Edward PDV

Jenny foi abraçada em mim durante a viagem toda, e de vez em quando gritava de medo e acabava sorrindo de diversão. Quando ela sorria, eu sorria também, automaticamente. Nós voávamos pela estrada, em alta velocidade.

Enfim, quando chegamos perto da escola, diminuí a velocidade e nós tiramos o capacete. Estávamos praticamente na velocidade dos passos de uma pessoa.

– Edward, você realmente gostou de me conhecer? – Jenny falou.

Fiquei desconcertado com sua pergunta.

– Por quê? Dei má impressão? Pareceu que eu não gostei de você? – Perguntei preocupado.

Olhei de canto e percebi Jenny balançando a cabeça negativamente, fazendo seus cachinhos de ouro balançar como molas.

– Não, não foi nada que você fez! Sou eu... – Senti tristeza em sua voz.

Freei de vez. Já dava para ver a placa anunciando a entrada da Forks Hight School e, como não gostei nada da tristeza de Jenny, achei bom irmos andando. Fiquei intrigado e precisava ouvi-la.

Jenny desceu da moto. Enquanto eu empurrava minha maravilha de duas rodas com uma das mãos, segurei a mão de Jenny com a outra. Ela ficou visivelmente surpresa, mas sorriu. Isso deu um enorme alívio ao meu coração.

– Você pode me explicar o que você quis dizer? – Perguntei docemente.

Jenny olhou para longe, suspirou e falou com uma voz miúda:

– Acontece, Edward, que eu... Bem... Não sou exatamente o tipo de garota de ter muitos amigos... As pessoas às vezes me evitam. Carlisle ficou preocupado com isso. Antes de eu conhecer você, eu já sabia que teria um “irmão” – ela fez aspas com os dedos, ­– E, cara, Edward, meu coração reascendeu de felicidade!

O pequeno e delicado rostinho dela enrubesceu de forma fofa. Ela sorriu com os olhinhos brilhando e continuou:

– E, assim... Eu não queria fazer nada que afastasse sua companhia de mim, eu não quero ser como sempre sou! Pois, por algum motivo, as pessoas se distanciam de mim com tempo. Eu acho que depositei grandes esperanças em você, por saber que, pelo menos pelo casamento de nossos pais, eu teria alguém que estivesse presente sempre... Não quero que meu jeito assombre você...

O que começou triste terminou em lágrimas. Coloquei a moto no descanso e abracei Jenny. Eu não sabia nada o que ela havia passado, não sabia a intensidade de seus motivos, mas eu podia sentir seu desamparo frígido.

Por que um doce como ela se sentia tão mal assim?

– Jen, você não precisa se preocupar com nada disso, o.k.? – Falei tentando acalmar seu choro, mas ela soluçava de tristeza em meus braços. – Eu sou seu irmão agora, e não é só pelo casamento de nossos pais que eu digo isso. Você é uma ótima garota, viu? Pode contar comigo!

– Verdade? – Ela disse, se afastando um pouco, secando o rosto com a costa da mão. A ajudei um pouco nisso.

– É sério sim!

– Obrigada, Edward! Muito obrigada!

A acolhi outra vez num abraço mais calmo agora.

– Certo, isso não é coisa para se agradecer. Vem, vou mostrar nossa escola a você! Você vai gostar, eu acho bem... Legal!

Menti. Eu achava a escola legal, até eu me meter em certas confusões...

Sim, foi a primeira escola em que estudei na qual eu me meti em confusão. Ainda bem que não é nada que possa preocupar Esme ou Carlisle seriamente. O que me preocupa mesmo é Bella. Como vai ser quando ela voltar aqui e descobrir que, graças ao empurrão que eu dei em Jasper, ele e Alice estão juntos? Será que ela vai ficar com ciúmes de Jasper por isso?

Bem, antes fosse esse meu maior medo! Mas e quando ela souber de Rosely? Cara, onde eu fui me meter! E com quem! Como Bels pode ser tão amiga de Rose? Ela realmente parece não saber o tipo de amiga que tem!

Mas, agora, com Jenny na escola, eu não vou ter que proteger apenas a minha imagem frente a Bella, mas frente a ela também. E eu não sei qual das duas vai ser mais difícil preservar: minha imagem de “o cara que está apaixonado por Bella”, ou minha imagem de “mais novo titulado irmão mais velho”.

Que deus me acuda!

Continua...