Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 18
This is why I need you


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal, será que a Sany e eu precisamos nos esconder atrás da vergonha? Bem, espero que estejam todos bem, mas gente oi uns meses difíceis pra Sany conciliar a correria do dia a dia com a edição, mas enfim conseguimos atualizar mais um capítulo e espero que nos perdoem pelo atraso, tomara que o capítulo de hoje faça jus ao perdão kkkkkkk. A Sany iria estar postando este capítulo e estamos comemorando um ano de PA, dá pra acreditar pessoal? Tempão já né? PA fez niver ontem 14/1 mas o cap ainda não estava pronto. Estavámos pensando em fazer uma maratona em comemoração vamos ver quando vai dar certo, né? Eu e a Sany estamos felizes pelo carinho de vocês e todos os comentários fofos que recebemos, e sempre que podemos iremos responder, ok? Vamos ao que interessa????
Boa leitura.



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Tenho tantas perguntas e lugares para ir

Há muitas opções, muitas incógnitas

É por isso que eu preciso de você

Porque você faz a escuridão menos escura

Você faz as pontas menos afiadas

Você faz o inverno parecer mais quente

Você faz minha fraqueza menos fraca

Você faz o fundo menos profundo

Você faz a espera parecer mais curta

Você faz minha loucura parecer normal, sempre

Você é o quem, o amor é o quê, este é o porquê

Há tantos problemas, e ninguém que se preocupa

Há tantas estradas, e todos eles precisam de reparos

É por isso que eu preciso de você...

(This is why I need you – Jesse Ruben)

 

As semanas se escorriam e Hope ficava mais forte e mais linda a cada dia. Seus olhos finalmente haviam se definido, eram azuis assim como os de Peeta. Olhar para ela me enchia de um sentimento que jamais havia sentido. Um amor diferente de todos os outros, e isso de certa forma era assustador afinal meus sentimentos eram armas nas mãos do presidente e isso me assustava muito. Consequentemente minha relação com Peeta passou por uma evolução significativa tínhamos um elo em comum, uma parte nossa que estávamos determinados a proteger a qualquer custo e isso sem dúvida afetava o modo como eu o via. Se como marido ele excedia as expectativas, como pai ele conseguia ser ainda melhor. Ele me ajudava no que fosse preciso, isso incluía as noites em que nossa filha parecia determinada a não dormir um único minuto. E sem nem ao menos perceber vê-lo conversando com ela em um tom calmo e baixo quase como se contasse um segredo passou a ser algo que amava ver. Talvez pela forma com que ele falava sobre tudo e sobre nada, ou pelo fato de que ela parecia prestar atenção em cada palavra, nesses momentos me via sempre observando os dois.

Ainda assim, pude notar que algo nele mudou depois que voltamos para casa. Ainda era ele, mas não totalmente. Havia até mesmo comentado sobre isso com Haymitch, mas meu antigo mentor apenas deu de ombros antes de comentar que muita coisa havia acontecido nos últimos anos.

— Está precisando de algo, filha? – pergunta minha mãe quando entrei em sua casa sem bater.

— Prim está?

— Deve estar lá nos fundos com a Lady, mas e esta minha netinha fofa como está hoje? – Ela se aproxima fazendo carinho em Hope, que logo se esperneia e lança os bracinhos gorduchos para que minha mãe a pegue, minha filha de alguma forma trouxe um brilho novo aos olhos da minha mãe, um brilho que havia se apagado com a morte do meu pai. – Deixe ela aqui comigo e vai lá ver a sua irmã.

— Está bem. – Atravesso o corredor que liga a cozinha e caminho até o quintal dos fundos. Vejo Prim dando legumes crus para Lady no cercado coberto por feno. – Como vai patinha? – Logo ela vira o rosto e me direciona o sorriso mais sincero e belo.

— Katniss... – Ela esquece um pouco de sua cabra e vem me dar um abraço apertado. – Eu ia lá daqui a pouco, mas já que veio até aqui... cadê minha sobrinha linda?

— Ela está com a mamãe.

Todos os dias nos víamos. Quando eu não vinha até aqui, Prim e minha mãe sempre estavam em casa. Acredito que com a chegada de Hope trouxe essa união a mais.

Prim me conta como tinha sido seu dia na escola e logo entramos, pois Hope chorava faminta e não demorou em nada para pedir para vir comigo e puxar minha blusa para dar-lhe acesso ao meu seio.

— Você é a bebê mais linda, Hope – diz Prim acariciando sua cabeleira castanha claro.

— Ela não gosta de ser interrompida enquanto se alimenta, titia Prim.

— Eu sou especial, então ela não liga. Não é minha princesa? – Prim inicia uma sequência de palavras com um tom de voz bem afinado, o que acaba fazendo Hope largar meu seio e dar-lhe atenção para mais logo gargalhar me deixando de lado e estendendo os braços para minha irmã.

Prim brincava animadamente com Hope sobre o tapete da sala quando me levantei do sofá e fui até a janela e pude ver Peeta saindo da casa do Haymitch e indo em direção a nossa. Olhei a hora e estranhei já que nesse horário normalmente ele ia para padaria.

— Preciso ir agora.

— Ah, não... não vá Katniss.

— Peeta chegou e...

— Deixe que ele venha te buscar como sempre faz.

— E-eu... eu realmente preciso ir. – Assim que me abaixo para pegar Hope, ela começa a chorar talvez chateada por eu atrapalhar sua interação com a tia que tanto ama. – O papai chegou. Não quer ver ele? – Apenas mencionar a palavra “papai” seus olhos azuis se arregalam curiosamente.  – Isso, o papai chegou, vamos ver ele? – Ela se remexe toda em meu colo e começa a impulsionar seu corpinho em direção a saída.

— Ah, sua sapequinha, você troca a titia pelo seu pai, né? – Prim acaricia seu rostinho falando com ela num tom de lamento.

— E ela troca o pai por você quando chega em casa – digo fazendo minha irmã sorrir e assentir com a cabeça.

— Isso é verdade, deve ser nossa cabeleira loira e os olhos azuis – observa ela.

— Sim, deve ser... que tal irmos até a campina amanhã depois de você chegar da escola?

— Adoraria. – Prim beija as bochechas de Hope e depois a minha.

— Katniss, tem se sentido bem com o chá que lhe indiquei? – Minha mãe pergunta quando já estou na porta saindo.

— Sim mãe, bebo ele todas as manhãs e não tem me dado nenhum efeito colateral.

— Que bom, e fique tranquila que não prejudica o leite materno.

— Mais uma vez obrigada. – Hope se remexe toda em meu colo e minha mãe deposita um suave beijo em sua testa antes de irmos.

Há algumas semanas minha mãe havia levado uma remeça de plantas que colhera para que eu pudesse tomar. Era um chá contraceptivo, mas um que não prejudicava nem a mim e nem a minha filha. Peeta e eu não tivemos juntos há muito tempo. Sinto seus olhos sobre mim queimando em determinado momento, mas ele não avança a não ser para trocarmos algum carinho.

Subo os lances de escada e ao abrir a porta do nosso quarto o vejo saindo do banheiro com a toalha envolta de sua cintura. Seu peito nu respinga pelo banho recém tomado, seus cabelos desgrenhados lhe caíam aqui e ali sobre o rosto.

— Filha que saudade que o papai sentiu de você. – Nem foi preciso eu passar ela para seus braços, pois Hope se jogou para ele. – Como passou o dia, meu amor? – Senti um chacoalhar no peito ao escuta-lo dizer isto, mas era com nossa filha que ele falava.

— Foi de novo na casa do Haymitch hoje? – Tento parecer casual, mas meu tom sai ligeiramente acusador.

— Hã?

— Vi você saindo da casa dele, achei que estava na padaria.

— Eu passei lá sim. – Nenhum detalhe, nada que pudesse indicar o que ele tanto andava fazendo lá.

— Haymitch anda mais propício a companhia ultimamente. Quer dizer você anda visitando ele com frequência – noto quando ele me entrega Hope e fica muito tempo olhando para o guarda-roupa fingindo estar escolhendo uma roupa sem dar nenhum tipo de resposta. – O que esta acontecendo Peeta? – Prefiro perguntar de uma vez ao invés de ficar pensando várias coisas.

— Nada demais...

— Não mente pra mim. – Coloco minha filha sobre a cama com os travesseiros ao seu redor.

— Promete não se preocupar e...

— Não prometo nada! – O corto rispidamente e me arrependo no mesmo instante.

— Falei com Haymitch que precisávamos de treinamento, e por incrível que pareça ele concordou.

— Treinamento?

— Sim, Katniss treinamento. Eu preciso ficar forte e ágil para poder defender você e a nossa filha quando for preciso. Até Esdras tem treinado e está bem empolgado.  

— Mas forte você já é...

— Isso não é suficiente. Naquele dia, quando levaram você, me senti... Se tivesse perdido você ou nossa filha.... Eu não... Não posso deixar que mais nada aconteça as pessoas que amo, nada. Temos que estar preparado e  nossa melhor chance é pensar como os carreiristas. Eles são ágeis e tem um reflexo incrível. É disso que precisamos e Haymitch cedeu um cômodo da casa e montamos um tipo de sala de treinamento. Coloquei alguns alvos e um saco de areia para golpearmos com os punhos.

— Isso é perigoso se algum pacificador ficar sabendo... Estou escutando que veio um novo chefe para o nosso Distrito e que Darius foi dispensado. Não ouvi falar nele mais, e se te pegarem... – Minha voz esmoreceu-se ao final e ele se aproximou segurando em meu queixo.

— Hei, ninguém vai nos pegar, eu prometo. Estamos sendo discretos e quando treinamos do lado de fora, é como se estivéssemos fazendo corrida em torno da casa do Haymitch.

— Quero treinar também.

— Katniss...

— Se vocês acham que devem estar preparados, eu também preciso estar. Não sou uma donzela em apuros, Peeta. E se estar preparada significa mais proteção para Hope, quero fazer isso. – Ele pareceu ponderar por um momento antes de concordar com a cabeça.

— Vou falar com Haymitch, talvez possamos improvisar alguns alvos para arco e flecha, e Doryan é muito bom com truques de desvio do adversário, acho que é bom para você praticar isso também.

Por mais que desejasse que isso fosse só algum tipo de paranoia dele, sabia que não era, e que ele estava certo em estar preparado. 

 

→←→←→←

 

Estávamos numa tarde na casa do Haymitch enquanto Peeta passava alguns exercícios ao Doryan. Os vi dando alguns golpes no saco de areia e fiquei com vontade de treinar, nos últimos dias vinha praticando minha mira e até Esdras estava me ajudando com meus reflexos sempre que possível.

— Haymitch, pode levar Hope pra dar uma voltinha.

— Docinho sabe muito bem que a pundizinho fica meio ressabiada com meu cabelo e barba.

— Leve-a para ver os gansos, ela adora ver eles se movimentando.

Haymitch me olha apreensivo, mas logo Doryan se aproxima.

— Eu vou junto, acho que ela gosta de mim.

— É claro que ela gosta de você, Doryan. Caso ela chore pode me chamar. - Os dois se retiram do quarto de treinamento e me aproximo de Peeta. – E aí treinador, pronto pra ensinar alguns truques a sua mulher?

— Bem, não que eu tenha algo contra você aprender luta, mas...

— Mas o que padeiro? Podemos fazer um acordo.

— Um acordo?

— Sim, você me ensina alguns truques e posso te ensinar a atirar flechas e até mesmo algumas armadilhas mais... digamos difíceis.

— Me parece um acordo tentador? – ele sussurra aproximando o rosto suado do meu.

— Considere um trato feito.

— Tudo bem. – Ele se afasta e pega duas faixas. – Primeiro vamos proteger sua mão. – Peeta enrola o tecido em uma mão e depois na outra. – Pronto, agora preste a atenção nos movimentos dos meus pés e dos meus punhos quando eu esmurrar o saco de areia. E foi isso que fiz, nos próximos minutos, fixei meu olhar nele. Peeta não era mais o garoto doce e gentil que eu sempre vi, agora ele tinha o semblante fechado enquanto golpeava aqui e ali, era como se estivesse frente a um adversário e desviava o rosto e o corpo como se alguém o estivesse batendo. – Agora é sua vez.

Ele se pôs atrás do saco de areia o segurando, e logo começou a ditar o que eu devia fazer. Confesso que senti um pouco de dor nos nós dos meus dedos, mas logo Peeta começou a me incitar dizendo que ali em minha frente era o Snow, aquilo me deixou cega de raiva e comecei a esmurrar com mais força até que dei um soco que me fez urrar de dor.

— Já chega... – Me joguei no chão apertando meu pulso. Sentia tanta dor que tinha a impressão de ter quebrado minha mão.

— Calma, você foi bem. Me desculpa se te incentivei demais. – Ele se abaixa e segura minhas mãos tirando as faixas para averiguar os estragos. – Não quebrou a mão, mas seu pulso abriu. Vamos pra casa e farei massagem com um curtido que sua mãe fez justamente para lesões.

— Como você consegue treinar sem se machucar tanto.

— Eu me machuquei muito no início, principalmente minha prótese, senti que ela forçou o músculo da parte boa e... – Seu rosto estava bem perto do meu de modo que pude sentir seu hálito quente e num impulso encostei meus lábios nos seus.

— Você é um grande homem, Peeta. Vamos pegar a Hope e ir pra casa.

Nossa menina estava fascinada com Doryan atrás dos gansos os fazendo abrir as asas e correr pelo quintal, ainda assim eu via claramente o quanto estava cansada. Peeta a pegou dos braços de Haymitch e nos despedimos indo pra casa.

Após colocar Hope pra dormir me dirigi ao quarto e Peeta ajeitava a cama.

— Venha vou massagear seu pulso. – Me sentei sobre a beirada da cama e ele passou o curtido em meu pulso, de um jeito que fez estremecer todo o meu corpo. Ele começou a fazer movimentos circulares no local que ainda latejava. – Você foi boa.

— Não me ajudou em nada quando disse que eu enfrentava o Snow. – A raiva que senti no momento em que Peeta começou a dizer tudo o que a cobra do presidente já tinha nos causado me fez avançar mais ainda no saco de areia.

— Você quase estourou o saco, já imaginou se estivesse socando a cara dele?

— Eu preciso do meu pulso saudável, Hope está bem fortinha.

— Ela está tão linda – divagou Peeta e não pude deixar de notar o encanto que seu rosto adquiria quando falava em Hope.

— Sim, ela está.

— Ela se parece tanto com você. – Ele para o movimento que fazia em meu pulso e coloca uma mecha de cabelo que estava sobre meu rosto atrás de minha orelha.

— Ela também se parece com você e muito.

— Está bem, Hope se parece com nós dois, afinal foi nós que a fizemos então... – Ele dá um sorriso singelo e sorrio de volta. Peeta não é qualquer pessoa, de alguma forma sei que algo além de Hope nos une. Bem na minha frente está o homem que impediu que minha família e eu morrêssemos de fome. Que estava disposto a dar a vida dele pela minha na arena. Que mentia por mim em frente a toda Panem. Que me amava, mesmo sem saber se um dia seria amado de volta. Avanço o beijando com mais ímpeto que acabo derrubando ele com as costas sobre a cama – K-katniss... não sou de ferro... – murmura entre um beijo e outro.

— Não estou pedindo pra que seja, estou?


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Notas finais do capítulo

E aí quem aí sentiu toda a tensão palpável???? Hummm essa Hope é uma fofinha mesmo né? Em breve vocês verão o rostinho dela, aguardem...

Comentem e enviaremos guloseimas hahahahaha... tenham todos uma ótima semana.