Ariel ‘

Caminhava entre as pessoas na feira. Vários ali eram bruxos, alguns só eram farsantes tentando enganas os turistas.

—E você minha jovem, não quer saber o que o futuro lhe reserva?- a senhora de cabelos grisalhos perguntou

—Sei exatamente o que o futuro me reserva- sorri.

—A morte- ela disse séria- Você trará a morte.

—Bem, você não é tão falsa assim.

—Deixe me ver- ela me observou - de uma bruxa pra outra, sim?

—Tudo bem- eu não tinha nada a perder mesmo.

Ela segurou minhas mãos e fechou os olhos.

—Um passado conturbado, uma infância doce, vingança....

—Algo especifico que eu deva saber?

—São apenas flashs, não está concreto – ela me fitou- ainda há tempo para mudar de idéia.

—Eu não vou- garanti- algo mais?

—Vejo você...- ela voltou a fechar os olhos- num quarto escuro...não está sozinha...tem um homem com você...olhos castanhos, vampiro...

—Eu estou torturando ele?

—Pelo contrario— ela sorriu maliciosa- vocês estão....

—Já entendi- soltei minhas mãos da suas – acho que você se enganou.

—Eu nunca me engano minha jovem, nunca.

—Eu tenho que ir.

...

Davina estava de costas pra mim, focada no livro sobre a mesa.

—Olá Davina Claire- disse contida- temos contas para acertar.

Ela me encarou surpresa, com um movimento de mãos, joguei ela contra a parede e a prendi.

—Você ficou louca?!- ela gritou, tentando se soltar.

—Você tem noção do que você causou?- encarei ela.

—Não tive culpa, mas se pensar bem, a culpa foi sua...

—Resposta errada, querida – disse, então quebrei suas mãos.

Os gritos de dor dela ecoaram por todo o lugar, aquilo era musica para os meus ouvidos.

—Eu deixei tudo tão claro desde o começo – sorri fria, fechei minha mão, e logo ela estava sufocando.

Depois do que achei ser o suficiente, soltei ela, seu corpo caiu no chão, ela apenas grunhia de dor.

—Eu fiz o que tinha que ser feito, a morte de seus amigos foi apenas uma conseqüência- ela murmurou.

—Você me deixou tão irritada- balancei a cabeça.

—O que você vai...

Minhas mãos estavam abertas, meu olhos fechados, e Davina gritava de dor no chão. Seu sangue se aquecia cada vez mais, aquilo era maravilhoso.

—Por favor! Por favor!- ela implorava- Tem uma forma de trazê-los de volta!

—Você tem um minuto – disse, fitando o relógio no meu pulso.

—Todo regente, quando nomeado tem acesso a uma dose extra de poder, alguns usam para se fortalecer, mas também pode ser usado para trazer uma pessoa de volta a vida.

—Interessante- sorri- acho que posso mudar alguns termos, e então terei meus amigos de volta...

—Como eu disse, só regente tem esse poder e...

—Eu cuido disso – disse, me agachando a sua frente e segurando seu queixo- pense muito bem antes de fazer algo contra mim, querida. Até mais.

...

—Ela é...adorável- observei a garotinha de olhos azuis no berço.

—Ela passa a maioria do tempo dormindo, ou sorrindo- Hayley acariciou o rosto da filha- mal posso esperar para vê-la andando.

A garotinha ainda era tão inocente, nem parecia uma Mikaelson. Desejei mais por ela, uma vida longe de toda essa bagunça, de todo esse mal.

—Você vai mesmo matá-lo?- ela quebrou o silencio.

—Eu tenho toda essa raiva presa dentro de mim, mágoa, dor – fitei ela- eu não quero mais me sentir assim, quero por um fim nisso. Isso só termina com eles mortos.

—Você ainda o ama- ela declarou simples- como vai conviver com isso depois?

—Eu não sei, a única parte do depois incluía Luke e Mia,  agora eu não...

—Se você fizer isso, se atravessar essa linha- ela disse séria- não tem volta, você vai mudar.

—Acho que já atravessei essa linha, Hayley – sorri amarga, dei uma ultima olhada em Hope- até mais, cuide bem dessa garotinha.

Ao mesmo tempo em que eu descia as escadas, Klaus e Elijah entravam.

—Olhem só quem está aqui- Klaus sorriu irônico- a que devo a honra da sua ilustre presença Sweetheart?

—Você está bem?- Elijah perguntou, seu olhar fixo em mim.

—Hope é uma garotinha adorável, nem parece usa filha- disse para Klaus, olhei brevemente para Elijah- eu preciso ir.

Não esperei por resposta, segui para saída, infelizmente ele veio atrás de mim.

—Ariel..- ele tocou meu ombro.

—O que você quer Elijah? -me afastei dele- Você já não fez o suficiente?

—Eu não tive escolha...

—É tão fácil te amar, te odiar— encarei ele- porque você continua me magoando Elijah?

Ele me fitou, cada vez mais próximo de mim,  acariciou minha bochecha. Fechei os olhos, absorvendo seu toque.

—Eu sinto muito, pequena- ele sussurrou, sua boca tão próxima da minha.

—Tarde demais pra isso, Elih – murmurei, unindo nossos lábios.

Apenas alguns segundos, então ele estava inconsciente no chão. Bem, o feitiço era novo, mas funcionou perfeitamente.

Peguei e a faca na minha bolsa, e cortei sua mão, quando ele acordasse já teria se curado.

Sangue de um Mikaelson, confere.

—Tenha bons sonhos, Elijah- sorri.

Agora que eu tinha todos os itens, precisava ir para Mystic Falls. Foi lá que Esther fez o feitiço para tornar seus filhos vampiros, o lugar tinha uma história, tinha poder, e era tudo que eu precisava.