Momentos da Vida (Wolverine e Ohana) escrita por lslauri


Capítulo 55
Em tempos de paz, enfrentar os medos




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texto em itálico são pensamentos

palavras em negrito são enfáticas na entonação

os nomes de quem fala estão antes de cada fala, em negrito apenas para que saibamos quem são

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EM TEMPOS DE PAZ, ENFRENTAR OS MEDOS

A ideia do telep-one precisou ser introduzida paulatinamente, nem todos gostaram, especialmente Deadpool, e deixou claro, conseguindo destruir dois drones e dizendo que foram acidentes... Mas um terceiro ele não conseguiu e não foi por falta de vontade. A AI mostrou-se muito capaz de aprender e extrapolar, deixando o pessoal da Mansão com aquela outra dúvida: e se ela ficasse inteligente demais!? Mas Hank havia criado, em conjunto com Arnold, um meio de cancelar rapidamente o programa. Um vírus e, apesar da insistência de Arnold, Hank não permitiu que o mesmo fosse hospedado nos servidores da Mansão, ficando com um mainframe a parte, para segurança de todos.

Com a possibilidade de uso da tecnologia S’hiar, Arnold criou nanitos capazes de driblarem o sistema imune de Logan, mantendo seu fator de cura dentro dos parâmetros considerados próximos dos 100% e permitindo que esse padrão se replicasse. Só havia um problema: seria muito complexo remover esses nano seres do canadense e, portanto, era necessário submeter-se mensalmente a testes exaustivos para manter a população dentro de um número aceitável e que não comprometesse o padrão humano-animal de Logan. Tudo aquilo era muito interessante para Hank, que escreveu um artigo para a Nature baseado nos dados colhidos dos nanitos. Eles poderiam ser a próxima fronteira na cura de doenças, fossem humanas quanto mutantes.

Deadpool estava sendo a babá perfeita! Dentro da casa de Lliurè ele se vestia com calça de moletom e camiseta, sem portar armas ou itens que pudessem trazer perigo. Ajudava Ohana com as tarefas de casa e, apesar de ser um “grude” com a criancinha, a ruiva percebia ser algo positivo. Pois que sentia a ansiedade da filha se dissipar quando Wade estava com eles. O mercenário, por sua vez, já estava tão podre de rico que se deu ao luxo de tirar um “ano sabático”, alugando um apartamento na cidade e tirando merecidas férias do seu estressante trabalho.

Ele aceitou passar pelo teste místico de Ohana no aniversário de oito meses da Lliurè. Depois que todos foram embora da festinha que teve um simples bolo de cenoura e sucos naturais, ao invés de voltar para seu apartamento, como fazia quase todas as noites, ele aproximou-se da ruiva e lançou:

Deadpool: Ohana, ‘tô preparado! Vamos passar por aquele teste místico, vai... Até quando eu vou procrastinar isso? – visivelmente ansioso, com Lliurè no colo e passando-a para a mãe.

Ohana: Não precisa ficar nervoso, Wade... Não vou te machucar, nem é essa a intenção... Aprendi a apostar muito na minha intuição e se ela me disser que você corre qualquer risco, não irei adiante, pode confiar, viu? – e enquanto dizia isso, ia em direção à Logan.

Explicou que precisaria ficar alguns momentos a sós com Wade para tentar ajudar de algum modo. Entregando a criança ao canadense, disse que havia leite na geladeira.

Ohana: Vamos para o quarto de hóspedes, está bem? Até mais, lindeza – dando um beijo estalado na filha e um carinho no rosto do marido.

Foram conversando trivialidades e Wade ficou mais relaxado, entrando descontraído após abrir a porta deslizante que dava para o quarto de hóspedes. Ali dentro já havia dois futons ao que Ohana sentou-se em um, sem cerimônias e apontou o outro diante de si para Wade que caminhou sem pressa até o local.

Ohana: Vamos lá, Wade! Você já passou por coisa pior, vai!... Senta aí e vamos acabar logo com isso!

Deadpool: Não fala assim que eu gamo, Ohana... – tentando disfarçar o nervosismo com piadas.

Ohana: Eu sei que não faço seu tipo, agora, relaxa! Eu vou conjurar um feitiço de exploração, seguido de um feitiço de extrapolação e, depois, juntos, vamos descobrir o que pode ser melhorado, tá bom?...

E o mercenário-de-folga acena positivamente com a cabeça, fecha os olhos a pedido de Ohana e esta começa a desenhar em sua mente e fazer movimentos com as mãos de um símbolo que representa a capacidade de explorar o cérebro humano, não como um telepata faria, mas com a total anuência do próprio Wade. Ohana cria um cordão psiônico que sai de sua testa, entre os olhos e conecta-se ao centro da testa do homem, vinculando-a a ele e, assim que se sente “invadido”, inconscientemente, tenta expulsar aquele item que não é “self”, sem sucesso, pois a energia não era material em nenhum de seus componentes. Ela lança a ideia de estarem caminhando na mata próxima da casa e, então, Deadpool aparece ao lado dela, meio esquecido de como havia ido parar ali. Ela espera algum tempo, até ele se acostumar com aquela visão e então ele solta:

Deadpool: Desistiu de tentar entrar na minha cuca, né? Mas pode ficar tranquila! Estou há oito meses com vocês e tenha certeza, vou responder a qualquer coisa que quiser saber, Ohana!

Ohana: Eu não tenho dúvidas disso, Wade. Estou mais que convencida das suas intenções com a Lliurè e não pensaria em mais ninguém para estar com ela e tomar conta dela, sabe?... Você nos surpreendeu de um jeito tão bom que só podemos te agradecer. E é por isso que eu estou aqui contigo, caminhando. Queria saber: O que mais aflige o Deadpool?

Deadpool: Nesses oito meses eu também só posso agradecer. Converso muito com a Jean, o Hank é meu camarada e cada vez mais me apaixono pelo seu marido – coloca a mão na boca, abismado de ter dito aquilo em voz alta, Ohana apenas sorri, pois se ele parasse para perceber, não estava articulando nenhuma palavra, mas sim, deixando à mostra todos os seus pensamentos... – Bom, o que mais me aflige é essa maldita imortalidade, saca?

E a ruiva faz cara de que não entende.

Ohana: Mas não é incrível poder acompanhar o Espírito que um dia animou o corpo da Vanessa por todas a encarnações dela? Isso seria como um sonho, Wade. E você chama de maldição?

Deadpool: Eu não manjo muito do místico, mas já quebrei a cabeça pensando nisso. Tinha visto como uma oportunidade boa sim, no começo, mas depois me caiu a ficha: vai ter uma hora que essas encarnações vão acabar. Ela vai chegar num limite, pode demorar centenas de milhares de anos, mas vai chegar esse dia e aí, ela vai pra outro planeta, pra outro sistema, eu sei lá como isso funciona! E eu vou continuar aqui! Preso pra sempre na Terra... Sem poder morrer calmamente... Isso não é benção não. Thanos estava certo, é uma maldição!

Ohana: Puxa! Você teve mesmo tempo de pensar nisso, não é?... – ele acenou positivamente e adicionou: Tenho brincado pouco com o “W”... – Ah! Me poupe! – rindo. Então se pudesse alterar algo, você pediria para não ser mais imortal? Não se importaria de continuar com esse... hu... problema de pele?

Deadpool: A única que preciso que me aceite, já me aceitou, Ohana. ‘Tô de boa quanto a isso. – realmente liberando energias de amor para Lliurè – E fora da Mansão eu sempre posso contar com aquele maravilhoso relógio indutor de imagens, não é mesmo?

Respirando fundo, Ohana então pensa que somente um feitiço de extrapolação não seria capaz de reverter uma maldição conjurada por Thanos... O primeiro nome que aparece em sua mente é Supay, o deus da morte e o governante do submundo inca, pois ele é o menos conectado ao aspecto negativo da morte. Falando em quíchua, a ex-mutante ruiva inicia sua aproximação com Supay, falando sobre sua soberania, sobre suas qualidades e sobre sua capacidade de dar suporte à vida através da morte. Ela se prostra no chão e Wade, entendendo tudo, pois naquele ambiente, eram os pensamentos e intenções que valiam, também resolve imitar o movimento corporal da ruiva. Não demora muito para chegar, através de uma espécie de rachadura no solo, sem nenhum tremor aparente, uma comitiva de pequenos “demônios”, dançando e tocando instrumentos primitivos; em seguida, uma carruagem puxada por esqueletos de seres humanos aparece, passando por um espaço que, fisicamente, não caberia. Um pouco de fumaça e cheiro de enxofre fecham a entrada colossal de Supay àquele local.

Supay: Quem ousa chamar-me sem oferecimentos sacrificiais? – lançando um olhar perquiridor para Ohana, enquanto vários répteis escorregam e caminham por sua face que mais lembra a de um morcego hematófago, com orelhas em ponta e um nariz estranhamente esculpido. Sua pele, talvez pela falta de Sol, parecia marfim.

Ohana continuava genuflexa ao falar: Peço perdão, ó inominável! Os sacrifícios que pensei não estavam à altura de sua majestade. Mas apelo pela sua compaixão e pelo manancial subterrâneo místico que nos permite estar aqui agora. Ouve-me, por misericórdia, a descrição da dor alheia. E perceba o quão valoroso é este servo que aqui está.

Supay fecha os olhos e respira fundo, concentra-se e sorri ao perceber quantas almas Deadpool já havia enviado ao mundo dos mortos e o quanto ele poderia ser útil como general quando sua hora chegasse. Ele compreende que há algo de diferente na linha temporal daquele ser e questiona:

Supay: Mas há uma maldição tamanha nele, para mantê-lo imortal, apenas para que não se encontre com a Morte?! Quem poderia ter sido tão ignóbil e egoísta, ao fazer isso com alguém cheio de potencial?

Falando baixinho, o mercenário cochicha para Ohana:

Deadpool: Potencial de quê, Ohana? Não entendi muito do que ele falou....

Mas não eram necessárias palavras para que o grande deus da morte soubesse o que ia no íntimo de Wade.

Supay: O melhor serviçal é aquele que desconhece seu potencial, senhor Wade... Acorde para aquilo que realmente é! Seria um general excepcional em meu exército! Mas... E nossa amiga aqui sabe disso... Toda barganha tem seu preço, não é mesmo? E é isso que preciso entender: despenderei uma energia imensa para cessar essa maldição de imortalidade e, mesmo assim, com esse fator de cura, jamais saberei quando poderei contar com seus serviços...

Ohana então pensa e ambos entendem que ela não pensou em tempo, pois o mundo de Supay é eterno e, não importa quanto Wade viva, o que é perto da eternidade? Ela então lança para Wade que esse momento de morte poderia ser antes de todas as encarnações de Vanessa, ou muito tempo depois... Sendo impossível predizer quando ocorreria. Em compensação, Wade estaria livre desse tormento da imortalidade, uma vez que essa é sua maior preocupação atual.

Deadpool: E eu “só” tenho que me inscrever aqui como general do exército dele pra que me tornar mortal novamente? Com todo respeito, eu poderia ver do que se trata? – e ele é então invadido por imagens de luta e glória, de morte e de banquetes, de guerras e de saques, tudo regado por muita volúpia – Onde eu assino? Diz Wade, com um sorriso de ponta a ponta.

Supay: Assim que terminarmos nossa conversa astral, quando por algum motivo seu sangue for derramado, se ainda assim quiser ser meu general, deixe uma gota deste sangue cair no solo nu e eu saberei. Nesse momento, você não será mais imortal...

Ohana agradece mentalmente pela presença de Supay e faz uma oração ancestral em quíchua, enquanto todo cortejo dele retorna pela minúscula fenda feita na terra. Ela ainda permanece no local por um tempo, desconjurando o que os havia levado até ali e apagando seus rastros. Em seguida, desfaz o feitiço de exploração e ambos abrem os olhos no mundo real.

Deadpool: Foi uma das coisas mais sinistras que eu já vi! E olha que eu vi muita coisa na vida!... Então, se eu não deixar a gota pingar na terra nua, continuarei imortal e não precisarei vender minha alma pra nenhum deus, é isso?!

Ohana: Mesmo?... Achei que tivesse gostado! Seu sorrisão disse outra coisa, hein?!

Deadpool: A gente se deixa levar pelo momento, né? Toda aquela sensualidade me lembrou que eu tenho brincado pouco com o “W” e... Ah! Quem eu ‘tô querendo enganar! Por mim eu cortava agora a mão e ia pingar ali na terra!

A ruiva ri alto, imaginando como ele consegue viver com tanta inconstância assim! E o adverte: ele deixou claro que seu sangue precisa ser derramado, hein? Eu vejo isso como algo não auto imposto, portanto aguarde um corte ocorrer acidentalmente, para garantir que o pacto realmente ocorreu, certo?

E assim se despediram e a rotina retornou. Como Logan precisava sempre treinar na Sala de Perigo, várias vezes, foi acompanhado pelo Deadpool, o que tornava os treinos ainda mais puxados e realistas. Isso fazia bem para os dois, pois dentro daquele local, Wade podia dar vazão a seu lado falastrão sem restrições, testando a paciência de Logan e mantendo-se em forma para ser também capaz de defender aqueles que amava. Ambos viram o quanto eram diferentes e, apesar disso, o quanto a Mansão servia como lar. Aquele lugar tinha essa capacidade, unir os improváveis, albergar aqueles em desalento.

E, durante um ano, foi isso mesmo que a Mansão voltou a ser: com o novo nome de “Escola Jean Grey para Jovens Mutantes e Não Mutantes”, a escola passou a oferecer várias turmas, todas a partir do Ensino Médio, fossem mistas quanto separadas, a depender das habilidade mutantes e da área que o adolescente quisesse partir depois: humanas, exatas ou biológicas.

As quadras de esportes, a piscina, os quartos. Toda ela voltou a ter vida. E, dentro da sala da diretora, dois adultos conversavam:

Wolvie: Eu sei que não devia ter ejetado minhas garras, Jean. Mas eu tinha tudo sob controle! Eles não podem querer que a gente se curve a qualquer insubordinação, né? Estamos falando do Spectre! O cara que mais trabalho dá nessa escola...

A telepata sorria de lado, sabia que seus alunos não corriam riscos, mas precisava mostrar para os pais que não seria possível tolerar comportamentos violentos dos professores, também. Afinal, os pais não conheciam Logan como Jean conhecia...

Jean: Mas Logan, o problema todo não foi como você conduziu a situação! Eu não tenho dúvidas de que o envolvido mereceu... O problema foi você ter sido filmado com um celular e esse vídeo ter caído na rede, meu amigo... Entende que eu preciso tomar alguma decisão?

Wolvie: Claro, Jean!... Mas nas minhas próximas aulas de “história mutante” eu não vou permitir nenhuma tecnologia, viu? A partir do momento que ela só serve pra sacanear os professores... Filmar o que ele fez antes, isso ninguém filmou...

Jean: Ahh! Mas agora você me deu uma boa ideia, Logan! Pode chamar Ohana aqui? Vamos fazer uso de um artifício, junto com Gian.

E então Jean coloca os pais de Spectre, que estavam acusando a escola e pedindo uma indenização por agressão contra o filho, na Sala de Perigo, indo com eles até o local e pedindo que Ohana criasse mentalmente o ambiente da aula, a partir das lembranças de uma das alunas que presenciou tudo. Conjurando o mesmo símbolo místico que havia aprendido quando analisou sua própria premonição, Ohana aproveitou-se das lembranças e, com a ajuda da materialização de Gian, projetaram, como se os pais estivessem na sala junto com os alunos, todo o acontecido. Demonstrando que a violência partiu primeiro de Spectre, contra a instituição onde estava e contra as aulas que eram ministradas e, em seguida, o mesmo ofendeu ao professor que se defendeu do modo como sabia: expondo as garras e o ponto de vista.

Após aquela encenação real dos acontecimentos, os pais voltaram para a sala da diretoria e pediram para conversar com o filho, fazendo-o pedir desculpas ao professor Logan e, também, dizendo se era possível tentar mais uma vez, pois ele vivia sendo expulso das escolas que entrava.

Wolverine lança um “por que será?” na mente de Jean e sentencia:

Wolvie: Pedir desculpas da boca pra fora não significa nada pra mim. Eu quero ver mudança de atitude, guri! Quero ver se tu é capaz de realmente mostrar que se arrependeu e, pra isso, a próxima aula vai ser dada por tu. Quero que pesquise sobre a temática dos “sentinelas” e explique pra sala aquilo que entendeu, valeu? Atitude, garoto!

Os pais sentiram-se acuados diante da voz de trovão de Logan, mas entenderam que todos ali queriam o mesmo: o melhor para Spectre e acederam, escrevendo uma carta de próprio punho negando o andamento do processo e renunciando à indenização.

O tempo passou. Ohana auxiliava a escola com seus conhecimentos administrativos e Logan fazia as vezes de professor de história e de instrutor de artes marciais, em disciplina optativa tão requisitada que foi necessário abrir outros horários! Com essa rotina baseada na paz do momento, era sempre muito gratificante sair da casa próxima à mata para ir em direção à Mansão, todo os dias úteis e sábados, deixando Lliurè com Ohana e seguir para as tarefas das aulas. Ver os outros X-Men como amigos de trabalho, só que um trabalho que servia para construir mentes e moldar caracteres, sempre em busca da convivência pacífica entre humanos e mutantes. Era diferente de ter que lutar por essa mesma convivência. A luta aqui era de iluminar mentes contra o obscurantismo do preconceito e do ódio e não ter que viver ou morrer tentando provar unilateralmente um ponto de vista. Toda noite, a família Howlett se encontrava na frente da Mansão para caminhar juntos até a casa. Muitas vezes, Deadpool vinha entregar Lliurè nessa hora, sempre acompanhados do telep-one.

O domingo era passado entre sair para caçar na mata próxima enquanto Wade ficava ajudando Ohana sendo babá da criança. Eles haviam decidido comprar um cachorro mesmo, na verdade, um casal de Cocker Spaniel Inglês dourado: Lyss e Harold, alguns meses depois do nascimento da filha. Alimentavam-nos com as carnes da caça de Logan, algumas vezes cervos, outras vezes javalis e pequenos mamíferos, os quais ele preparava o couro e limpava a carne. A cadelinha Lyss era encantadoramente solícita, ajudava a levar itens de uma pessoa para outra e era sempre companheira nas brincadeiras de Deadpool e Lliurè. O machinho gostava muito de Logan e servia como cão de guarda disfarçado de cão de companhia.

Quando Lliurè fez um ano, Logan construiu um balanço de pneu para a garota, entre a casa e a piscina da Mansão, aquele mesmo que Ohana tinha visto na premonição. Ambos passavam muito tempo juntos ali, depois que Wade voltava para seu apartamento na cidade e para que ela esquecesse a tristeza que a assaltava nessa hora, seu pai a levava para balançar e, depois de alguns minutos, a garotinha já estava sorrindo e se preparando para dormir.

Foi em um desses retornos para seu apartamento que o improvável aconteceu. Wade passou num mercadinho próximo de seu apartamento para comprar algumas cervejas e pirulito, pagou pelos itens e aproveitou a pracinha em frente ao prédio para degustar uma bebida. A tarde estava linda e nessa época do ano havia um espetáculo de andorinhas naquelas localidades. Muitas pessoas estavam ali sentadas, observando. Quando foi abrir uma das cervejas o aro enroscou em seu dedo e arrancou uma parte da cutícula até o meio da primeira falange!

Deadpool: PQP! Cerva filha-duma*  – e quando seu dedo ia em direção à sua boca, ele para e pensa, olhando para a terra sob seus All-Star pretos surrados – Adeus, imortalidade!

Assim que a gota de sangue alcança a terra, uma espécie de trepadeira preta super veloz sai da terra e prende os pés de Wade, subindo até sua cabeça. Nada daquilo era visto pelas pessoas ao seu lado, mas ele entrou em pânico e começou a gritar e esbravejar sozinho. Algumas pessoas deram uns passos para o lado e quando seu indutor de imagens pifou, muitas pessoas se assustaram e saíram correndo. Ao perceber o que havia acontecido e o quanto ainda sua aparência não pode ser vista por qualquer um ele se entristece e vestindo o capuz da blusa, corre para dentro de seu apartamento sem olhar para trás, bate a porta e cai com tudo numa poltrona na frente da tv. Ele estava diferente... Algo havia sido tirado dele. E era algo tão improvável de se testar que ele preferia acreditar em deuses, demônios e fadas a pensar em colocar sua vida em risco novamente. Ele esperava que seu fator de cura ainda estivesse tinindo e, ao olhar para o dedo que abriu a latinha era como se nunca houvesse escorrido sangue naquele lugar. “Me convenceu, vai...”, ele pensa, ligando a tv em “Quilos mortais” enquanto pegava no sono. Nisso, um certo deus inca sorri enigmático e começa a preparar uma horda de demônios e almas para ser treinada por um certo mercenário.


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