Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 30
Lean


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde pessoal e um feliz natal a todos vocês. Bem, acredito que devo desculpas pela demora em atualizar a fic. Sei que disse, que daria seguimento, mas depois da última atualização tenho tido alguns problemas no meu cotidiano, tanto que atacou tanto meu emocional que, tive crise de ansiedade bem forte e agora estou tomando medicamento pra dar um alívio. Por favor, não fiz por mal em deixar a fic, mas certos momentos precisamos cuidar um pouquinho da gente, só quem passa por situações parecidas é que sabe o que estou dizendo. Mas eis mais um capítulo aqui e o próximo já está sendo editado e no Pov do Peeta. Espero de coração que gostem desse. Obrigada o carinho de cada leitor em ter comentado e tbm me enviado MP.

PS: A Lary Moon fez uma linda recomendação no dia 1/12/18 e a Sany e eu ficamos emocionadas com o carinho e dedicamos este capítulo a você Lary. Obrigada pelo incentivo.

Vamos ao capítulo?



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Todo mundo precisa de uma oração, precisa de um amigo
Todo mundo sabe que o mundo está prestes a acabar
Todo mundo quer saber quando será o fim
Todo mundo quer olhar antes de sair
Todo mundo quer um simples vinho para de beber
Todo mundo quer um pouco mais de tempo para pensar
Todo mundo precisa de uma razão pela qual correm
Todo mundo quer saber do que está fugindo

E eu posso ver que sua febre está aumentando
Eu posso ver a água em seus olhos
E eu posso ver o caminho que a água toma
O amor levará todos nós aos pedaços

Morrer é fácil
Eu acredito no meu amor, porque meu amor me liberta
Morrer é fácil
Eu acredito no meu amor, porque meu amor me liberta
Você disse que era tudo

(Lean – The National)

 

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— Senhoras e senhores, está aberta a octogésima edição dos Jogos Vorazes. Que a sorte esteja sempre a seu favor. — Claudius Templesmith saúda e sua voz ecoa em meus ouvidos. Sei que, tenho pouco tempo para manter o foco. Meus batimentos cardíacos e o ar parecem escassos, devido ao que acabei de presenciar na sala de lançamento e, só consigo pensar no que aconteceu com Cinna. Será que ele está vivo? Concentração, é disso que preciso neste instante, por Cinna, Hope, Peeta e pelo bebê. A contagem regressiva está quase no fim. Olho ao meu redor a procura de Peeta, mas por causa da Cornucópia, não consigo visualiza-lo. Foco no fato de que, vamos nos encontrar em breve, como combinado, e me preparo. — 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2... 1.

Sem nem pensar mergulho na água e começo a dar braçadas em direção a Cornucópia. Sou a primeira a chegar, só então me dou conta de que, poderia ter sido uma armadilha. Ainda assim, sinto que tenho vantagem, já que, até o momento, posso ver alguns tributos ainda em seus postos. Peeta, preciso encontra-lo. Estou olhando as armas ao meu redor, quando alguém vem em minha direção, segurando algo nas mãos. De imediato pego uma faca e aponto em sua direção. Finnick está sorrindo, os cabelos estão molhados e ele segura um tridente abaixado em uma das mãos.

— Calma! Não vou te atacar, tome, pegue. – Ele me entrega um arco e uma aljava com várias flechas. — Fico feliz que, a garota em chamas saiba nadar. Daqui a pouco pegamos mais armas, mas agora temos que encontrar os outros. – O encaro confusa e ele ergue o braço esquerdo e logo reconheço a pulseira dourada.

— Onde conseguiu isso? – pergunto.

— Haymitch me emprestou... abaixe-se!— ordena e no mesmo instante que faço isso, seu tridente passa por mim e atinge algo atrás. Me viro e vejo o cara do Distrito 5 morto. — Não confie no 1 e nem no 2, vou procurar o Peeta. – Pego uma flecha e posiciono no arco mirando em todas direções. Não me surpreendo, ao ver Gloss vindo sorrateiramente em minha direção. Atiro e acabo por atingir sua perna direita, mas imediatamente ele pula na água, saindo do meu campo de visão. Ainda não tenho certeza se posso de fato, confiar em Finnick, então volto minha atenção para procurar por Peeta. — Katniss, encontramos ele. – Vou em sua direção. Mags está com ele e assim que me vê, aponta para algum lugar e assim que olho, avisto Peeta tentando se segurar na beirada do prato de metal. — Peeta não sabe nadar?

— Nem todo distrito tem praias, sabia?

— Desculpa, não queria ofender. – Ele ergue as mãos, estou na defensiva, sei disso, então apenas meneio a cabeça.

— Eu o ensinei algumas vezes, mas acho que algo o está impedindo... vou lá... – Penso em ir até ele, mas sinto um leve aperto em meu braço.

— Nem pensar, na sua atual situação, quanto menos esforço fizer, melhor. Eu vou lá ajuda-lo. Além do mais, sem ofensa, mas isso é a minha cara. Pego ele rapidamente. Só me dê cobertura. – Ele pula na água com seu tridente e nada com perfeição até alcançar Peeta. Vejo Finnick imergir e escuto o canhão em seguida. Fico tensa por um momento, mas um corpo submerge e Finnick auxilia Peeta até onde eu e Mags estamos.

— Senti saudades – diz Peeta ofegante. Ele me dá um beijo e acaricia meu ventre saliente. — Vocês estão bem?

— Agora que você está aqui, estamos bem sim. – Faço um carinho em seu rosto e olho em direção ao Finnick. — Obrigada.

— Não me agradeça ainda – fala ofegando. — O cara do 10, estava segurando o pé dele por baixo da água.

Mags fala para agilizarmos, antes que algum tributo ataque um de nós. Então, corremos até a Cornucópia e pegamos o máximo de armas que conseguimos. Mas não há comida ou água que possamos levar. Os tributos que, ainda estão ilhados, começam a arriscar sair de seus lugares e um deles descobre que o cinto é uma boia. Nosso tempo em terra firme sozinhos, está acabando. Quando pulamos na água para chegar do outro lado, noto que algo mudou, pois, a água desce até nossos tornozelos.

— Parece uma floresta tropical. – Finnick ergue o queixo e aponta a nossa frente. — Corram! – ele grita já se abaixando, Mags empoleira em suas costas e a passos ligeiros adentramos a mata.

Uma lança passa voando por nós e atinge uma árvore. Peeta a retira com agilidade e continuamos correr a passos largos. O banho de sangue vai começar. Corremos por um tempo e, embora eu esteja começando a sentir que, meu corpo pede por descanso, me sinto mais em casa aqui, do que na praia. Na floresta me sinto mais segura, ainda estou com meu emocional abalado. Sinto as lágrimas quererem vir à tona, entretanto, não posso obter esse luxo de parar agora. Mais alguns minutos correndo floresta a dentro, minhas costelas começam a latejar. Peeta que está à frente abrindo caminho com um facão, olha para trás e vê que estou quase cedendo.

— Parem, por favor, parem! – ele pede já chegando ao meu lado e me amparando. — Você tá legal? Está sentindo alguma coisa?

— Minhas costelas... – Puxo o ar dos meus pulmões e procuro respirar corretamente. Vejo a preocupação em seus olhos e tendo acalma-lo. — Acho que só preciso de um minuto de descanso.

— Acho que não estão mais atrás da gente. Devem ter ficado no banho de sangue. – Finnick olha para todos os lados e desce Mags de suas costas. — Precisamos achar água.

 

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Após me sentir um pouco mais disposta, começo a rastrear a terra úmida e consigo achar um riacho. Finnick dobra algumas folhas, transformando-as em cabaças e assim bebemos a água. O riacho fica em um lugar bem escondido e um nível abaixo da trilha. Sem dúvida, teria passado despercebido por olhos menos atentos.

— Será que aqui, é um bom lugar para acamparmos? – pergunta Peeta.

Finnick olha em todas as direções e me encara por um momento.

— O que acha deste lugar, Katniss?

— Parece bem escondido, mas temos que montar guarda – digo e todos nos entreolhamos.

— Posso vigiar primeiro. – Peeta se oferece.

— Tudo bem, mas precisa me acordar, caso algo aconteça. – Coloco as armas no chão, de modo que fiquem fáceis de pegá-las, quando precisarmos. — Vou ver se encontro algo para comermos. – Pego o arco e as flechas.

— Vou com você. – Peeta se prontifica.

— Peeta, você vai espantar a caça – digo sem tentar chateá-lo. Por mais que, ele se esforce e tenha melhorado bastante nos últimos anos, ainda não é a pessoa mais silenciosa.

— Eu vou com ela e você faz companhia pra Mags. – Finnick segura firme seu tridente e se aproxima de mim.

Peeta parece não gostar da ideia, sinto isso pelo seu olhar intercalado entre Finnick e eu, mesmo assim, se aproxima de mim e me puxa para si.

— Toma cuidado, tá?

— Eu sempre tomo – asseguro e ele beija meus lábios. Finnick e eu nos afastamos e começamos nossa caçada. — Acho que vou montar algumas armadilhas.

— É uma ótima ideia. – Enquanto monto as armadilhas, vejo Finnick caminhando sorrateiramente e procuro fazer menos barulho possível. Ele faz alguns sons com a boca e pouco tempo depois, ouço um barulho vindo em nossa direção. O barulho se intensifica e vejo quando Finnick arremessa seu tridente, atingindo algo que acaba de fazer um som gutural. — Olha o que acabei de abater. – Ele ergue um animal que tem a aparência de um porco. Me esqueci qual essa espécie pertence e Finnick parece perceber minha confusão em distingui-lo. — É um queixada.

— Nosso jantar já está garantido.

Deixo as armadilhas no jeito de pegar algo e retornamos ao nosso pequeno acampamento. Ao chegarmos vejo Mags ajeitando algumas palmeiras sobre algumas estacas.

— Muito bem Mags, agora estou começando a me sentir em casa – zomba Finnick ao colocar a caça sobre o chão. — Tá a fim de esfolar e limpar o porco?

— Parece que, você está mais habituado a esse animal, do que eu. Que tal eu limpar as caças que, pegarmos com as armadilhas? – sugiro franzindo meu nariz.

— Combinado.

Comemos em silêncio e assim que terminamos, apagamos o fogo, para evitar que sejamos vistos. As baixas do dia são projetadas no céu e como esperado o banho de sangue teve muitas mortes. O cara do 5, o qual Finnick me salvou, o tributo masculino do 8, a mulher do 9 e o casal do 10. Com toda certeza, todos na Capital estão vibrando neste momento.

Como combinado, Peeta monta a primeira guarda e aproveito para dormir um pouco, sei que só vou conseguir por ser ele que está de vigia. Não confio totalmente em nossos “aliados”.

Imagens do dia do nascimento de Hope invadem meu sonho. O nítido desespero que senti, quando forçaram seu nascimento. O medo de perde-la, sem nem ao menos tê-la visto. Desperto assustada, e levo as mãos a minha barriga e noto a mesma lisa.

— Peeta, nosso bebê, onde está nosso filho? – Estou em uma cama de hospital, Peeta ao meu lado.

— Eles o levaram. – Ele mal olha para mim, a voz fria e distante como nunca vi.

— Pra onde?

— Ele não pertence a nós, Katniss. É da Capital, sempre foi.

— Não, é nosso filho. Quero conhecer meu bebê. Ele é meu, não podem tira-lo de mim.

— Você devia ter pensado nisso, antes de ficar grávida de novo. Ele não pertence a nós. – Peeta se levanta e caminha até a porta.

— Onde você vai?

— Embora, está sozinha agora. Sempre vai estar sozinha, a partir de agora.

— Não... Peeta não me deixa. – O desespero toma conta de mim e sinto um tremor que nunca havia sentido antes.

— Eu já te deixei. Hope já te deixou. Agora, é só você e mais ninguém.

— Não...

— Katniss.... Katniss, acorda meu amor. – Assim que abro os olhos, sinto o coração acelerado. Peeta está ao meu lado, seu olhar preocupado direcionado a mim indica que, eu estava gritando. Levo as mãos a minha barriga e noto a saliência, sinto um alivio imediato. Olho ao redor e vejo as cinzas da fogueira, estamos na arena. — Foi só um sonho.

— Peeta... – O abraço com força e tento segurar as lágrimas. — Não me deixe nunca, por favor.

— Katniss, vou ficar com você o máximo de tempo que puder, eu juro. – Quero contar o pesadelo, mas Panem inteira está nos vendo, então apenas o abraço mais forte.

Sei que não vou conseguir voltar a dormir, logo, fico abraçada a ele enquanto faz a vigília. O som de um canhão preenche a noite, algum acampamento foi descoberto, Finn levanta com o som assim como Mags.

— Quer trocar de lugar? – Noto o quanto ele está em dúvida, assim como eu, sei que não confia totalmente nessa aliança inesperada, mas demostrar claramente isso, não é nada bom.

— Claro, vai ser bom dormir um pouco. – Embora deite com ele, sei que não vou conseguir dormir nem por mais um minuto durante a noite.

Meus olhos ardem como se estivessem com areia. Mesmo Peeta acariciando meus cabelos e me aninhando a ele, não consegui voltar a dormir. O medo de imagens, das quais não quero que ocupem minha mente voltar, é desagradável. O dia havia começado a clarear quando o som de tambores preencheram o silêncio, me sobressalto ao escutar o som repentino logo gritos ecoarem em nossa direção. Me coloco em posição de ataque e fico com meus ouvidos em alerta.

— Estão escutando isso? – pergunto ao encarar Finnick que parece bem cansado.

— Vamos sair daqui agora! – Como se soasse um alarme, Finnick coloca Mags em suas costas e logo começamos a correr mais a dentro da floresta. — Não olhem para trás, vamos seguir em frente! – ele grita.

Seguro meu ventre e continuo a correr com Peeta logo atrás.

— É um bando daquela espécie de porco que, vocês pegaram ontem – informa Peeta e dou uma espiada no que está atrás de nós.

Posso ouvir vozes próximas e quando olho, há um casal de tributos que, não consigo identificar por conta da sujeira que os cobre. Eles estão próximos e parecem juntos. Observo de relance o momento em que a mulher caiu no chão. Por um momento achei que ele pararia para ajudá-la, no entanto, ele seguiu sua corrida logo atrás de nós, deixando-a para trás, enquanto ela estava sendo atacada de forma brutal pelos animais furiosos.

— Cuidado!

Escuto o alerta de Finnick, enquanto diminui sua corrida me dando passagem, para passar em sua frente. No mesmo instante, percebo a areia movediça. Dou um salto e consigo atravessar. Peeta tropeça deixando meu corpo em total torpor que, nem consigo mais mover meus pés.

 

 


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Notas finais do capítulo

Nos diga o que estão achando e o que esperam de PA?

Vou dar um spoiler, o próximo capítulo será no Pov do Peeta e o depois dele será um capítulo bônus no Pov de outros tributos, será uma mesclagem. Aguardamos vocês nos comentários. Abraços e desde já agradecemos os comentários de cada um. Até a próxima pessoal.

OBS: Vou tentar agilizar o próximo capítulo para até a virada do ano novo. Se não der certo é culpa do meu notebook que está com alguma falha pra ligar e funcionar direito.



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