Avante Invocadora! escrita por Himle


Capítulo 11
A hospedaria para senhoritas e o Bolinho.


Notas iniciais do capítulo

Outro capitulo fofo pq eu sou dessas. Finalmente chegamos em Piltover. Parece que não chegaria nunca T.T Bom, leiam as notas finais ♥



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Foi só Sara colocar o pé para fora do navio que Graves a mandou ir para a hospedaria onde ela iria ficar e não sair de lá até que ele ou Twisted Fate aparecessem para busca-la. Ela nem teve tempo de se despedir apropriadamente ou de fazer perguntas antes que ele sumisse no meio da multidão do porto. A contragosto, Sara iria ficar em uma hospedaria para senhoritas. Ela queria ficar perto do pai, mesmo que isso significasse dormir em uma taverna barata por alguns dias. Mesmo sabendo disso ele não quis ouvir. Fazer o que? Ele era um cabeça dura. Se ele colocasse algo na cabeça, dificilmente tirava.

Sara se viu obrigada a andar sozinha por aquele enorme porto a fim de encontrar a hospedaria em que ficaria. Ela tinha um papel com o nome e o endereço do lugar, mas ainda era difícil encontrar algo em um lugar desconhecido. O porto de Piltover era enorme, se estendendo pela costa até onde os olhos alcançavam. Haviam navios de todas as formas e tipos, incluindo navios a vapor, encouraçados de guerra e um aeroporto para dirigíveis. De acordo com o tamanho das docas, diferentes eram as formas com que os navios eram carregados e descarregados. Onde a caravela mercante onde Sara havia chegado estava, pessoas carregavam tudo com ajuda de roldanas e plataformas hidráulicas, quando tinham ajuda. Onde estavam os navios maiores, eram usados guindastes e tratores exatamente como nos portos da Terra. Aquele lugar era milhares de vezes mais interessante e mais movimentado que o porto medieval pelo qual Sara havia ficado fascinada.

Depois de quase uma hora de caminhada, a garota se viu na área onde os navios de passageiros estavam atracados. Haviam ruazinhas repletas de restaurantes, lojas e cafés. Não havia mais sinal da movimentação de marinheiros ou de carga, e a gritaria do trabalho e pressa das docas deu lugar a conversas amigáveis e risadas ocasionais. Aquele lugar era bem mais acolhedor e agradável do que as docas de carga, mas definitivamente mais chato. Mesmo que as pessoas falassem línguas diferentes e usassem roupas comuns a lugares diferentes, não havia nada além disso. Era quase como se as pessoas ali tivessem fechadas aos próprios mundinhos e a única coisa disponível para conhecer era a Piltover que os turistas procuravam. Definitivamente não era o que Sara queria. Ela queria sim ver a cidade, as lojas, a Faculdade de Tecnomancia e as pessoas dali, mas queria bem mais descobrir como era o relacionamento da cidade com resto do mundo.

Como todas as ruas daquele lugar eram muito bem sinalizadas, logo Sara encontrou a hospedaria. O lugar era um prédio de pedra polida e cobre que subia quase 4 andares. Havia uma vitrine de vidro pintado com o nome do lugar, que dava a visão do que parecia ser um restaurante dentro da hospedaria. Todas as cadeiras eram de cobre, sendo acolchoadas com o que parecia ser veludo branco. Sobre as pequenas mesas redondas, também de cobre, havia uma toalha branca de renda e taças de cristal colorido lindamente organizados. Aquele definitivamente era o lugar mais bem iluminado e limpo que ela já havia visto em Runeterra. Mesmo assim, alguma coisa nela ainda preferia uma taverna barata, onde ela poderia dormir há alguns metros do pai e o barulho das pessoas bebendo, cantando ou mesmo brigando, preenchia o ar.

Depois de criar coragem, Sara entrou na hospedaria. Ela se viu em uma pequena sala de entrada com um tapete vermelho e um enorme espelho. As roupas dela estavam sujas, desgastadas e os cabelos despenteados. Rapidamente ela passou as mãos pelos seus cabelos castanhos, tentando dar uma ajeitada, mas não funcionou muito. É difícil deixar o cabelo apresentável com ele sujo daquele jeito. O banho dela abordo do navio se resumia a passar um pano húmido no corpo uma vez por dia. Não havia muita agua disponível, então era o melhor que ela conseguia fazer. Tomar um bom banho e comer alguma coisa descente era o que ela mais queria fazer quando colocasse os pés em terra firme.

— Está perdida? – A mulher que estava na recepção perguntou.

Sara se aproximou do balcão de madeira clara, que ficava ao lado de uma porta dupla. Com toda certeza aquela era a entrada para a hospedaria.

— Na verdade eu quero um quarto. – Sara informou.

A mulher olhou para ela dos pés a cabeça e riu debochadamente. Bom, a garota já esperava essa reação. Ela não estava nem um pouco apresentável.

— Também quero um banho quente. – Ela continuou.

— Mais alguma coisa, senhorita? – A mulher perguntou, ainda em deboche.

— Tiras de carne seca, pão temperado com alho, queijo fresco e suco de maçã.

— O quarto no 3º andar está disponível e tem uma linda vista para o mar. – A mulher informou ironicamente.

Gostando da ideia, Sara pegou da cintura a bolsinha com o dinheiro. Ela pegou a moeda de ouro que Graves havia dado a ela para pagar a hospedaria e a colocou sobre o balcão. Aquela era a única moeda que Sara não sabia o valor de cambio, então achou que seria o suficiente. Graves era bem mais experiente em comercio do que ela. Se aquela mulher pedisse mais provavelmente estaria tentando dar algum golpe em Sara.

— Um craquem de ouro? – A mulher perguntou espantada.

Sara pegou a moeda nas mãos de novo e deu nela uma boa olhada. Como é que a serpente marinha cravada na moeda havia passado despercebida? Aquele era o emblema de Aguas de Sentina e logo atrás da moeda havia o símbolo da Mãe-Barbada. É, aquilo era dinheiro de pirata. Graves definitivamente não tinha nada na cabeça. Que lugar comum iria aceitar uma moeda daquelas? Seria sorte Sara não ser expulsa da hospedaria.

— Desculpe. – Ela se apressou em dizer. – Eu devo ter outras moedas por aqui.

Ela voltou a moeda para a bolsinha e procurou lá dentro entre todas as moedas de prata e bronze até encontrar uma moeda de ouro noxiana. O sorriso de chacota da mulher havia sumido e ela aceitou a moeda calada. Talvez Graves tivesse algo na cabeça no final das contas.

— Quanto tempo a senhorita deseja ficar?

— Alguns dias. – Sara respondeu.

A mulher se pois a escrever no grande caderno que tinha em sua frente. Poucos segundos depois ela entregou uma chave a Sara e um folheto explicando tudo que a hospedaria oferecia. A garota agradeceu e passou pelas portas. Haviam algumas outras garotas na sala de estar da hospedaria e cada uma delas julgou Sara com o olhar. Todas elas pareciam patricinhas, filhas de gente rica que se sentia ultrajada por uma garota vestida como Sara estar no mesmo lugar que elas. Só para irrita-las, Sara resolveu ficar um pouquinho na sala de estar e se sentou em uma poltrona confortável para ler o folheto.

A hospedaria oferecia servas pessoas, passeios pelo mercado do porto, uma biblioteca, modista, cabeleireira, eventos sociais entre as hospedes e cozinha 24h. Mas o que mais interessou Sara foi que além de tudo, haviam cachorrinhos de companhia. Ela vibrou de alegria ao ler essa parte e mais do que rápido voltou para a recepção para solicitar o seu. Depois de ser levada até o confortável canil, Sara pegou o primeiro cachorrinho que viu e o abraçou com carinho. Era um bichinho de pelo longo, arrepiado e branco, com um palmo de altura, focinho rosado e grandes olhinhos pretos. O nome dele era Bolinho e ele era tão bom de abraçar que mais parecia uma pelúcia. Ele parecia um pompom branco de tão fofinho.

Com seu cachorrinho no colo, Sara subiu para o quarto. Para a surpresa dela havia uma banheira de metal esmaltado já cheia de agua quente e a comida dela já estava servida em uma pequena mesinha ai perto. O quarto era todo de madeira clara e tudo que não era de madeira era de renda branca, com exceção da roupa de cama que parecia ser de algodão. Havia uma lareira no canto do quarto e uma grande janela de onde era possível ver o mar e que também dava para o telhado do prédio vizinho. Aquele lugar era bonito, mas o melhor dele ainda era o cachorrinho fofinho.

Sara deixou o bichinho brincando em cima da cama para poder tomar o seu merecido banho. Ela se esfregou com força, incluindo os cabeços, e só saiu da banheira quando a agua já estava fria. Comer também havia sido ótimo, ainda mais que quem quer que tivesse feito aquilo era um verdadeiro artista da culinária. O único problema era que ela sentia falta do pai. Mesmo estando confortável, limpa e de barriga cheia, ainda era ruim não poder compartilhar aquilo com Graves. Ele teria adorado o pão temperado com alho. Pelo menos Bolinho estava por perto para manter Sara entretida.

Ela passou o dia todo no quarto brincando com o cachorrinho. Parte porque ela não queria ficar sob o olhar de julgamento das outras garotas e parte porque ela havia colocado todas as roupas para lavar e estava só com o roupão da hospedaria. Mesmo assim, depois que anoiteceu e foram levar a comida do cachorrinho, Sara resolveu sair. Ela deixou o pequeno comendo e de fininho desceu as escadas até a biblioteca. Com cuidado para não ser vista por ninguém, ela passou pela sala comum que por sorte estava vazia e chegou na biblioteca. Depois de se certificar que estava sozinha ali, ela se pôs a procurar algo para ler. Ela havia escolhido um guia de ruas de Piltover e já voltava para o quarto quando alguém gritou:

— Senhorita!

Sara deu um pulo de susto e jogou o livro para cima. Felizmente era só uma das moças que trabalhavam na hospedaria, a serva pessoal que havia sido oferecida para Sara. Por um momento Sara achou ser a polícia.

— Por tudo que há de mais sagrado! - A moça falou aflita. – Achei que a senhorita tivesse saído!

— O que aconteceu? – Sara perguntou ainda assustada.

— Dois foragidos foram vistos hoje mais cedo no porto. A polícia diz que são muito perigosos!

Alguma coisa dizia a Sara que esses dois foragidos eram os dois companheiros de viagem dela.

— E por que essa gritaria? Você quase me matou de susto.

— Foi me ordenado a me certificar que nossas hospedes não saiam durante a noite. Se a senhorita tivesse saído, eu teria perdido meu emprego.

Sara se abaixou e pegou o livro que estava há alguns passos no chão.

— Então você pode ficar tranquila. Só vim pegar um livro. Não vou sair.

— A polícia pediu que qualquer pessoa que os vir informe imediatamente.

— E como eu vou saber quem são esses foragidos se eu não conheço ninguém em Piltover?

— Os retratos dos dois foragidos estão na sala comum. Posso acompanha-la até seu quarto?

Sara deu de ombros. Sair para ir ver o pai agora realmente estava fora de cogitação. Ela iria ter que se contentar em saber o que ele estava fazendo pelo orbe. Para a tristeza de Sara, a sala de estar estava cheia quando ela ia para o próprio quarto. Todas as garotas que estavam hospedadas ali haviam resolvido ir ver quem eram os dois foragidos. Mesmo já sabendo quem eram, ela resolveu tirar sua prova. Em um painel de madeira no meio da sala estavam colados dois retratos-falados com “Procurados” escrito em letras garrafais. Em um deles estava Graves, com um enorme sorriso de superioridade no rosto e um charuto entre os dentes. Quem quer que tivesse sido a testemunha daquele retrato havia sido uma ótima diversão para o atirador. No outro retrato estava Twisted Fate, mas a sombra do chapéu tornava completamente impossível ver a parte superior do rosto dele, o que retratava perfeitamente a pose que ele sempre mantinha. É, a intuição de Sara estava certa.

— Ele é bonito. – Uma das moças falou. – Você consegue imaginar como deve ser o resto do rosto dele?

Sara levou a mão testa. Elas estavam realmente falando de um criminoso muito perigoso como se fosse um galã de cinema?

— Com toda certeza ele é charmoso. – Outra garota comentou.

Pelo menos com isso Sara tinha que concordar.  Twisted Fate era muito charmoso. O jeitão misterioso dele sempre foi atraente. Mas o conhecendo como conhecia, ela nunca iria falar isso em voz alta. Ele já tinha um ego grande de mais. Não precisava de mais elogios.

— E perigoso. – Sara se colocou na conversa.

— E daí? -  A moça mais próxima de Sara retrucou.

— Ele não tem honra nem no vocabulário.

— Como você sabe?

— Ele é um criminoso. – Uma das garotas falou. – Ligue os pontos Bernarda.

— Ai! Deixa a gente se divertir. Vocês duas são muito serias!

— Vocês têm que concordar que ele é lindo. – A primeira moça voltou ao assunto.

— Maravilhoso! - A segunda concordou. – Da para imaginar o que esse homem já deve ter feito na vida?

— A quantidade de moças que ele iludiu, principalmente. – A garota apoiando Sara respondeu.

— Não é como se nos fossemos sair correndo procurando ele, Lucia.- Uma das moças se defendeu.

— Do jeito que a Bernarda é louca, não duvido nada que amanhã ela saia por aí perguntando dele.

— Twisted Fate! – Bernarda gritou, fingindo procurar. – Twisted Fate meu amor! Cadê você?!

Todas as quase 10 outras meninas riram, menos Sara e Lucia. Sara achou engraçado, mas estava preocupada demais com a possibilidade de TF querer brincar com aquela garota para rir. Ela conhecia seu amigo muito bem para saber que ele não se importaria nada em iludi-la. Na verdade, ele não se importava em iludir e enganar ninguém. Parando para pensar, a única pessoa com quem ele parecia se importar além de Graves era ela. Por qual outro motivo ele tiraria o repolho cozido do prato dela ou simplesmente passaria a noite fazendo truques de cartas para entretê-la?

— Me chamaram?

Sara congelou no mesmo lugar. Ela conhecia bem aquele tom de flerte e aquele timbre de voz. Quando ele riu maliciosamente por ter feito todas as garotas calarem a boca de uma vez só, Sara quis se enfiar debaixo de um dos sofás. Por algum motivo Twisted Fate estava ali, na sala de estar da hospedaria para senhoritas. Devagar e todas juntas, as meninas se viraram para a porta de entrada da sala de estar. O mago estava lá, escorado na parede, de braços cruzados, com um sorriso debochado nos lábios e escondendo boa parte do rosto com a aba do chapéu. A mulher que havia atendido Sara na recepção estava ao lado do mago, literalmente tremendo.

— Não se preocupem.- Ele falou ainda em tom de flerte. – Tendo a causar esse efeito nas mulheres.

— O que você quer? – Lucia perguntou, tomando coragem.

Todas as garotas da sala, incluindo Sara, prenderam a respiração ao ouvir Lucia. Ou ela havia enlouquecido, ou estava as salvando. Sara estava com medo de que aquilo virasse uma confusão e já começava a traçar os planos para correr até o quarto e pegar todas as próprias coisas. Aquilo definitivamente não parecia caminhar para um final feliz. Com toda certeza TF estava ali para busca-la mais cedo e isso só podia significar que alguma coisa muito ruim havia acontecido.

— No momento, uma bebida forte e um bom bordel. – Twisted Fate respondeu casualmente

Ele caminhou até perto de onde o grupo de meninas estava e parou de frente para Lucia. Com um simples truque de cartas, ele tirou dos cabelos crespos e volumosos da garota uma dama de paus, de forma a todos na sala conseguirem ver.

— Já encontrei o que eu buscava. Com sua licença, senhoritas.

Casualmente, TF saiu da sala levando consigo a dama de paus. Sara entendeu o recado. Ele só havia ido ali para se certificar de que ela havia feito como Graves pediu. As meninas esperaram o mago sair para relaxarem. No momento seguinte todas elas começaram a falar ao mesmo tempo e todas perguntavam:

— Como ele fez aquilo?

Lucia era o centro das perguntas, já que havia sido ela a ficar mais perto do mago. Se as meninas já estavam falando dele como um galã de cinema, naquele momento elas falavam exatamente como Sara falava dos vilões de quem gostava. Se juntasse ela e a namorada do Christian para falar sobre como o personagem Loki era incrível, elas perdiam a noção da hora e do ridículo.

Sara deixou o grupo eufórico de garotas na sala de estar e subiu para o quarto. Bolino a recebeu aos pulos quando ela chegou e a encheu de lambidas no rosto. Ela só teve tempo de fechar a porta para que ela sentisse a presença de alguém aparecer no quarto. Nem era necessário olhar para saber quem era. Se ele iria falar com ela em particular, ele realmente tinha que fazer aquele show na sala de estar? Claro sim. Por um momento ela havia se esquecido de que o alguém em questão era Twisted Fate.

— Deveria trancar a porta do quarto quando sair. – Ele aconselhou.

— A única coisa que eu tenho de valor eu levo comigo. – Sara rebateu. – E desde quando você precisa de porta para entrar em algum lugar?

O mago estava sentado casualmente em uma das poltronas que haviam perto da janela. Ele brincava com a dama de paus entre os dedos, despreocupadamente. Pelo visto o assunto não era sério. Sara se sentou na poltrona praticamente a frente da dele, com o cachorrinho no colo. O bichinho rodou em volta de si mesmo algumas vezes pare depois se deitar. Como ele era fofinho!

— Não vai se vestir?

— Estou bem de roupão. – Sara respondeu casualmente. – Sem falar que todas as minhas roupas estão lavando e eu não vou ficar só de camisola na sua frente.

— Pelo que vi você está muito bem aqui.

— Tudo graças ao Bolinho. – Sara falou com voz de bebê. – Né coisa fofa da mamãe?

O bichinho de forma manhosa se contorceu todo no colo de Sara até conseguir ficar de barriguinha para cima. A garota teve um verdadeiro ataque de fofura. Ela tinha muita saudade de seu gatinho, mas poder interagir com um bichinho fazia ela se sentir um pouco mais perto de casa.

— Não saia dessa estalagem até eu vir te buscar. – TF ordenou.

— Não vou sair. Meu pai me fez prometer que eu só sairia se você ou ele viessem.

— Não saia daqui até eu vir te buscar.

— Qual o problema de eu sair daqui com o meu pai?

— Não será seguro.

— Por que não?

— Sara...

— Aconteceu algo com o meu pai?

— Não.

— Então qual o problema?

Ele respirou fundo e se sentou melhor na poltrona. Sara sabia que isso significava que algo o incomodava. Qual era o problema de simplesmente dizer?

— Só confie em mim. – Ele pediu.

— Você sempre diz que não é nada inteligente confiar em um trapaceiro.

— Desde quando você me escuta?

— O que aconteceu para a polícia estar em alerta total assim que nós colocamos os pés no porto? Tem a ver com eu ter que ficar aqui?

— Nos viram no porto. Eles têm a esperança de nos pegar antes que algo aconteça. Se você fosse vista conosco, seu rosto também estaria estampado em todos os murais da cidade. Malcolm não quer arriscar ser visto com você antes de encontramos um lugar seguro.

— Tudo bem então. Vou esperar vocês encontrarem um lugar para a gente.

— Até lá, se divirta conversando sobre mim com as suas amigas. – Ele implicou. – Tenho certeza que sou o assunto favorito delas.

— Você não deveria estar indo para um bordel? – Sara o implicou de volta.

Ele riu de leve ao ouvi-la. Sorrindo ele se levantou da cadeira e estendeu a carta com que brincava há pouco tempo para Sara. Ela pegou a carta na mão dele e a olhou curiosa. Aquela era uma dama de paus dourada feita completamente a mão. Aquela carta era do baralho favorito de Twisted Fate. Ela via ele usar aquele baralho só para ver o futuro. Aquilo era valioso, tanto emocionalmente quanto monetariamente.

— Tente não perder e leve sempre com você. – Ele ordenou.

— Eu não posso aceitar. Seu baralho vai ficar incompleto e eu sei o quando ele vale pra você.

— Então cuide bem dela, porque ela ainda é minha.

Sara sorriu. Mesmo não sendo muito, aquilo era um presente valioso. A dama de paus havia se tornado a carta favorita dela depois de descobrir ser uma. Com toda certeza ela iria cuidar muito bem daquele presente.

— Obrigada.- Ela agradeceu do fundo do coração.

Quase como se a garota não tivesse falado nada, o mago pegou uma outra carta da manga. Pouco antes de desaparecer ele ordenou:

— Mantenha sua porta trancada.

Como se nunca estivesse estado ali, o mago desapareceu em pleno ar, só deixando uma única carta de baralho para trás. Ela pegou o livro que havia pegado na biblioteca da hospedaria e o abriu na primeira pagina. Por enquanto aquela carta de baralho artesanal seria um marcador de pagina muito especial. 


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Notas finais do capítulo

Eu disse que o efeito dominó começava! O que a Sara não sabe é que o baralho dele não ficou incompleto. Ele tem uma carta gêmea daquela dama de paus, que estará para sempre conectada com sua irmã. Mas o anuncio importante não era esse. O CAPITULO BÔNUS QUE EU COMENTEI CHEGOU! Spoiler: Rola em um bordel.
Beijos e até amanhã.



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