A Profecia escrita por Capitu


Capítulo 3
III - Capítulo Segundo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Aí vai mais um capítulo!

Creio que seja melhor para todos estabeler uma rotina de postagens, então o próximo capítulo só será postado semana que vem, tudo bem?

Continuem acompanhando, porque a partir do próximo capítulo algumas coisas serão esclarecidas.



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Naquela mesma noite, logo que Draco Malfoy deixou a residência dos Granger, Hermione pegou sua varinha e, trêmula, tentava realizar algum encantamento qualquer. Nada acontecia, e seu desespero crescia, até que simplesmente desistiu de tentar aquilo naquele momento. A varinha, agora, parecia nada mais que um pedaço de graveto mais bonito. Nada mais que isso em suas mãos.

Um peso de desespero caiu sobre seus ombros quando percebeu que nada daquela situação se encaixava: a magia que parecia ter simplesmente acabado, Malfoy no mundo trouxa, sozinho, com uma varinha tão inútil quanto a dela, o fato de ainda não estar sendo torturada ou arrastada para Azkaban, apesar de ter topado com um Comensal da Morte.

Aquela casa…as paredes, as portas, os ladrilhos, as louças, os cômodos, as quinas, tudo falava com ela. Sussurrava lembranças. Aquele lugar carregava o perfume do passado, o fantasma de pai e mãe, que agora não estavam mais lá, e nunca voltariam. E ela não pôde ao menos despedir-se deles.

Às vezes ela preferia não pensar, não digerir certas coisas, algumas verdades inaceitáveis e imutáveis.

Depois de uma, duas ou três horas de cochilos periódicos e inquietação noturna, Hermione desistiu de obter qualquer descanso naquela noite, e saiu da cama para um chá. Ao olhar pela janela de seu quarto, viu uma figura trêmula no jardim da frente de sua casa e, a julgar pelos cabelos platinados, só poderia ser uma pessoa.

Desceu correndo as escadas, consciente de que fazia menos de 10ºC lá fora.

Encontrou um Draco certamente com hipotermia e prestes a morrer, o corpo encolhido, gélido.

— Meu Deus! - ela correu até ele e ajudou-o a se erguer. - Vamos, levante-se.

Levou-o para dentro e tirou suas roupas úmidas pela geada noturna enquanto colocava um termômetro embaixo de seu braço.

— Fique parado, certo? - ela o envolveu num simples lençol e constatou os seus 33ºC de temperatura. - Precisa ser aquecido devagar… - ela pensou consigo mesma.

Draco, trêmulo, hiperventilando, fraco, observava Hermione remexer armários desesperadamente e colocar panelas no fogo. Ele sentia sono, estava confuso, pairando em algum lugar entre a a casa trouxa de Hermione Granger e Hogwarts, depois seus pais e sua coruja, Harry Potter e Pansy Parkinson, sua cama em casa e uma música.

Passados minutos ou horas, ele não sabia dizer, Hermione apareceu com bolsas térmicas e uma xícara.

— Beba isto. - ela lhe entregou uma bebida marrom que, depois de tomar, descobriu ser chocolate quente muito doce. E, após envolver as bolsas térmicas em toalhas, colocou uma debaixo de cada axila e ficou segurado a outra contra seu peito.

Ele sentia os dedos quentes dele contra a pele fria das suas costas, a compressa sendo colocada e tirada de seu peito repetidas vezes, o sabor açucarado do chocolate quente, aquela coceira na garganta que o excesso de doçura causava, o termômetro voltando para debaixo de seu braço.

— Sua temperatura está aumentando. Ainda bem. - ele ouviu Hermione dizer. - Vou preparar um banho quente para você. Fique aqui. - ele simplesmente assentiu.

Hermione preparou o banho e separou roupas para Draco o mais rápido que pôde. Ela precisava ter cuidado para que não fosse quente demais ou morno demais. O objetivo era elevar a temperatura dele devagar, para que não ocorresse choque térmico. Ele não tinha noção, mas algum tempo a mais lá fora o levaria a morte, e agora, se os cuidados não fossem feitos da maneira correta, ele também poderia morrer.

Começou a despi-lo do roupão que lhe dera.

— O que acha que está fazendo?! - ele disse, no tom mais grosseiro que conseguiu, o que não passou de um sussurro embriagado.

— Salvando sua vida. - ela respondeu, tirando sua peça íntima.

Ajudou-o a entrar na banheira não muito quente. As maçãs do rosto pálido dele começaram a rosar e seus olhos se fechavam lentamente. Ele adormeceria a qualquer momento.

— Malfoy, não pode dormir. - ela cutucou-o, mas a cabeça dele pendia para os lados, os olhos fechados. - Draco, olhe para mim, olhe para mim. - ela pegou seu rosto com as duas mãos e deu tapinhas, fazendo-o despertar levemente. - Draco, não durma! Entendeu? Não durma!

— Por que não? - ele murmurou muito muito baixo.

— Porque está com hipotermia. Se dormir pode até morrer. - aparentemente, tudo poderia fazê-lo morrer naquele momento.

O que ela disse pareceu ter algum tipo de impacto nele, que abriu os olhos.

— Achei que quisesse que eu morresse. - ele falava tão baixo que era quase impossível entendê-lo.

Um riso nasal foi tudo que recebeu em resposta.

Ao fim do banho, ela colocou roupas limpas nele, roupas que eram de seu pai, e deitou-o em sua cama.

Draco se retraiu ao sentir o termômetro gelado ir de encontro com sua pele pela milionésima vez. Não pôde deixar de reparar no olhar aliviado de Hermione quando viu o que o instrumento mostrava. Agora que ela havia relaxado, percebeu que seus lábios estavam contraídos, os ombros rígidos, a respiração rápida. Havia reparado também que ele mesmo já saía de seu estado de torpor.

— Por que diabos está fazendo isso, Granger? - ele perguntou, ainda fraco, enquanto ela colocava infinitas camadas de cobertores sobre ele.

— Porque seria negligente da minha parte te deixar ali…Não faço isso por você, Malfoy, faço por mim mesma. Sentiria culpa se deixasse você morrer, qualquer um morrer, na verdade, na minha frente.

— Isso não me faz te odiar menos, Granger.

— E nem eu a você, Malfoy. - ela colocou um último edredom - Agora descanse.

Ele observou-a sair do quarto com suas calças de pijama ridículas. Essa sangue-ruim não saberia se vestir bem nem se sua vida dependesse disso.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler este capítulo!

Por favor, deixem seus comentários, acompanhem a história...adoraria saber o que estão achando.

Até semana que vem


Capitu



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