Tempos de Guerra escrita por PeaceOn


Capítulo 7
Sábio


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ta top galera, nele vocês conhecerão um mestre novo, que eu acredito ser meu melhor personagem original criado para essa fic, baseado totalmente no meu professor de kung fu (tirando alguns detalhes), então não deixem de ler!
Boa leitura galera!!!



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No dia seguinte os quatro furiosos levantaram antes de Po e Tigresa para viajar para Meijang. Po e Tigresa acordaram 8:30 da manhã, pois teriam que encontrar Shifu no salão de treino as 9:00.

Os dois se encontraram na cozinha para tomar seu café, como sempre, pastéis e tofu. Em seguida foram direto para o salão.

Ao chegar lá viram Shifu parado na entrada do salão.

— Bom dia mestre! (Os dois)

— Bom dia Po, bom dia Tigresa. (Shifu)

— Por que você nos chamou aqui mestre? (Po)

— Pelo que a Tigresa falou ontem. (Shifu)

— Como assim mestre? (Tigresa)

— Você falou que aqueles bandidos se identificaram como corvos, e bom, eu fiz umas pesquisas e, infelizmente, elas confirmaram o que eu temia. (Shifu)

— Que seria? (Po)

— Os corvos eram um credo de assassinos de muito tempo atrás, eles eram mercenários, os melhores, trabalhando para quem pagasse mais. No começo era apenas isso, um grupo de mercenários habilidosos, porém com o tempo eles foram ganhando mais adeptos e perceberam que eles não precisavam trabalhar para quem pagasse mais, mas que na verdade eles poderiam trabalhar por conta própria, eliminando pessoas importantes da China, cometendo assaltos, assassinatos, dentre outras coisas. A 100 anos o Imperador da China, Jin, começou a  caça-los e conseguiu eliminá-los. Tecnicamente eles estavam mortos, mas pelo visto, eles nunca morreram por completo, e aproveitaram esses 100 anos para juntar forças e atacar novamente. (Shifu)

— Meu deus, isso não é nem um pouco bom. (Po)

— Não mesmo Po. Esses assassinos tem um jeito diferente de lutar, eles eram treinados por um homem conhecido como "Fantasma", um assassino impiedoso, extremamente habilidoso, melhor que muitos mestres do kung fu. Mas era para ele estar morto. (Shifu)

— Espera um pouco, eu já li sobre ele. (Tigresa)

— O que? Como? (Shifu)

— Desde quando você gosta de ler Tigresa? (Po)

— Eu sempre gostei Po. Na minha adolescência, quando eu terminava os seus treinos Shifu, como eu não tinha amigos, eu ia para a biblioteca estudar, eu passava horas lendo livros sobre o passado da China. (Tigresa)

— Finalmente eu descobri aonde que você ia naqueles momentos. (Shifu)

— Uma vez eu li um livro sobre o "Fantasma", nele dizia que ele era um lutador impecável, rápido, ágil, habilidoso, certeiro, mortal. A relatos de pessoas que o viram em ação, dizem que ele não errava, era capaz de matar 100 pessoas sozinho. E o mais incrível, depois de fazer tudo isso, ele ainda conseguia fugir e desaparecer nas sombras, aparecendo novamente apenas para matar outra vítima, e depois sumindo de novo. (Tigresa)

— Sim, por muito tempo ele foi tratado como um mito, uma historia contada pelos pais para seus filhos dormirem, mas parece que agora ele quer ter seu nome na historia da China novamente. (Shifu)

— Show de bola! Quer dizer, que horrível, estamos com um problemão. (Po)

— O maior problema é que, se esses assassinos estejam sendo treinados pelo Fantasma, eles terão um jeito peculiar de lutar, um jeito que apenas o Fantasma pode ensinar na China, o que os deixa em desvantagem, e por isso, eu quero apresentar-lhes para uma pessoa. (Disse Shifu, entrando no salão)

— Eu quero lhes apresentar o "Sábio". (Disse Shifu apontando para um animal que estava dentro do salão)

Sábio era um lobo branco, apesar do nome remeter um pouco a velhice, Sábio não tinha nada de velho, ele era alto, forte e tinha uma pelugem bonita. Um de seus olhos era azul como água, frio como a Lua, o outro era vermelho como fogo, quente como o Sol. Ele usava uma túnica de Kung Fu, ela era feita de seda, era prateada e tinha desenhado um lindo símbolo do Yin Yang. Por um breve momento Tigresa se viu maravilhada pelo lobo, não no sentindo de se apaixonar por ele, mas ela nunca havia visto algo como esse lobo e estava impressionada.

— Dragão guerreiro, mestre Tigresa, é uma honra. (Disse Sábio, olhando para suas unhas enquanto mexia seus dedos/ Sábio falava baixo, como se estivesse sussurrando, porém todos conseguiam ouvi-lo em alto e bom som.)

— Sábio é um guerreiro antigo, provavelmente o mais habilidoso da China. Ele irá treiná-los para que vocês combatam esses assassinos, assim, quem sabe, na próxima batalha vocês não tenham uma vantagem. (Shifu)

— E quando nosso treino irá começar? (Tigresa)

— Agora. Bom treino senhores. (Disse Shifu saindo do salão)

— Se aproximem guerreiros, não sejam tímidos, eu não mordo. (Disse Sábio sorrindo após a brincadeira)

Os dois se aproximaram de Sábio. Eles estavam na lateral do salão, sem objetos de treino perto deles, apenas o chão e a parede de madeira.

— Uma pergunta senhores, algum de vocês sabe o significado de Kung Fu? (Sábio)

— É uma forma de cultura física, uma técnica de desenvolvimento espiritual. (Tigresa)

— Eu não me refiro a isso felina, o significado da palavra Kung Fu é "tempo de treinamento", ou seja, uma padeiro pode ter kung fu, um pintor pode ter kung fu. Para que esse treino gere resultados, eu precisarei que vocês tenham kung fu, entenderam? (Sábio)

— Sim mestre. (Os dois)

— Tigresa, você é a primeira, venha aqui. (Sábio)

Tigresa se aproximou de Sábio, ficando na sua frente.

— A primeira coisa que vocês devem saber é, no kung fu, nós dizemos que uma mão mente... (Nesse momento Sábio começou a atacar Tigresa, a felina estava se defendendo dos golpes, sem contra atacar. Sábio foi para cima dela e com sua mão direita fez um movimento por cima de sua cabeça, mirando o pescoço da felina. Tigresa era habilidosa, ela conseguiu se defender do ataque, porém não viu que a mão esquerda de Sábio ia na direção de sua costela, acertando-a)... E a outra mão fala a verdade. (Sábio)

 Tigresa se curvou com dor, ele havia acertado um nervo da sua costela. Ela estava com as duas mãos na costela, se segurando para não expressar dor. Nesse momento ela olhou para Sábio e percebeu uma coisa.

— Você é cego. (Disse Tigresa olhando com dor para os olhos de Sábio)

— O que? Como assim? Não é possível... Meu deus! É mesmo! Show de bola! (Po)

— Será que eu sou tão cego assim? Afinal, não fui eu que não vi o golpe. (Disse Sábio) 

— Que incrível! (Disse Po, ainda sem acreditar que ele era cego)

— Você sabe me dizer qual foi seu erro Tigresa? (Sábio)

— Não mestre. (Tigresa)

— Você não olhou nos meus olhos, você ficou preocupada demais em olhar para minha mão, e quando você foca em algo, você perde a amplitude da sua visão. Agora é sua vez panda. (Sábio)

Po se aproximou e Tigresa se afastou, ela ainda sentia dor na costela devido ao golpe de Sábio.

Sábio começou a atacar Po, sem utilizar pernas, apenas ataques com a mão. O panda conseguia se defender, porém em uma das suas defesas ele deixou muito exposto seu braço direito. Sábio rapidamente o pegou e o passou por cima de sua cabeça, abaixando e fazendo com que Po desse uma cambalhota por cima das suas costas e caísse no chão.

— Panda, você olhou nos meus olhos enquanto lutávamos, porém, enquanto você lutar pensando em outra coisa que não seja a sua luta, você sempre irá perder. (Sábio)

— Como assim mestre? (Po)

— Pare de lutar comigo pensando que eu sou cego e comece a lutar comigo pensando em como defender meu golpe e contra atacar. (Sábio)

— Sim mestre. (Po)

— Eu preciso beber água, vão treinando entre vocês dois, e tentem utilizar o que foi demonstrado aqui. (Sábio)

Sábio saiu do salão e foi beber algo, deixando Po e Tigresa sozinhos.

— Tigresa, esse cara é sensacional! Eu achava que você fosse a melhor guerreira de Kung Fu da China, me desculpe mas, vocês dois iam dar uma briga boa. (Po)

— Vamos treinar Po. (Tigresa)

Os dois começaram a se bater, conversando no meio.

— Eu ainda não consegui acreditar que ele é cego, como que ele consegue fazer essas coisas? (Po)

— Eu não tenho ideia Po. (Tigresa)

— Aquele golpe na sua costela, o que foi aquilo? (Po)

— Isso é muito estranho. (Tigresa)

— O que? (Po)

— Nós somos mestres de Kung Fu, eu treino dês dos meus 5 anos, você é o dragão guerreiro, mas agora no treino, é como se não soubéssemos nada, como se tivéssemos acabado de começar a praticar Kung Fu, você não acha estranho esse sentimento? (Tigresa)

— E como! Mas é incrível! É tão bom saber que eu ainda tenho coisas para aprender. (Po)

— Verdade, eu tinha medo que começasse a ficar sempre mais do mesmo, mas pelo visto, isso não irá acontecer. (Tigresa)

Sábio voltou e viu os dois treinando. Ele os chamou para que fossem para fora, pois iriam treinar outra coisa agora.

Eles foram para o patio de treino. Sábio alinhou na vertical duas tabuas de madeira.

— Encostem suas costas nessas tábuas. (Mandou Sábio)

Os guerreiros obedeceram. As tábuas estavam um pouco distante, para que não ocorresse de uma bater a outra.

— O treino é bem simples, eu vou arremessar madeiras e pedras em vocês, e vocês terão que destruí-las com golpes certeiros, porém, vocês não podem desencostar as costas da tabua de madeira e, não podem, derruba-la, nem deixar que um dos objetos a derrube. Entenderam? (Sábio)

— Sim mestre. (Os dois)

— Ótimo, panda, você primeiro. (Sábio)

O lobo se alinhou a uns 30 metros de Po, do lado dele havia uma caixa imensa cheia de madeiras e pedras. Ele pegou e começou a arremessa-las continuamente. Sábio era rápido e preciso, a cada segundo parecia que ele aumentava um pouco a dificuldade, Po começou a ter problemas para destruir os objetos. Quando ele estava chegando no final Sábio jogou quatro pedras ao mesmo, Po teve que tirar seus pés do chão para quebrar os quatro pedaços, porém, ele acabou derrubando a tábua.

Sábio fez a mesma coisa com Tigresa, porém quando chegou no final e o lobo jogou as quatro pedras, Tigresa em vez de tirar os dois pés do chão tirou apenas um, e em um chute rápido com seu pé ela conseguiu destruir duas pedras, destruindo as outras duas com sua mão.

— Muito bem Tigresa. (Sábio)

O dia passou rápido com o treino, quando eles se deram conta já estava escurecendo.

— Por hoje é só. Descansem e estejam aqui amanhã as 9:00. (Disse Sábio, indo embora logo em seguida)

Po e Tigresa foram em direção a casa de Shifu, já que provisoriamente, seus quartos ficavam lá.

— Uow! O treino hoje foi duro hein. (Po)

— Nem me fala, estou muito cansada. (Tigresa)

— A casa só tem um banheiro, como faremos? (Po)

— Pode ir primeiro Po. (Tigresa)

— Não, vai você. Eu vou preparar o jantar enquanto você toma banho.

— Ok, obrigada! Eu irei te esperar para comer, então por favor, não demore no banho. Eu estou faminta! (Tigresa)

— Pode deixar! (Po)

Eles chegaram na casa, Tigresa foi para o banho e Po para a cozinha para preparar uma sopa de macarrão apimentada para Tigresa. Ela não demorou muito, mas quando saiu a sopa já estava quase pronta, só teria que ficar mais uns minutos no fogão e estaria pronta.

— Pronto Po, pode ir. (Tigresa)

— Ok, obrigado. (Po)

Po foi para o banho, e como a felina havia pedido, ele não ficou de enrolação, saindo rápido do banho.

— Olha, e não é que você foi rápido no banho hoje. (Tigresa)

— Eu também estou faminto haha. (Brincou Po)

— Então vamos comer. (Tigresa)

— Vamos! (Po)

Os dois pegaram um pouco de sopa e se sentaram na mesa para comer, um de frente para o outro. Quando iam começar a comer, Shifu apareceu.

— Como foi o treino? (Shifu)

— Incrível! Como que você o conheceu? (Po)

— Longa historia panda, te conto outro dia. Eu apenas vim aqui para saber, estou indo dormir, boa noite. (Shifu)

— Boa noite mestre. (Os dois)

— Com todo respeito mestre, por que você chamou ele para nos treinar? (Perguntou Tigresa enquanto Shifu passava pela porta)

— Porque ele foi o único animal que lutou contra o Fantasma e sobreviveu. (Disse Shifu, fechando a porta da cozinha logo em seguida)

— Uow! (Po)

Os dois terminaram de comer e foram para seus quartos, porém o treino havia deixado as mãos do panda doloridas de novo, então ele foi para a cozinha, esquentou um pouco de água em uma panela, colocou a panela em cima da mesa e colocou suas mãos dentro da panela. Nesse momento Tigresa entrou na cozinha.

— O que você está fazendo Po? (Tigresa)

— Minhas mãos estão doendo, então eu fiz isso para relaxar um pouco minha mão. (Po)

— Você não tem ideia do que isso faz né? (Tigresa)

— Não, mas ameniza a dor e é gostoso. (Po/ Tigresa sorriu)

A felina ia dizer boa noite e voltar ao seu quarto, porém ela ouvia sua amiga Víbora falando na sua cabeça: "se solta, deixa rolar", então ela desistiu de ir embora, tomou coragem e se aproximou de Po.

— Deixe-me lhe mostrar para o que serve. (Disse Tigresa enfiando a mão na panela que Po estava com suas mãos)

Ela pegou as mãos de Po e as tirou da panela. A felina pegou duas faixas compridas e as esticou na mesa, em seguida ela pegou uma erva medicinal e a espremeu pelas faixas, fazendo com que seu líquido umedecesse uma parte da faixas, após isso Tigresa pegou as mãos de Po e as enfaixou, colocando a parte da faixa com o suco da erva sobre as feridas das mãos de Po. Ela pegou as mãos do panda e as colocou novamente na panela.

— A água quente ajuda a erva a agir na limpeza do machucado e a amenizar a dor. (Disse Tigresa enquanto segurava as mãos de Po dentro da panela)

— Obrigado Tigresa. (Disse Po olhando profundamente os lindos olhos verdes de Tigresa)

— Pronto, pode tirar. (Disse Tigresa tirando as mãos de Po da panela)

Po se levantou, o que fez com que eles ficassem muito próximos, quase encostando seus corpos. Os dois se olhavam fixamente nos olhos, Tigresa ainda segurava nas mãos de Po. O panda começou a ser tomado pelo seus sentimentos, ele parou de olhar para os olhos da felina e começou a olhar para sua boca. Tigresa percebeu, e também começou a se deixar levar pelo seus sentimentos, começando a olhar para a boca do panda. Os dois perceberam o que estava acontecendo e se soltaram rapidamente. Eles estavam corados, não sabiam o que dizer, muito menos o que fazer.

— Ehhh... Ahhh... (Po)

— Então... Ehhh... Boa noite Po... (Tigresa)

— Boa noite Tigresa... (Po)

Os dois saíram rapidamente da cozinha e correram para seus quartos, entraram, fecharam a porta e foram dormir.

No dia seguinte...

Os dois acordaram no mesmo horário do dia anterior, se cumprimentaram na cozinha, porém não conversaram, eles ainda estavam constrangidos pelo que ocorrerá na noite passada. Eles tomaram café e foram para o pátio, para se encontrar com Sábio.

Já no pátio:

— Bom dia mestre. (Os dois)

— Bom dia senhores, por favor, se aproximem. (Sábio)

— Sim mestre. (Os dois)

— Tigresa, venha aqui. (Sábio)

A felina ficou na frente do Sábio, que começou a passar sua mão pelo rosto de Tigresa.

— Agora você panda, venha aqui. (Sábio)

O panda ficou na frente do Sábio, que encostou um dedo na barriga de Po e pediu para ele se distanciar.

— Tigresa, você tem muito Yin e pouco Yang. Po, você tem muito Yang e pouco Yin. (Sábio)

— Você quer que nós encontremos o equilíbrio entre eles? (Po)

— Não, isso nem os melhores mestres conseguem. Eu quero que vocês aproveitem isso, e aprendam a usar seu lado mais forte a favor de vocês. (Sábio)

Nesse momento o sino do vale começou a tocar.

  - Bandidos! (Po)


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