A Senhora da Sorte escrita por Ana Letícia


Capítulo 15
A Senhora da Sorte




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Sem muito esforço, Andrômeda logo descobriu como iria usar o bracelete sem que ninguém o visse. Iria deixá-lo justo no pulso, e usar um casaco. Manteria distância de Pablo fingindo um resfriado.

— Eu amo ser genial com esse bracelete. - disse ela para a mãe quando chegou em casa.

— Filha, não faça nada de errado.

— Eu só vou dormir, mãe.

Andrômeda pegou um sanduíche na geladeira e foi para o seu quarto, depois de comer ela mandou uma mensagem para Pablo, perguntando se ele estava melhor e contou sobre seu “resfriado”, ele não respondeu, deveria estar dormindo.

***

Ela passou o domingo aperfeiçoando o plano de pegar as joias que estavam com Lana, durante a aula de educação física ela daria um jeito. Talvez Lana tivesse mudado seu segredo do armário, ou poderia estar guardar as joias em outro lugar. Mas isso era bem simples de contornar.

Faltavam cinco minutos para a aula de educação física começar na segunda, e Andrômeda deu uma tossida convincente para a professora liberá-la da aula. Depois de alguns olhares desconfiados, a professora a liberou. Pablo também foi dispensado da aula por causa do acidente recente, ele ficou na arquibancada olhando a aula e queria que ela ficasse junto, mas ela o convenceu de que precisava ir à ala hospitalar.

Assim que Lana e as amigas entraram no ginásio com seus shorts rosa berrante, Andrômeda saiu sem que ninguém a visse e entrou no vestiário.

Como previsto, Lana mudara o segredo do armário. Mas não foi difícil descobrir a nova com a ajuda do bracelete. Depois de revirar o armário e os tênis de Lana, Andrômeda concluiu que as joias não estavam lá, mas ela vira que Lana estava usando antes da aula.

Rapidamente, Andrômeda abriu o armário da melhor amiga de Lana, e depois de fuçar na bolsa da garota, encontrou as joias. O par de brincos e o anel.

Andrômeda estava sem ar. Ela finalmente pôs as mãos em todas as joias!

Ela empurrou o anel em seu dedo, e colocou os brincos.

Seu estômago começou a revirar, seus pés e mãos começaram a formigar. Ela sentiu as joias esquentando em sua pele, o bracelete e o colar pareciam estar em chamas.

Andrômeda tossiu, as joias começaram a brilhar, logo a luz que saía delas era tão intensa que ela fechou os olhos com força, um zumbido tomou conta de seus ouvidos, e ela sentiu seu corpo se encher de poder.

E de repente, nada.

— Eu não entendo. - disse Andrômeda.

— Você é uma tosca mesmo! - disse Lana.

— Há quanto tempo está aí?

Andrômeda ainda estava ajoelhada no chão. Nem o bracelete fazia ela entender o que acontecera.

— O suficiente. Eu percebi muito tarde que você não estava na aula.

— Não funciona. A lenda era mentira, não existe joia suprema. - lamentou Andrômeda.

— Idiota. - disse Lana e começou a arrancar as joias de Andrômeda.

Abalada, ela não reagiu. Lana começou a colocar as joias em si mesma, e quando pôs o último brinco, as joias começaram a brilhar tão intensamente que Andrômeda cobriu os olhos com as mãos. Lana gritou, fumaça exalava de sua pele. E de repente houve uma explosão, Lana foi arremessada para longe, e Andrômeda não se mexeu.

— Lana! Eu disse que não funcionava.

Lana agora estava de pé, com um sorriso no rosto.

— Nunca funcionaria com você, porque eu sou a Senhora da Sorte. Eu tenho a essência da confiança!

Andrômeda encarou Lana, seu queixo foi no chão. As quatro joias sumiram e uma nova joia aparecera. Era parecida com o bracelete, era uma pulseira grossa de ouro, com pedras verdes. Lana parecia mais cheia de si do que nunca.

— Eu não entendo, minha mãe disse que eu tinha a essência, eu sou a descendente da ancestral Montenegro.

— Verdade, mas você descende da irmã que herdou o colar, a Antonella.

— Você é descendente dos Montenegro?

— Claro que não, Andrômeda, sou descendente dos Sampaio. Mas Alexandra Montenegro, a primeira dona da essência da confiança não teve filhos, mas se tornou a melhor amiga de Cleo Sampaio, e deixou a essência da confiança para a filha dela. Por isso a essência veio para a minha família.

Andrômeda chorou em silêncio, ela realmente pensara que seria a Senhora da Sorte, que conseguiria tudo.

— Você sabia disso há quanto tempo? - perguntou Andrômeda.

— Desde que ganhei o anel. E se você tivesse lido meu diário secreto saberia.

Andrômeda fungou.

— Você disse que iríamos dividir.

— É impossível, sem a essência essa pulseira seria apenas uma pulseira com você.

— Você sabia que se tornaria uma pulseira?

— Não.

— E o que acontece agora? Você vai ser a dona da sorte, tipo, pra sempre?

— Eu acho que não, talvez quando chegar a hora de abrir mão da pulseira para a minha filha, as quatro joias voltem, e a pulseira suma. De qualquer apenas as minhas descendentes poderão ser donas da sorte. Até que por algum motivo uma delas abra mão da essência para alguém que não seja da família.

— Perdi meu colar… - balbuciou Andrômeda.

— Bem, eu posso fazer algo pra compensar isso, posso me livrar do Pablo pra você e dizer que você não tem que devolver o colar.

— É o mínimo que você poderia fazer! - gritou Andrômeda.

— Vê se não me irrita, Allen. Eu vou parar de pegar no seu pé também, e quero os meus diários de volta.

— Está bem. - disse Andrômeda.

— Acho melhor você ir para casa, não parece muito bem.

— Eu não estou.

— Venha, eu te ajudo a levantar.

E ao erguer Andrômeda daquele chão frio, Lana percebeu que podia ter cometido um equívoco.

 


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Notas finais do capítulo

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