A Senhora da Sorte escrita por Ana Letícia


Capítulo 5
Os segredos de Lana




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Andrômeda parecia ter ganhado na mega da virada. Ela estava muito maluca com tudo que havia descoberto nos diários de Lana. Já tinham se passado três dias, e ela estava separando os melhores podres de Lana Winters, mas ainda não sabia como usá-los.

Por impulso, ela colocou o penúltimo diário na bolsa, o do ano anterior. Por sorte o dia na clínica estava tranquilo, não haviam muitos pacientes e ela pôde ler um pouco mais sobre o lado obscuro de Lana Winters.

 

2 de Maio 2015

 

Querido diário,

Estou chorando muito. Eu estou com tanta raiva que nem sei por onde começar.

Bem, primeiramente a Lesley Paulson não parava de me zoar, ela é a irmã mais velha do Dean, e eu fiz a besteira de contar a ela minha paixão pelo irmão. Agora ela quer me destruir, disse que eu era fútil para o irmão dela.

Eu sou linda e perfeita, e aquela oxigenada ousou me xingar na frente da irmã mais nova dela, Sarah, que certamente me acha fútil agora.

Eu a chamei de vadia e corri de perto delas e não consigo parar de chorar desde então, porque, poxa, eu confiei nela, achei que ela iria me ajudar a ficar com o Dean, pensei que e éramos amigas e ela fez isso.

Ah, mas essa vadia me paga.

Lana. ”

Andrômeda riu. Era bom saber que Lana se dava mal para variar, ela agora sabia que Lana morria de amores por Dean Paulson, e ela já havia percebido que Dean dava umas boas olhadas nela, agora era só esperar a oportunidade de se atirar em Dean assim que Lana estivesse olhando.

Não. Esse era o tipo de coisa que Lana faria, e não Andrômeda.

***

Andrômeda não podia correr o risco de ler os diários na escola. Alguém podia vê-los e comentar por aí, e mais tarde, ela confirmou que essa foi uma sábia decisão.

Pablo havia mandado uma mensagem no meio da aula para ela.

“Andy, podemos nos ver na hora do intervalo?”

Andrômeda respondeu que sim. Então, na hora do intervalo ela teve que passar pelo pátio dos refeitórios para encontrar Pablo no campo. O pátio dos refeitórios era um lugar que ela sempre evitava, pois era lá que Lana e as amigas costumavam passar o tempo livre. Andrômeda se esgueirou para o canto, afim de evitar o “meio”, onde presumiu que as bruxas ficavam, mas se surpreendeu ao ver Lana aos prantos numa mesa no canto, suas amigas a olhavam com compaixão.

— Mas sua mãe se livrou de todos eles, Lana? - perguntou uma loira.

— Claro, sua estúpida! Foi o que acabei de dizer! - Lana rosnou.

Ao ver a cara das outras meninas ela continuou.

— Desculpe, estou tão nervosa. Ninguém jamais pode vê-los.

— Por que? O que você escrevia lá? - perguntou a outra.

— Tudo! - choramingou Lana.

— Ah.

— E o pior, a única coisa que eu nunca deveria contar para ninguém na vida eu escrevi em um dos diários, eu não aguentei a pressão. - disse Lana.

— O que você fez de tão ruim, Lana?

— Eu não fiz nada. Ninguém fez nada, era só uma coisa que minha mãe me contou. - disse Lana enxugando os olhos.

— Sua mãe os jogou fora por que?

— Porque eu gritei que não os queria mais pro meu irmão me deixar em paz, mas eu não tava falando sério. Agora os perdi, e se minha mãe descobrir o que tinha neles ela me mata, espero que a coleta de lixo tenha destruído todos eles.

Andrômeda não pôde ficar mais lá, porque já estava ficando óbvio que ela estava ouvindo a conversa alheia.

Então andou normalmente até o campo, e logo avistou Pablo.

— Hey, Andy. - ele disse.

— Olá. - ela cumprimentou.

— Meus pais vão a um jantar beneficente amanhã, tava pensando se você não gostaria de ir comigo.

— Hã, eu, quê? - Andrômeda engasgou.

Pablo arregalou os olhos e ficou com as bochechas coradas.

— Desculpe, eu pensei que você gostaria de ir.

— Ah, não, eu gostaria sim, mas tenho que ver com meus pais.

— Ah, certo. Eu trouxe uns doces para nós. - ele disse sorrindo.

— São meus preferidos.

***

Andrômeda mal prestou atenção no restante das aulas, ela só pensava em chegar em casa para ler mais sobre as histórias da Lana. As palavras de Lana ainda martelavam em sua cabeça “Ninguém jamais pode vê-los”. Andrômeda já tinha boa noção de quanto Lana era horrível, mas confirmou isso ao ler suas aventuras, e agora mais que nunca queria ver o diário verde trancado a cadeado.

Quando o sinal tocou ela correu para casa, jantou às pressas e esqueceu de mencionar o jantar com Pablo, mas ela não se importou, sua mente estava concentrada nos diários.

 

3 de maio 2015

Querido diário,

Eu já mencionei que sou malvada? É, eu sou, e estou satisfeita com isso.

Ontem a Lesley Paulson pisou em mim, e hoje pisei nela.

Eu estava tão arrasada que minha mãe me mandou para passar um dia no SPA, eu estava indo para a saúna, quando vi Lesley na sala de massagem, ela estava dormindo, até roncava. Olhei ao redor e percebi que estávamos sozinhas, peguei uma tesoura do kit de primeiros socorros e cortei todo o cabelo dela. Me senti bem ao fazer aquilo, mas o pânico tomou conta de mim ao perceber que ela podia ter descoberto que eu fui a responsável. Por sorte naquele dia eu esqueci de fazer o check in, porque minha mãe é amiga da dona do lugar. Então eu simplesmente saí de lá e fingi que nunca tinha ido naquele dia. Fui para o shopping onde eu teria vários álibis, e perto da hora da minha mãe me buscar voltei para o SPA e fiquei na porta, e minha mãe chegou bem rápido.

Eu sei um fim no cabelo da Lesley e ninguém jamais saberá que fui eu, eu sou demais.

Beijos.

Lana.”

“Que mente doentia!”. Foi isso que Andrômeda pensou ao ler aquela história. Destruir o cabelo de uma pessoa só por causa de um xingamento. Agora ele percebia que o que Lana fez com pareciam carícias perto do que fez à Lesley.

Andrômeda pensou e repensou. Como Lana conseguia fazer todo mundo de trouxa sem nenhum esforço?

Ela tentou mais uma vez forçar a fechadura do diário verde. Mas desistiu novamente, o que será que tinha ali dentro?

***

Bipbipbip

Mais uma vez o despertador. Andrômeda adormecera com o diário verde de Lana nas mãos. Ela sabia que nunca iria abri-lo e estava pensando seriamente em pagar para alguém fazer isso. Quando pegou o celular para parar o despertador viu uma mensagem de Pablo:

“Tudo certo para hoje?”

Ai meu Deus. Ela esqueceu completamente de falar com seus pais sobre o jantar beneficente que Pablo a convidou. Seria obrigada a falar sobre isso no café da manhã. Sem mais demora, Andrômeda correu para baixo do chuveiro.

Com os cabelos ainda pingando, ela desceu para tomar café. Sua mãe parecia estar de bom humor e ela aproveitou a situação:

— Mãe?

— Oi? - respondeu ela erguendo uma sobrancelha.

— Bem, o Pablo me chamou para um jantar beneficente com a família dele. Eu posso ir?

— Você não estava gostando daquele garoto da praia, o Daniel?

— O Pablo é um amigo mãe.

— Que bom, gosto da sua amizade com ele.

— Por que…

— Pode ir ao jantar.

— Certo.

Andrômeda não entendeu o que sua mãe quis dizer com aquilo, mas ela deixou. E ela não precisaria dizer não à Pablo.


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Notas finais do capítulo

Geeente, espero que estejam gostando. Fico feliz ao ver que cada vez mais pessoas estão lendo. Obrigada ♥



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