Tempos de Guerra escrita por PeaceOn


Capítulo 10
O que eu fiz de errado?


Notas iniciais do capítulo

Galerraaaaaa, esse capítulo ta tooop! Nele eu falei mais do treino dos guerreiros, de como eles estão se preparando para enfrentar um mal enorme que ainda está por vir e, além disso, muitas coisas aconteceram nesse capítulo, está imperdível! Espero que gostem!
Boa leitura galeraaaa!



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Na manhã do dia seguinte os guerreiros foram acordados por Sábio, que os chamou por volta das 7:00. Mesmo com muito sono todos saíram de seus quartos e se alinharam em frente a Sábio. Todos levavam muito a sério a disciplina, principalmente Tigresa, eles apenas obedeciam, sem reclamar.

— Vocês sabem por que eu os acordei mais cedo hoje? (Sábio)

— Não mestre! (Todos)

— Para treinar! Depois do ataque a Meijang ficou bem claro que os Corvos não estão brincando, e vocês precisam estar preparados, porque eles vão atacar novamente, e podem ter certeza que o ataque será pior do que o de Meijang. Eu quero todos no pátio, agora. (Sábio)

— Sim mestre! (Todos)

Os guerreiros foram direto para o pátio. Ao chegarem lá viram uma mesa cheia de armas diferentes, armas que eles não conheciam.

Sábio se posicionou ao lado da mesa, e pediu que todos ficassem lado a lado, de frente para ele.

— Essas são armas utilizadas pelos Corvos, consideradas "exóticas". Vocês vão aprender a se defender de ataques com elas e a atacar com essas armas. A primeira é a famosa Kusarigama (uma arma que é o conjunto de uma pequena foice ligada a uma bola de ferro por uma larga corrente), a segunda é a Kaginawa, ou gancho de escalada, mas não pensem que eles apenas usam isso para escalar, eles também usam para se defender, e funciona muito bem. A próxima é um artefato que vocês conhecem, o famoso leque, mas não se deixem enganar, eles costumam por uma lâmina muito afiada, quase imperceptível nas suas pontas. A próxima é o Ashiko, um artefato que eles prendem no pé para ajudar nas escaladas e para atacar pessoas, é de metal e possui quatro "espinhos", sempre estejam atentos com os pés. A penúltima são as Neko-tes, unhas de metal no formato de garras, eles põe uma em cada dedo para ter uma vantagem na luta. Por último, o Shuko, igual ao Ashiko, porém usado nas mãos, eles normalmente usam junto com o Ashiko. (Sábio)

— Show de bola! A gente pode ficar com elas? (Perguntou Po animado)

— Por enquanto não, dragão guerreiro. Formem duplas para começarmos o exercício. (Sábio)

— Garça, quer ir comigo? (Perguntou Po)

— Víbora, quer ir comigo? (Perguntou Tigresa)

— Eu já vou com o Garça, Tigresa. (Víbora)

— E eu com a Víbora, Po. (Garça)

Louva Deus e Macaco já eram uma dupla. Po e Tigresa tiveram que ficar juntos, justamente o que seus amigos queriam.

— Ótimo, cada dupla pegue uma arma, um vai atacar e o outro vai defender. (Sábio)

— Você não vai nos ensinar como manuseá-las? (Po)

— Deixe o seu instinto te levar dragão guerreiro. (Sábio)

Po pegou a Kusarigama, Víbora pegou leque e Macaco pegou o Ashiko e o Shuko.

As duplas se separaram, cada uma foi para um lado do pátio para que todos tivessem um espaço aberto para lutar.

— Tigresa, eu já vou avisando, eu não comi meu café da manhã, então eu estou feroz, incontrolável. (Brincou Po)

— Isso era para me dar medo? (Brincou Tigresa, ficando em base para lutar)

Po começou a atacá-la. Com a mão direita ele segurava a foice e com a esquerda ele controlava a corrente. Po lançou a bola de ferro contra Tigresa, que desviou, em seguida ele começou a rodar a corrente com a bola, Tigresa não era acertada, ela se defendeu te todos os golpes, porém o objetivo de Po não era acertar ela com a bola, mas sim distraí-la para que ele se aproximasse com a foice. Ela percebeu e em um dos golpes pegou a corrente e puxou Po para perto de si. O panda foi arrastado até ficar cara a cara com Tigresa, seus corpos chegavam a se encostar, Po sentia a respiração de Tigresa perto de seu pescoço, quando Tigresa percebeu, lá estava ela, sendo levada pelo seu amor de novo. O tempo havia parado, era como se apenas eles existissem, rapidamente Tigresa se conteve e acertou suas duas mãos na barriga de Po, o empurrando. O panda, para fingir que nada havia acontecido, começou a tentar acerta-la com a bola novamente, porém algo havia deixado Tigresa furiosa, ela começou a se defender dos ataques contra atacando. Em um dos golpes de Po, Tigresa chutou a corrente e a quebrou. Todos olharam para ela, pasmos, estavam todos com a boca aberta, sem entender o que havia acontecido, Sábio "olhava" para aquilo com um sorriso no rosto.

— Tigresa, Po, eu quero falar com vocês. Me acompanhem por favor. Os outros continuem treinando. (Sábio)

Eles saíram do pátio e foram para um lugar mais reservado.

— Tigresa, impressionante. (Sábio)

— Obrigada mestre. (Tigresa)

— Tem uma coisa em você que eu gosto, a sua leveza. (Sábio)

— Mestre, perdão mas, eu acho que você me confundiu com a Víbora. (Tigresa)

— Eu não me confundo. Depois eu quero que você tente lutar com o leque, eu serei seu oponente. (Sábio)

— Claro mestre. Se você não se importa, eu tenho uma pergunta. (Tigresa)

— Pode perguntar. (Sábio)

— Nós começaremos a lutar com armas? (Tigresa)

— Um guerreiro do Kung Fu não utiliza armas para lutar, ele apenas sabe como utilizá-las para poder se aproveitar dessa vantagem durante uma luta (Sábio)

— E por que você quer que eu lute com o leque? (Tigresa)

— O leque é um artefato usado por dançarinas, as melhores dançarinas tem a habilidade de fazer com que o seu leque pareça uma simples brisa, de tão leve e continuo que são seus movimentos. A fluidez nos movimentos é a principal artimanha de alguém que luta com brutalidade e ferocidade, como você. Agora pode voltar, vá comer algo, treinaremos a tarde. (Sábio)

— Sim mestre. (Disse Tigresa, cumprimentando Sábio com respeito)

— Agora você panda. (Sábio)

— Diga mestre. (Po)

— Não perca essa oportunidade... (Sábio)

— Sim mestre!... Mas, o que você quer dizer com isso? (perguntou Po, sem entender o que estava acontecendo)

— Vá comer panda, e chame seus amigos. Descansem uma hora e voltem para o pátio. (Sábio)

— Sim mestre! (Po)

Po foi até o pátio, chamou seus amigos e juntos foram para a cozinha. Lá eles encontraram Tigresa, que já estava comendo, sua cara estava fechada, ela parecia não querer conversar. 

Todos comeram e foram para seus quartos descansar um pouco, menos Po, que ao ver Tigresa brava ficou preocupado, ainda mais quando ele pensou que ela estava brava com ele. O panda foi procurá-la, ele sabia que ela havia ido na direção de pessegueiro, então foi atrás. Ao chegar no pessegueiro Po viu Tigresa sentada ao lado da árvore, ele se aproximou e sentou do seu lado.

— O que aconteceu Tigresa? (Po)

— Nada Po. (Disse Tigresa friamente, virando a cara)

— Tigresa... (Disse Po passando a mão no rosto da felina)

— Eu já disse Po, nada! (Disse Tigresa tirando a mão de Po e se levantando para sair)

Po achou melhor não tentar mais, ela não iria falar, pelo menos não naquele momento. Ele voltou para a casa para descansar um pouco. Ao lado da porta estava Víbora, Po não resistiu e foi falar com ela.

— Víbora, você sabe o que aconteceu com a Tigresa? (Perguntou Po preocupado)

— Eu não sei, só sei que ela não quer conversar com ninguém. Você fez alguma coisa? (Víbora)

— Não fiz! pelo menos acho que não. (Po)

— Bom, é a Tigresa, vamos dar um tempo, quem sabe no jantar ela não esteja melhor. (Víbora)

— Eu espero! (Po)

Po entrou e foi para seu quarto, descansou por uns trinta minutos e acordou para o treino, já eram umas 14:00 da tarde. Os guerreiros foram chamados por Sábio, que pediu que eles o acompanhassem.

Eles foram parar em um rio perto do palácio. O rio não era muito largo, dava pé para todos os guerreiros (menos Louva Deus), batendo no peito na maioria deles. A superfície do rio era forrada por plantas aquáticas que boiavam, dando uma aparência muito bonita.

— Nós estamos aqui para que vocês aprendam a se camuflar em tudo, rio, florestas, desertos, montanhas e etc. Os corvos são mestres na camuflagem, se vocês entenderem e souberem se camuflar, será mais fácil achá-los. Vocês já brincaram de esconde esconde quando crianças? É quase isso, um grupo se posicionará bem distante daqui, o outro grupo terá que chegar até ele e traze-los de volta, Tanto o grupo que irá se "esconder" quanto o que irá "procurar" deverão se camuflar, o grupo que achar todos os oponentes do outro vence, fácil não? (Sábio)

Todos estavam travados, nunca tinham feito isso, e isso não era Kung Fu, porém para derrotar os corvos eles precisariam saber fazer isso, e bem.

— Os grupos são: Tigresa, Víbora e Louva Deus (grupo 1), contra Po, Garça e Macaco (grupo 2). O grupo 1 irá procurar e o 2 irá se esconder, vocês já podem ir. (Sábio)

O grupo 2 se distanciou bastante, eles pararam ao ver uma semi caverna na lateral do rio, nela havia uma cachoeira. Po se enfiou nela, ele utilizou umas pedras para se esconder no meio delas, 2 terços do seu corpo estavam debaixo da água, e sua cabeça, de fora. Macaco se escondeu mais a frente, havia uma árvore que saia de dentro do rio, com uma imensa copa, ele subiu e se colocou no meio da árvore, apenas observando o rio, esperando que alguém se aproximasse. Garça estava um pouco depois da caverna, ele se prendeu em umas raízes subaquáticas e ficou apenas com sua cabeça para fora, seu chapéu o ajudava a se misturar as plantas flutuantes.

O grupo 1 decidiu se separar também, Louva Deus iria por cima, usando as plantas flutuantes como chão, aproveitando sua cor para se camuflar. Víbora, já que era uma cobra, foi nadando por debaixo da água. Tigresa iria pela água, apenas com a cabeça para fora. Ela colocou algumas plantas em cima da sua cabeça para ajudar na camuflagem.

O grupo 1 se aproximava do 2, Tigresa com seus olhos de felino, viu Macaco na árvore, e disse para Víbora se aproximar e subir pelo tronco, sem que Macaco percebesse.

— Pego! (Disse Víbora, feliz por ter pego um)

— Como? (Macaco)

— Depois te explico, agora vai, você foi pego. (Víbora)

Macaco foi até Sábio, pois foi eliminado.

O grupo 1 continuou avançando. Víbora foi na frente, em direção a caverna, ela não viu Po atrás das pedras, que a pegou, eliminando-a. Louva Deus não viu Garça e foi pego por ele também, porém Tigresa estava perto, e só de tocar o chapéu de Garça, ele já percebeu. Tigresa seguiu para a caverna com muita cautela, ela sabia que Po estava por lá. Ao entrar nela...

— Pego/Pega! (Tigresa/Po)

— Eu te peguei! (Tigresa)

— Claro que não! Eu te vi antes! (Po)

— Não! (Tigresa)

Po se lembrou que algo de errado estava acontecendo com sua amiga, e achou que arrumar mais uma discussão, por algo tão banal, não valeria a pena.

— Está bem, você ganhou, parabéns! (Po)

— Obrigada. (Tigresa)

Os dois voltaram para Sábio, para contar o que havia acontecido no treinamento. Já estava escuro, eles estavam pensando que voltariam para o palácio naquele momento, porém estavam errados.

— Ótimo, escureceu, se preparem para o treino noturno. (Sábio)

Todos descansaram cinco minutos antes do treino.

— Os corvos tem como sua melhor amiga a escuridão, então vocês devem aprender a agir nela. (Sábio)

— O treino foi intenso, acabou não dando muito certo, os guerreiros sabiam lutar no escuro, porém a missão era, eles acharem Sábio no meio da floresta, com o menor número de "baixas" possível, porém eles não conseguiram. O treino acabou por volta da 00:00 da noite.

— Voltem, comam, durmam, ainda treinaremos mais vocês no escuro, porém por hoje já deu. (Sábio)

Todos voltaram e foram tomar banho, assim que eles terminaram foram comer. Todos se sentaram na mesa juntos para comer a sopa de macarrão. Macaco, Garça e Louva Deus terminaram de comer antes, e foram conversar um pouco na sala. Víbora achou que aquele seria um bom momento para conversar com Tigresa.

— Tigresa, o que aconteceu com você? Você não está falando com ninguém. (Víbora)

— Não aconteceu nada. (Disse Tigresa friamente)

— Por favor Tigresa, fala pra gente, nós estamos preocupados. (Po)

— Eu já disse que não aconteceu nada Po! (Disse Tigresa furiosa/ Ela estava ficando mais furiosa a cada momento, mas seus amigos não queriam sair de lá sem que ela falasse, eles sabiam que ela estava com problemas)

— Tigresa, eu sei que você está brava comigo, e pelo visto eu fiz algo errado, mas eu não sei o que é, e eu não aguente te ver desse jeito, por favor, me fala o que tá acontecendo. (Disse Po, tentando convencer a amiga a falar)

— CHEGA! (Disse Tigresa, empurrando a mesa a mesa e correndo para fora da casa)

Os três guerreiros que estavam na sala viram Tigresa passando correndo, e Po atrás, sem entender o que estava acontecendo, porém eles acharam melhor não ir atrás.

Po seguiu Tigresa até o pessegueiro, ao chegar lá, Po viu novamente Tigresa apoiada no pessegueiro, porém em pé. Ele começou a se aproximar.

— Tigresa... (Po)

— Vai embora Po. (Disse Tigresa sem se virar)

Po se aproximou um pouco mais.

— Tigresa... (Po)

— VAI EMBORA! (Gritou Tigresa)

Po percebeu que Tigresa chorava, ele nunca havia visto ela chorar, então ele decidiu se aproximar de uma vez, sua última tentativa.

— Tigresa... (Disse Po com a mão no ombro da felina)

Tigresa se virou e o beijou. Um beijo lento, romântico, suas duas mãos se entrelaçavam na nuca do panda. Po travou naquele momento, seus olhos estavam arregalados, ele não mexia seus braços, seu corpo estava parado como uma estatuá. Tigresa aproveitava o beijo, ela ficou uns 10 segundos beijando a boca de Po, que nesse momento já havia tido um curto circuito no seu cérebro. Tigresa parou de o beijar, ainda chorando, e correu. Po ficou sem reação. 


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