A Profecia escrita por Capitu


Capítulo 4
IV - Capítulo Terceiro


Notas iniciais do capítulo

Como eu já havia dito, os capítulos agora serão postados uma vez por semana.

Pode parecer que agora mais uma pergunta será somada à todas as outras, mas nesse capítulo Draco e Hermione ganham uma pista, um norte para seguir. Este é o gatilho para as respotas.



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Draco estava na Torre de Astronomia, a varinha apontada para Dumbledore. Seu coração palpitava e ele tentava se concentrar, tentava soltar o feitiço que precisava pela varinha, mas uma parte maior dele não queria. Seu pai estava à sua direita e sua mãe à sua esquerda. Narcisa apenas sussurrava que o amava, independente de tudo. Lúcio apertava seu ombro e dizia “Vamos, Draco, faça! Não me dê esse desgosto, faça!”.

De repente, seus pais e o diretor desapareceram. No lugar deles, figuras sem rosto rastejavam no chão, vinham para cima dele. Raios verdes passeavam pelo ambiente, e gritos agoniados enchiam o ar. As figuras chegavam cada vez mais perto, e ele estava encurralado. Mais perto, mais perto…

Acordou ofegante e suado. Aquele sonho se repetia desde que…desde que ele havia feito coisas das quais não se orgulhava, propriamente.

Toda a sua atenção foi desviada de seu pesadelo quando se deu conta de onde estava. O quarto de Hermione Granger. Ele era extremamente limpo e bem organizado, para falar o mínimo. Prateleiras enchiam as paredes de livros, e alguns porta retratos de Potter, Weasley e sua família enfeitavam a cômoda e o gaveteiro. Sua família que estava morta. Seus amigos que estavam presos, praticamente mortos.

Encontrou sua varinha, agora inútil, encima de um roupão numa poltrona lilás e, depois de vesti-lo, desceu.

— Granger? - ele chamou, sem obter resposta.

Nem precisou chamar novamente. Ao chegar à cozinha, encontrou uma mesa de café da manhã posta, simples. Ela havia comido e deixado a mesa para ele também.

Quanta gentileza.

Que nojo.

Precisava de um uísque.

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Hermione Granger voltava para casa remoendo informações em sua mente.

É impossível tirar a magia de um bruxo, ela é intrínseca a ele. Nasce com ele. Está no seu sangue. A varinha é só um meio de canalizar e fortalecer algo que já existe. Então quais são as chances de alguém ter simplesmente…tirado o poder dela?

Precisava falar com Malfoy, o relato dele era a solução para ao menos uma incógnita. Ele aparecera tão misteriosamente, tão sem magia quanto ela, e nenhuma tentativa de matá-la partira dele até agora. Mais que isso, parecia indefeso.

Ao chegar na casa, encontrou a dita figura encostada no batente da porta que levava ao jardim, de costas, bebendo uísque. Ele parecia refinado mesmo num robe xadrez de seu pai. A mesa estava posta ainda, a comida intocada.

— O que pensa que está fazendo?! - ela perguntou, incrédula. Ele quase havia morrido ontem, e ela teve que cuidar dele, se sentiu quase culpada por tê-lo deixado lá fora por tanto tempo.

— É cega? Ou está se fingindo de idiota? - ele respondeu ainda de costas, o típico Malfoy.

— Entre as pessoas que estão nesse cômodo, o único idiota é você, Malfoy. Quase morreu ontem e hoje está tomando essa porcaria! Seu grande idiota! Você não comeu e está aí for…

— Não preciso que cuide de mim, Granger. - ele interrompeu. Agora encaravam-se. Ele parecia realmente irritado.

— Não precisa?! - ela riu sarcasticamente - Ontem você bem precisou, não é mesmo? Mas eu não esperava nada diferente de você, seu garoto mimado e ingrato! A sangue-ruim impura te salvou! E isso dói tanto em você.

Os dois pararam de discutir. Os olhos um no outro, analisando. Hermione, como de seu feitio, foi a primeira a quebrar o silêncio.

— Você sabe que me deve explicações…então agora é um bom momento para começar. - ela tentou ser dura e cama, mas a tensão que pairava no ar não a auxiliou muito. 

Ela sentou-se no sofá formalmente, pronta para atirar vários argumentos em Draco quando ele relutasse e fizesse seu típico showzinho para não falar nada. Impressionantemente, não foi o que aconteceu. Com uma certa dureza fria e formal na voz e o corpo claramente tenso, ele se abriu.

— Voldemort reuniu todas as Relíquias da Morte. - não pode-se deixar de citar o espanto de Hermione Granger. - E, como você deve imaginar, se consagrou Senhor da Morte. Houve uma cerimônia na Câmara dos Comensais e quando…quando a Marca da Morte foi conjurada, tudo apagou e eu acabei num banco de praça em Bloomsbury.

— E como me achou?

— Foi ao acaso. Estava andando sem rumo certo.

— Esperava um pouco mais de criatividade na sua história.

— Você quer saber mais do meu depoimento do que eu mesmo?! Acredite no que quiser, Granger.

— Quero um depoimento coerente! Aliás, isso não explica nada sobre a nossa…situação, por assim dizer. Por que não temos magia?!

— Uma pergunta que a sabe-tudo - ele ergueu a mão, numa imitação de Hermione respondendo perguntas em sala de aula - não pode responder?! - ele riu de sua própria demonstração.

Ela parou de prestar atenção nele. Sua mente estava longe dali.

— O que você disse?

— Do que você est…

— Repita o que acabou de dizer.

— Uma pergunta que a sabe-tudo não pode responder?!

Ao dizer essas palavras, o cérebro de Hermione deu um estalo, e ela subiu correndo as escadas. Murmurava “uma pergunta que não pode responder”.

Draco seguiu-a até seu quarto, e aquele cheiro de mofo misturado com o aroma dela, algo como pêssego e flores, despertou seu olfato e o enjoou.

Ela pegou de uma das prateleiras um exemplar de Os Contos de Beedle, O Bardo. Retirou dele um envelope roxo escrito em verde, com apenas uma inscrição: “Abra quando surgir uma pergunta que nem mesmo a senhorita saiba responder, Srta. Granger”. Ela abriu-o e começou a ler o pergaminho com o selo de Hogwarts.

“Vá pelo portal de pedra

Na paisagem petrificada

Pegue a primeira porta preta

Até a prateleira

Do que essas palavras partilham

 

‘C.T para E.M

Senhor das Trevas, Harry Potter, (?) e (?)’

 

Imagino que as coisas estejam bastante confusas agora, Srta. Granger.      Imagino também que, infelizmente, não possa te ajudar mais que isso, lamento que isso seja tudo que sei. Mas receio que seu brilhante cérebro   saberá trilhar o resto do caminho.

Alvo Dumbledore”

 

Ela largou a carta na cama e se levantou. Draco passava os olhos pelo pergaminho repetidamente enquanto Hermione andava de um lado para o outro no quarto. O ar pareceu quase insuficiente para os dois.

— Eu já vi uma inscrição assim. - ela começou - Assim são identificadas as profecias na Sala da Profecia. A primeira linha ind…

— Eu sei do que está falando. Mas e aí? O que isso tem de tão importante? - Draco não podia negar que uma carta misteriosa de Dumbledore era interessante.

— Preciso ir ao Ministério. Talvez isso seja uma pista sobre o que está acontecendo…

— Por favor, Granger. Essa droga de bilhete sem nexo nenhum já foi escrita há anos, se você considerar que faz quase quatro anos que ele morreu! Além do mais, me admira que vocês acreditem e se impressionem com tudo que Dumbledore fala ou faz, ele era só um velho idiot…

— Nem pense em falar mal de Dumbledore, Malfoy. Ele tentou te proteger, impedir ao máximo que esse lamaçal em que você se envolveu te sufocasse até o pescoço. Ele não merece o nome dele na sua boca, muito menos que fale absurdos sobre ele. - ela interrompeu num tom raivoso e baixo.

Um silêncio desconfortável se fez. E, pela primeira vez, foi Draco quem o quebrou.

— Certo. Aqui está o acordo. Você me leva ao Ministério pela entrada de visitantes, e eu posso fazer com que não seja morta enquanto está lá dentro…você sabe que sua cara está em cada esquina seguida da palavra “procurada” em letras garrafais, Granger.

— E o que me garante que não vai quebrar sua palavra, Malfoy?

— E o que me garante que não vai quebrar a sua, Granger?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler este capítulo!

Semana que vem acompanhem o próximo capítulo, ele será muito importante (eu sei que já disse isso, mas esse e os próximos dois capítulos são realmente importantes!).

Capitu



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