Po e Tigresa dormiram por muito tempo. Eles dormiram a tarde inteira e acordaram as 2:00 da manhã do dia seguinte.

Po abraçava Tigresa e a felina estava com sua cabeça apoiada no peito de Po. Quando eles acordaram levaram um susto, os dois se jogaram nos cantos da cama e Po acidentalmente caiu.

— É... Tigresa... Uhhh... (Po)

— Po... Ehhh... (Tigresa)

Os dois estavam corados e em choque.

— Vamos ver como o capitão está? (Po)

— Ótima ideia. (Tigresa)

Os dois saíram da cabine, ainda bem envergonhados, porém tentando fingir que nada havia acontecido.

— Capitão, está tudo bem por aí? (Po)

— Uma maravilha dragão guerreiro! Mais algumas horas e nós chegaremos no Vale da Paz. (Capitão)

— Ótimo! (Po)

O panda foi até a proa do navio para observar o rio. Tigresa foi e se juntou a ele, deixando o panda surpreso, pois ele pensou que depois do que aconteceu Tigresa o ignoraria a viagem inteira, mas pelo visto não, a felina queria ficar ao lado dele.

— É uma linda vista não? (Perguntou Po tentando puxar assunto)

— Sim, é linda. Pena que ainda está escuro. (Tigresa)

— Bom, pelo menos nós teremos a chance de vê-la com o nascer do sol, Deve ser lindo. (Po)

— Deve. (Tigresa)

Os dois se sentaram, apoiando suas costas no mastro. Em questão de minutos Po e Tigresa já começavam a dormir de novo. Po percebeu que sua amiga já caia em sono profundo, então ele se levantou e a pegou no colo. Po a levou para a cama na cabine, deixando-a nela. Dessa vez ele não se deitou, não queria que aquilo acontecesse de novo, então ele apenas a deixou, a cobriu e saiu.

— Sua namorada está bem cansada hein. (Capitão)

— O que? Não! Não... Ela não é minha namorada... Ela me odeia... (Po)

— Você é um cara bem estranho Po. Está na cara que ela é afim de você. (Capitão)

— Não, você diz isso porque você apenas a viu aqui, lá no palácio ela vive brigando comigo e dizendo o que eu devo fazer. (Po)

— Se você diz. (Capitão)

Po voltou ao mastro, ele apoiou suas costas e dormiu.

Os dois acordaram com o forte grito do capitão.

— Vale da Paz! (Capitão)

 Po se levantou e se espreguiçou. Tigresa saiu da cabine meio confusa, ela não sabia como tinha parado lá.

— Foi ótimo viajar com vocês. (Capitão)

— Obrigado Capitão.  (Os dois)

— Po, você sabe como que eu fui parar na cama novamente? (Tigresa)

— Não, eu estava dormindo. (Po)

O panda desceu do navio e antes que a felina descesse o Capitão a segurou pelo braço.

— Foi Po quem te colocou na cama, e acredite, com todos os cuidados. (Disse o Capitão, pensando que isso poderia ajudar o panda no futuro.

Os dois desceram e foram direto para o palácio. Chegando lá eles viram os outros quatro furiosos treinando e foram direto cumprimentar eles.

— Eles voltaram! (Víbora)

— Po, Tigresa! (Garça)

— O que aconteceu com vocês? (Louva Deus)

— Tigresa, você está com uma faixazinha na mão? (Disse Macaco zoando a felina)

— Cala a boca Macaco, (Tigresa)

Logo após eles se apresentarem Shifu apareceu e foi falar com eles. Eles viu que os dois estavam destruídos, cansados, luxados, machucados em geral.

— Vocês estão bem? O que aconteceu na missão? (Shifu)

— Podemos falar com você mestre? (Tigresa)

Os três foram para um lugar mais reservado.

— Agora digam, o que aconteceu? (Shifu)

— Nós fomos atacados no caminho, tivemos que fugir com o Imperador para a selva. Por sorte conseguimos escapar dos bandidos. Nós andamos por dois dias pela selva até chegarmos a Meijang, mas conseguimos levar o Imperador vivo. (Tigresa)

— Que maravilha, agora vão cuidar de vocês, estão acabados. (Shifu)

— Tem mais uma coisa mestre, os bandidos que nos atacaram foram os mesmos que atacaram o vale naquele dia, e um deles disse uma coisa: "o paraíso está reservado para os corvos", você sabe o que isso significa? (Tigresa)

— O que você disse? Corvos? (Perguntou Shifu com um tom de preocupação)

— Sim mestre. (Tigresa)

— Eu preciso ver algumas coisas, nos falaremos depois, agora vão almoçar no restaurante do Sr. Ping com seus amigos, vocês devem estar famintos. (Shifu)

Eles seguiram o conselho do mestre e foram para o restaurante com seus amigos. Eles pediram a mesma de sempre.

Quando se sentaram para comer, os outros furiosos perguntaram curiosos sobre a missão. Po e Tigresa contaram tudo, nos mínimos detalhes, apenas omitindo a parte que ela dormiu nas costas de Po duas vezes e a parte que eles dormiram juntos abraçados no barco.

Na hora de voltar Po estava muito cansado, sendo sincero, ele já quase dormirá enquanto comia.

— Ah nããããoooo! Escadas! NÃOOO! (Reclamava Po na frente dos degraus que levavam palácio)

— Po, sobe nas minhas costas, eu te levo. (Disse Tigresa, querendo retribuir o que o amigo havia feito nas últimas noites)

Po não recusou a oferta. Garça pegou os outros e voou até o topo da escada, eles ficaram a espera de Po e Tigresa, que vinham mais lento já que Tigresa carregava em suas costas um imenso panda.

Faltando mais uns 20 degraus...

Tigresa estava morta, Po havia dormido nas suas costas, então ela tinha que fazer mais esforço ainda para não deixa-lo cair.

— Você tem certeza que você não quer que eu traga ele? (Gritou Garça do palácio)

— Não, obrigada. (Tigresa)

De repente Po começou a falar enquanto dormia.

— Eu não ligo se ela me mordia enquanto dormia, ela é incrível... (Disse Po enquanto dormia)

— Huh? Ele está falando de mim no seu sonho? (Pensou Tigresa)

—... E a mais bela guerreira de Kung Fu de todas... Tão apaixonado por ela... Que pena que ela me odeia... (Po dormindo)

— P-Po... Po me ama? É por isso que ele fez tudo isso por mim! O Po me ama! ( Pensou Tigresa, pasma com o que acabará de ouvir)

De repente ela perdeu o equilíbrio e caiu. Os dois desceram as escadas rolando.

— Eu estou acordado! Onde nós estamos? (Disse Po acordando com o susto)

— No pé dos 100 degraus... Nós estávamos chegando, porém algo me distraiu e eu perdi o equilíbrio... (Tigresa)

Os dois se recuperaram e subiram as escadas novamente. Durante todo o caminho Tigresa ficou pasma, com seus olhos arregalados (igual no KFP 2 quando Po a abraça após derrotar Shen), pensando no que acabará de ouvir.

 Por volta das 19:00...

Todos os guerreiros estavam na cozinha, se preparando para jantar quando Shifu entrou.

— Olá mestre! (Todos)

— Boa noite senhores, preciso falar com vocês. Víbora, Macaco, Louva Deus e Garça, eu precisarei que amanhã de manhã vocês vão para Meijang, o Imperador que pediu. Quando vocês chegarem lá ele os explicará a missão. (Shifu)

— E por que nós não mestre? (Po)

— O Imperador disse na carta que era pra vocês descansarem um pouco. Agora, quanto a vocês dois já que você falou Po, me encontrem amanhã no salão de treino as 9:00 em ponto. Não se atrasem! (Shifu)

— Sim mestre. (Os dois)

— Boa noite. (Shifu)

— Boa noite mestre. (Todos)

Os guerreiros comeram e foram para os seus quartos para dormir mais cedo do que o normal, pois Po e Tigresa estavam cansados e os outros sairiam cedo no outro dia para irem para Meijang.

Ao Tigresa entrar no quarto sua amiga Víbora percebeu que sua amiga estava diferente.

— O que aconteceu Tigresa? (Víbora)

— O que? Nada. Por que você acha que aconteceu alguma coisa? (Tigresa)

— Tigresa, eu sou sua amiga, você pode confiar em mim. (Víbora)

— Ok, bom... (Tigresa contou tudo que havia acontecido entre ela e Po na viagem, as noites que eles dormiram juntos, as conversas e etc) E eu não falei para ele, mas nessa noite que nós dormimos abraçados eu me senti muito bem, mesmo dormindo eu me sentia confortável, segura, feliz... (Tigresa)

— Meu deus Tigresa... (Víbora)

— E agora, quando eu estava carregando ele na escada e ele estava dormindo ele começou a falar... (Tigresa falou tudo que ele falou, com as exatas palavras)

— ISSO É MARAVILHOSO TIGRESA! (Víbora)

— O QUE? NÃO! (Tigresa)

— Por que não? (Víbora)

— Por que... (Tigresa)

— Tigresa, para! Eu sei que você é a mais durona, eu sei que você nunca amou ninguém, teve uma infância e uma adolescência muito difícil, nunca namorou ninguém e por causa de tudo isso tem muito medo de sentir amor, porque você não sabe o que é amor. Mas nada disso importa, todos temos medo do desconhecido, e para você o amor é algo desconhecido, isso é totalmente normal, mas agora está na hora de você enfrentar seu medo! (Víbora)

— Víbora, como você disse, eu já passei por muita coisa difícil, eu não quero mais sentir dor. (Tigresa)

— Tigresa, você gosta do Po, eu sei disso, mas você não se solta, você não deixa acontecer, e por mais que você não queira admitir, isso já te machuca por dentro. (Víbora)

— Mas e se eu e o Po tivermos algo e ele me abandonar... Eu não quero passar por isso de novo na minha vida... (Tigresa)

Nesse momento Víbora percebeu o quanto isso era difícil para Tigresa e se aproximou da amiga, para tentar dar um apoio maior.

— Tigresa... Você é uma felina linda... Não ignore o fato de Po estar apaixonado por você, eu não estou dizendo que você precisa chegar amanhã de manhã para ele e falar que gosta dele, apenas, deixe as coisas acontecerem, pare de se segurar quando você quer expressar seus sentimentos pelo Po. (Víbora)

— Mas Víbora... (Tigresa)

— Tigresa, nós iremos para uma missão amanhã, você e Po ficaram sozinhos aqui por tempo indeterminado, prometa que você vai tentar se segurar menos e vai tentar apenas deixar rolar. (Víbora)

— Eu prometo. (Tigresa)

— Que bom! Agora vamos dormir, eu estou morta. (Víbora)

— Boa noite, e obrigada. (Tigresa)

— Amigas existem para isso! Boa noite! (Víbora)