Doctor Who: Os Vortohxyels. escrita por LivWoods


Capítulo 3
Capítulo 3 - Doutora Maura Bennet.




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A Doutora desceu os degraus aos pulos e abriu a porta da TARDIS. 

— Uau que maravilha! — gritou ela. — Parece um lugar familiar, mas por qual motivo viemos para cá?

Clara saiu da TARDIS e fechou a porta atrás de si.

— Que lugar é esse? - disse ela ao olhar ao redor. - Doutora..

Mas a Doutora já estava andando a passos largos em direção a uma delegacia, e para alcançá-la Clara foi obrigada a correr um pouco.

— Veja - disse ela, apontando para uma placa dourada na parede da delegacia. - "Delegacia de homicídios de Whitechapel", é um distrito de Londres. Pensei que iriamos para um lugar novo.

— Sério? - replicou a Doutora. - Eu também.

Enquanto isso, um policial passou por elas com um preso igualmente ranzinza.

— Esse lugar me dá arrepios, Doutora.

— Estou achando aqui tudo formidável, tantas caras felizes - ironizou.

Clara, interrompeu um auxiliar para buscar informações de qual tempo elas estavam. 

— Ei - disse ao chamar um policial -, Oi... tudo bem? Eu sou a detetive... Holmes e essa é a Doutora Watson. Viajamos e perdemos a noção do tempo. Em que ano estamos e o que necessariamente está acontecendo aqui?

A Doutora mostrou uma carteira em branco que sempre andava e que os humanos enxergavam o que queriam. E lá estava escrito exatamente o que Clara havia falado. O oficial disse:

— Vocês foram mandadas da Scotlan Yard? Chegaram bem a tempo, o corpo acabou de chegar - disse ao apontar com uma das mãos para trás de si, enquanto a outra repousava no cinto - e tomaram nota. E respondendo sua pergunta, estamos em 1870. Vocês fizeram uma viagem horrível para perder a noção do tempo.

— É... - Clara sorriu sem jeito, colocando uma mecha castanha atrás da orelha.

— Sigam-me - disse ele.

A Doutora chegou próxima do ouvido de Clara e falou:

— Jura? Holmes e Watson? Não poderia pensar em nomes mais fictícios?

— Só está com inveja que eu consegui lembrar de codinomes mais rápido do que você - disse Clara, rindo.

— E estou mesmo! Eu dou os nomes aqui.

— Vai sonhando! - continuaram caminhando por aquele longo corredor até se deterem em uma porta de aço escovado.

— Detetive, Doutora... - disse ele para as garotas ao abrir as portas para elas até o necrotério. - aconselho a colocarem esse jaleco e essas máscaras. Terá uma queda de temperatura aqui - o oficial tentou ser simpático.

Elas fizeram o que o policial pediu e colocaram os trajes. Quando a Doutora entrou, oficialmente, naquele ambiente e pediu para Clara segurar a mão dela, a outra articulou em um murmuro:

— Doutora, eu estou um pouco aterrorizada de ver um corpo, mas eu sou adulta, então... não precisa segurar minha mão. Eu estou bem.

— Mas eu não estou! - confessou a Doutora.

Clara fez como o ordenado e segurou forte a mão da extraterrestre.

O corpo estava sobre uma mesa metálica, coberto por um lençol branco na altura dos seios. Era uma mulher, pele bastante pálida e com escoriações em torno da região do pescoço. Clara a encarava, era a primeira vez que olhava um corpo morto. Apesar das suas viagens com o ex-Doutor e a nova Doutora, não esbarrava com muitos cadáveres alienígenas ou humano por aí, até hoje. A legista virou para as visitantes e deu de cara com Clara, fitando curiosamente o corpo desfalecido. A médica, ajeitou seus óculos de aros redondos que começavam a escorregar na ponta de seu nariz fino coberto de sardas. Começou a passar umas folhas da sua prancheta e falou:

— Vocês devem ser a Detetive Holmes e a Doutora Watson, eu sou Maura Bennet - disse sem demora fitando os olhos castanhos de Clara e alternando para a Doutora - A vítima é, Mary Ann Nichols, nascida em 26 de agosto em 1845, vinte e cinco anos, meretriz, dividia um local com sua colega a muitos quilômetros da cena do crime. Sua colega, Jane, estava com um "cliente". - mais uma vez ajeitou seus óculos e prosseguiu com a leitura em um tom de voz firme. - O corpo foi descoberto aproximadamente às 3:40 da madrugada em frente à entrada de um estábulo em Buck's Row. A vítima sofreu dois cortes profundos na laringe, e aparte posterior do abdômen foi parcialmente arrancada por um golpe intenso e irregular. Havia também diversas incisões pelo abdômen, e três ou quatro cortes similares no lado direito causadas por um instrumento pontiagudo. Outras vítimas também foram encontradas nesse mesmo estado. Annie Chapman, nascida em setembro de 1841 e morta no sábado. O corpo de Chapman foi descoberto aproximadamente às 6:00 da manhã no quintal de uma casa em Hanbury Street, Spitafields. Assim como Mary Ann, sua garganta foi aberta por dois cortes, um mais profundo que o outro. O abdômen foi completamente aberto, e o útero, removido. Elizabeth Stride, o corpo de Stride foi descoberto próximo à 1:00 da madrugada, no chão da Dutfield's Yard, na Berner Street. Havia uma incisão direta no pescoço; a causa da morte foi perda excessiva de sangue, a partir da artéria principal no lado esquerdo. O corte nos tecidos do lado direito foi mais superficial, estreitando-se próximo à mandíbula direita. A ausência de mutilações no abdômen, me fazem lançar incertezas sobre a identidade do assassino, além de sugerir que ele pudesse ter sido interrompido durante o ataque. Porém, isso a detetive Holmes irá nos revelar quando resolver o caso. Os jornais estão chamando o novo serial killer de "Jack, o estripador. "

"Eu estou envolvida no caso do Jack, o estripador" pensou Clara um tanto surpresa.

Enquanto a legista terminava de falar, a Doutora acabara de vomitar em um dos béqueres dela. Maura rolou os olhos verdes rapidamente.

— A Doutora Watson está bem? - indagou a legista, achando aquele comportamento de iniciantes intolerável em seu local de trabalho. Começou a duvidar da capacidade da Doutora.

— Grr - rosnou a Doutora ao se recompor -, achei que já tinha me acostumado com esse corpo. Foi só a viagem no espaço tempo, eu estou bem! - ela estava curvada com as duas mãos apoiada nos joelhos e depois ficou ereta num salto.

Clara sorriu de um jeito nervoso e disse que a Doutora Watson estava confusa por causa da longa viagem até Whitechapel. Maura estava desconfiada, mas deu de ombros. A Doutora se aproximou do corpo, bem melhor do que antes.

— Hum. - Disse ela, resmungando, passando o treco brilhante sobre o corpo - Cada vez mais curioso¹! Este corpo falta realmente coisas. O sangue foi extraído de uma forma estranha e o útero da moça. Que curioso.

— O quê? - indagou Clara, intrigada.

— Nenhuma gota - acrescentou Maura. - Nunca tinha visto algo assim, esvair todo o sangue... mesmo que tenha perdido muitos litros de sangue por causa dos cortes como ocorreu com Spitafield, não é provável que tal resultado ocorresse de uma forma tão... perfeita. É como se tivessem sugado e deixado o corpo intacto, claro, com exceção do ventre.

— Bom Doutora Maura, foi um prazer conhecê-la, agora já vamos! - disse a Doutora caminhando para a saída com Clara em seu encalço.

— Já? - disse a legista confusa ao retirar os óculos.

 

Ao entrar na TARDIS a Doutora começou a investigar o treco brilhante, mais conhecido como chave de fenda sônica. Ela havia colhido informações sobre o corpo da mulher morta. Enquanto passava todas as informações para a TARDIS, ela virou-se rapidamente de costas quando percebeu que Clara estava trocando de roupa. 

— Você não poderia fazer isso no vestiário da TARDIS? 

— Não, não poderia — disse Clara. — Essa foi a sua ideia de deixar algumas mudas de roupas na sala do console para emergências, lembra?

— É acho que recordo de algo parecido. Por quê está mudando de roupa?

— Estamos em 1870, não acha que perambular por aí de uma forma mais "moderna", não irá chamar atenção demais?

— Tem razão, acho que eu devo trocar de roupa também.

— Não Doutora, você já está com o visual adequado para o ano de 1800 - disse a morena, rindo do modo antiquado da outra se vestir.

— Sabia que sarcasmo é forma mais baixa de humor? - disse a Doutora, fazendo uma cara rabugenta.

Clara terminou de colocar o vestido que mais relembrava a era vitoriana e perguntou como estava. A Doutora a fitou dos pés a cabeça. A morena sentia aqueles par de olhos cinzentos a fitando intensamente. Por um momento ficou um pouco constrangida, mas disfarçou bem. A Senhora do Tempo percebeu o tempo que havia ficado fitando a sua companion e confirmou com um aceno tímido.


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Notas finais do capítulo

Todas as informações: nomes, datas, horas, locais e formas de mortes foram verídicas encontradas na lista das vítimas do "Jack, o estripador".
¹- Lewis Carroll.



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