ela esperava um discurso sobre como ele mudou e como iria fazer tudo certo. E ela nem queria pensar sobre como havia esperado ouvir aquilo e sentia que seu coração iria acreditar nele.

Porque ela era uma trouxa.

— Eu queria ter dito isso naquele dia, era o que eu deveria ter dito. Eu já sentia, era só dizer. Eu sei que não ia mudar nada, você precisava ir, e sinceramente, eu precisava ficar, precisava de um tempo para aprender a lidar com Teddy e toda a coisa que veio em volta dele. Não seria justo você estar no meio disso. Mas eu deveria ter dito.

Ana balançou a cabeça e encarou atrás de Christian, não mirando nada em específico, mas precisava parar de encarar aqueles olhos intensos.

— Está tudo bem - respondeu e Christian se aproximou mais dela, chegando a tocar em sua mão, qual ela afastou com hesitação. - Christian, não.

Ele deu um passo para trás no mesmo instante.

Ana se virou, encarando-o.

— Eu não posso fazer isso - murmurou. - Eu... Eu não vim aqui para isso, eu só... a Mia nunca me perdoaria se eu nao estivesse aqui, e o Elliot também, ele esta prestes a pedir a Kate em casamento, então... Eu não vim aqui para atrapalhar sua vida, eu não vou entrar nessa.

Ele franziu o cenho.

Estava tudo certo em Ana dizer que não queria, ela nunca poderia ser obrigada a fazer o que não queria, e ele estava okay com aquilo. Mas como ela atrapalharia sua vida?

— Como assim atrapalhar minha vida?

Ana deu de ombros e desviou o olhar.

— Theodore - ela falou apenas.

Christian sorriu.

— Acabou de livrar ele de uma bronca. Ele já te adora, tenho certeza que está agora mesmo falando para todo mundo sobre você - ele falou.

Ana sorriu involuntariamente. Havia o menino realmente fofo e queria pegar ele no colo, parecia ser tão macio e carinhoso.

Mas nada era perfeito. E seu coração até batia errado com aquilo.

— E a Leila?

A verdade  era que Ana nunca perguntava sobre Christian, ela apenas ouvia o que Mia ou Kate lhe contava, também conversava com Grace, mas a mulher gostava muito de falar sobre o neto apenas. Ela não sabia realmente sobre a vida do Grey.

— Ela não tem nada a ver com a minha vida. É só a mãe do meu filho, e nem é um exemplo - ele falou num tom ácido.

Ana franziu o cenho.

— Vocês não estão...?

— Claro que não - ele bufou. - Eu amo meu filho, mas eu não ficaria com uma mulher apenas por causa dele, sem contar que só seria traumatizante.

Ana sabia bem como era traumatizante uma mulher e um homem juntos por causa de um filho, ou por causa de aparências.

— Eu realmente não sei como você atrapalharia a minha vida, mas eu respeito qualquer decisão sua - ele declarou.

A morena estava um pouco sem ar. Nem havia entrada na casa ainda e já havia sido atropelada por todas as emoções e sensações intensas que Seattle lhe trazia.

Ana tinha muito a perder.

Tinha muito a ganhar.

Um mundo inteiro lhe esperando, e também uma vida inteira que poderia ter.

— Eu sabia - ela confessou então, finamente sorrindo em seguida para ele. - Eu sempre soube. Você é quem não sabia.  Acho que não estava pronto para lidar com isso.

Ela suspirou e se aproximou, pegando uma das mãos de Christian.

— Você sabe que eu estou bem, né? Eu acabei de fazer uma pós com honra na melhor universalidade de Paris, fiz especialização com méritos em artes e terminei em tempo recorde. Eu tenho um contrato para assinar... na Inglaterra. A terra dos livros.

Ela tinha sua vida pronta então. Tinha um nome e muitas expectativas sobre si mesma. Não iria jogar contra si e seus ideais por causa de Christian, por alguém que sempre fizera escolhas erradas para ela.

Christian se afastou e se recostou na parede de vidro ao lado dela, alguns centímetros distante.

O que ele estava fazendo?

Pressionando Ana.

Ela tinha tudo, um mundo inteiro para prestigiá-la por ela simplesmente ser ela. E Christian estava ali, fazendo ela ficar tentada a ficar com ele, e tudo o que ele tinha era um monte de escolhas erradas e consequencias desastrosas para mostrar a ela.

— E eu também tenho um contrato aqui em Seattle - ela voltou a falar.

O que poderia ser melhor que a Inglaterra?

— Meu pai está muito orgulhoso sobre tantas propostas, mas ele acha que eu não... bem, eu nao seria muito boa em ter um chefe, mesmo que eu fosse me sair muito bem no trabalho. Ele acha que eu quem deveria comandar, que o meu ponto de vista sempre vai ser a melhor coisa em mim. E aí eu tenho um cheque de duzentos mil dólares em investimentos - ela explicou.

Eram duas escolhas de vida para ela, mais importantes que tudo. Mas Christian não era idiota, ele sabia que Ana poderia escolher as duas sem nenhum esforço. Porque aquela era a resposta certa: Ana poderia ter tudo, poderia ser tudo o que ela quisesse.

Mas Christian não poderia fazer parte das duas escolhas, ele tinha uma vida ali também, e acima de tudo, tinha uma outra pequena e atentada vida que ele amava e precisava cuidar.

Ele não podia fazer escolhas sobre eles. Apenas Ana poderia.

— Ah, eu não acredito! - foi a voz de Grace que os fez de se afastar por completo.

A mulher vestia um vestido vermelho e saltos pretos, os cabelos presos num penteado lateral e o sorriso mais acolhedor do mundo.

Ana sentiu os olhos enchendo d'água assim que os braços da Sra. Grey a envolveram num abraço apertado de saudade.

— Eu senti tanta saudade, não acredito que você está mesmo aqui - ela falava com a voz embargada e continuava apertando Ana. - Me deixa olhar para você.

Ana sorriu largo e se afastou alguns centímetros, tendo Grace a inspecionando.

— Tão linda. Como pode ficar mais linda a cada vez que te vejo? - falou, e então segurou o rosto de Ana entre as mãos como se fosse o cristal mais delicado do mundo.

— Eu também senti saudade. De todo mundo.

Grace voltou a abraçá-la, e Ana não se importou nem um pouco. Logo percebendo por cima dos ombros da Grey que Christian agora segurava Theodore nos braços e seguia para o jardim de inverno, atrás da casa.

— Teddy ficou lá falando sobre a moça bonita, o celular da moça bonita - Grace comentou, limpando o rosto banhado de lágrimas com a ponta dos dedos para no borrar a maquiagem.

Ana riu alto.

— Eu até esqueci que ele estava com meu celular - falou, fazendo o mesmo gesto que Grace.

Então a atmosfera mudou enquanto a mulher pegava em suas mãos e as apertava contra si, como se quisesse dar mais conforto e amor a Ana.

A morena entendeu.

Grace sabia.

Kate havia lhe contado.

Ela sabia de tudo. Desde o começo.

Não que Ana quisesse mentir, nunca, mas ela apenas não queria a bondade e gentileza de Grace naquela teia suja de traições e mentiras. Ela estava se esquivando, esquecendo e fugindo de lá, não queria que ninguém caísse ali. Mas também não podia negar o alívio. Grace sempre fora como uma mãe para si, sempre fora tudo o que Elena jamais pôde sequer pensar em ser para Ana, e ter todos aqueles segredos e mentiras era como uma faca em seu peito a cada vez que olhava para a mulher.

— Eu sinto tanto - Grace falou.

Ana balançou a cabeça, apertando as mãos de Grace e então sorriu.

— Não precisa. Eu juro que está tudo bem agora, todo mundo está bem agora, e o passado e todas aquelas mentiras acabaram.

— Querida...

— Eu sei que é estranho, mas a Elena ainda assim me criou, do jeito dela, fez todas as escolhas erradas e teve atitudes que eu apenas prefiro esquecer. E o Linc tentou se redimir, ele é meu pai, ao final de tudo, tem a família dele e até faço parte mesmo que eu nunca vá conseguir me desligar de vocês.

— Nunca vai precisar, somos sua família para sempre.

— E... eu amo o Christian, eu sei que ele me ama também, e nós vamos dar um jeito em tudo. Temos tanto tempo. Tempo é o que eu mais tenho agora, né?

— Sim, meu amor. Você tem todo o tempo do mundo.

Foi no mesmo minuto que o lugar foi tomado por gritos e comemorações, pois Mia e Kate foram atrás para ver o que tanto Grace demorava, e então viram Ana.

— Eu não acredito que o tio Carrick se vestiu mesmo de Papai Noel e desceu pela chaminé! - Ana comentou enquanto Christian se sentava ao seu lado no sofá e lhe entregava uma taça de vinho branco.

Eles estavam na sala de jantar agora, depois muitas conversas e abraços, depois da ceia de Natal, todos se reuniram ali com a tradição dos presentes à meia noite como sempre fizeram na casa dos Grey.

Carrick - vestido de Papai Noel com direito a um saco vermelho cheio de doces nos ombros - distribuiu todos os presentes junto de seu assíduo ajudante Teddy.

Christian riu.

— Ele faz isso desde o primeiro Natal do Teddy, e olha que ele tinha meses apenas - ele respondeu.

Ana balançou a cabeça em descrença.

— Ele nunca fez isso com a gente - ela brincou em tom de irritação.

— Pois é. Mas o Teddy acabou com a postura de mau dele, sério, ele é completamente rendido agora, e a Dona Grace também não fica atrás. Na verdade, ninguém aqui fica, o pestinha consegue fazer todo mundo se apaixonar por ele.

— Ah, eu já entendi como - ela confessou sorrindo e admirando Theodore perguntando algo para Mia, que se ajoelhou a sua frente e tinha um sorriso enorme, lhe dando total atenção.

— Já está rendida, é? Eu achei que você seria mais durona! - Christian brincou.

Ana bufou.

— Eu tenho um irmãozinho, e estou prestes a ter outro, em minha defesa, estou totalmente sensível a crianças - a morena declarou.

— E crianças suas também? - ele questionou num tom blasé, mas Ana sabia que ele queria sim uma resposta.

— Não, por enquanto. Talvez em alguns anos. É estranho eu ainda não conseguir me ver grávida? Sei lá, nem sei se sirvo para isso, não sinto vontade de explodir uma criança para fora do meu corpo - ela falou.

— Ótima forma de falar sobre dar a luz - ele murmurou.

— Você viu? - ela questionou, e ele entendeu a pergunta sem mais.

— Não - respondeu. - Mas no corredor uma mulher não conseguiu chegar a tempo, ela simplesmente... explodiu a criança para fora do corpo dela, bem na minha frente. Não consegui "desver" até hoje.

— Traumático.

— É. O pai achou incrível. Realmente é um momento... incrível. Mas é traumático para quem está de fora.

Ana concordou com a cabeça.

— Talvez um dia - ela declarou.

— Um dia - ele concordou, e os dois estranhamente estavam juntos naquilo.

Podia nem ser eles. Até porque para Ana ter um filho com certeza não poderia ser de Christian, os dois tinham clareza total daquilo antes de Christian lhe doar parte de sua medula, mas existia um banco de inseminação artificial, se algum dia a morena quisesse engravidar. E, sabe, talvez ela nem ficasse com ele. Talvez fosse outro cara, talvez houvesse outro homem por aí que Ana amaria intensamente.

O Grey se aproximou dela e descansou o queixo sobre sua cabeça, sentindo o cheiro bom de seu cabelo, e uma das mãos casualmente na coxa de Ana. O coração nem mais era coração desde o momento que ela desceu do avião em Washington, imagina ali.

Okay, talvez não houvesse outro cara por aí.

Realmente podia ser ele.

Ana sentia aquilo desde sempre, e o sentimento continuava ali, matutando e a deixando presa. E ela nem conseguia entender se era bom ou ruim, se era para sempre ou por aqueles anos.

— Então... qual é o lance com a Leila? - ela questionou inocentemente antes de beber um gole do vinho em sua taça.

Christian riu baixo e se afastou alguns centímetros para poder encarar Ana.

— Nenhum muito útil desde que o Teddy completou dois meses, e ela percebeu que não iria conseguir mais que uma pensão ja estabelecida pelo juíz e um apartamento em nome do meu filho. Ela busca o Teddy dois fins de semana por mês, passa uma semana com ele nos verões, e eu tenho que convencer ele por horas antes dela chegar para que ele não chore por estar indo "embora". Funciona de qualquer forma - ele declarou num tom vazio e Ana sentiu o peito apertar.

Nem conhecia aquela mulher e já a odiava. Mãe era um assunto muito delicado para Ana. A sua biológica havia a dado para uma estranha sem hesitar, e Ana ainda tinha receios com Carla apesar de responder suas mensagens, e falar com ela no face-time uma vez por semana; e a mãe que a adotou foi horrível a maior parte de sua vida e agora estava em algum lugar do mundo fazendo sabe-se-la o que ela, mas Ana sabia que ela ainda comandava os salões Esclava em Seattle. Ela sabia como era a sensação de ter uma mãe e essa mulher ser a única pessoa de sua vida que não te ama o suficiente, enquanto tudo ao ser redor é amor e alegria e todos lhe mostram que tudo o que precisa ter é uma mãe.

O mundo era cruel ainda, claro.

E Teddy era tão doce, tão gentil e amoroso enquanto estava ali preocupado com o papai Noel que entraria pela chaminé e era muito pequeno e escuro lá.

— E não tem outra pessoa? - Ana questionou e Christian semicerrou os olhos, sorrindo em seguida para a curiosidade da garota.

Mas ele responderia tudo o que ela perguntasse.

— Olha, eu não vou mentir, eu me envolvi com algumas mulheres, mas nada era... de verdade.

— Já chegou a pensar que talvez ele precisasse disso? - ela apontou Theodore com um aceno de cabeça.

Christian suspirou, pensando em como responder.

— Eu nunca pensei em Teddy como algo que eu precisava dividir, que eu precisava de alguém para dar certo. Ele é meu filho, ele sempre foi meu filho, e nada vai mudar isso. E tudo o que ele precisa eu dou. Sinto muito pela mãe que ele tem, mas é a vida, é a mãe que foi escolhida para ele e infelizmente ele vai ter que lidar com isso. Meu trabalho é não deixar que ela o afete, se ele não é não é suficiente para a Leila, quem está perdendo é ela e o problema é todo dela. Mas eu não posso querer ficar com uma mulher apenas porque ela vai fazer bem para o meu filho, não posso simplesmente escolher uma mãe para ele. Eu apenas tento ser tudo o que ele precisa.

Ana admirou o menino, ele permanecia bem perto da chaminé, sentado de pernas cruzadas e sorrindo solícito e alegre para a foto que Mia tirava dele. Então, como se ele a percebesse, seus olhos claros se voltaram para os de Ana, e o garoto sorriu mais ainda automaticamente.

— E você? – Christian questionou, fazendo Ana desviar os olhos do menino.

A morena tomou mais um gole de seu vinho e levantou uma das sobrancelhas, sorrindo contra a taça.

— Olha, eu não vou mentir... – deixou a frase no ar e Christian mordeu o lábio inferior, mantendo o olhar a distante dessa vez, mesmo que com a expressão divertida. – Também não houve nada de verdade. O que é uma merda, acho que teríamos uma chance se acontecesse.

— Uma chance? – ele se voltou para ela.

— É, uma chance de nada disso – ela indicou ao redor – ser tão intenso e nos deixar dessa forma, como se tudo fosse destinado a ser, como se sempre tenha que ser desse jeito.

Ana suspirou um instante e então terminou de beber todo o vinho em sua taça.

— Eu só tenho vinte e cinco anos e já vivi tanta coisa que às vezes eu fico me perguntando quando vou ter uma trégua, ou se a minha vida vai ser uma eterna montanha russa – bufou baixinho. - Eu espero que não. Mas tudo bem se for também porque... - ela engoliu em seco e então encarou Teddy novamente, no mesmo segundo o olhar do menino encontrou o seu, lhe sorrindo novamente. - Esse sobe e desce me fez ter você de alguma forma e eu gosto disso - ela ainda encarava Teddy enquanto falava.

A morena retribuiu o sorriso do pequeno e então desviou o olhar, já não aguentando mais.

Era mais intenso ainda encarar os olhos de Teddy.

Ele era tão puro e inocente, tão alheio a tudo ao redor, somente sentindo todo amor e felicidade que sua família lhe dava. Como se não importasse a mãe ausente.

E talvez não importasse.

Como Christian disse, ele tentava dar o que Teddy precisava. E a forma que o pequeno era totalmente apaixonado em simplesmente estar ali, Ana percebeu que era o que ele precisava, e era tudo o que Christian lhe dava.

Por que para ela não foi o suficiente? Ela também teve tudo aquilo.

Ela teve Grace, Carrick, Mia, os avós, teve Christian e Elliot apesar de tudo, ela teve os amigos da escola. Ela teve amor e felicidade. Sim, ela não teve apenas isso, mas eles todos ali ainda eram os mesmos. Por que aquilo não havia se sobressaído sobre as coisas ruins?

Por que Carrick e Grace sentados no chão com os papéis de presente rasgados ao redor; por que Mia ainda tirando varias fotos de si e de todos; por que Elliot puxando o cabelo de um dos filhos da tia Sophia - irmã inconveniente de Carrick que de repente tinha um namorado; por que a vovó Grey lhe entregando uma caixa grande demais que Ana ja sabia que tinha os presentes dos últimos natais que ela nao esteve; por que aquelas coisas nao sobressaíam sobre os momentos de raiva e mentiras?

Por que não foi o suficiente, mas depois de tanto tempo, simplesmente era?

Ela se voltou para Christian, que não desviava o olhar de si, e aproximou o rosto do dele, deixando os narizes se tocarem e os olhos tão pertos um do outro que era possível ver como os olhos cinzentos não tinha nenhum resquício de nenhuma outra cor para atrapalhar aquela tempestade bonita.

— Sabe... mesmo com todo o desastre, as mentiras, os mal entendidos, tudo... Você acha que pode dar certo?

— Você não? – ele rebateu.

— Eu ainda sinto que tem que ser nós dois – ela confessou. - Eue pode dar certo... que era para ser desde o começo, entende?

Eles foram interrompidos pela euforia de Teddy, que subiu no colo de Christian e se sentou de frente para Ana, lhe mostrando o controle do seu novo helicóptero remoto.

A morena riu, não se importando com a interrupção e pegou o controle, guiando o helicóptero por cima da árvore de Natal e então até chegar em Kate, fazendo-o pousar em sua cabeça, tendo a garota gritando de susto e fazendo Teddy rir alto.

Ana se recostou no sofá e teve um dos braços de Christian passando por seus ombros, tocando com a ponta dos dedos a pele de pescoço enquanto Teddy se recostava em si despreocupadamente, como se fizesse aquilo o tempo inteiro.

E, Ana percebeu, estar ali também era tudo o que ela precisava.

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Notas finais do capítulo

Desculpe quem não gostar, quem se decepcionar, quem gostaria de outro final, eu espero que um pouquinho pelo menos você tenha gostado rs, e quem gostou "obrigada demais". Claro que terá o epílogo em algum momento, e eu até vou começar a escrever logo. Adoro cada um de vocês, me motivam muito comentando, e até vocês que apenas leiem. Obrigadaaaaaaaaaaaaaa



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