Rolos da Vida escrita por camila_guime


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Pronto, vai começar o drama. Bella vai sentir muito mais coisas do que sentiu durante toda sua antiga vida estática. Mas ninguém pode fazer nada quanto aos fatos...



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Edward PDV.

O que Bella estaria sonhando?

 

A primeira coisa que me perguntei foi: Bella realmente tem certeza de que o lugar é esse? A segunda foi: o que aquele cara estava fazendo aqui? Mas antes de mais qualquer coisa, Bella desabou e só não foi ao chão por que eu tinha conseguido segurá-la. Por outro lado, o tal do Black também segurou Bella, ao mesmo tempo.

– O que você está fazendo? – perguntei.

– Eu estou com Bella, se não se lembra?! – Black disse displicente.

– Tinha esquecido que você estaria aqui, mas, no caso, acho que eu estou com Bella agora, - tentei carregá-la direito, mas o cara-de-índio não deixou.

– Negativo. Bella é meu par. Eu tomo conta dela! – disse ele tentando tirá-la de mim.

– Fala sério! Seu bruto! Largue-a. Eu levo Bella pra casa. Estou morando com ela esqueceu? É responsabilidade minha!

Peguei Bella e suspendi-a com cuidado. Black engoliu em seco e colocou os braços dela delicadamente sobre o corpo.

– Faça algo útil, abra a porta.

Jacob bufou e passou por mim, abriu a porta da picape de Bella e eu a sentei no branco do passageiro. Ela amoleceu e eu arrumei sua cabeça, escorando-a na porta fechada. Apesar da antipatia por Black, nada superava a preocupação que começava a me tomar conta agora.

– O que houve com ela? – Jacob perguntou assim que saí do carro,

– Como assim o que houve? Você viu! Bella desmaiou! – respondi estressado.

Dei a volta pela picape e entrei no banco do motorista depois de pegar a chave do chaveiro que Bella trazia preso à bolsa. Quando dei por mim, Black tinha adentrado no bando do carona e fechado a porta.

– O que pensa que está fazendo?

Geralmente me considero um cara calmo e pacífico, mas Jacob despertava minha impaciência, meu mau-humor, minha antipatia e principalmente desconfiança.

– Conheço Bella desde que ela era pequena. Quem não conhecemos aqui é você, Cullen. Vou garantir que Bella volte pra casa. Além do mais, duvido que você acerte sequer a saída para a avenida!

– Você pode até estar certo quanto ao caminho, Black, mas não pode falar nada quanto ao meu caráter. Estou na casa de Bella e vejo mais do que você deve saber.

– Vá pela esquerda, depois siga em frente, - disse ele sob o fôlego, parecendo engolir pedras.

Eu estava apertando minha mão no volante impulsivamente para aguentar a presença no mínimo insuportável daquele cara. Ele tinha cheiro de terra molhada e trejeitos expressivamente grosseiros. Como Bella pode gostar da companhia deste tipo?

No meio do caminho, Bella começou a murmurar coisas ininteligíveis. Jacob me fez parar. Ele desceu e alcançou a porta traseira, indo sentar-se ao lado de Bella. O vi segurá-la pelos ombros e se aproximar demais dela.

– O que ela está dizendo? – perguntei com impaciência.

– Se você fechar a boca eu entendo! Agora siga em frente até a casa dela! – Jacob comandou com tom autoritário.

Quem ele pensava que era?

No entanto, eu me encontrava impotente. Tinha que levar Bella sã e salva até em casa, e isso não permitia acidentes. Mesmo que fosse difícil não olhar os dois lá atrás pelo espelho retrovisor, tentei me focar na estrada. A coisa boa era que, pelo que me lembro, não estava distante de chegar.

– Frio... – Bella disse. Consegui ouvi-la quando a rua ficou menos movimentada e o barulho de carros diminuiu.

– Vou aumentar o aquecedor, - falei.

– Não faça isso, essa lata velha é capaz de explodir. Deixe que eu cuido dela! – Black falou com prepotência. Envolveu Bella num abraço e continuou sussurrando alguma coisa para ela.

Relutantemente eu tive que aceitar que Jacob estava fazendo Bella acordar (também, com certeza ela acordaria perto daquele tipo!), e estava fazendo ela parece menos pálida.

Não demorou muito, Bella começou a reagir.

– Edward... – ela chamou. Seus lhos ainda fechados. Jacob desatou seu braço e recostou Bella no encosto do banco. – Edward... – ela suspirou, parecia que estava falando dormindo.

Jacob olhou pra mim estreitando os olhos, mas tentando ser discreto. Não consegui ignorar a satisfação que senti vendo o Black se remoendo em desconforto e desapontamento e, quem sabe, ciúmes.

– Edward, não... Meu... Meu Jake... Jacob... – Bella sussurrava e arfava. Seu corpo pendeu para o lado e ela caiu nos ombros de Jacob, que a recebeu de novo no abraço.

O maníaco ridículo cara-de-índio desabrochou um sorriso malévolo.

– Certo Cullen, é a próxima rua!

– Sim, eu já percebi isso!

Bella estremeceu e se reanimou. Abriu os olhos lentamente e pareceu confusa. Logo, olhou para dentro do carro e para fora, parecendo reconhecer as coisas.

– Edward? Jacob? O que estão fazendo?! – ela praticamente pulou e se comprimiu contra o carro, afastando-se de Jacob com o susto.

– Bella, acalme-se! - disse eu.

– Gente aquela é... minha casa? Minha casa! Dá pra me dizer o que houve?!!!

 

Isabella PDV

Onde foi que tudo começou a desmoronar?

 

Droga! Eu sou tão pateticamente ridícula! Não só estraguei a noite com Jacob como também dei uma de pateta desacordada! Que mico! Céus! Acho que nunca vou esquecer isso!

Abri a porta de casa, fula por não ter aproveitado nada dessa noite. Enquanto isso, Edward e Jacob me seguiam. Com certeza deveriam estar pensando quão patética eu fui. Nunca eles iriam olhar pra mim de novo sem lembrar isso! Droga, droga, droga! E tinha que ser justamente hoje, que Jake está de jaqueta preta, simplesmente perfeito?

– Bella, filha? O que está fazendo aqui? – Charlie perguntou assombrado, girando o pescoço pra trás lá do sofá. Mas o estranho é que ele não estava assistindo jogo nenhum.  – Jacob? Edward? Vocês também?

Joguei minha bolsa pro canto, estressada e saturada.

– Bella? O que foi? – Charlie continuou. Antes que eu pudesse responder, notei seu rosto abatido e murcho, logo, isto me preocupou.

– Bella se sentiu um pouco mal, senhor Swan. Decidimos que era melhor trazê-la pra casa, - respondeu o panaca Edward.

– Pai? Tem algo acontecendo? – perguntei enfim.

– Jacob! Quanto tempo? Como vai rapaz?

Ok. Charlie ignorou de propósito?

– É mesmo, senhor, é bom revê-lo.

– Pai... – persisti, mas Charlie estava cumprimentado Jake.

Edward cruzou os braços e ficou no canto, vendo a cena.

– E Bil? Vai bem? – meu pai fungou, como se estivesse resfriado, o que eu sabia que não era.

– Sim, e pretende vir visitá-lo o mais cedo possível, mas... – Jake olhou pra mim e, por alguma razão, voltou-se para Charlie com a expressão séria. Ok. Tinha algo que eu estava perdendo aqui! – Sinto muito, senhor, mas tenho que ir. Já é hora de eu fechar a reserva, - ele brincou sem humor algum.

– Tudo bem, filho, a gente conversa... – meu pai levou Jake até fora depois de ele se despedir de mim com um abraço.

Edward e eu nos encaramos e ele pareceu estranhamente constrangido e desconfortável. Ficamos, então, nós dois de braços cruzados, olhando um pro outro.

– Hum... Bella... Eu... – ele hesitou.

– Fala sério! Que noite furada! – resmunguei, virando-me para a cozinha. Tinha sido pior que furada, e eu nem tinha cabeça pra pensar no que faria com Rose amanhã, mas com certeza seria algo grande...

– Não... Bels... – Edward veio até mim e me impediu de entrar na cozinha. E ainda usou o apelido do meu apelido? Como assim, abusado?

– Edward, me deixa! Já passei mico demais essa noite...

– Não, Bella, não é isso...

Rolei os olhos sentindo meu rosto esquentar. Não poderia dar uma de bochecha rosada agora! Entrei na cozinha de uma vez... Ou melhor, quase de uma vez... Tropecei em alguma porcaria que estava no caminho, só não fui de cara ao chão por que Edward me puxou para si.

– Cuidado! – ele falou, me abraçando.

– Certo! Agora mereço o prêmio de idiota sequelada! – resmunguei.

Quando reparei no troço que tinha me derrubado, percebi ser uma mala, a mesma que estava no guarda-roupa de Renné. Pelo impacto posso dizer que ela não estava vazia, o que é um péssimo sinal.

– Bella? – uma foz chorosa e rouca me chamou atrás de mim. Virei para encarar o que meu coração praticamente gritava: não, não pode ser!

Minha mãe estava encostada no balcão da cozinha e tinha o rosto vermelho de lágrimas. Seus olhos estavam rasos e cansados.

– Mãe? – falei fraquejando, sentindo meus joelhos cederem.

Corri para ela antes de cair e a abracei forte. Choramos uma no ombro da outra. Um choro doloroso e compulsivo.

Ok, eu ando lenta e dando bolas fora, mas não preciso ser gênia pra entender o que estava havendo. Talvez eu tenha que aceitar o fato de meus pais estarem... Estarem se separando.

– Bella, filha, não chore! Você deve entender... As pessoas precisam mudar... Eu e seu pai...

– Não! – gritei. Eu poderia estar pronta pra aceitar a dura realidade, mas eu ainda não aguentava ouvir.

Saí em disparada, sem rumo certo. Só sei que saí de casa dei a partida na minha caminhonete. Depois de muito correr, decidi parar e entrei na floresta. Estava noite, mas eu podia me direcionar (muito mal) pela lanterna do celular.

Deus! Minha mãe está saindo de casa! O que vai ser de mim? E dela? E meu pai? Ele não tem mais ninguém! Nós duas não temos mais ninguém! Somos apenas nós três! Sempre, há anos! Desde quando, meu Deus, desde quando minha vida decidiu desandar?

Cortei mata à dentro, desnorteada. Comecei a fraquejar depois de muito correr e tropeçar. Avancei até a clareira onde um buraco na grossa camada de nuvens deixava à vista uma lua crescente, parecendo um holofote incidindo sobre aquele gramado.

Fiquei no centro daquela luz, esperando um milagre, ou que algum raio caísse sobre mim. Deixei a lua fazer o trabalho que quisesse em mim, me tranquilizando, mas seu efeito era lento demais. Meu coração estava tão machucado por todo esse tempo em que eu engolia as indiretas sobre essa separação... Meu peito parecia inchado e ultra-sensível. Eu chorava compulsivamente e isso doía. Eu não quero pensar em: “e como eu fico nisso tudo?”, por que não quero ser egoísta, mas... E quanto a mim nessa história toda? Eu vou ter que escolher um deles, ou um juiz vai fazer isso?

Não! Eu não quero escolher!

Droga! Mas não posso manter minha mãe infeliz se ela está infeliz com Charlie! Ao mesmo tempo eu sei que Charlie só tem a nós duas! Como nossas vidas chegaram a isso?

 

continua...

 


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Notas finais do capítulo

E aí? como foi esse capítulo? me ajudem!!!
beijos!
Mila.