Still Alive escrita por Jubs Malfoy


Capítulo 11
Me concede esta dança?




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Dois cavalos se aproximavam do grande portão de ferro que delimitava o terreno. A menina ruiva seguia em uma égua avermelhada e de vez em quando olhava para o pai que seguia ao seu lado em um garanhão completamente negro. Para crédito dele, todo o receio que a garota vira antes havia sumido completamente de seu semblante assim que entraram no território D'Noir.  Como sempre, o avô os esperava no saguão de entrada; era o segundo ano que a avó não ia encontrá-los, pois estava ocupada demais enterrada em um caixão nos fundos do castelo. Lis abaixou os olhos para o chão de madeira nobre; menos uma aliada naquele inferno.

Snape encarou Arcturo e olhou para a filha, ela sabia o que ele queria dizer e se virou para abraçá-lo.

— Eu sei me virar aqui melhor do que você imagina, vou ficar bem.

Ele não pareceu acreditar muito, mas abraçou-a de volta e se despediu, deixando o lugar. Antes mesmo de se virar para o avô, Lis empertigou os ombros, empinou o nariz e deu um sorriso dissimulado, formando a máscara que sempre usava lá e olhou ao redor, para os enfeites em prata que decoravam aquela bolha da idade média em meio a uma França, há muito, moderna.

— Muito bem, onde estão meus alfaiates? Tenho um baile para ir em dois dias.

A única reação do homem foi um lampejo de diversão nos olhos, e Lis soube que ele gostou muito do que ouviu. Dez minutos depois, a ruiva já entrava correndo nas cozinhas para assustar a coitada da Marie, que estava sovando alguma massa para pão, cheia de farinha.

— Olá, moça!

Farinha voou no cabelo dourado dela e no ruivo da própria Lis, que estava rindo da mulher.

— Menina Lis! Achei que não viria, chegou tarde — ela olhou direito para a garota, da cabeça aos pés e deu um sorriso divertido — E está extremamente bonita, hein? Vai arrasar no festival — a menina deu um sorriso malicioso.

— Onde está o Carlo? Meu avô conseguiu casar ele, finalmente?

— Que nada. Dona Constance teve melhor sucesso do que ele, ao que parece. Seu tio quase não fica no castelo, nem é mais visto com as moças de sempre, só vive viajando.

— Quem sabe ele não arranjou uma mestiça na Inglaterra e está planejando fugir pra lá como minha mãe? É uma ideia. E Merlin ajude que me avô nunca desconfie dessa engenhosa e desejosa ideia.

Ambas riram e a ruiva conseguiu um lugar na mesa, tirando a farinha, e pediu um pergaminho e algo para desenhar. A outra voltou, não com um lápis, como um trouxa normal faria, e sim com um pedaço de carvão que as pessoas usavam quando não existia nada além de pena, tinta, e aquilo.

— Cadê Stefanie? Ela sempre foi boa com isso de vestido, e eu quero algo lindo.

Um grito e logo a morena estava lá, com o sorriso radiante e o rebolado característico; graças a Merlin, Amèlie não estava lá, pois o que Lis queria para o festival não era compatível aos velhos costumes tão defendidos por ela. Era surpreendentemente fácil desenhar os detalhes com o carvão, e Lis ficou escutando os conselhos das moças que pediam uma saia maior, mais renda, mais dobras, até elas chegarem a um consenso sobre os dois vestidos e a menina deixar o lugar para levar os desenhos para o alfaiate.

Durante um dia inteiro, Lis fez tudo o possível para evitar o avô, o que, apesar do tamanho do castelo, era uma coisa extremamente difícil. Arcturo, aparentemente, reparou no objetivo da neta pois a menina acordou após um cochilo na tarde do segundo dia com um aviso de que jantaria com ele aquela noite, e teve que se apressar para ficar pronta a tempo.

A mesa de jantar era gigante, mas o prato dela estava posto perto da cabeceira, onde o conde já se encontrava sentado, tomando o que parecia uma sopa. Lis se obrigou a arrastar as saias do vestido, sentar com um sorriso amarelo no rosto, e se servir daquele caldo que já estava a sua frente. O prato principal já havia sido servido quando ele começou a falar:

— Vi que estão fazendo o seu vestido. Irá mesmo amanhã?

— Sim, afinal, foi para isso que eu vim, não é? Não quero perder o meu tempo em uma tentativa de não ser uma exposição de circo.

Ele ignorou sua última frase, o que quase a fez bufar, mas seria deselegante.

— Espero que você seja suficiente para que um dos lordes peça a sua mão, já está na idade de noivar.

— Talvez eu não queira casar com um de seus nobres amigos, viver trancada e recatada dentro de uma casa gigante e fazendo filhos.

— E o que você quer? Estudar? Se formar? — ele não esperou resposta — Talvez você queira ser que nem sua mãe: estudar algo inútil, se casar com um mestiço mais inútil e se explodir antes dos trinta.

Silêncio. Ela não conseguiu fazer nada alem de encarar o avô retornar a comer como se não tivesse acabado de insultar sua própria filha. A garganta de Lis começou a fechar, tornando difícil respirar, mas ela abriu um sorriso irônico e falou, bebendo um pouco do vinho.

— Talvez seja melhor eu "me explodir" antes dos trinta do que ter que vir te visitar a cada dois anos nesse fim de mundo ridículo que você chama de condado.

Para a alegria dela, ele não esperava aquela resposta, e ficou estático por trinta segundos antes de afastar o prato e se levantar, levando a taça consigo.

— Não me envergonhe amanhã, ou não irá ao festival de novo. E eu acho que você está animada para ele, se o vestido extra lá embaixo é um indicativo.

Com um sorriso completamente perverso, ele se virou, e ela engoliu o vinho todo em um gole só, se servindo de mais e então pegando logo a garrafa inteira. Pediu para que levassem a sobremesa no quarto e subiu, se trancando do lado de dentro.

Ela não conseguiu dormir naquela noite, e o Sol já surgia nas montanhas quando ela viu os guardas arrastarem um homem semiconsciente pela porta dos fundos. Ela sabia para onde o levariam, e como estava vestida, apenas abriu a passagem atrás da tapeçaria e desceu correndo as escadas.

Lis não viu o avô nas masmorras, então sabia que os guardas não a impediriam de se aproximar do senhor de uns quarenta anos, que aparentava estar bêbado, jogado no chão de uma das salas.

— O que ele fez para estar aqui?

— Ele mexeu com uma mulher na aldeia — o nojo e a dor nos olhos do guarda (extremamente jovem, percebeu ela) indicou o suficiente sobre o que aquilo significava. Aquele cara parecia estar tão bêbado...

— E o que deve ser feito com ele?

— A lei diz que ele deve ser castigado antes de ser levado para a prisão — os olhos do homem se arregalaram. Se estava lúcido para aquilo, estava também para outras coisas — Podemos prosseguir?

— Sim.

A ruiva ficou durante a hora inteira em que aquele infeliz foi açoitado e espancado, e se admirou em não ver nenhum prazer ou diversão nos olhos dos guardas ao fazer aquilo; eles não riram, ou o humilharam, apenas fizeram sua forma de vingança por alguém que poderia muito bem ser irmã, filha ou esposa de algum deles. Pela primeira vez Lis sentiu falta dos amigos, da mesma proteção que via neles e que teria por qualquer um deles.


***

O dia nem havia amanhecido quando levaram o homem para a prisão, e Lis, sem ter dormido nem um minuto, saiu para correr nos jardins antes mesmo do céu clarear direito. Desde já, o castelo estava em alvoroço por causa do baile aquela noite; as criadas de Lis também não demoraram em fazê-la se preparar para ele. Levaram horam banhando-a, fazendo a maquiagem, discutindo qual seria o melhor penteado, até que decidiram que a menina estava pronta e a empurraram escada abaixo, quase fazendo-a tropeçar nos saltos.

O baile era ao pôr do Sol (qual era o problema que aquela família tinha com o nascer e pôr do Sol?) e aconteceria no mesmo salão de sempre, com as mesmas pessoas de sempre; apenas algumas crianças novas que finalmente atingiram a idade de saber como se comportar em um evento como aqueles.

As músicas eram tocadas por um grupo com violino, piano, cello e percussão. Eles eram bons, e a menina se segurou para não se balançar no ritmo de Danúbio Azul e passar vergonha. Ela foi andando para as muitas mesas encostadas nas paredes que comportavam o banquete daquela noite; a carne estava com um cheiro divino. Lis sentou em uma cadeira e tentou não parecer desconfortável ou abrir os laços do vestido enquanto isso.

Apesar dos mil pedidos para não pôr o corselet, Pífaro a ignorou, e agora sua cintura estava acentuada e linda naquele vestido cujo tecido oscilava em tons diversos de azul esverdeado, mas completamente sufocada e espetando nas costelas. O busto era em formato coração, e renda branca descia dele para a saia, movimentando-se junto com ela, fazendo com que parecesse que a menina estava vestida do próprio mar. Ideia da Stefanie.

Ela sabia que estava deslumbrante, e havia planejado tudo para que fosse assim. Seu cabelo preso em um coque elaborado e decorado com pequenas flores brancas destacava seu pescoço, no qual um colar de brilhantes estava; seus ombros à mostra e o decote em seus seios fartos eram explicitados por não terem as madeixas ruivas cobrindo-os; além disso, a prata e o kohl em seus olhos, juntamente com seus lábios avermelhados, eram exóticos o suficiente para arrancar sussurros e olhares de homens e mulheres naquele salão.

Os olhos arregalados do seu avô teriam sido suficientes para deixá-la satisfeita, mas ele engasgando com o cordeiro ao ver a neta entrar e ser observada por todos os convidados, os olhos dos homens focados no busto rendado. A partir de então, a menina não teve mais paz, e o avô conseguiu o que queria.

Mais de um lorde, ou filho de um, a chamou para dançar; e música após música, Lis foi obrigada a lidar com homens até belos, mas que a enxergavam como um negócio para as terras D'Noir; e sorrir, sorrir muito, até que suas bochechas doessem e o fato de sorrir ou rir perdesse completamente o significado.

Naquele momento, a ruiva estava perto de uma das enormes mesas de comida observando o avô com o mesmo afinco com que ela sabia que ele a observava durante aquela noite. Ele conversava com um dos vários amigos, pai de um dos nobres com que ela havia dançado,e ela torceu para que não terminasse aquele baile com um casamento arranjado, pois ficaria com pena do pobre rapaz que seria abandonado no altar.

Mais uma trufa de chocolate meio amargo com um toque de pimenta foi parar na sua boca desenhada; suas mãos seguravam um cálice pela metade de água saborizada, pois ela era inteligente o suficiente pra se manter sóbria ali, onde tudo poderia dar errado.

Tamanha era sua concentração no velho conde e companhia que ela quase não percebeu que também estava sendo observada, e, por pouco, não pulou de susto ao ver aquele rapaz se aproximando com tanta decisão. Um total desconhecido.

Ele era lindo. Mais que isso, ele era perfeito. Seu rosto bronzeado seria perfeitamente simétrico se não fosse uma pequena cicatriz perto do lábio superior, que ele certamente carregava como troféu de alguma aventura e que não estragava sua boca linda; seu cabelo parecia bagunçado, mas caía perfeitamente em sua testa; e quando ele se aproximou, ela viu que seus olhos pareciam ouro líquido, e brilhavam em diversão. Era perfeito demais para ser verdade.

E ali estava o defeito: o sorriso de dentes brilhantes carregado de malícia e toda a imoralidade do mundo enquanto a olhava de cima a baixo preguiçosamente, demorando-se na cintura e no busto, e então fixava os olhos nos dela enquanto fazia uma reverência perfeitamente educada.

— Creio que não fomos apresentados, Milady. Qual é o nome dado a uma donzela tão linda?

— Meu nome é Lis, Lis D'Noir.

— Um nome delicado para uma garota delicada, justo — ele não deu indícios de reconhecer o sobrenome e sorriu de lado — Nikolai Pelletier, ao seu dispor.

— Um nome forte para um homem de presença, justo — ele sorriu, orgulhoso, e Lis quase revirou os olhos com a facilidade que era saber como agradar um rapaz como ele; nenhuma das palavras foi ao acaso.

Naquele momento, a banda começou a tocar uma música que Lis amava desde pequena, e Nikolai percebeu a mudança da garota ao ouvi-la. Ele se inclinou em meia reverência e estendeu uma mão.

— A senhorita me concede esta dança?

Lis ficou encarando-o. Ela sabia que ele não prestava. Cada célula do seu corpo gritava para que fugisse daquele sorriso predador e malicioso. A ruiva pegou uma taça de vinho na bandeja de um dos criados, e bebeu alguns goles; Merlin sabia que ela precisaria daquilo para lidar com ele. Apesar de ter noção de que provavelmente se arrependeria no momento em que tocasse sua mão, ela aceitou.

Ele dançava bem; maravilhosamente bem na verdade. Todos no salão que não estavam dançando haviam parado para assistir aquele casal rodopiando ao som da música, parecendo que sequer tocavam o chão ao valsar.

A mão dele eram inesperadamente calejadas nos pontos onde se segura uma espada, a outra era firme, mas suave em sua cintura, o toque não de um par de dança, mas íntimo como o de um amante; os músculos dos seus braços eram definidos e sólidos por debaixo do terno preto. Há muito tempo Lis não tinha alguém que a guiasse daquele jeito, e os olhares que o rapaz lhe lançava a faziam ficar quente e ruborizada, o que a irritava terrivelmente. A cada giro, o cheiro dele, almíscar e carvalho, a inundavam completamente, fazendo-a perder os sentidos por uma fração de segundo.

Ele a monopolizou por algumas danças, ignorando deliberadamente alguns outros nobres que se aproximavam para convidá-la, sempre arrastando-a para o outro lado do salão. E, apesar de no futuro negar isso veementemente, Lis estava agradecida por aquilo; era bom dançar com alguém experiente para variar.

Outra parte parte dela, que ela fez questão de empurrar longe, estava gostando daquilo não pela qualidade, mas pela proximidade daquele corpo quente no dela, que crescia a cada dança; cada toque se tornando ainda mais viciante. Em uma das músicas, seus rostos estavam tão próximos que se ela se movesse apenas um centímetro, o beijaria; apenas a expressão de aprovação de Arcturo a impediu de fazer aquilo, pelo menos ali, na frente de todos; não para satisfazer os desejos dele.

Nikolai conversou com ela durante todas as danças, provando a ela que não era mesmo um homem decente, mas que, surpreendentemente, era conhecedor de assuntos variados, e nadinha entediante. Também se mostrou observador, pois percebeu quando a garota cansou e buscou para ela água e comida.

A dupla permaneceu conversando e beliscando alguns dos chocolates em uma parte mais afastada do movimento da festa. A ruiva não conseguia evitar olhar para aqueles lábios convidativos e libidinosos; de qualquer forma, era melhor que encarar os olhos dourados, que pareciam vasculhar os confins de sua alma.

O jovem buscava sempre uma desculpa para tocá-la, ainda que de leve, geralmente apenas um roçar de pele contra a dela, mas que fazia uma eletricidade percorrer todo o seu corpo. Ele era como um ímã para ela. Que Merlin a ajudasse, ou se perderia naquela naquela voz grave e rouca em apenas alguns minutos.

Aparentemente, ouviram suas preces, pois uma garota, mais ou menos da idade dela, se aproximou, em passos suaves e etéreos. Ela era mais branca que Lis, o que era ressaltado pelos seus cabelos negros e lisos como noite líquida, e pelo vestido prata escurecido que ela usava, e que descia arrastando no piso. Seus olhos eram também pretos, e olheiras debaixo dos olhos, habilidosamente escondidas com uma maquiagem que qualquer um não notaria, a não ser que usasse esse tipo de correção, o que era o caso da Lis.

— Nikolai, já está tarde, nossos pais ameaçaram nos deixar aqui se não formos logo.

Ele sorriu e apontou para a Snape.

— Maninha, essa é a Lis D'Noir. Lis, essa é minha irmã, Kaleen Pelletier.

— Ah, sim, a neta do Conde. Está entrando para a fila de pretendentes, Niko?

Ele deu uma risada, que era tão sensual que chegava a ser obscena, aquecendo o corpo de Lis. O jeito como ele abria a boca... Ela se repreendeu. Aquele não era lugar para isso, nem hora, se ele ao menos fosse ao festival... Mas ela não perguntaria isso a ele, não com o que aquilo poderia conotar vindo dela. Porém, ele a poupou disso.

— Você vai participar do Festival da Lua, Condessa?

— S-sim... Irei. Devo esperar sua presença nele? — ela ficou com nojo do modo como ficava insegura perto dele. Merlin, precisava se recompor.

— Sim, com toda certeza. É minha festa favorita — ela bem imaginava o porquê — mas agora eu tenho que ir.

Ele pegou sua mão e a beijou com uma delicadeza absurda. Seus lábios eram macios e quentes, e Lis se odiou por arrepiar ao toque dele. Ela sorriu e fez uma reverência.

— Até mais, Lorde Pelletier.

Eles se foram, e Lis foi logo depois, subindo para o quarto, onde seu gato miou reclamando da força com a qual ela fechou a porta. A menina tentou tirar o vestido sozinha e uns cinco minutos depois, gritou pedindo ajuda de Amélie; um olhar foi suficiente para que a senhora entendesse que não deveria fazer perguntas.

A ruiva encheu a banheira e jogou sais de jasmim até que não conseguisse mais lembrar do cheiro almiscarado de carvalho que a fazia lembrar e querer coisas indecentes. Afundou na água, sem ligar se estava muito tarde para estar com o cabelo molhado.

Insegura, acorrentada, era assim que ela se sentia perto dele; então por que queria tanto que aquele lorde de mãos firmes a tocasse de novo? Por que os lugares em que ele pôs os dedos não era suficiente para ela? Ela não permitiria que ele a deixasse assim de novo; não, submissa daquele jeito, não. Ela tomaria as rédeas das coisas na próxima vez.

Decidida sobre como faria na semana seguinte, ela mergulhou o corpo inteiro na banheira funda e borbulhante; desejando que a água fria apagasse todas as lembranças da textura da pele e da sensação do toque daquele garoto indecoroso que sentia um homem feito; que lavasse embora toda aquela noite de seu corpo e alma.


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