Rolos da Vida escrita por camila_guime


Capítulo 8
Capítulo 8 - Nota Pequena parte extra


Notas iniciais do capítulo

Vamos voltar um pouco, ver o lado de Edward nessa história...



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(Voltando um pouco...).

Edward PDV.

Quando Bella escapuliu dos meus braços, uma terrível sensação de fracasso, frustração, perda e dor tomaram conta de mim. Sequer pensei em me firmar ali em cima, deixei que meu corpo escorregasse para baixo logo depois de Bella, a qual já havia perdido de vista.

O impacto com a água foi terrível, e estava escuro demais para que eu me direcionasse direito, mas então, vi algo piscar. Quando me recuperei da dor e puxei o ar, consegui identificar o celular de Bella, boiando na água. Ela estava não muito longe dele, afundando aos poucos...  Nadei com toda minha energia restante, tirando forças da dor para alcançar o braço de Bella, única parte dela na superfície, mas então, uma onda tempestuosa me empurrou para baixo. Só pude sentir o corpo de Bella batendo contra mim.

Quando consegui respirar de novo, com muito esforço e me afogando, mergulhei de qualquer jeito, e tateei sob a água até sentir o corpo de Bella. Empurrei-a para cima. Ela estava mole e gelada, porém, numa hora, depois de eu quase morrer por vê-la inconsciente, Bella, felizmente, puxou o ar numa arfada no mínimo tranquilizadora para mim: ela ainda estava viva.

Por sorte, a correnteza estava indo para a praia, e as ondas nos empurravam pra lá enquanto eu nadava e nadava. Bella sempre presa a mim. Não dava para pensar na loucura que eu tinha feito, nem na que Bella fez. Não dava pra pensar que eu estava ali arriscando tudo para salvar a garota que me odeia por eu ter me intrometido na vida dela. Não havia como pensar em mais nada, a não ser sair daquela água gelada e ver o que restou.

Meu corpo tremia tanto que não pude andar quando cheguei à praia. Arrastei-me com meus braços, puxando Bella junto, até que ficássemos fora do alcance das ondas. Bella estava com os lábios azuis e as pálpebras arroxeadas, tremia e tinha febre, mas, no momento, eu estava no meu limite. Deitei-me ao lado dela, esperando apenas que a respiração dela se ordenasse e que nós nos recuperemos.

Passaram-se talvez horas... Bella tossiu algumas vezes, mas não parecia que ia acordar, e eu nem quis que ela fizesse isso, contanto que continuasse respirando. A noite estava muito fria, mas não havia o que eu pudesse fazer, nem por Bella, nem por mim.

Fechei meus olhos por um momento e acho que, quando os abri de novo, deveria ter dormido mais algumas horas por que o céu nublado estava mais cinza escuro do que preto da noite. Eu já podia, muito mal, mexer meus braços e achava que já podia ficar de pé. Quanto a Bella, ela ainda parecia dormir, mas tremia . Friccionei seus braços um pouco. Ela sussurrou pelo pai e pela mãe, pedia que desligassem o ar-condicionado. Falei com ela e respondia a ela, satisfeito por vê-la raciocinando, pois ela me respondia “ok” todas as vezes.

Olhei em volta e vi a floresta ao longe, rochedos, e mais uma extensão de praia a cima de nós. Pensei em Esme, se eu contaria ou não a ela sobre tudo isso. Na verdade, pensava em como contar tudo isso pra todos os importantes. Eu me sentia responsável de certa forma, a final, eu fui atrás de Bella, e deveria levá-la para casa. Porém, nesse momento, algo me ocorreu:

Peguei-me perguntando a mim mesmo por que tinha feito tudo aquilo, me envolvido tanto com alguém para o qual não devo nada. Eu sequer deveria me sentir tão infiltrado nos casos da família Swan, mas é impossível não me importar. Olhei para Bella ao meu lado, dormindo exausta, com febre, indefesa e delicada. Parecia tanto com uma menina sozinha, que tinha medo por se sentir desprotegida por conta da separação dos pais.

Céus! Eu estou dizendo mesmo isso?

Friccionei de novo os braços de Bella pra que ficassem um pouco menos frios, mesmo que por alguns segundos. Depois, olhei para o céu de Forks. O que estava havendo comigo? Por que, do nada, estou tão interessado em continuar aqui? Parece que eu gosto dessa cidade pequena, parece que não sinto tanto Esme estar tão longe. Parece que me importo tanto com Bella e, me atrevendo um pouco, parece até que eu queria resolver os problemas dos Swan por que eu vejo que eles são pessoas boas, que deveriam dar alguma chance para eles de novo, para a paz interior da filha deles...

Não, Edward, você está aqui só para a tranquilidade de sua mãe. Assim que ela voltar, vocês voltam pro Alasca. Essa gente não é sua obrigação. Essa gente não é sua gente. Essas pessoas boas que você encontrou aqui são pessoas que vão dar um jeito em suas próprias vidas. Você nunca esteve aqui antes, e elas nunca te precisaram.

Sim, é isso. Você é só uma passagem aqui para eles. Você fez sua parte de retribuir e ser um “bom rapaz”, para agradecer à acolhida deles. Sim, Edward, é só isso que você está fazendo aqui. Salvar Bella é o que qualquer um teria feito, e que você teria feito por qualquer um. Não tem mais nada pra você aqui. Não se deixe levar por coisas que você “acha”. A única certeza é a sua mãe e sua casa no outro lado do país.

De repente, Bella abriu os olhos. Chamei por ela. Ela parecia não entender nada. Mas também, o que poderia ser? Ela estava desidratada e exausta. Virei-me de frente para ela e tentei ver se ela estava mentalmente bem. Duvidei um pouco quando ela começou a sorrir, mas estranhamente eu sorri também. Acho que foi um alívio mútuo.

– O-o... Cara, você é bonito... – Bella falou num fio de voz.

Simplesmente não suportei!

Ouvir o inesperado (e maluco) elogio de Bella foi estranho, mas teve algo de bom, além de ter sido hilário também. Depois de cairmos de um precipício, termos nos afogarmos, passado a noite toda à deriva numa praia, morrendo de frio e sede, a primeira coisa que Bella diz (consciente) é que eu sou bonito?

Simplesmente não aguentei. Comecei a rir, mesmo não tendo energia para me sentir completamente feliz. Mas posso dizer que estava totalmente satisfeito por vê-la consciente (e quase sã), mesmo com aquelas suas costelas... (Nesse momento tive tanta certeza de que proteger Bella era importante. Por fora ela se mostrava áspera e forte, por que era necessário, mas por dentro era tão delicada... Vê-la por dentro despertou em mim certa afeição. Até sua rabugice pareceu entendível e inocente...).

Enfim, eu não tinha opções precisava terminar de salvá-la e levá-la para casa, e se a única saída era recorrer ao tal do Jacob, era isso que seria. Recuperei minas forças e tentei carregá-la sem pior sua saúde. Numa parte do caminho, depois de subirmos um bom pedaço da praia, Bella insistiu para que eu a deixasse tentar caminhar, mas continuou se segurando mais em mim do que se firmando nos seus pés.

Começou uma irritante e fora de hora chuva, mas, por sorte, avistamos um jipe no final da praia, à margem da estrada. E de repente, alguém longe gritou:

– Bella?!

Bella se pôs o máximo em pé que pôde e, ainda agarrada ao meu braço, olhou em volta. Avistamos, ao mesmo tempo, o dono do chamado.

 

Continua!!!!


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Notas finais do capítulo

Deixo essa pequena parte só pra não demorar muito o vazio, pois o tempo se faz escasso...
Beijos!
Comentem!
Mila.