Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 15
Arms


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal, bem passou de domingo kkkk, mas não poderíamos deixar vocês mais uma vez na mão. Bem, me perdoem pela demora, dessa vez o capítulo demorou um pouco mais que o esperado por minha culpa. Aconteceram muitas coisas, mas cá estou e volto a afirmar que não desistiremos da fic. O carinho de vocês em nos retornar com os maravilhosos comentários só nos traz alegria e mais entusiasmo para continuar com este projeto.

Preparem-se para o capítulo glicosado rss... os comentários serão respondidos assim que possível... boa leitura.



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Eu nunca pensei que você seria aquele a segurar o meu coração,

Mas você apareceu e me tirou do chão desde o começo,

Você põe os seus braços ao meu redor,

E eu acredito que é mais fácil você me deixar ir,

Mas você coloca seus braços ao meu redor.

 

E eu me sinto em casa,

Quantas vezes você vai me deixar mudar de ideia e dar meia volta?

Eu não consigo decidir se deixo você salvar minha vida ou se eu me, afogo.

 

Espero que você veja bem através das minhas paredes,

Espero que você me segure, pois eu já estou caindo,

Eu nunca vou deixar o nosso amor se aproximar tanto,

Você coloca seus braços ao meu redor e eu me sinto em casa.

 

O mundo está desmoronando sobre mim e não consigo encontrar motivo, para ser amada.

Eu nunca vou querer te deixar, mas não posso fazer você sangrar se eu, estiver sozinha.

(Arms - Christina Perri)

— Você nunca vai estar sozinha...

Aquela frase de alguns dias atrás martelava em minha mente. Peeta conseguia me deixar em um estado extremamente nostálgico, e por mais que fossem palavras simples me passavam segurança. Após a noite que dormi no sofá com ele, logo voltou a dormir em nosso quarto... nosso quarto. Estranhamente passei a dormir mais agarrada a ele do que antes. É reconfortante.

Pela manhã avisei a ele que prepararia um jantar, digamos, com o que estava afim de comer e cá estou à beira do lago pescando. Trouxe alguns utensílios para limpar os peixes e deixar a sujeira por aqui. Sei o quanto Buttercup adoraria saborear as vísceras, ao constatar isso, sinto o conhecido embrulho no estômago e acabo por vomitar meu almoço.

Após me recuperar, bebo um pouco de água e como uma maçã, e isso já me alivia. Após conseguir pescar alguns peixes, limpo tentando prender minha respiração para não vomitar novamente. Eu nunca tive esses ataques de ânsia quando caçava e pescava. Sempre limpei, depenei, e agora não estou dando conta de ficar olhando para o interior delas.

Lavo minhas mãos, mas o cheiro de peixe ainda se faz presente. Já limpo, os deposito numa vasilha e tampo bem. Ajeito tudo e começo a caminhar voltando pra casa. Adentro a aldeia e logo vejo Peeta vindo em minha direção com seu típico sorriso dócil. Meu coração dispara. Uma sensação forte me faz perder o fôlego.

— Já ia atrás de você. - Ele pega as coisas que carrego e me dá um beijo no canto dos lábios, ato que me deixa estática, mesmo que de uns dias pra cá isso tenha virado um hábito entre nós. - Está tudo bem?

— Está sim. - Lanço um sorriso tentando inutilmente esconder meu constrangimento. Entramos em casa e noto meu odor. - Estou fedendo a peixe, acho que antes de começar a preparar o jantar vou tomar um banho.

— Tudo bem. Quer que vou adiantando alguma coisa?

— Se quiser cortar duas cebolas e alguns dentes de alho, agradeceria.

— Como quiser, querida.

Tenho certeza que estou corada pelo jeito que acaba de me chamar, pois sinto as bochechas queimando. Mesmo sem jeito, em resposta lhe lanço um sorriso e subo rapidamente. Enquanto tomo banho aliso meu ventre e um turbilhão de coisas passam por minha cabeça. Meu corpo anda sentindo algumas sensações a mais do que eu já sentia. A aproximação com Peeta está ficando cada vez mais fundida. Sinto um desejo inigualável de senti-lo novamente. Ele tem me dado muita atenção e carinho, e o que eu estou dando em troca?

A vontade de beijá-lo com fervor e de me agarrar a ele, tem se tornado uma tarefa difícil de segurar, já que seu cheiro tem me inebriado. Sinto necessidade de estar perto dele. Sei que me senti solitária quando estava um pouco distante. Balanço a cabeça tentando afastar os pensamentos e quando termino de tomar banho, passo uma loção hidratante por todo meu corpo e ao deslizar minhas mãos pela barriga, observo a pequena saliência. Coloco um vestido leve e me preparo para descer.

Chego à cozinha e ele tem lágrimas nos olhos.

— Chorando Mellark? - brinco já que está cortando uma cebola.

— Não sei por que isso nos faz chorar - comenta dando uma fungada e limpando os olhos com seu antebraço. Estes olhos tão azuis, quanto o céu de hoje.

Acho que fico tempo demais o admirando, pois ele toca meu braço e me sobressalto levemente.

— Eu preciso começar a preparar o jantar.

Quase que não consigo dar o comando ao meu próprio corpo, minha vontade é de atacá-lo aqui e agora.

— Quer que eu a ajude em mais alguma coisa?

— Vejamos... vou precisar de coentro, pode pegar pra mim? - Ele me lança um sorriso magnifico e caminha até nossa pequena horta nos fundos. Desde que Mary me ensinou algumas receitas, Peeta fez um canteiro atrás de nossa casa com especiarias e algumas folhagens como: rúcula, agrião, almeirão, couve e alface.

Ele traz o que preciso e novamente pergunta se quero algo mais, nego o agradecendo e diz que irá tomar banho, mas antes de subir me abraça por trás e beija minha bochecha. Me sinto anestesiada e querendo mais. Infelizmente ele subiu antes que eu pudesse desejar o contato.

O que estou sentindo? Por que isso está acontecendo comigo?

Procuro me concentrar no que estou executando e no fim, consigo um ensopado de peixe acompanhado de pirão e batatas cozidas levemente passadas no azeite.

— Uau... o cheiro está maravilhoso. - ele comenta sobre o que estou preparando, mas sua loção invade minhas narinas e reviro os olhos em excitação, tendo ele às minhas costas.

— Espero que o gosto esteja tão bom quanto o cheiro. - Me viro e não deixo de passear meus olhos por todo seu corpo e parar por um tempo em seu tórax definido. - Preciso colocar os pratos na mesa, ainda não tive tempo...

— Deixa que eu coloco. - Trocamos um longo olhar, enquanto segura meu braço.

Jantamos com uma agradável harmonia e com seus elogios exagerados, dizendo o quanto tudo estava maravilhoso.

— Está simples, mas eu estava com vontade de comer algo assim.

— Seria desejo?

— Desejo?

— Sim, recentemente li que mulheres grávidas sentem a necessita de comer algo diferente. Li também sobre certas reações como, sentirem repulsa de seu companheiro, ou até mesmo quererem ficar próxima.

Acredito que me encaixo nesse último sintoma, penso.

— É... deve ser isso, mas tá difícil, vomitei antes de limpar o peixe.

— Oh, Katniss... podíamos falar com a médica para passar algo que amenizasse os enjoos. - Solidariamente segura minha mão e não deixo de sentir o chacoalhar dentro do peito. Terminamos o jantar e ele me ajuda na arrumação. Como mais uma maçã - descobri que alivia meu enjoo - e depois vou até a sala, onde o vejo pegando seu caderno de desenho e logo começa a esboçar algo, como um berço e móveis... para o quarto do bebê? Nem preciso perguntar em voz alta, acredito que a dúvida esteja estampada em meu semblante. - Enquanto você estava na floresta, Prim passou por aqui antes de ir para a escola e me perguntou quando eu iria chamá-la para me ajudar no quarto do bebê.

— Ela está bem empolgada com a ideia, né?

— Prim parece estar bem animada sim, mas sua mãe...

— Ela teme onde tudo isso vai dar. Não temos vidas normais, Peeta. Ninguém em nenhum distrito tem.

— Eu sei... - Ele coloca o caderno sobre a mesinha frente ao sofá, onde estamos sentados, e se vira para ter um melhor contato. - Mas foi tudo que um dia sonhei em ter ao teu lado. – sinto meu rosto corar e observo enquanto ele levanta dando a volta no sofá ficando atrás de mim e iniciando uma massagem suave em minhas costas, sinto um arrepio com o toque, mas a sensação é maravilhosa. - Está tão cheirosa... - Peeta se aproxima mais e enterra o rosto na curva do meu pescoço e, é quando sinto seus lábios tocarem levemente minha pele que, consequentemente acabo soltando um som muxoxo.

Sinto uma corrente elétrica por toda a extensão do meu corpo e sem pensar me viro e avanço o beijando com fervor. Não sei ao certo como ele voltou para o sofá, mas infiltro minhas mãos sob sua camiseta e se arrepia. Peeta afasta o rosto do meu, mas não quero perder o contato. Entendo o que está acontecendo, e não gostaria que fosse novamente em um sofá.

— Vamos para o quarto... - sussurro num fio de voz. Ele se levanta me erguendo junto e aperto minhas pernas entorno de seus quadris. Peeta parece relutar quando chegamos em nosso aposento, mas avanço o beijando e guiando suas mãos até meu vestido. Em silêncio permito que o retire de mim.

Ele é amável enquanto me possui, tão perfeito quanto em nossa primeira vez, de inicio teve receio pelo bebê, mas o lembrei sobre a consulta que tivemos na Capital, onde a médica passou as restrições e o que podíamos, ou não fazer. No fim, foi tudo incrível e mais do que eu esperava. Minha vontade estava saciada.

Pela manhã acordamos abraçados um ao outro e sem roupa alguma. Encaro seus olhos, sei que não preciso me explicar, e dessa vez ao invés de nos afastarmos, apenas fingimos que nada aconteceu.

 

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O projeto de começar a decorar o quarto do bebê finalmente começara a todo vapor, Prim vinha antes de ir pra escola e pedia a ele que deixasse algo para ela fazer. Peeta sorria feito bobo para minha irmã e dizia que faria o que ela quisesse.

Em um sábado à tarde quando Peeta pintava uma parede, num tom bem claro de verde, senti uma agitação desconhecida em meu ventre e entrei em pânico.

— Peeta! - grito do nosso quarto e ele entra alarmado.

— O que aconteceu, minha vida?

— O bebê... o bebê, Peeta...

— O que tem?

— Está... está... eu não sei...

— Por favor, Katniss está sentindo alguma dor? Vou chamar sua mãe...

— O bebê está mexendo... - Com minhas mãos sobre meu ventre já de cinco meses começo a chorar desesperada, não sei explicar, mas aquele movimento foi diferente ao que andava sentindo. Diferente de tudo. Foi forte e intenso, e pela primeira vez nas últimas semanas me dei conta do quanto real era aquela gravidez. Por mais preocupada que estivesse antes, aquele movimento me lembra com força total que alguém realmente crescia dentro de mim.

Ele se aproxima, e pega minha mão me conduzindo a uma poltrona e me ajuda a sentar e ajoelhando ao meu lado coloca suas mãos no local que continuava a se agitar.

— Ei, está assustando a mamãe. Soube que é natural neste período você se mexer, mas que tal se acalmar um pouquinho para que a mamãe se acostume com isso? - As lágrimas que rolavam de meus olhos foram cessando e meu ventre que se contorcia, foi acalmando aos poucos ao ouvir sua voz tão calma. Ele beijou meu ventre e agradeceu ao nosso bebê. – Vai ficar tudo bem.

— É real Peeta, eu posso sentir.

— Eu sei. – Há compreensão em seus olhos.

— Obrigada por ser tão perfeito assim comigo. Não sei o que seria de mim sem você. - Solto sem pensar e logo seus braços me rodeiam em um abraço acolhedor.

 

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As semanas vão passando, já não sinto tanto pânico em sentir o bebê.

Peeta está contente com a decoração do quarto mesmo ainda o sexo do bebê ser um mistério. Até agora não conseguimos descobrir, mas ele tem sido minucioso ao escolher tudo em tons unissex.

Doryan vem sempre em casa quando não está se ocupando com algo. Sinto como se fôssemos uma família, acredito que posso denominar assim. Mesmo com toda loucura que temos passado, estarmos próximos chega a ser um alento. Ele tem pego algumas instruções com Peeta a respeito da turnê, e o loiro deixa claro a ideia de sorrir sempre e ser agradecido a Capital por tudo.

— Doryan é um garoto incrível... - comenta Peeta quando já estamos deitados. - Eu achei que seria uma loucura ser mentor, mas poder ajudá-lo em algo que já enfrentamos, é um pouco reconfortante, quer dizer posso instruí-lo a ser um mentiroso melhor do que eu.

— Gosto do jeito que você cuida dele. - Reprimo o pensamento de dizer que o vendo com Doryan é como se enxergasse uma relação entre pai e filho.

Repentinamente sinto meu ventre se agitar e minha boca salivar. Me mexo tentando alternar uma melhor posição, mas é inútil e isso não passa despercebido por Peeta.

— O que você tem? Está sentindo algo?

Movimento meu corpo me sentando sobre a cama e acendo o abajur ao meu lado.

— Estou com vontade de comer um daqueles bolos da padaria... - Minhas bochechas se aquecem devido ao meu repentino desejo. - Com bastante glacê e morangos... ou talvez chocolate? - Passeio as mãos sobre a protuberância.

— Vou buscar pra você... - Ele se levanta e vai até o guarda-roupas procurar algo quente pra vestir, mas me ponho de pé e tento impedi-lo.

— Não, não... você não irá sair a esta hora para... - Eu me sentia ansiosa, toda atrapalhada ao tentar impedi-lo de sair. - Olhe, não quero que tenha mais problemas com...

— Minha mãe, ou Sedah? - ele completa o que eu estava receosa em dizer. - Não vou deixar que passe vontade. Meu pai e Esdras te adoram querida, tenho certeza que deve ter pelo menos uns dois tipos de bolo confeitado.

É incrível toda sua determinação em me servir e amar.

Já vestido, se aproxima de mim e direciona os lábios até meu ventre, coberto pela camisola, para conversar com o bebê. Relata de que não irá demorar e que trará todas opções que achar.

— Obrigada. - agradeço sem graça.

— Não vou demorar.

Torno a me sentar na cama recostando-me sobre a cabeceira e fico divagando em tudo o que tenho vivido. Com toda certeza não foi a vida que escolhi viver, mas de um modo que não sei explicar, sinto que se não tivesse isso, não conseguiria sobreviver um pouco mais sã.

Ele realmente não demora e com um sorriso entusiasmado me entrega uma caixa média e fico apreensiva, mas ao abri-la me deparo com cinco fatias enormes de bolo, o detalhe é que há pelo menos três tipo de sabores.

— Peeta... - sorrio abobalhada, perco a ação das palavras, ainda mais quando me entrega um garfo e me insentiva com o olhar a começar a comer. - Hum... - A saciação que sinto é inigualável. - Experimenta. - Ofereço um pedaço após eu ter comido três garfadas.

— Eu trouxe pra vocês - insisto levando o garfo até sua boca e ele come. - Esse é o preferido da filha do prefeito.

— Pudera é todo recheado generosamente de morangos... hum... - Me deliro pelo maravilhoso sabor e meu ventre parece se acalmar. - Obrigada, Peeta nem sei o que fazer pra te recompensar.

— Espere, tem glacê aqui. – Sua mão se aproxima de meu rosto, mas ao invés de sentir seus dedos, sinto seus lábios em um suave beijo. - Pronto está limpo. A propósito, você já tem me recompensado.

 

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Em uma noite tranquila, após retornarmos de um jantar na casa de minha mãe, o telefone não parava de tocar e Peeta foi atender. Ele passou um bom tempo falando, com quem quer que estivesse do outro lado da linha, e quando se aproximou de mim tinha o semblante estranhamente agitado.

— Aconteceu alguma coisa? - pergunto temendo algum desastre.

— A equipe do programa do Caesar diz que virá na próxima semana para uma sessão de fotos nossa, mas... principalmente de você.

A pequena paz que eu sentia era boa demais para ser verdade. Com toda certeza foi ordens do presidente, não tem como pensar em outra coisa.

— Eu não quero que nosso filho fique exposto, Peeta... eu não quero.

Ele me abraça e sei que devo estar à ponto da histeria.

 


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Notas finais do capítulo

Hey o que acharam? Nos conte, tirem suas dúvidas e continuem a interagir... desejo de todo o coração uma ótima e abençoada semana a todos. Forte abraço e até.

Ps: Só reforçando que a coletânea Encontros, acasos e amores retorna no início de outubro, terá surpresas e mais surpresas, tenho certeza que todos irão amar...



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