The Nights escrita por Bárbara Szabo


Capítulo 5
Prophecy


Notas iniciais do capítulo

Poooois é kkk minha nossa, que vergonha
Demorei pacas né, mas calmaaan, tem bastante cap pronto pra postar, e eu vou soltando aos poucos, me perdoem os que ainda leem ;3; sz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/722645/chapter/5

— Eu nunca mais… - Danny respirou fundo, segurando a vontade de vomitar. - Nunca mais vou beber. - Mas não conseguiu segurar por muito tempo, abaixando a cabeça no vaso, qual estava com as mãos em suas bordas, e vomitando.
— Sei como é… - Zack olhava para o outro lado, dando tapinhas nas costas dele.
Eles estavam no banheiro, Danny sentado ao chão e Zack ao lado dele, agachado. Após algum tempinho, ele ajudou o garoto a se levantar, o levando para a pia. Fentom lavava o rosto com uma careta, então deu graças à Deus que já havia levado sua escova para o banheiro, começando a escovar os dentes. Aquele gosto de vômito era horrível.
— Eu te levo para o seu quarto. - Zack apoiou o maior em si quando ele terminou, saindo do banheiro com ele.
— Minha cabeça está a mil… - Danny estava tombando um pouco, com uma mão na cabeça.
— Calma, já estamos chegando no… - Ele hesitou um pouco, vendo que a porta do quarto do Danny, qual ele dividia com Mikase, estava com uma meia no trinco. - Meu quarto.
— Seu? - Perguntou um pouco confuso.
— O seu está um pouco ocupado, então é o que temos pra hoje. - Disse entrando no quarto e o deitando na cama que era de Alfeu. - Vou pegar um remédio para sua dor de cabeça. E é melhor que trate de dormir. - Alertou, saindo do quarto.
E no corredor, encontrou Spud saindo do quarto dele, sorrindo involuntariamente.
— Oi!
— E aí Zack! Você viu o Jake? - Perguntou, coçando a nuca.
— Ele não tinha ficado lá fora?
— É…
Eles tinham sido surpreendidos por alguns sons estranhos de gemidos, vindo do quarto ao lado.
— Aquilo é uma meia…?
— Por que você não vai dá uma olhada lá fora? - Zack o interrompeu rapidamente, vermelho.
— Está certo, eu vou. Ele está demorando.
— Okay. E eu vou pegar remédio pro Danny. - Sorriu gentilmente para o outro, enquanto ele dava um sinal de cabeça, descendo as escadas. Então Zack suspirou, balançando a cabeça e se virando para o outro lado. - Não pense nisso Zack, você vai quebrar a cara… - Disse em repreensão a si mesmo, indo até o banheiro.
E ao passar pela porta do quarto, ele a olhou brevemente, balançando negativamente a cabeça.

『。。。』

Spud desceu as escadas apressado, atravessando a sala. Por que será que ele estava demorando tanto? E porque será que ele estava com aquele pressentimento ruim?
— Jake? - Spud saiu para o terraço, olhando em volta, mas nem sinal do amigo. - Jake...? - Ele foi para perto dos degraus, encontrando o celular dele no chão.
O garoto estranhou, descendo e pegando o aparelho, vendo logo mais a frente marcas de garras na grama.
— Que estranho… - Ele olhou em volta, tentando encontrar mais alguma coisa, mas não viu nada. - Onde será que ele foi?
Quando abriu o celular, viu a última ligação. Rosa. Então tentou retornar para ela, mas não estava atendendo.
— Hm… Em todo caso. - Ele tirou uma foto das marcas, então passou o pé sobre a terra, a espalhando e desmanchando o rastro. - Melhor deixar a janela aberta hoje.

『。。。』

Mais tarde naquela noite, a janela de um dos quartos da Arrow foi aberta cuidadosamente. Randy entrava em seu quarto em total silêncio, sendo quase onze da noite. Fechou a janela com calma e quando se voltou para a cama, alguém o chamou.
— Randy? - Perguntou Howard, sonolento. - Onde você estava, cara?
— Oi Howard! - Respondeu animado, se voltando para ele. - Eu estava na república Purple, de garotas.
— Até essa hora? Hum… - Perguntou em tom malicioso.
— Não foi isso! - Respondeu extremamente vermelho. - E-eu só fiz uma amiga. - Então suspirou, sorridente. - Ela é tão legal e maluquinha. E linda também! Ficamos juntos a tarde inteira. Ela já morou em todos os estados norte americanos e é a filha mais velha de cinco. E...
— Tá, tá, tá! Agora me deixa dormir - O ruivo o interrompeu, virando as costas para ele e puxando o cobertor até o pescoço.
Randy riu fracamente e saiu do quarto, indo tomar um banho, qual não foi muito demorado. Foi fácil tirar a tinta do rosto, já que a fantasia do Catninja o protegeu, mas o cheiro de ovo pareceu impregnar nele, não importa o quanto esfregasse, ele não queria sair.
Ao chegar no quarto, se vestiu e foi para a cama. O dia tinha sido cansativo e divertido, sem contar a vergonha que passou vestido de gato, da zoação e dos vários “own”s, e das fotos. Ele se deitou, respirando fundo, e ao fechar os olhos só lhe veio Jannie na mente. O jeito surpreso como ela o olhou quando se esbarraram o tinha encantado. Como queria falar sobre isso com alguém…
Ele olhou Howard, que ainda estava deitado, e pegou a mochila no chão, a procura do Nomicon. Mesmo sem respondê-lo, Randy costumava desabafar com o livro. Mas ao abri-la, encontrou o Nomicon brilhando.
Seu coração foi aos pés. Finalmente, depois de três meses, ele o havia dado um sinal de que ainda era o ninja… Mas por quanto tempo?
Randy olhava o livro temendo a lição final. Então era assim? Ele esperaria até o último segundo para lhe tirar tudo? Extremamente ansioso, o arroxeado respirou fundo, abrindo-o de uma vez e caindo para o lado na cama, apagado.
No Nomicon, tudo estava escuro, e Randy não caía, como de costume, e sim flutuava no vazio.
— Nomicon! O que aconteceu com você? - Perguntou, num misto de alegria, confusão e nervosismo.
De repente, sentiu como se o mundo tivesse se inclinando, então a gravidade o puxou e ele começou a rolar sobre uma ladeira um tanto íngreme e macia. Quando chegou ao chão, caindo deitado, olhou para cima, encontrando o olhar gelado do Tengu. Havia rolado por suas penas negras.
Randy se assustou, se arrastando um pouco para trás, ainda de frente a criatura. Ela por sua vez, encarou o garoto por alguns segundos, então abriu as asas, inclinado o bico para o alto e soltando um guincho estridente. Se voltou para ele mais uma vez e mergulhou, inclinando as asas para trás.
Quanto mais se aproximava, mais se esvaia em névoa, e quando estava perto dele, tinha se tornado uma garota, sem cor, de cabelos esvoaçantes e olhos totalmente negros. Ainda assim mergulhava a ele, em uma leveza, como se flutuasse. Ao finalmente alcançá-lo, diminuiu a velocidade, se abraçando ao pescoço de Randy, e se encostando a ele, terminando de desaparecer completamente. A rala névoa que ficou, e que desaparecia aos poucos, era tênue e acalentadora, e fazia o garoto sentir um calor no coração.
Quando voltou a si, estava com uma lágrima escorrendo no canto de seu olho esquerdo. E ao piscar algumas vezes, percebeu o céu noturno acima dele, completamente estrelado. Aos poucos, uma enorme lua avançava no céu, e ao ficar bem sobre ele, algo começou a ser escrito em sua superfície.
“A cada duzentos anos, quando a lua é escondida completamente sobre a sombra da terra, o lado selvagem do Tengu fica mais forte. Ele atrai para si o descendente mais próximo do pó das estrelas, que é considerado um receptáculo puro, para que, quando a lua desaparecer, ele o liberte, quer queira quer não.”
Então a lua desapareceu em sombras, levando consigo todas as estrelas do local. Randy, com o coração acelerado, levantou-se na escuridão, então o céu foi se iluminando aos poucos com um tom alaranjado.
Ele olhou em volta, percebendo agora que estava em uma esfera alaranjada, semelhante a pedra que prendia o Tengu. E então letras douradas começaram a surgir no chão diante dele. “No começo do crepúsculo do dia escolhido, o receptáculo entrara em transe. Sem escolha, fará de tudo para libertar o Tengu.”
E então o som de algo rachando irrompeu a esfera, e ela se partiu.
— Aaaah! - Randy gritou, despencando. Mas teve a queda interrompida pelo desenho dourado de um grande dragão serpente, que o levou adiante, sobre as montanhas rotineiras do Nomicon. A sua frente, algo que não esperava. Em pé sobre o dragão, com a katana desembainhada, havia um guerreiro, com uma armadura samurai totalmente branca.
E mais uma mensagem, se formando no ar dessa vez. “Dois seres estão entrelaçados ao seu caminho. Salve o dragão, e faça o samurai branco se aliar a você. ”
O homem avançou com a katana, fazendo Randy se desequilibrar e cair do dragão. Ele gritou mais uma vez, sentindo o agoniante frio na barriga enquanto caía.
— Então me diga onde estão? - Pediu avidamente enquanto caía. - Quem é o receptáculo? Quando a lua vai desaparecer?!
Mas não houve respostas, e ele caiu em um lago, descendo rapidamente para o fundo. Quanto mais afundava, mais escuro ficava. Ele tentou mexer os braços para subir, mas não conseguia se mover, sentindo urgência de ar.
— Agora descanse... - Disse uma voz vinda do nada. - O destino de todos está em suas mãos uma última vez, ninja.
Randy sentou na cama de uma vez, respirando fundo. Ele olhou para os lados, o coração acelerado, notando que já tinha amanhecido. Então, reparou em algo estranho. De quem era aquela voz?
— Será que é sua Nomi? - Ele olhou para o colo, mas o livro não estava lá. - O quê?! - Perguntou surpreso, olhando para os lados e embaixo da cama, mas não o encontrou.
Nesse momento, a porta do quarto foi aberta e Howard entrou. Ele comia uma torrada, enquanto ia em direção de sua cama.
— Howard, viu o…?
— Você é louco, Cunningham? - Interrompeu o amigo, arrumando a mochila que estava sobre a cama.
— O quê?
— Você dormiu com o Nomicon no colo! Está querendo que descubram tudo? - Ele havia se voltado para o outro, olhando-o com feição séria. - Eu acordei no meio da noite para beber um pouco de água e vi você, todo desmantelado aí! Então guardei o livro e te ajeitei. De nada! - Disse em sarcasmo, sentando na cama e fechando a mochila.
— Ah… Foi? - Randy passou a mão na nuca, um pouco sem graça. Tinha percebido agora que estava numa posição confortável e coberto. - Obrigado. - Então se levantou, um pouco pensativo. - Ele falou comigo ontem…
Howard o olhou, esperando que contasse o que aconteceu, mas este continuou parado fitando o chão.
“O destino de todos está em suas mãos uma última vez, ninja…” Essas palavras ecoavam em sua memória, o deixando sem saber se ficava feliz pela missão, ou triste por ser a última.
— O que está para acontecer… É um pouco sério.
— Então fala logo! - Pediu o ruivo, já ansioso.
— O Tengu vai se libertar. - Olhou para o amigo, que havia ficado tenso.
— O-o Tengu…? - Howard parecia suar frio, e havia ficado com uma feição nervosa e enfezada. Já havia tido uma experiência com aquela criatura, e não gostaria de repeti-la. - Quando?
Randy deu de ombros, um pouco cabisbaixo. - Vou pensar melhor a respeito... - Ele pegou a mochila sobre a cama, saindo do quarto.
Howard o acompanhou com o olhar, franzindo o cenho. - O que deu nele?

『。。。』

Danny acordou por uma luz em seu rosto, o cegando por um tempo. Foi Zack que havia aberto a janela.
— Bom dia! - Disse em uma felicidade irônica.
O outro soltou um pequeno rosnado, puxando o cobertor para a cabeça e dando as costas ao garoto.
— Nossa! Que educação com quem cuidou de você. - Cruzou os braços, com um sorriso divertido nos lábios. Sabia que Danny ainda se sentia estranho por ter ficado bêbado pela primeira vez.
— Só me deixa dormir mais… - Disse baixinho em um apelo.
— Desculpe Danny, mas se não levantar agora, vai se atrasar. - Zack se pôs a puxar o lençol do moreno, e o balançando também.
— Ahr! Tá bom! Acordei! - Danny se sentou, levemente irritado, colocando as mãos na cabeça. - Agora perdi o sono…
— Ótimo. Pelo menos agora vai desocupar a minha cama. - Disse alguém da porta. Era Alfeu que tinha acabado de chegar. Ele estava com as roupas amarrotadas e desajeitadas, de quem as vestiu com pressa, e os cabelos um pouco bagunçados. - Que zona é essa no meu quarto? - O sarcasmo bem acentuado com o sorriso.
— Para início de conversa, se recomponha, homem. - Zack deu um tapa com as costas da mão no peito do outro, com feição irritada.
— Isso te deixa distraído? - Alfeu provocou, arrumando a camisa.
O outro mostrou-lhe o dedo do meio, arrancando um risinho divertido do loiro, saindo do quarto.
— Desculpe pela cama. - Danny levantou-se de uma vez, falhando drasticamente ao tentar arrumar rápido o foro. Era tudo o que precisava, desagradar um veterano. - Na verdade, nem me lembro direito como vim parar aqui.
Alfeu o encarou sério por um tempo, com os olhos estreitos. - Você e Zack estão tendo alguma coisa?
— Ahn…? O quê?! - Ele sentiu o rosto queimar, ficando extremamente confuso com aquilo. - Não, cara!
— Então você tem namorada?
Danny abriu a boca para falar, mas hesitou. Lembrou-se agora de Sam. Ela também estava na universidade, mas ele não lembra de ter falado com ela ontem. - N-não tenho… Ainda.
Alfeu sorriu maliciosamente. - Então vai atrás da sua Julieta e dá o fora do meu quarto.
— A-ah, tá legal! - Danny saiu apressado, indo até seu quarto. Ele havia pego o celular e aberto a conversa de Sam. “Bom dia” Escreveu, se apoiando na parede ao lado da porta de seu quarto.
Alguns segundos depois, ela respondeu. “Oi Danny.”
“Tudo bem?”
“Na mesma.”
“Legal… Como tá aí na Purple?”
“Tá tudo na boa.”
“Você tá bem mesmo? Parece meio estranha” E sua mensagem foi recebida, visualizada e ignorada com sucesso. “Sam?” Mandou após algum tempo. Sem resposta.
Danny franziu o cenho, sem entender o que a tinha deixado daquele jeito. Então guardou o celular no bolso, entrando no quarto.
— Eu disse para você ir embora Al… - Mikase se interrompeu ao ver Danny entrando. O índio estava segurando um grande livro de anatomia em postura de ataque. - A-ah… Oi Danny! - Ele jogou o livro sobre a cama, um pouco embaraçado. - E-eu…
O garoto olhou o outro de cima a baixo, ele estava na mesma aparência que Alfeu, todo desarrumado, e não foi preciso muito para Danny ligar os fatos. - Não precisa explicar! - Ele riu sem graça, indo até o guarda-roupa. - Tudo bem. - Pegou algumas peças apressado e um pouco envergonhado.
— Sério? Não é um problema para você?
— Claro que não! Que besteira Mikase.
— Que bom… - O moreno suspirou um pouco aliviado. - Obrigado.
Danny sorriu, e ao passar pelo outro, bateram as mãos acima da cabeça.
— Vou tomar banho. Cheguei tão mal da festa que dormi como estava.
— Só não demore, ou vai perder a primeira aula.
O garoto concordou com a cabeça, saindo do quarto. - Pode deixar.

『。。。』

Jake se revirou na cama, acordando. Ele se espreguiçou e sentou devagar, bocejando. Olhou em volta e viu Spud sentado em sua cama, o olhando um pouco sério. - Zao an!
O outro balançou a cabeça. - Não me vem com chinês, fala onde foi ontem.
— Onde fui ontem? Como assim? - Ele se levantou, confuso.
— Você voltou tarde da noite, entrou pela janela como dragão e deitou. Olhe para você, ainda está sujo!
Jake foi até o espelho, se olhando, a situação não estava bonita. - Ma-mas eu…
— Eu fui te procurar lá fora. Seu celular estava largado no chão e havia marcas de garras na grama. - Disse Spud, mexendo no celular do amigo a procura da foto, o mostrando em seguida. - Onde você foi?
— E-eu não sei! Não lembro de nada! - Disse dando alguns socos na cabeça, andando de um lado para outro. - A única coisa que me lembro é de conversar com a Rosa. - Ele olhou o amigo sorrindo. - Ela vai voltar pra Nova York!
— Isso é muito bom, mas não nos convém agora.
Jake assentiu com a cabeça, franzindo o cenho. Mesmo se esforçando, não conseguia lembrar o que aconteceu.
— Olha, já está tarde. Acho melhor você ver se o banheiro está desocupado, ou vai se atrasar.
— Ahn! É mesmo! - Ele correu até o armário, pegando a primeira roupa que viu, e saindo do quarto. - Obrigado Spud!
O maior suspirou, passando as mãos no cabelo. - Tenho que avisar o senhor Lao. - E colocou a touca na cabeça, indo arrumar a mochila.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora uma surpresa ewe



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Nights" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.