“Renji porque você foi dizer aquilo daquela forma!? – Rukia se perdia em pensamentos no silencioso e apressado caminho que faziam até Inudzuri – O Nii-sama não sabia dessa história! Eu nunca contei para ele. Isso vai me dar problemas para explicar depois! – ela nunca havia sequer chegado perto de contar a verdade para Byakuya e tratava Renji como nada mais que um amigo (as vezes até apenas como um simples conhecido) – Eu vou pelo pessoal e nossa amizade.... Mas depois eu e você vamos ter uma conversa muito séria sobre isso cara! – ela mantinha uma feição focada mas por dentro estava uma fera com Renji – E eu também não ajudei né!? Tinha que ter falado por impulso e chamado todos de família e me alterado daquela forma!? Esperta. – ela se repreendida em seus pensamentos por não ter analisado a situação antes de agir.”

“Espero que vocês estejam bem pessoal! Nós estamos chegando! – Renji carregava Tsuro nas costas já que estavam usando o shumpo para chegar mais rápido e deu uma leve olhada para Rukia ao seu lado sem que ela percebesse – Por que você não reagiu? Eles são nossa família! Duvido muito que nunca tenha tocado sequer uma vez no assunto de nossa família com o Taichou... assim espero. – ele se preocupava com aquela falta de reação e movimentos automáticos, praticamente robóticos e frios, de Rukia no corredor do 1° esquadrão. Para ele era como  se ela tivesse se tocado do que disse e se arrependido – Eu falo com ela sobre isso depois! No momento o pessoal precisa de nós. – ele desviou seus pensamentos e apertou o passo sendo seguido de Rukia.”

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Sem dificuldades eles chegaram já no dia seguinte em seu distrito e foram recebidos por quem os conhecia e estava ajudando no caso de sua família. Os dois decidiram mandar um aviso para Gotei através de suas mariposas do inferno dizendo que já haviam chegado. O aviso chegou aos capitães durante outra reunião em que Kyoraku cobrava explicações sobre a situação de Hisagi que parecia entender o que se passava. Se aproveitando do aviso enviado ele estabeleceu uma conexão de vídeo com as mariposas e transmitiu as cenas daquele dia para todos.

Renji e Rukia nem notaram aquilo. Os dois foram direto para o morro e viram o estrago. As pessoas ainda vasculharam a área para ver se não haviam deixado algo passar, havia uma pilha pequena de ossos ao lado e um saco com o que restou das madeiras e tecido que haviam usado não estava longe. Aquilo era terrível!

Os dois se juntaram a todos e focaram em arrumar a pilha de ossos. Eles eram idênticos, mas tentariam novamente montá-los. Aquela cena parecia uma tortura para Hisagi e deixou os presentes sem palavras.

Renji e Rukia conversavam entre si e com os companheiros de coisas que para maioria era uma invasão de privacidade que estavam fazendo. Às vezes eles riam de suas travessuras quando crianças, Renji tentava tocar no assunto de serem uma família e não simplesmente amigos – conseguindo incomodar Rukia um pouco – e as outras conversas e cumprimentos aleatórios com seus outros companheiros e familiares revelava um lado completamente inédito dos dois para todos.

Byakuya em particular prestava bastante atenção naquilo tudo. Era uma ótima chance para entender como era a vida entre os dois e preencher lacunas que ficaram durante a conversa com o amigo deles no dia anterior – mesmo que aquela atitude de espia-los sem que soubessem não fosse correta.

— Quem explode aquilo? Eu ou você? – do nada Renji parou tudo que estava fazendo e perguntou a Rukia que entendeu a situação e ficou extremamente incomodada.

— Eu explodo. – ela não estava ligando para se controlar naquela hora! Dependendo do que tivessem ouvido e visto ela estaria ainda mais encrencada para explicar as coisas para Byakuya e podia arranjar problemas no clã – Hadou 4: byakurai! – ela gritou e explodiu a mariposa do inferno que os vigiava assustando todos na reunião que decidiram deixar o assunto de lado.

“Acho que ela nunca chegou nem perto de contar ao Taichou sobre essa história. – Renji refletia – Se ela tivesse contado não teria explodido a mariposa com tanta fúria e ficado incomodada desse jeito! Eu e ela realmente temos que conversar! – os dois já voltavam ao trabalho enquanto ela permanecia incomodada.”

Os amigos e familiares dos dois assistiam aquela tensão entre eles curiosos. De todo seu enorme grupo os dois eram os que se entendiam e sintonizavam melhor e estavam sempre juntos, apoiando e cuidando um do outro. Aquela tensão entre eles, mesmo discreta, estava incomodando muito.

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Com mais três dias de trabalho, Renji e Rukia enviaram outra mensagem a Gotei avisando que tinham uma última coisa para terminar e logo voltariam – como ainda tinham sete dias para isso estava tudo bem.

O que faltava era o pequeno ritual deles de: embrulhar os três amigos nos panos, enterra-los, colocar algumas flores em volta das estacas de madeira novas e passar um dia inteiro com eles rindo de coisas do passado sem perder o futuro de vista – o mesmo que haviam feito da última vez e tinha terminado com eles decidindo que se tornariam shinigamis.

Renji sabia que quando voltassem para Gotei não teriam tempo de conversar sobre nada! Estariam muito atarefados e Rukia perturbada com as explicações que devia a Byakuya e toda sua família.

      - Rukia, eu tenho que falar com você. É muito importante.  – ele tomou coragem e chamou a atenção de Rukia.