Surprise, Dad! escrita por Gessika Granger


Capítulo 5
Scorpius




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Ela foi devagarzinho para o lado da mulher.

— Já cheguei, mamãe.

A mulher que estava absorta no celular olhou imediatamente para a menina e lhe abraçou. Fiquei estático, não podia ser ela, fazia muito tempo que tinha saído do país.

— Sophie Alya Weasley, nunca mais faça isso. Tem ideia de como ficamos preocupados? Principalmente o Hugo, como foi que você saiu de perto dele?

— Me desculpe, mamãe! Mas eu não quebrei totalmente as regras, eu pedi para o tio Hugo e ele disse que podia.

— Como assim? O que exatamente você pediu para o Hugo?

— Eu pedi pra ele se podia ir ver o papai e ele disse que sim.

— O que ele estava fazendo?

— Ele estava falando com uma mulher que ele encontrou na rua.

— Eu vou matar o Hugo. — Ela disse brava. — Vá escolher um sorvete, querida, enquanto eu falo com "ele".

Sophie assentiu e correu para escolher um sorvete. Sai do meu transe e me aproximei hesitante.

— Rose?

— Oi, Scorpius. — Ela disse com um sorriso tímido. Meu coração começou a acelerar, exatamente como acontecia quando a via.

Me sentei ao seu lado com as pernas bambas, não acredito que ela voltou e tem uma filha.

— O... O que... o que você está fazendo aqui? O Al havia dito que você foi morar na Bélgica. — Perguntei no que não deve ter passado de um sussurro.

— Eu vim a trabalho na verdade, mas como terei que ficar aqui por um tempo e minha filha está de férias a trouxe comigo para passar um tempo com a família

 — Sua filha? — A questionei e observei que ela desviou o olhar para a menina com uma expressão um tanto estranha confirmando minha pergunta. — O que ela me disse é verdade? — Perguntei de repente.

Rose que observava a filha escolhendo o sorvete, neste momento desviou o olhar.

— Depende o que ela te disse.

— Você sabe, sobre eu ser.... ser o.... o pai dela? — Perguntei temendo a resposta.

Rose Weasley respirou fundo e percebi que havia medo e insegurança em seu olhar.

— Olhe bem para ela. Você realmente quer que eu responda? — Ela perguntou, após alguns segundos, arqueando uma sobrancelha enquanto olhava novamente para a filha.

Olhei novamente para a menina e ela era realmente parecida comigo, tinha os cabelos loiros no mesmo tom que o meu e o rosto fino, porém seus olhos eram azuis como os de Rose e tinha seu jeito de falar. Realmente não havia como negar, aquela menina era realmente minha filha, ou melhor nossa filha.

Apoiei minha cabeça entre as mãos e suspirei um pouco zangado e assustado. Passei as mãos nervosamente pelos cabelos tentando organizar meus pensamentos.

— Por que você não me contou? — Disse entredentes.

— Eu tentei contar... — Ela começou a dizer, mas foi interrompida pelo som de um celular tocando, percebi rapidamente que se tratava do meu.

— Me desculpe, preciso atender.

Ela assentiu e atendi o telefone.

Sr. Malfoy, será que você pode vir aqui? O Órion caiu e bateu a testa no chão, estou levando ele no hospital. — A babá de Órion disse assim que atendi.

— Como assim você o deixou cair?! O que aconteceu com ele?

— Foi sem querer Sr. Malfoy. Estava ocupada organizando seus brinquedos e ele começou a correr, pedi pra ele parar, mas como não parou voltei minha atenção na organização, depois ele começou a chorar e o vi no chão com a testa suja de sangue. — Ela disse nervosa.

— Já estou indo, depois conversamos.

Desliguei o telefone preocupado.

— Rose, será que podemos conversar depois? Preciso buscar meu filho, parece que a babá que fica na folga da babá oficial o deixou cair no chão.

— Tudo bem.

— Rose, nós precisamos conversar, onde posso encontrar com você?

— Estou na casa dos meus pais. Bom, já que a Sophie abriu a boca, precisamos realmente ter uma longa conversa.

— Eu apareço lá mais tarde. — Tchau.

— Tchau, Rose.

Fui rapidamente ao hospital em que recomendava as babás levarem Órion se ocorresse algo, não demorou para que o encontrasse. Meu filho precisou fazer alguns pontou na testa e precisou também exames para ter certeza de que não foi grave o machucado.

Assim que ele estava melhor fui até a babá e a demiti, não poderia deixar meu filho com uma pessoa que era paga apenas para cuidar dele e que não havia cuidado.

Como ele havia batido a cabeça, o médico o deixou algumas horas em observação. Enquanto conversava com Órion, me lembrei que agora ele não era o único serzinho que era uma parte minha. Devia ter percebido desde o começo que ela estava dizendo a verdade, agora parando realmente para pensar ela era muito parecida com o Órion, ou seria o Órion muito parecido com ela? A não ser pelos seus cachos como eram os da Rose quando estávamos na escola e seu jeitinho que também me lembravam da garota que tanto amará, e agora a revendo acredito que este sentimento não desapareceu.

Assim que o médico liberou Órion, fomos direto para a casa da Rose. Quando paramos em frente à casa Órion perguntou:

— Onde estamos indo papai?

— Na casa de uma amiga minha. — Disse apenas, pois ele demoraria a entender, assim como eu sobre a existência de uma irmã.

Ele assentiu enquanto o tirava de sua cadeirinha e o pegava no colo. Toquei a campainha e demorou alguns segundos para a porta se abrir, a Sra. Weasley me olhou estranhando.

— Olá Sra. Weasley.

— Oi Malfoy, como vai?

— Bem e a senhora?

— Também, principalmente agora que a Rose e a Sophie vão ficar um tempo aqui em casa. Entra. — Ela me convidou eu entrei e a segui para a sala.

— Vim aqui para conversar com a Rose.

— Ah, ela já vai aparecer, está no telefone.

— Tudo bem, eu espero.

— Este aí é seu filho?

— Sim, este aqui é o Órion.

— Oi, Órion, o que você fez na testa? — Ela perguntou.

Ele apenas escondeu o rosto em meu pescoço, com vergonha.

— Desculpe, ele está um pouco envergonhado, daqui a pouco já passa. — Eu disse com um sorriso. — O Órion caiu hoje.

— Fui no médico. — Ele disse com o rosto escondido.

— É e ele era legal?

— Sim.

— Mamãe, quem é que chegou? — Rose perguntou enquanto entrava no cômodo, assim que me avistou ela me olhou surpresa. — Ah, oi. Você realmente veio. Então você que é o Órion? — Ela perguntou enquanto se aproximava e se sentava na outra ponta do sofá.

— Sim. — Ele respondeu envergonhado.

— Como ele está? — Rose me perguntou.

— Precisou levar alguns pontos e fazer alguns exames, mas não foi nada muito grave. — Respondi.

— Que bom.  — Ela disse com um sorriso sincero.

Ficamos por alguns segundos em silêncio.

— Bom, eu disse que viria para conversarmos sobre a Sophie. — Eu disse.

— Ah, sim.

— VOVÓ, VOCÊ VIU O LIVRO QUE EU GANHEI DO TIO AL? — Gritou Sophie enquanto descia a escada.

Mas assim que me viu ela corou e foi devagar para o colo de Rose.

— Acho que você deixou ele no escritório, já olhou lá? — Disse a Sra. Weasley.

Sophie não respondeu, somente se escondeu no colo da mãe.

— Por que está assim, Sophie? Você nunca fica envergonhada. — Rose perguntou estranhando.

— Não foi nada mamãe.

— Sei, mas não adianta ficar assim agora, ele está aqui por causa do que você resolveu aprontar hoje. — Rose disse olhando séria para ela.

Sophie não disse nada, apenas escondeu o rosto no pescoço da mãe. Rose me olhou e deve ter pensado o mesmo que eu, as crianças não deveriam participar desta conversa.

— Mamãe, acho que esses dois aqui gostariam de comer um pedaço daquele bolo que você fez hoje. — Ela disse para a Sra. Weasley.

— Ah! Sim, Sophie e Órion que tal irmos na cozinha comer um bolo de chocolate? — Disse a Sra. Weasley compreendendo o que a filha queria.

Órion se escondeu novamente.

— Olha Órion minha mãe faz um bolo muito gostoso, não é verdade Sophie? E este aqui a Sophie ajudou a fazer. — Rose disse com carinho, para convencê-lo.

— É verdade o bolo da vovó é muito bom. — Sophie disse se levantando.

Órion me olhou como se pedisse permissão.

— Pode ir comer o bolo, filho. — Eu disse com um pequeno sorriso.

Ele levantou do meu colo e Sophie segurou sua mão o levando para a cozinha.

— Vamos voltar para onde paramos. Por que você não me contou?

— Na verdade foi sua culpa.

— Como assim minha culpa?

— Depois que terminamos eu estava muito chateada com tudo o que aconteceu naquele dia. Queria apenas sumir por um tempo, como andava meio distraída com tudo demorei um pouco para descobrir a gravidez e fiquei com um pouco de medo, mas depois acabei decidindo que era melhor te contar, afinal você era o pai. Eu tentei te avisar, fui a sua casa, mas você não estava então... — Mas ela foi interrompida pela campainha. — Me desculpe. — Ela disse, enquanto se levantava e ia em direção ao Hall de entrada.

— Oi, John, que bom que você veio.  — Escutei ela dizer e logo vi o melhor amigo de escola de Rose: John Waters.

— Oi Rose. Por que não me pediram para ir buscá-las no aeroporto? — Ele perguntou.

— Antes eu tivesse feito. "Ele" está aqui. — Ela disse simplesmente.

— Como assim "ele" está aqui?

— É uma longa história, mas foi a Sophie que aprontou.

— Ele já sabe?

— Sim. Vem vamos para a sala.

Sophie e Órion espiaram pela porta da cozinha para ver quem era e assim que John ficou a vista Sophie gritou:

— Tio John! — Enquanto corria e se jogava em seus braços.

— Oi, minha princesa.

— Você veio me ver. — Ela disse sorrindo enquanto ele a ajeitava no colo.

— Você realmente acha que minha menininha iria vir para Londres e eu não viria vê-la?

Ela apenas sorriu.

— Tio, o papai está aqui. — Ela disse um pouco alto.

— Fiquei sabendo e quero que me conte o que aconteceu.

— Eu fiz bolo de chocolate com a vovó, você quer experimentar? — Ela disse mudando de assunto.

— Não adianta mudar de assunto mocinha, mas eu vou querer sim. Um bolo feito por essa princesinha aqui. — Ele disse fazendo cocegas nela.

Isso me deu uma pontada de ciúmes, pois minha filha tinha mais cumplicidades com o idiota do Walters do que comigo, mas deixei isso de lado.

— Acho melhor irmos conversar no escritório. — Disse Rose para mim.

— Tudo bem. — Respondi apenas.

— Malfoy. — Disse John com minha filha no colo.

— Waters.

— John, preciso conversar com ele agora, depois nos falamos. A proposito você precisa mesmo ter uma conversinha com a Sophie.

— Por quê?

— Pergunte a ela o que fez hoje à tarde. — Ela disse antes de entrar no escritório.


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