The Nights escrita por Bárbara Szabo


Capítulo 6
Frist Day


Notas iniciais do capítulo

Surpresaaa
Outro cap, para alegria... Talvez? Kkkk
Espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/722645/chapter/6

Randy estava na cozinha. Ele havia descido não tinha muito tempo, e procurava onde guardavam o pão.
— Parte de cima do armário, porta do meio. - Disse Howard, entrando na cozinha. - Francamente, Randy. O que deu em você?
— Eu só não tive chance de passar na cozinha direito ainda, calma. - Randy se desculpou, após pegar a sacola com os pães.
— Não é isso! - O gordinho cruzou os braços. - Estou falando lá no quarto.
— O que tem? - Ele fingiu não dar muita importância para isso, pegando a faca e um pão. Sabia o que o amigo queria dizer, mas preferia esquecer aquilo por um tempo.
— Ah! Não se faça de idiota! Você falou com o Nomi, cara! - Ele chegou perto dele, se inclinando para olha-lo. - E ficou tão triste...
Randy não disse nada, se afastando e virando para o armário, pegando a manteiga.
— O que mais aconteceu que você não me contou? - Ele foi até ele de novo, mas o maior se desviou, indo até a mesa. - Para de se esquivar…!
— Eu farei a lição final, Howard! - Interrompeu com a voz um pouco alterada, se voltando para o outro.
Weinerman parou, um pouco surpreso, olhando o amigo por um tempo, enquanto Randy abaixou a cabeça.
— Logo após impedir o Tengu, eu deixarei de ser o ninja… Será que pode deixar esse assunto para lá por um enquanto? Por favor...
O ruivo ficou o encarando, analisando aquela figura cabisbaixa à sua frente, que tentava segurar o desespero, e se sentiu mal por ele. Nunca tinha visto o amigo desse jeito. Randy sempre foi, e principalmente depois do ninja, uma pessoa muito positiva. Vê-lo nesse estado era surreal demais para Howard. - Tudo bem. - Disse após uma pausa, então sorriu fracamente para o menino.
Randy retribuiu com um sorriso melancólico. E quando um silêncio tenso ia dominando o recinto, Zack entrou na cozinha.
— Bom dia! - Cumprimentou alegre, indo até a cesta de frutas sobre a mesa.
— Iae. - Howard ergueu a mão brevemente em cumprimento, indo preparar sua comida.
— Bom dia! - Randy se voltou para o garoto, respirando fundo e sorrindo.
— Randy. - Ele havia pego uma maçã, e parou ao lado do arroxeado. - Não jantou aqui ontem…
— A-ah… Pois é. - O garoto sentiu o rosto esquentar. - Acabei perdendo a hora de novo.
— Uhum. - Zack sorriu de canto, o olhando de um jeito maldoso.
— Deixa o Catninja, que ele não foi o único que fez coisas ontem a noite. Não é? - Disse Alfeu, entrando na cozinha com um certo ego, acompanhado de Spud.
— Me diga você. - O garoto cruzou os braços, o olhando. - Não fui eu que dormi no quarto dos outros.
— Adoraria ter a chance que eu sei. - O loiro sorriu maldosamente.
— Gente, eu não fiz nada. - Randy se defendeu, envergonhado, colocando os pães na torradeira. - Só cheguei tarde.
— E a garota que você não parou de falar ontem? Como era o nome dela mesmo? Jannie? - Howard sorriu de canto.
— Ela é só uma amiga! - Disse rápido e extremamente vermelho.
— Em questão de tempo, meu amigo. - Disse Spud, em tom filosófico, pegando a caixa de cereais no armário.
— Aham! - Ironizou o ninja, preferindo não discutir mais, dando atenção a sua comida.
— Do que estão falando? - Perguntou Mikase, chegando na cozinha ajeitando o cabelo.
— De pessoas que dormiram em outro quarto. - Alfeu se apoiou na bancada, olhando o moreno, que havia ficado muito embaraçado.
— O-o quê? Por quê? Ninguém dormiu em outro quarto nessa república! - Apressou-se até a sacola de pães, indo preparar seu café.
— Tenho certeza disso… - Completou o loiro, soltando um risinho.
— Já eu não tenho. - Zack terminava a maçã.
— Nem eu. - Spud sentou a mesa, colocando leite em seu prato de cereais.
Mikase se encolheu um pouco, envergonhado com aquilo. Será que estava tão óbvio para eles? Ele olhou em volta, e tudo parecia normal, mas os olhares que Zack lançava para si o faziam ter vontade de se enterrar no chão.
Era o olhar que dizia: “Você fez merda. Eu sei. E vai se repetir tudo outra vez, dá pra ver.”. Mikase desviou a visão, pensando em algo que pudesse dizer para se defender, mas não tinha nada. Era a pura verdade. Então abaixou a cabeça, e assim permaneceu por alguns segundos seguintes.
— Mas então… - Começou, tentando mudar de assunto. - Quais são os cursos de vocês?
— Eu vou fazer culinária. - Disse Howard, apagando o fogo e tirando a frigideira com os ovos.
— Vou amar quando você fizer o jantar. - Mikase disse, satisfeito.
— Eu vou fazer filosofia. - Disse Spud, de boca cheia.
— Meu terceiro período é na sua turma. Professor Edmund Turner, não é? - Perguntou Zack, com um grande sorriso.
— Uhum. - Spud engoliu rápido a comida. - Filosofia também?
— Não, história.
— Eu vou fazer Engenharia Mecatrônica. - Disse Randy, se sentando com as torradas já prontas.
— Oi? - Alfeu o olhou confuso.
— Engenharia Mecatrônica é uma área que utiliza as tecnologias de mecânica, eletrônica e a tecnologia da informação para fornecer produtos, sistemas e processos melhorados. - Disse quase como se tivesse decorado aquele monólogo.
— Ah sim… Já eu faço direito.
— O que é bem irônico, para alguém tão irresponsável. - Comentou Mikase, revirando os olhos ao ver que o maior lhe mostrou a língua. - Enquanto a mim, faço Medicina, na área de cardiologia.
— É… - Howard suspirou. - Parece que ninguém terá o mesmo percurso para as aulas.
— Verdade. Jake é administração. - Spud comentou.
— E eu não sei qual é o do Danny. - Zack cruzou os braços.
— Eu o quê? - O meio fantasma entrou na cozinha, ainda com os cabelos meio molhados.
— Qual teu curso?
— Ciências biológicas. - Danny se sentou a mesa, começando a preparar um prato de cereais.
— Realmente, não há caminho junto. Mas eu posso lhe acompanhar se quiser. - Alfeu se apoiou em Zack, que suspirou em irritação.
— Dispenso… - Disse saindo do braço do maior e se sentando ao lado de Spud.
— Bom dia. - Cumprimentou Jake, entrando apressado na cozinha. Os outros o cumprimentaram de volta, e ele se sentou, preparando um prato de cereais.

『。。。 』

Acabou que saíram todos juntos. Afinal, o prédio ainda era na mesma direção, e os calouros iam precisar de certa ajuda. Passaram o caminho todo conversando sobre assuntos diversos e embora estivesse se enturmando, Danny ainda não conseguia parar de pensar em Sam. Não suportava o fato dela parecer chateada.
Ao entrarem no prédio, Mikase falou um pouco sobre os cantos da universidade, onde ficava isso e aquilo, e Danny ficou agradecido por terem placas de orientação nos corredores.
Logo cada um seguiu para sua aula e foi aí que ele a viu. Sam, a alguns passos dele, conversando com uma garota. Ele respirou fundo, a olhando, e ao ver que a garota foi embora, e Sam virou para ele, sentiu seu coração cair no peito.
— Oi Sam! - Sorriu, indo até ela.
— Oi. - Disse com certa rispidez.
— Está tudo bem? - Danny chegou mais perto dela, confuso.
Sam se afastou com a aproximação, olhando para o outro lado.
— Eu fiz algo de errado?
— Engraçado logo você perguntar isso. Tente lembrar.
— Eu não sei o que possa ter te desagradado. Me diga! - Ele se aproximou mais, e quando estendeu a mão até o ombro dela, a fim de deixá-la de frente a si, ela bateu com as costas da mão na dele, a afastando.
— Eu não quero… Falar com você. - Disse com a cabeça um pouco baixo. - Agora, se me der licença. - E virou-se, começando a andar.
— Espera aí! Como assim? - Ele correu até ela, ficando na frente da porta e bloqueando o caminho.
Alguns estudantes, irritados, passaram por ele lhe chocando contra o ombro.
— Quer sair da frente? Ou eu vou fazer como esses aí! - Ameaçou, brava.
— Não! Não saiu! Não antes de me explicar que porra está acontecendo aqui. - Disse decidido.
— Eu não te devo explicações. - Ela cruzou os braços.
— Sam! Você desistiu da faculdade em Nova York para me acompanhar aqui! Como assim não nos falar?
— Você esperava mesmo que eu fosse ficar de boa com aquilo que fez ontem? Se toca Danny!
— E-eu fiz? Mas…
— Eu não sou algo que você pode brincar e que vai ficar por isso mesmo! - O interrompeu rapidamente. - Ou melhor, nem conseguir brincar você vai.
— Sam, eu nunca… - Mas antes que pudesse continuar, foi interrompido por um senhor.
— Bom dia. Os senhores querem ir para a sala de aula, por favor. Já iremos começar. Isso é, se forem de Ciências Biológicas.
— S-somos sim… Desculpe. - Disseram um pouco baixo e sem jeito, entrando na sala logo em seguida.
O local era uma sala descida e com mesas distribuídas em um semicírculo, típico de universidades. Eles desceram um pouco e Danny se sentou pelo meio da sala, enquanto Sam desceu mais, sentando-se entre as primeiras. O garoto ficou encarando-a um pouco irritado e confuso. O que ele fez para ela ontem? Não lembrava de nada. Pelo visto, não conseguiria pensar em mais nada o resto do dia até lembrar-se.
— Bom dia turma, meu nome é Wilson e eu serei o professor de Biologia Molecular de vocês. - A sala foi tomada por aquele silêncio clássico, fazendo o professor suspirar entediado. - Bom, na biologia molecular… - Ele virou-se para o quadro, começando a escrever.

『。。。 』

Zack andava pelos corredores, olhando para as portas e para uma folha de papel em mãos. - 213… 213… - Procurava, olhando para os lados, até que encontrou uma porta. - 213... A? - Ele parou ao olhar a sala. - Não… Tem que ter um B por aqui. - Disse observando ao redor. Todo esse tempo estava no bloco A? Parece que nem adiantou ter feito a excursão pela Universidade. O garoto deu mais uma rápida olhada em volta até que sentiu o braço de alguém cair sobre seus ombros.
— Olá Zack. - Cumprimentou animado. Era Alfeu, que exibia um grande sorriso.
— Ah, oi Alfeu. - Respondeu em pouca importância, olhando a folha e ao redor.
— Não vai me dizer que ainda não encontrou sua sala? Nem com toda essa super orientação que é o número da sala nesse papel, e as placas nas paredes?! - Brincou, com um sorriso irritante.
— Claro que não! São quase dez e meia. Eu tinha que ser muito burro para isso. - Disse ajeitando um pouco atrapalhado o livro embaixo do braço, pois Alfeu começou a andar inesperadamente na direção contrária, o levando junto. - E-eu só… Não estou achando essa sala em particular.
Alfeu olhou rapidamente para a folha, suspirando. - 213 B. Você veio parar literalmente do outro lado do prédio. Por sorte sua, meu professor vai se atrasar um pouco e eu posso te acompanhar! Vamos. - Ele segurou sua mão, o puxando.
Zack abriu a boca para protestar, mas não o fez, tornando a fechá-la. Sabia que não ia adiantar muita coisa tentar rebater comportamentos do Alfeu. Andaram um tempo assim, até que o maior entrelaçou os dedos aos deles.
— Okay. Parou. - Disse o garoto, puxando a mão.
O loiro se voltou para ele, um pouco surpreso.
— Não me inclui nessa, tá bom?
— O-o quê? Zack…
— Não me coloca no meio de vocês dois. - Disse rapidamente, o interrompendo.
— Não, eu não estou “colocando”. Eu…
— Pensa que eu não percebi? Está me usando para fazer ciúmes ao Mikase!
— O quê?! Claro que não! Eu… - Alfeu se mexia nervoso, bufando. - Eu jamais te usaria, Zack…
— Ah! Então é só o Mikase que você gosta de magoar?! - Interrompeu-o, um pouco exaltado.
— Para de me interromper! - Disse um pouco alterado, indo para cima de Zack.
O menor se afastou, assustado, batendo de costas na coluna, perto dos degraus da escada. Algumas pessoas que passavam os olharam de canto, pensando que ia rolar uma briga.
— Pare de se preocupar! Pare de ser tão certinho…! - O loiro apoiou a mão na coluna, suspirando um pouco nervoso. - Pare de achar que o Mikase é a vítima…
Zack, ainda um pouco assustado e com a respiração descompassada, ficou a olhar o amigo. Alfeu havia abaixado a cabeça, e sua respiração lembrava alguém lutando para não chorar. O garoto ficou imaginando o que teria acontecido, mas foi tirado de seus pensamentos pela distância que o outro havia tomado.
— Eu só estou dando o troco… - Disse baixinho, saindo apressado.
— Alfeu! - Se virou para ele, mas o amigo já estava longe. - Dando o troco…? - Repetiu baixinho, pensativo. O que aconteceu afinal? Então suspirou, dando de ombros e começando a andar. Outra hora procurava saber melhor, agora tinha que achar sua sala de aula. Pelo menos o caminho de volta ao pátio ele sabia.
Zack seguiu por mais alguns corredores, até que desceu uma escada, levemente curvada, e quando chegou no pátio, acabou esbarrando em alguém, derrubando os livros que carregava.
— Cuidado! - Reclamou a pessoa, voltando a andar.
— Desculpe. - Ele se abaixou, pegando os livros. - Ah, não precisa me ajudar. - Começou a resmungar, irritado. - “Claro que sim, eu insisto, foi só um acidente não é?”. - Forçou a voz, imitando o outro. - Deveras caro senhor. Muito obrigado! Qual o seu… nome? - Ele hesitou um pouco ao tocando na mão de alguém sem querer, que também ia pegar o último livro do chão.
— Turner. - Sorriu a pessoa. - Meu nome é Edmund Turner. - O rapaz se levantou junto de Zack, o estendendo o livro. Ele era um pouco mais alto, de cabelos ondulados e loiros, e olhos em um verde escuro fascinante. - Prazer, senhor…?
— Zack! M-meu nome... Zack. - Ele pegou o livro um pouco atrapalhado, fechando a cara. Analisou a pessoa a sua frente por um tempo, tentando reconhecê-lo. Do nome já ouviu falar, mas o homem nunca viu.
— Meu Deus! Não sabia que essa Universidade aceitava crianças… Quantos anos têm? Dezesseis? - Perguntou fingindo admiração.
— Vinte e um… - Zack suspirou, revirando os olhos. - E você não deve ter muito mais que isso! Quem sabe até menos!
O homem continuou o olhando com o mesmo sorriso alegre e irritante. O menor não sabia quanto tempo se passou, mas o olhar fixo do outro começou a deixá-lo um pouco incomodado.
— J-já acabou? Tenho que ir para minha aula de filosofia. - Disse tentando impor incômodo, mas estava extremamente vermelho.
— Fofo e destemido. Que doce de pessoa! - Edmund riu, ainda o olhando.
— Pegou meu livro quando caiu como em uma cena de filme clichê. Agora dando em cima de mim. Desculpe, mas não estou interessado.
— Peguei o seu livro porquê “A Ciência da Lógica” de George Wilhelm Friedrich Hegel, é bom demais para se estar no chão. E a julgar pelo seus outros livros, de maioria do George, presumi que era uma pessoa boa de conviver. E eu tenho vinte e cinco, respeito! - Disse sorrindo convencido.
— Nossa! Que grande diferença. - Resmungou, bufando.
— E se não se interessa, por que ainda está aqui?
Zack se surpreendeu um pouco, sentindo o rosto queimar. Ele abaixou levemente a cabeça, confuso, e quando ia passando por ele, Edmund continuou.
— A julgar pela hora e pela sua matéria, também sou seu professor. - O loiro se voltou para ele, a fim de capturar bem a reação do mais novo.
O garoto parou, boquiaberto. Agora lembrou-se do nome. Edmund Turner é o professor que ele tinha em comum com Spud. Mas como alguém tão jovem era professor? Edmund abriu um sorriso maior e mais alegre, e começou a andar.
— Siga-me, estamos atrasados.
Zack ficou sem reação. Apenas concordou com a cabeça e acompanhou o outro pelo prédio. Seguiram em silêncio por um tempo, mas com o loiro sempre a olhá-lo sobre ombro, com um olhar animado. O garoto franziu o cenho, um pouco irritado e desconfortável com aquilo.
— Desculpe se me comporto estranho. - Disse em ar de riso. - É que é a primeira vez que vejo um Lorg Nithean, e ainda sendo meu aluno!
— Oi? Como é que é?! - O menor se aproximou, curioso para saber do que ele o chamou.
Edmund o olhou sério sobre o ombro por um tempo, como se o Zack tivesse dito a pior coisa do mundo. Então continuou o caminho em silêncio.
Não demorou nada para chegarem a 213 B. Quando Edmund entrou na sala, estampou o sorriso de antes e se dirigiu a frente da classe. Zack, por sua vez, deu uma rápida olhada na sala, avistando Spud sentado pelo meio. Infelizmente, a única cadeira vaga por perto era duas vezes atrás dele, o que o obrigava a ter que fazer novos amigos.
Ele suspirou e foi em direção ao assento. Jogou a mochila sobre a mesa de frente e sentou-se, relaxado. Ao seu lado, uma garota ruiva virou o rosto para ele.
— Oi. - Sorriu em cumprimento.
Zack sorriu de volta.
— Eu me chamo Jannie. Qual seu nome?
— Zack. Prazer.
— Igualmente. - Ela riu, se voltando para a frente.
— Espera um pouco. Jannie… Por um acaso não é amiga do CatNinja, é? - Ele se inclinou um pouco para frente, apoiando o braço na mesa e a olhando.
— Sou sim, na verdade, conheci o Randy ontem. Por quê?
— Ah, é que lá na república… O pessoal tirou a maior onda com ele, porque ninguém viu ele chegar. E sabiam que ele estava com uma garota. - Explicou, um pouco vermelho, torcendo para que ela não tivesse ficado chateada.
Jannie começo a rir, tentando fazer isso o mais baixinho possível. - Queria ver essa!
Zack riu também, aliviado. - Não se incomoda?
— Claro que não! Se eu estivesse lá entrava na brincadeira.
Ele balançou a cabeça negativamente, rindo. Até que ela era legal. É quando, de repente, Jannie é acertada por uma bolinha de papel no rosto.
— Hey! - Ela se voltou para frente, onde Edmund os olhava.
— Por favor, Jannie. Oh Jannie. Respeita! - Disse brincando.
— Poh, Ed! Era só falar. - Ela riu, se voltando para frente.
— Professor pra você. - Riu, se voltando para o quadro. - Ed é só pra quem eu gosto. Mas voltando aqui para a aula… - Começou a escrever.
— Vocês parecem já se conhecer. - Sussurrou Zack, olhando para frente.
— Claro, ele é o meu tio.
Zack se voltou para ela, surpreso, arrancando um risinho dela. - Tio?
— É. Meu nome é Jannie Turner. - O olhou, sorrindo de canto.
O garoto continuou a encarando surpreso. “Okay destino. Você é bem engraçado, hein. Mas tá bom de coincidências por hoje.” Pensou, absorvendo a ideia e se voltando para a frente outra vez.

『。。。 』

Jake caminhava no pátio, ao lado de Spud, tentando encontrar algum lugar calmo. Já haviam acabado as aulas, os dois almoçaram na cantina com a Arrow, e depois foram dar uma volta pelo campus. Na verdade, queriam ficar sozinhos para poderem falar com o avô de Jake em paz.
Escolheram então uma árvore, bem mais para o meio da grama, onde iam ficar afastados dos outros. Sentaram encostados a ela e Spud ligou o notebook, fazendo uma chamada de vídeo.
Não demorou muito e o senhor atendeu. - Meninos. O que foi? Nem um dia aí sem minha vigilância e já encontram uma pista?
— Ah… Não é bem por isso que ligamos, senhor Lao. - Spud disse, apreensivo, olhando de canto para Jake. - Aconteceu um probleminha.
— Problema? Que tipo de problema? O que vocês fizeram? - Perguntou já um pouco alterado.
— O problema sou eu, vovô. - Disse Jake, um pouco tenso.
— Como assim?
— Eu fiquei um pouco do lado de fora, conversando com Rosa… - Começou, tentando ao máximo se lembrar dos detalhes. - E após ela desligar, lembro de me sentir um pouco mal e com falta de ar. Depois não me lembro direito o que aconteceu, e acordei na cama.
— Eu saí para falar com ele. Estava demorando demais. - Disse Spud, um tanto determinado. Era inusitado para Jake o ver tão empenhado em alguma coisa assim. Spud sempre foi um tanto desligado. - E encontrei seu celular largado no chão, e mais na frente, as marcas das garras. Quando foi de noite, ele entrou voando pela janela, voltou a forma normal e deitou. Tentei falar com ele, mas estava completamente apagado.
Lao ficou em silêncio por um tempo, olhando para baixo. - Isso é muito estranho…
— O senhor sabe o que aconteceu? - Perguntou Jake, ansioso.
— Claro que sei! Foi o seu lado selvagem de dragão que aflorou para lhe proteger. Só não sei porquê… - O velho ficou a mexer em sua barba, pensativo.
Os garotos se entreolharam confusos.
— Lado selvagem? O que é isso, vô?
— O lado selvagem do dragão, é uma forma primitiva e irracional que nós, dragões, usamos inconscientemente para nos proteger, em estado crítico. - Explicou o senhor. - Desse modo, podemos usar a regeneração e magia do dragão para nos recuperarmos de quaisquer males. Mas para isso, o dragão sempre vai para um local distante e seguro. E ele também tem que ter forças suficientes para que entre nesse estado.
— Mas eu estou bem! Não sofro de nenhum mal.
— Exatamente. Cortando essa possibilidade, o que sobra?
— Magia… - Disse Jake um pouco vago, como se estivesse pensando em tudo e mais um pouco para entender o motivo daquilo.
— Isso! Magia. Você foi atacado por um feitiço ontem.
— Feitiço? Mais de quem?! - Spud olhava de um para o outro, confuso.
Tanto o senhor Lao quando Jake estavam pensando, silenciosos, olhando para um ponto qualquer. Até que o garoto quebrou o silêncio, hesitante.
— O senhor não acha que foi o…
— Besteira! - Cortou rápido e um pouco emburrado. - Ele não sabe que está aí! A anos não sente cheiro de um dragão!
— Mas vovô…!
— Ache o Nomicon, Jake. Logo! Ache o Nomicon e seu portador. O tempo está acabando… - E nisso o sininho de sua loja toca, chamando sua atenção. - Boa tarde, posso ajudá-lo? - Disse ao freguês, desligando a ligação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Que nervoso com essa fic, gosto muito dela sz



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Nights" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.