Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 17
Not Today


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal finalmente PA e criamos um capítulo especial hoje. Lembrem-se negrito é o Pov do Peeta e normal da Kat, ok? Quem aí está curioso? Meninas Não cansamos de agradecer o carinho e cada comentário que recebemos, queremos que saibam o quanto nutrimos um carinho especial por cada um que acompanha PA mesmo aqueles que não tem cadastro no site. Continuem aqui conosco, nos perdoem as vezes em demorar para atualizar, não fazemos isso de propósito, por favor não pensem isso. Amamos escrever PA e queremos agradar vocês cada vez mais e não iremos abandonar este projeto, mesmo que demoremos estaremos aqui SEMPRE rss... bem chega de blá, blá, blá e esperamos que gostem do capítulo de hoje.



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Lá vai ela na minha frente

Pegue minha vida e me liberte novamente

Nós construiremos uma memória com isso

Atrás de mim, um caminho maravilhoso eu percorri

Não olhe em frente, leve-me de volta mais uma vez

Nós construiremos uma memória com isso

 

Então nós desmoronamos e partimos o coração um do outro

Se quisermos viver um amor jovem, melhor começarmos hoje

 

Tem que ficar mais fácil, oh, mais fácil, de alguma forma

Porque eu estou caindo, estou caindo

Oh, cada vez mais fácil, de alguma maneira

Oh, eu estou chamando, eu estou chamando

E algo não acaba enquanto não tiver acabado

Eu não quero esperar por isso

Tem que ficar mais fácil e mais fácil de alguma forma...

(Not Today – Imagine Dragons)

 

Fracasso, impotência e raiva era apenas alguns dos sentimentos que estava sentindo enquanto levavam Katniss daquela biblioteca. Eu havia lutado, me debatido, socado e tentado a todo custo me livrar dos pacificadores que me seguravam, mas quanto mais eu tentava mais parecia inútil.

— Não lute tanto Sr. Mellark, vai apenas se cansar. – Aquela voz calma me fez ficar ainda mais irritado.

— MANDE TRAZE-LA DE VOLTA. VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! AINDA, NÃO ESTÁ NA HORA!

— Na verdade eu posso, posso tudo que quiser – diz com o olhar mais peçonhento e logo dirige o olhar para os homens que me seguram. - Podem levá-lo é esperado que ele esteja lá.

Fui arrastado por um corredor vazio em direção a um carro e durante todo o trajeto a única coisa que conseguia pensar era que se algo acontecesse a Katniss, ou ao bebê eu mataria o presidente de algum modo, nem que fosse a última coisa que fizesse na minha vida. Me arrastaram por uma porta nos fundos e foi por uma parede de vidro que assisti enquanto eles preparavam a mulher que amava para tirarem o nosso bebê a força, antes do tempo.

— Sr. Mellark, você pode continuar a lutar com os pacificadores, ou parar e entrar na sala, já começou e vai acontecer de qualquer maneira. Pode ver desse vidro, ou estar lá dentro – o olhar da enfermeira era de solidariedade -, com ela. - Pelo vidro vi Katniss naquela mesa sozinha, o processo já havia começado. Parei de lutar, ela estava certa não poderia impedir. – Vista isso e me siga. – Ela estendeu um traje azul e me levou até a sala ao lado onde lavei as mãos e vesti a roupa colocando uma mascara cirúrgica.

Quando entrei já estavam terminando de abri-la, fiquei ao lado dela observando com atenção, meu corpo perdeu as forças quando tiraram o bebê do ventre dela, e os minutos que se seguiram me fez prender a respiração como se meu mundo tivesse parado naquele momento de silencio. Rapidamente o pegaram e o conduziram até a incubadora ao lado, dei um passo a frente sem conseguir ver o que estava acontecendo. O som do choro preencheu o ambiente repentinamente me permitindo respirar para logo meus olhos umedecerem.

A última coisa que me lembro é do desespero de Peeta em querer proteger a mim e ao bebê após isso somente um silêncio.

Silêncio... Assim que minha consciência começou a voltar me vi em meio ao completo silêncio. Podia sentir minhas pálpebras pesadas e a sessão de dor e desconforto. Minha cabeça parecia pesar, ainda assim me forcei a abrir os olhos. A iluminação me fez piscar algumas vezes e assim que me acostumei com a forte luz vi Haymitch sentado na poltrona ao lado da cama. 

— Que bom que acordou docinho. - Havia algo diferente em sua voz, não era a ironia costumeira. Então, pequenos flashes invadiram minha mente  e instintivamente levei minha mão ao meu ventre vazio. O pânico tomou conta de mim enquanto tentava me levantar.

— Meu bebê. Onde está? – pergunto sentindo o ar se fazer escasso em meus pulmões.

— Calma, não vai querer que coloquem você para dormir por mais dois dias, não é?  - comenta me segurando pelo ombro.

— Me solta Haymitch! Responde logo, cadê meu bebê?

— Está em outro quarto. Peeta está lá. Agora se acalma.  Precisamos de você consciente e se começar a gritar aqui vão te dopar.  

— Quero meu bebê! 

— Sei que quer, mas precisa ser racional agora Katniss. - Eu não queria ser racional queria meu bebê. - Vou chamar o Peeta, mas você precisa ficar aqui, não faça nenhuma besteira. Vai ser rápido. - Não sei quanto tempo passou até o deslizar da porta chamar minha atenção e pude ver Peeta entrando no quarto. Os olhos estavam fundos com olheiras evidentes. Nem mesmo na arena tinha visto ele tão abatido.

— Peeta... cadê?

— Temos uma filha. - A voz dele estava baixa e rouca, ainda assim ele sorriu ligeiramente.

— Ela está viva... - Embora Haymitch tenha falado antes, ouvir dele me deu um rápido alívio. Uma menina.

— Ela é realmente pequena, e ainda não respira completamente sozinha, mas tem um aperto realmente forte. Puxou a mãe. - Ele dá um sorriso levemente torto. - Como você está?

— Quero vê-la.

— Eu sei, vou leva-la até ela.

Peeta colocou pantufas em meus pés e delicadamente me pegou em seus braços já nos guiando para fora dali.

Minha ansiedade aumentava a cada passo, a única coisa que queria era vê-la, queria ter certeza de que estava bem.  Haymitch estava lá e assim que me viu, saiu nos deixando sozinhos. Nos aproximamos e ele me pôs no chão, espalmei minhas mãos sobre a incubadora e assim que a vi senti algo inexplicável, talvez se Peeta não estivesse me amparando não tenho certeza se teria conseguido me manter de pé.

Senti as lágrimas em meus olhos, em toda minha vida nunca imaginei que teria uma filha, contudo ali estava ela

— Ela é tão linda... – Sinto minha voz falhar.

Segundos foram o suficiente para que tivesse a certeza de algo que já vinha sentindo, um amor incondicional e inexplicável. Ali estava minha vida, faria qualquer coisa por aquela pequena. Toquei seu corpo pequeno com cuidado e senti meu coração acelerar, assim que aproximei a mão da dela senti um aperto de leve em meu dedo.

— Puxou a mãe sem dúvida. – Olhei para Peeta e vi em seus olhos um misto de dor e felicidade. – Me desculpa, prometi que protegeria vocês... – Toquei seu rosto levemente e o vi fechar os olhos.

— Não havia o que fazer Peeta. Não tinha como impedi-lo. – Não permitiria que Snow o fizesse se sentir culpado. Não permitiria que essa culpa que não era dele o detonar deste jeito.

— Se algo tivesse acontecido a vocês eu teria...

— Vamos ficar bem, papai. – Ele se aproxima e encosta sua testa na minha.

— Sim, nós vamos mamãe.

Ficamos ali, olhando nossa filha. Sabia que não seria fácil, mas de alguma maneira lidaríamos com tudo, um passo de cada vez.

— Temos noticias atualizadas sobre nosso casal favorito Caesar. Fontes internas do hospital afirmam que mãe e filha passam bem, aparentemente nossa querida Katniss já acordou e até mesmo foi visitar a filha.

— Isso é maravilhoso, sei que querem mais notícias, e em breve falaremos com nosso querido casal sobre o nascimento da primogênita. Mas nesse instante estamos respeitando esse momento...— Desligo a TV entediado com as especulações.

— A população quer uma declaração, querem que você apareça e diga algo sobre o nascimento. Já se passaram mais de uma semana.

— Não tenho nada a dizer Haymitch. – Desde o nascimento da minha filha não havia saído do hospital, Effie me trazia roupas e tudo que precisava dessa forma não cheguei nem ao menos na janela do prédio, onde pessoas ficavam sempre espreitando.

— Sei que está com raiva, e tem todos os motivos. Mas se não fizer isso Snow vai acabar piorando as coisas. Não precisamos de mais problemas nesse momento.

— Quer mesmo que eu vá lá fora e fale o que aconteceu? Que o presidente mandou doparem minha mulher, que me seguraram enquanto a levavam a força para um parto desnecessário semanas antes do previsto?

— Peeta...

— Não, não vou fazer isso.

— Você precisa.

— Eu quase as perdi e me senti um impotente, não pude fazer nada.

— Eu sei, mas o show precisa continuar. Temos que manter as coisas sobre controle, a população está alvoroçada. Vai lá, dê uma declaração, entre no jogo dele. Minta por ela. Irritar o presidente enquanto sua filha está no hospital não é uma boa ideia.

Assim que a luz vermelha indicou que estava gravando tentei sorrir, Haymitch havia marcado um horário para uma transmissão ao vivo com Caesar naquela manhã.   

— Que bom ver você Peeta, estávamos esperando esse momento desde que recebemos a noticia sobre o nascimento.

— Também estou feliz em falar com você, as coisas foram um pouco corridas nos últimos dias, não esperávamos nossa princesa para agora.

— Diga-nos Peeta, o que aconteceu? Ninguém esperava o parto, nem ao menos conseguimos fazer a cobertura do momento como tínhamos conversado anteriormente.

— Acho que nosso amor pela Capital acabou passando para ela que não aceitou a ideia de que estamos indo para casa. De alguma forma acredito que ela quis nascer aqui rodeada de pessoas incríveis. – A plateia que estava no estúdio vibrou com minha fala e sorri. Esse era o meu jogo, faria com que eles a amassem mais do que amavam a ideia do casal desafortunado. O amor deles pela minha filha seria uma das proteções contra o presidente.

— Cheguei a comentar isso essa semana, e isso não me surpreende, tudo começou aqui na Capital. Sua declaração, os jogos, o casamento. Mas nos conte como ela está? E a Katniss?

— As duas estão bem, devido a alguns imprevistos, Katniss passou por uma cessaria, mas passa bem. E nossa filha esta ótima, respirando sozinha e puxou a beleza da mãe. – Ouço alguns suspiros da plateia.

— Já sabem o nome?

— Ainda não.

Ele fez apenas mais algumas perguntas e encerrou a entrevista.

Fiquei atenta para cada recomendação médica tanto aos cuidados de minha filha quanto aos meus.

Me sentia aliviada em poder finalmente voltar para a nossa casa. E eu regressava com centenas de presentes. Minha menina havia ganhado muitas coisas, dentre essas, belos vestidos de Effie. Agradeci mentalmente que não eram tão espalhafatosos como os que ela usava, ainda assim não deixavam de ter cores fortes e mistura de estampas e tecidos.

A multidão ovacionada na porta do hospital me fez respirar fundo antes de sair com minha filha nos braços. Peeta estava ao meu lado com o braço ao redor dos meus ombros, e assim que a porta automática abriu os flashes das câmeras começaram. A única coisa que queria era entrar no trem e ir para casa, ficar o mais longe possível daquele lugar, mas fazer isso sem apresenta-la a população da Capital era impossível, então faria aquilo o mais rápido.

Um dos câmeras, que estava cobrindo a transmissão com Caesar se aproximou e a virei um pouco para que ele pudesse filma-la com clareza. Ela dormia tranquilamente.

— Realmente você não mentiu Peeta, sua filha é linda. – Ouço a voz do apresentador pelo ponto. – Como vai Katniss, estamos felizes em ver você.

— Estou bem, e muito feliz em ver todos vocês.

— Então, já decidiram um nome?

— Já. – Olho para o loiro, e vejo o momento em que ele sorri com orgulho ao falar:

— Apresento-lhes Hope Everdeen Mellark.

 

→←→←→←

 

— Eles adoraram o nome. – Haymitch faz essa observação quando já estamos no vagão bar sentados nos sofás.

— Não tiveram tempo de sentir o efeito e o significado – comento e logo ouço um resmungar de minha filha.

— Vou amamenta-la. – Katniss ajeita Hope nos braços e se levanta indo em direção a nossa cabine.

Dou boa noite ao Haymitch e ao Doryan que ficou encantado com nossa pequena, apesar de tudo, não contamos a ele o que realmente havia acontecido, ele acha que Katniss teve algumas complicações.

Chego ao vagão e ajeito algumas almofadas para Katniss sentar mais confortavelmente.

— Faz pouco tempo que você a amentou, né? – pergunto abobalhado.

— Sim, essa garotinha tem um apetite entanto.

— Devo dizer que puxou a você.

Katniss sorri enquanto ajeita Hope sobre o seio e logo a pequena mama vorazmente.

— Apesar de tudo, sinto alívio dela estar aqui em meus braços saudável e fora de perigo. Eles deram algumas vacinas, mas com o passar dos meses terá que tomar outras.

— E você como está se sentindo?

— O corte que fizeram em mim não era grande e com todo o avanço da Capital está praticamente curado por fora, só me recomendaram que a cicatrização interna é um pouco mais lenta.

— Vou cuidar para que se recupere bem.

Katniss traz sua mão para acariciar meu rosto e acabo por fechar os olhos sob seu toque quente e delicado. Mas ela não para por aí, logo sinto o calor dos seus lábios sobre os meus em um beijo tranquilo.

— Obrigada por estar ao meu lado.

— Sempre.

Chegamos ao Distrito 12 e fomos recebidos com congratulações. Logo mais tivemos que comparecer ao palco montado frente ao Edifício da Justiça para Doryan dar as condolências à família de Tyah. Mais um momento doloroso que rapidamente teve que ser ocupado pela apresentação de nossa filha.

Peeta e eu ficamos poucos minutos na comemoração e agradeci mentalmente em termos retornado rápido pra casa, afinal fazia pouco mais de três semanas desde o parto.

Minha mãe se prontificou a nos ajudar, e apesar de desconfiar que algo ruim tivesse acontecido para eu ter minha filha tão repentinamente não ficou especulando. Ao invés disso segurou Hope nos braços e a mimou por um tempo lhe dando as boas-vindas. Talvez minha maternidade pudesse transmitir algo de bom para ela, e agora eu simplesmente podia entende-la um pouco melhor. Nem preciso dizer o quanto Prim ficou encantada com a sobrinha.

— Katniss ela é tão delicada... olhe os traços dela – diz a observando minuciosamente. – E os olhos, que cor são?

— Não tenho certeza, pois ela pouco os abriu, e quando estava na incubadora ficou de tampão, mas em breve saberemos.

Minha menina tinha poucos fios de cabelo, mas ao que tudo indica havia puxado a mesma tonalidade que os meus.

Os dias se escorreram e a família de Peeta sempre que podia vinham visitar nossa pequena. O pai de Peeta e Esdras ficaram encantados e abobalhados com a menina Mellark, afinal era a primeira garotinha na família em duas gerações. Ela era amada por todos disso eu não tinha dúvida, mesmo assim sentia que tinha que protegê-la.

Em um dado momento da tarde Hope chorava sem sessar. Comecei a me desesperar, pois era tão tranquila que temia estar perdendo ela e isso muito me apavorou.

— Vou chamar a sua mãe, ela deve saber o que fazer.

Peeta saiu porta a fora atrás da minha mãe que rapidamente apareceu quando eu já me desmanchava em lágrimas junto de Hope.

— Deve ser cólica Katniss – diz minha mãe entrando com rapidez e pegando Hope dos meus braços e a colocando de barriga para baixo em cima da palma de sua mão. – Depois de coloca-la para arrotar e ela começar a chorar desesperada, coloque-a nessa posição. Ajuda muito, pois as vezes é alguns gases que estão a incomodando.

Minha mãe fazia massagem nas costas pequena de minha filha que após algum tempo foi cessando o choro e dava apenas pequenas soluçadas.

— Ela se acalmou – comenta Peeta com um fraco sorriso de alivio.

— Pensei que a estava perdendo. – Sem perceber deixo minhas emoções se aflorarem e logo sinto os braços de Peeta ao meu redor.

— É comum os recém-nascidos terem fortes cólicas. Você tem que fazer uma dieta rigorosa Katniss, muitos alimentos provocam isso e acabam passando para o leite.

— Depois a senhora me diz o que posso, ou não comer.

Nos demais dias Peeta e eu nos revezávamos para cuidarmos de nossa garotinha. Ele sempre levantava nas madrugadas para pegá-la e trazer pra eu alimentá-la, ou fazer a troca da fralda. Sempre ao nosso redor ele ficava acariciando com o dedo indicador a cabeça de Hope. Vez ou outra ela parava de mamar e olhava para mim com seus olhos de cor misteriosa, e Peeta encostava a cabeça em meu ombro e conversava com ela. De certa forma eu estava encantada com esses pequenos momentos. Passei a dormir mais aconchegada a ele e trocávamos muito carinho e beijos tanto calmo como urgentes.

Creio que quando decidimos juntos que nome daríamos a ela, não erramos em nomeá-la de Hope, afinal, ela poderia ser a esperança para as nossas aflições. E talvez tornaria mais fácil de carregar o fardo que adquirimos ao longo do caminho.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Então é uma menina e viram o nomezinho dela (olhinhos de coração aqui rss). Acredito que essa pequena chegou pra unir ainda mais esse casal, então... deixe vossas opiniões e fiquem a vontade pra sugerir algo. Próximo capítulo terá um banner mostrando nossa belíssima Hope, aguardem e até breve. Tenham todos uma ótima semana um forte abraço e ahhhhh Sany responderá a todos os comentários durante a semana, ok?