A Cilada escrita por AngelSPN


Capítulo 6
Capítulo 6




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Sam Winchester apertou os dedos no volante do carro, a alta velocidade parecia não surtir o efeito desejado. Cada segundo pareciam eternidades e conforme aproximava-se o crepitar do fogo devorando as madeiras e a tudo que alcançasse ficava ainda mais nítido e angustiante. E do alto de uma curva em formato de S, vislumbrou o impala. O peito do moreno parecia uma bomba relógio em um tique taque incessante a ponto de explodir a qualquer momento. Seu cérebro começara a analisar o local, a busca por qualquer movimento fez seus olhos percorrerem todo e qualquer canto que vislumbrasse. Sam parou abruptamente deixando a poeira acompanhar sua trajetória. Desceu do carro sem importar-se com o efeito surpresa de sua chegada. Aquele lugar estava em chamas e seu irmão deveria ser o mentor dessa loucura toda. Sem pensar duas vezes foi até o impala. Dean não estava lá. Então chamou pelo irmão. Gritava a pleno pulmões pelo nome de Dean. Não havia resposta. Deu a volta no impala e vislumbrou uma entrada. Dela a fumaça começava a ficar forte. Sam tirou a camisa e colocou-a sobre o nariz e a boca e entrou. Um murmúrio chamou-lhe a atenção, seria Dean?

Sam Winchester ficou paralisado por alguns segundos, o lugar estava em chamas e caído em uma poça de sangue estava seu irmão sendo puxado por um ser deformado em chamas.

— Saia de perto dele, maldito! SAIA!—O rapaz não se importou com o calor e nem com a pele queimada do homem a sua frente que mantinha os olhos pretos abertos pela surpresa de ser arremessado para longe de encontro as labaredas do fundo do depósito por uma força descomunal que vinha daquele homem a sua frente. Os gritos foram abafados pela enorme viga que despencou em cima do corpo do demônio.

Sam ajoelhou-se ao lado do corpo do loiro. Tinha que sair dali o quanto antes. Com cuidado carregou Dean no colo e saiu em disparada para fora do local que começava e desmoronar com rapidez assustadora.

O moreno sentia o peito ficar úmido e quente com o sangue do mais velho, e a respiração fraca do loiro mostrava o quão debilitado ele estava.

“Fique firme Dean. Fique firme!”

Sam colocou o irmão no banco de trás do impala ao ver a chave na ignição. Deu partida e saiu em disparada ao hospital mais próximo e como não encontrava perguntou ao homem que segurava uma cabra na beira da estrada.

— O hospital mais próximo fica a uns 100 km daqui rapaz. Se for muito grave fale com a Vogel, ela é tipo nossa médica da cidade. Siga até o final da estrada de chão e dobre a direita, ande por mais uns 2 quilômetros e vire a esquerda. Não tem erro, é uma casa verde forte de portão de madeira com duas caveiras de javali — Sam ouvia atentamente o homem de chapéu de palha e saiu em disparada ao local indicado.

Levar Dean ao hospital por cem quilômetros estava fora de cogitação. Os primeiros socorros deveriam ser feitos o mais rápido possível. Dean começava a ficar com o rosto arroxeado e isso alarmou ainda mais os sentidos de Sam.

Conforme o homem dissera o lugar estava ali, o portão de madeira com a cabeça de dois javalis. Sam freou o impala e gritava por ajuda. Logo em seguida ele percebeu a cortina da janela ser colocada para o lado e o rosto de uma senhora apareceu espiando-o.

— Por favor me ajude, meu irmão... ele está muito mal. Me disseram que a senhora é a...— Sam viu a mulher fechar a cortina. E logo em seguida a porta abriu.

— Vamos, traga seu irmão — falou a mulher de pele parda e magra com os olhos puxados.

Sam não perdeu tempo, abriu a porta do impala e com cuidado carregou seu irmão até o local onde a senhora de cabelos longos lhe indicava.

—Humm... nada bom. Perdeu muito sangue, pulso fraco... tem cheiro de fumaça, deve ter inalado muita fumaça, ferimento de bala. Me passa a tesoura do seu lado direito.

Sam apenas ouvia calado, não conseguia emitir qualquer som. Atento aos movimentos da mulher e seus pedidos. Ele alcançou a tesoura e ela com rapidez e destreza cortou a camisa de Dean e logo em seguida solicitou ajuda para retirar o restante da roupa do loiro. Havia hematomas pelo corpo do garoto e o ferimento no peito estava escuro e o sangue ainda escorria pela pele.

— Sou KiraVogel. Trabalhei como cirurgiã em grandes hospitais. Sei o que estou fazendo, não se preocupe —Vogel parecia ter lido os pensamentos de Sam Winchester.

— Obrigado Senhora Vogel. Meu irmão acabou sendo sequestrado e deve ter reagido, bom, as coisas ficaram complicadas.

A mulher continuava a limpar a ferida e logo em seguida administrou uma agulha no braço do loiro e o liquido descia pelo tubo. Sam percebeu o rosto do irmão ficar mais relaxado.

— Mesmo inconsciente a pessoa pode sentir dor. Seu irmão está febril e com dores, vi logo pelo rosto dele franzindo a testa. Sorte a bala ter atravessado e pelo jeito nenhum órgão vital foi comprometido. A perna dele parece ter sido atravessada por algo de algum tempo atrás, mas a ferida abriu pelo esforço. — A mulher continuava falando, explicava tudo enquanto desinfetava a ferida e começou a costurar o peito do mais velho.

Sam sentiu os músculos do próprio corpo relaxarem, a mulher a sua frente sabia muito bem o que estava fazendo. Ele mesmo já cansara de “costurar” o irmão e a ele mesmo. Mas os remédios, os equipamentos que aquele quarto possuía era realmente um consultório médico. Dean estava com dificuldades de respirar e a mulher de imediato colocou a máscara respiratória.

— Algumas substâncias perigosas presentes na fumaça podem provocar sintomas, por isso teremos que manter vigilânciae avaliar. Não vi lesões da inalação aparentes, o que é um bom sinal. Sua cor parece estar voltando ao normal. A febre está alta, dentro de algumas horas deverá ceder. Agora venha é hora de cuidar de você. — Falava a mulher sempre de forma rápida, sendo difícil a total compreensão dos fatos.

— Agradeço, mas estou bem e... — A mulher deu as costas saindo e esperando-o no corredor sem dar nenhuma palavra a mais.

Sam sentiu-se mal em deixar aquela senhora esperando no corredor. Olhou para o rosto do irmão, ele parecia estar dormindo. O moreno suspirou e resolveu seguir a mulher que salvara a vida de Dean.

— Sente-se Sam, me acompanhe no chá da tarde. Você sabia que saborear um bom chá é como apreciar um bom vinho. Essas ervas são milagrosas. — A mulher sorriu sorvendo o chá quente e olhando para Sam.

— Eu... bom...humm... está ótimo, muito bom mesmo — Sam sorriu apreciando a bebida.

— Então Sam, vocês costumam entrar em muitas brigas? Não pude deixar de perceber as cicatrizes de seu irmão, principalmente a marca de uma mão no ombro dele. Vocês são caçadores? — O moreno quase engasgou com o chá.

O que aquela mulher sabia sobre caçadores? Ou ela se referia a caçadores de animais? Sam ficou em dúvida quanto à pergunta.

— Caçadores? É caçamos as vezes algum cervo e...— Sam percebeu a mulher sorrindo.

—Sam e Dean, vocês são filhos de John Winchester? —Kira falou calmamente depositando a xícara emoldurada de flores sobre o pires amarelo.

Sam encarou-a analisando aquele semblante sereno.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam apreciando a leitura. Até a próxima.



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