Rolos da Vida escrita por camila_guime


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo esquentou...
Mas sinto informar que vou deixar a desejar. eu sei...
Mas se que esse capítulo "relaxa" de hoje vai ser legal, pois eu amei fazê-lo!
Boa leitura!



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Algumas semanas depois...

 

 

Jacob Black PDV

 

 

— Agora vá mais pra trás... – Eu ia dizendo a Jenny. — Ok, ok, sem pressa. Com delicadeza mais para o lado.

 

— Jake, eu to com medo! – Ela falou com sua foz que desta vez estava fraquinha.

 

— Relaxa, você é boa nisso, está até me surpreendendo. Sério! Da primeira vez que fui fazer isso foi uma catástrofe! Pense bem: você até agora só deu susto, mas não fez nada de errado. – Eu ia dizendo. Fiquei feliz em perceber que, conforme eu falava, ela ia relaxando. — Você é minha melhor aluna, Jen!

 

Jenny riu.

 

— Eu sou sua única aluna Jacob Black!

 

— Por enquanto... - Brinquei.

 

— Você vai ver só quando eu largar esse volante!

 

Jenny virou de uma vez por todas e encaixou o carro na vaga entre os outros dois estacionados, foi mais habilidosa e rápida do que eu poderia ter sido. Nessa hora, juro ter sentido um pouco de medo dela.

 

Há quadro semanas Jenny tem vindo até minha casa para aprender a dirigir. Tem sido muito melhor do que eu poderia ter pensado. No início, a ideia de ganhar uma grana extra era o que me movia. Claro, Jenny era legal, mas ensinar não era à parte da ideia que me deixava feliz. Pensei que seria tedioso e um perfeito saco ter que ensinar coisas que, para mim, são tão básicas. Mas tenho que admitir: me enganei feio.

 

Cada minuto da “aula” era uma verdadeira diversão. Jen é inteligente e esperta e divertida. Pegou tudo tão facilmente que acho que nós mais enrolávamos que qualquer outra coisa. No fim das contas, ela chegava em minha casa às três e meia da tarde, e voltava apenas lá para as seis ou sete da noite... Quem diria que eu passaria meus fins de tarde e meus finais de semana com a irmã do cara que ficou com meu ex-amor (bem, talvez não seja pra tanto)?

 

— Eu... Eu... – Jenny gaguejou depois que percebeu sua proeza. Era a primeira vez que ela tentava estacionar numa vaga apertada e o fizera muitíssimo bem!

 

— Você conseguiu!

 

— Ah! J-J... Jake! – Ela gritou e saiu do carro aos pulos.

 

Correu para frente dele e parecia admirar sua obra. Saí do carro logo depois e só deu tempo de eu me amparar no capô, pois Jenny veio correndo e saltou em mim, me abraçando.

 

— Obrigada Jake!

 

Eu comecei a gargalhar. A impulsividade dela sempre me fazia gargalhar.

 

— Os méritos são seus! Não era eu quem estava no volante!

 

Jen se afastou um pouco, ainda em cima de mim, e me olhou.

 

— Eu devo isso a você! Sabe o que isso significa? – Balancei a cabeça negativamente. Acho que eu havia engolido minha voz depois que inspirei o perfume doce que emanava de Jenny. — Significa independência! Carlisle finalmente não vai mais me ter em cadeados, claro, metaforicamente falando. E Edward não precisa mais me levar para escola na moto dele! E mais! Eu vou poder ir para onde eu quiser!

 

Ela tagarelou se segurando no meu pescoço para não deslizar do capô para o chão. Eu não sei direito se posso dizer que ouvi tudo o que ela disse, mas posso dizer que entendi. Num geral, eu estava apenas reparando involuntariamente que Jenny tem um rosto realmente bonito. Ela é fofa, mas tem um jeito que, às vezes, fica bem atraente. Os cabelos dela cresceram e a deixaram mais crescida também. E, sério! Como eu nunca reparei nisso antes? A Jenny definitivamente mudou mesmo!

 

No início, há mais ou menos um mês atrás, ela era tão recatada e ao mesmo tempo nervosa e tímida. Mas de uns tempos para cá, ela passou a usar maquiagem (mesmo que leve), passou a usar mais saias e tímidos decotes. Neste momento, ela estava com uns shorts jeans e uma camiseta de alças finas e tênis. La Push estava com um tempo ótimo para ela.

 

— Vai com calma mocinha. Liberdade pode ser perigosa também... – Adverti. Na verdade, me arrependi de ter dado uma de “pai”, mas foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando percebi que estávamos calados há muito tempo, olhando um pro outro.

 

— Tudo bem, Carlisle! – Ela brincou irônica e, surpreendentemente, deslizou um olhar sobre mim. Acho que foi só aí que ela notou que estava deitada em cima do meu tronco. Foi engraçado como os olhos dela se arregalaram assustados e logo ela deslizou para o chão. — Sai daí também, não amassa o capô! – Ela brigou, mas eu sabia que estava mesmo era se remoendo de vergonha.

 

— Jen do meu coração, seu rosto rubro te denuncia, amor! – Brinquei. Eu sabia que era pedir para apanhar, mas eu não resistia ao implicar com ela. Comecei a rir.

 

— Rosto rubro? Ah, Black, não enche! É só fazer um elogiozinho, você quer dar um de sabichão? Pra cima de mim não, ok? – Ela tagarelou ficando cada vez mais encarnada. Cruzou os braços e se encostou sobre o farol do carro.

 

Enquanto isso eu caia na gargalhada, mas desta vez lutando para parar de rir – sem sucesso.

 

— É sério, Jen... Desculpa vai! Não sou, nem quero ser seu pai! – Falei me aproximando dela. A segurei delicadamente pelos seus pequenos ombros, mas ela continuou com cara feia e braços cruzados. — Você não vai sorrir pra mim?

 

A abracei de verdade, e ela continuou impassível.

 

— Jenyffer J. Cullen, se você não sorrir pra mim, eu vou fazer uma coisa horrível! – Ameacei. Jenny estreitou os olhos pra mim e saiu de meu abraço, me colocando encurralado contra o carro.

 

— Não tenho medo de suas ameaças, Black! Eu chamo o Edward e aí vamos ver! Ou pior: chamo meu pai! – Ela gargalhou.

 

Eu sei que foi brincadeira, mas o que ela disse instigou algo em mim. A tomei de volta nos braços e a inclinei sobre o capô no carro, a encurralando de volta.

 

— Jake! – Ela gritou, assustada.

 

— Você não pode duvidar de mim, Jenny... – Alguma coisa fez minha voz sair mais rouca do que eu realmente queria, parecia mais um sussurro.

 

Jenny tinha as mãos espalmadas no meu peito, tentando me afastar, mas não conseguia me mover nem um centímetro. Eu não tinha percebido na hora, mas depois de uns segundos, notei que eu estava sobre ela, apoiado nos cotovelos. Contudo, quando reparei no olhar inebriado e confuso de Jenny, me senti mais... Confiante.

 

— Jake, é sério... Me deixa sair, vai! Eu não duvido de você! – Ela falou com uma foz fraquinha de novo.

 

 — Você já se rendeu é? – Instiguei. — Hein, Jenny Cullen...?

 

— Meu sobrenome é excesso, Jacob. Eu sou Jenyffer, independente de qualquer sobrenome! – Ela falou e reparei em sua súbita seriedade.

 

Parei de fazer pressão e Jenny parou de tentar me afastar. Contudo, permanecemos na mesma posição.

 

— A final, qual é o seu nome do meio Jen? – Perguntei curioso.

 

— Que importa meu nome do meio?

 

— É da parte de sua mãe não é?

 

— É... Jake? – Ela chamou. Percebi sua evasiva e preferi não insistir.

 

— Fale Jen.

 

— Por que é que... Você está assim? Em cima de mim?

 

Percebi um brilho de medo nos olhos dela. Isso me fez sentir uma pontada estranha no caminho da garganta para o peito. Não pela pergunta, mas pela constatação do medo nela. Era a última coisa que eu queria: assustá-la.

 

— Desculpe... – Falei. Minha voz de novo saiu mais baixa. Tentei escorregar para o lado, mas fui pego de surpresa, quando Jen me abraçou, me fazendo ficar mais ainda sobre ela. Tão pequena... Tão frágil... Tão perfeita...

 

— Você não me respondeu. – Ela disse simplesmente, me fitando tão intensamente que tive que fazer um esforço anormal pra pensar.

 

— Respondeu o que?

 

Burro. Completamente idiota, eu sei!

 

— Por que você está em cima de mim? De novo. – Ela repetiu seriamente.

 

— Desta vez é por que você está me segurando. Da primeira vez, foi por que... Você me provocou.

 

Sério: não sei de onde vieram essas palavras!

 

Fiquei tenso de repente. Tive medo de ter assustado ainda mais Jenny, porém, quando menos esperei, ela simplesmente começou a rir debaixo de mim, instigando minha risada também.

 

— O que eu disse de tão engraçado? – Perguntei.

 

— Você é sempre assim, tão “provocável”? – Ela perguntou entre risadas. Depois, segurou meu rosto dos dois lados, com as suas pequenas mãos, e, ainda sorrindo, beijou fugazmente a ponta do meu nariz.

 

Foi algo inocente e infantil, mas me fez ficar tão embasbacado que ela conseguiu escorrer para o lado, fugindo de debaixo de mim. Depois que recobrei os sentidos, me senti um perfeito pateta idiota: Jenny estava rindo abertamente de mim, no meio dos fundos da minha casa.

 

Ergui-me numa postura orgulhosa e comecei a caminhar decidida e calmamente na direção dela. Ora, quem ela pensava que era pra me fazer ficar tão besta, sendo que nem Bella me fez ficar assim nunca antes? !

 

Altivamente, eu comecei a discursar:

 

— Jen, eu te ensinei a dirigir e te ensinei como ignorar as pessoas maldosas lá da escola! Te ensinei a ouvir rock e a andar na areia da praia sem tropeçar toda hora. Te ensinei a lidar com “irmão mais velho” e com as crises ultra-românticas dele... Então, deixa eu te ensinar mais uma coisinha... – Estreitei os olhos ameaçadoramente de propósito desta vez, mas Jenny não pareceu estar com medo.

 

Eu já estava bem perto dela e a agarrei abraçando-a com força. Perto de mim, ela parecia muito menor, e ao mesmo tempo, sutilmente voluptuosa. Eu só nunca tinha parado para pensar nela assim.

 

— E o que é que você tem pra me ensinar mais Jacob? Fala de uma vez! – Ela parecia apreensiva e, apesar de estar tentando ser durona, estava perceptivelmente acanhada.

 

— Você sabe o que a gente está fazendo não sabe? – Minha voz baixou mais uma vez. Jenny fechou e abriu os olhos demoradamente. Eles voltaram mais úmidos que o normal, e ela, relutante, balançou a cabeça em negativa. — Eu acho que você sabe... Por que você está fazendo isso muito bem... Mas, de qualquer jeito… – Parei e a observei por um tempo. Seus olhos se encheram de lágrimas, e eu acho que os meus também. — Talvez você só não saiba o nome que isso tem.

 

— Então diz o que é Jake... Eu deixo você me... Guiar. – Choramingou forçando sua voz a sair decidida e forte, e quase conseguiu perfeitamente. — Só me diz... – Ela sussurrou.

 

Afrouxei um pouco o aperto e a abracei decentemente, circundando sua cintura com um braço e na altura de sua nuca com outro. Senti-la estremecer levemente. Suas pequenas lágrimas caíram rapidamente.

 

— Isso que você e eu estamos fazendo, mas vou deixar claro que é você quem mais faz, se chama flertar! Você me seduz garota. Há dias venho percebendo isso. Está cada vez mais difícil ficar por cima e te deixar sem jeito, como era no princípio. Agora você fica me deixando acuado, e se expõe, se sobressai. – Fui confessando. Admito que me senti cada vez melhor à medida que fui falando. — Para com isso Jenny, por favor, senão...

 

Um nó tremendo travou o fluxo das palavras na minha garganta. Jenny estava chorando, mas não era de medo ou tristeza. Na verdade, cada reação dela parecia simplesmente uma tentativa de me sensibilizar e me enfraquecer. Odeio como isso estava completamente no poder, como estava surtindo efeito...

 

— Termina Jake! – Ela mandou, sua voz não estava mais fraca, estava definitiva. r10; Senão o que?

 

— Eu não resisto, Jenny.

 

— E por que você teria que resistir? – Ela sorriu de leve. Eu simplesmente não conseguia crer que estava ouvindo aquilo. — Você me ensinou coisa demais, mais principalmente me ensinou que eu posso deixar de ser a “filhinha de Carlisle” e a “irmãzinha de Edward...”. Você e eu estamos... Flertando a tempo demais para você me vir com essa agora, Jake. Há dias eu percebi que você me quer! – Ela começou a gargalhar.

 

Novamente me senti por baixo. A risada dela fez parecer que eu era pequeno, e não o contrário.

 

— Eu sabia que você não era tão ingênua assim... – Fiz cara de ameaçador de novo. Jenny ficou com um sutil sorriso no rosto... Convidando, atraindo... — Mas eu acho que ainda tenho como me sobressair.

 

— E como você faria isso?

 

Puxei Jen delicadamente pra mais perto ainda de mim, colando nossos corpos sem forçá-la. Ela permitiu. Senti nossa compatibilidade, coisa que eu nunca imaginei que teria com ela. Mas sim, nós parecíamos encaixados.

 

— Você nunca beijou um cara antes, não é? – Provoquei e acabei rindo. Ela ficou impossivelmente enrubescida. Não foi preciso resposta para eu saber que não.

 

— Não tortura, Jacob... – Ela sussurrou me fazendo sentir por cima de novo.

 

— Relaxa, Jen. Você não tem que ter nenhum medo comigo...

 

Trouxe seu rosto mais pra perto de mim. Seus olhos estavam bem abertos nos meus. Tive que me forçar a parar de sorrir. Quando percebi um outro leve tremor dela, a abracei da melhor forma protetora que eu podia. A vontade de me afogar nela, caso ela fosse um oceano, era imensa. Eu quis incontrolavelmente mergulhar em Jenny naquele momento, mas me contive.

 

Fui nos aproximando até que meus lábios tocaram os dela. Um toque completamente leve, quase imperceptível, mas que fez correr uma onda de energia que formigou meu rosto inteiro. Pressionei ligeiramente os meus nos dela igualmente, e vi que ela não se mexeu, continuou ali, esperando, talvez.

 

Eu nunca havia ensinado nenhuma garota a beijar antes. Todas as que eu já “tive” (por falta de um termo mais adequado) já eram experientes. Jenny era tão nova para mim quanto tudo estava sendo novo para ela.

 

Segurei delicadamente seu queixo, procurando a melhor forma possível para guiá-la sem tirar a dignidade e o orgulho dela. Imaginando que seja uma droga ser ensinada por um cara tão brusco quanto eu. Puxei por todo meu melindre e cuidado e continuei.

 

Voltei a tocar os lábios de Jen com os meus, e desta vez ela cerrou os olhos e eu senti todo seu corpo relaxar. Porém, seus lábios continuaram imóveis. Fiquei insistindo nos selinhos, dos mais leves para os com-mais-pressão, até que, de repente, percebi Jen soluçar de leve. Abri meus olhos sem saber quando eu os tinha fechado. Ela estava chorando.

 

— Jen? – Chamei baixinho.

 

Ela não abriu os olhos, apenas me abraçou mais forte.

 

— Não liga pra isso Jake. Eu aguento mais essa aula. Por favor. – Ela murmurou.

 

— Não peça a mim. Eu te ensino com prazer, Jen...

 

Voltei de onde tinha parado. Toquei mais expressivamente o queixo dela uma vez, e ela timidamente cedeu e abriu um pouco seus lábios pra mim. Encaixei os meus nos delas e beijei o seu inferior com cuidado, bem de leve. Depois de mais alguns desses beijos, Jen finalmente me beijou de volta, apertando meus lábios com os dela e estalando até de vez em quando. Passaram-se alguns segundos que, com certeza nos pareceram horas inteiras, mas estávamos bem ali. Então, surpreendentemente, Jen traçou uma linha sobre meu lábio inferior com a ponta de sua língua. Tudo muito delicadamente, timidamente, sutilmente.

 

Aprofundei o beijo do jeito que eu sabia. Perto de Jenny eu não tinha mais certeza do quando eu sabia beijar! Era tudo tão novo com ela, que usar meu modo “de sempre” não parecia a coisa mais inteligente a se fazer. Eu não queria beijá-la como eu fazia com outras garotas de antes. Jenny tinha sua malícia, seu jeito, e era isso que eu queria: o que ela tinha de puro. Eu não queria que ela tivesse de mim o que foi ensinado por outra garota. Assim, parei de fazer, e deixei Jenny me beijar do jeito que ela pôde, que ela sabia. No início foi um pouco estranho, novo, mas logo tomou seu ritmo e, enfim, fluiu.

 

 

Continua...

*-*


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Notas finais do capítulo

Genteeeee!!!
O que achou? hãn?
Foi como? ? ?
Bem, o cap da Bels-Edward será o próximo
[assim espero]
e esperem por risos [eu vou me esforçar pra isso]
Beijos genteeemm!!!
Mila



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