White Room escrita por Kev1n


Capítulo 5
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora, mas eu não sou obrigado a agradar ninguém, porque é aquele ditado "quem deve passar boa impressão, nós só passa vergonha"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/721878/chapter/5

Saio da Sala de Treinamento, estou suado como se eu tivesse acabado de correr numa maratona, estou confuso, com raiva. Freddie, Milla e os outros estavam me seguindo, mas pedi que parassem e voltassem para a Sala de Treinamento, eles foram sem hesitar. Cheguei na frente da porta da sala onde Martha e Kenny, parei por um instante, pensando no que eu iria dizer, quando finalmente terminei a porta se abriu sozinha, eu entrei e Martha estava sozinha.

A sala estava diferente, parecia ser a sala de estar de algum castelo antigo, tinha estantes cheias de livros, um tapete de pele de urso, uma lareira e sobre ela um quadro com uma foto de um casal, Martha e pelo que parecia ser o meu pai, John.

— Olá Jake. — Martha fala sentada numa poltrona. — Precisamos conversar, por favor... sente-se. — Ela aponta a mão para outra poltrona.

— Foi você não foi? — Falo enquanto ando até a poltrona e sento. — Você que criou tudo aquilo na minha mente, não é? Afinal Kenny não existe, acertei?

— Sim... fui eu. — Ela fala com um ar de desapontamento. — Como você conseguiu descobrir tudo isso?

— Apenas juntei as peças, você me disse que tinha o poder de criar coisas, então simplesmente criou Kenny e seu poder de ler mentes, criou esse lugar, criou o meu “sonho” e me criou, estou correto?

— Sim, você está. — Ela se levanta e vai até a estante, procurando por um livro ela fala. — Acho que meu único erro em lhe criar foi ter te feito muito parecido com o seu... pai. — Ela pega um livro e o abre. — Sei que pode parecer meio errado, mas tudo o que eu fiz foi para proteger você, Milla, Marjorie, Jake, Freddie, July, Adam, Martin, Isabelly, Michelly e todos que moram aqui nessa instalação.

— No meu sonho disseram que você já trabalhou para a CPA. O que você fazia? — Pergunto.

— Essa foi a peça mestre no qual ninguém até hoje descobriu... eu criei a CPA. — Ela fala guardando o livro que tinha pegado.

— O que? Como você p...

— Mas não foi intencional — Ela me interrompe. —, queríamos criar uma máquina capaz de modificar o ser-humano, transformando-o em um ser super, poderoso, magnífico. Tentamos incansavelmente, todos aqui são frutos de experiências que deram errado, eu estava a ponto de desistir, era o trabalho da minha vida, então nada mais justo do que dar minha vida à ele, foi quando eu testei aquela máquina em mim, John apareceu e tentou me impedir, foi quando o trabalho de minha vida deu certo, mas eu paguei um preço caro por isso, eu e o universo nos tornamos um só.

— Mas, como você me criou sendo que não existia, ou existia? — Pergunto.

— Depois de muito tempo treinando, eu consegui criar um corpo para mim mesma e o usei para chegar até John, foi quando eu lhe revelei toda a verdade e foi quando... bem, você sabe. Queríamos um filho, pois esse filho seria muito especial, a inteligência de John junto com o meu poder. Tentamos várias vezes, mas percebi que eu era estéril, foi quando tive a ideia de criar um filho e eu lhe criei, criei uma réplica exata de John, me arrependi bastante, pois John o levou até CPA, até a máquina.

— Não, É MENTIRA, ELE NÃO TERIA CORAGEM DE FAZER ISSO. — Levanto e soco a parede, de repente a sala ondula e faz movimentos como se ela estivesse encolhendo.

— Calma Jake, calma. — Martha fala num tom relaxante e eu me acalmo.

— O que foi isso que eu fiz? — Pergunto confuso.

— Esse é o seu verdadeiro poder. Agora deixe-me terminar a história. Quando eu soube que John o levou até a máquina eu fiquei enfurecida, me tornei novamente tudo e nada ao mesmo tempo, lhe dei poderes e destruí a máquina, destruindo assim também todo aquele Centro de Pesquisas, mas a CPA ainda existia e com ela, outras máquinas, mais poderosas ainda do que a original.

— Por que você não destrói a CPA toda de uma vez? — Questiono Martha.

— Logo após eu “me destruir” na máquina, eles sabiam o que eu tinha me tornado, e conseguiram criar um bloqueador, e toda vez que eu chego perto da CPA eles bloqueiam meus poderes, uma vez quase me mataram por causa disso. Por isso criei essa instalação, recrutei todas as cobaias e todos os amigos das cobaias que queriam lutar juntos à nós para destruí-la de uma vez por todas, mas ainda precisávamos de uma peça chave para nosso esquema. — Martha retruca.

— Eu? — Pergunto.

— Exatamente. — Ela responde e dá um leve sorriso. — Agora vá para o vestiário tomar um banho e depois vá dormir, já está na hora de descansar. — Martha ordena.

— Ok, Martha. — Me sinto indiferente chamando ela de Martha, sendo que ela é minha mãe.

— E Jake. — Ela me para. — Descanse bem, amanhã iremos destruir, de uma vez por todas, a CPA.

[...]

Chego no meu quarto já banhado e me jogo na cama, penso bastante sobre as palavras de Martha, “amanhã iremos destruir, de uma vez por todas, a CPA”, não sei se eu realmente devo fazer isso, algo dentro de mim fala que isso não é o certo, talvez seja porque eles me mantiveram vivo ou porque me treinaram bastante, mas eles me trancafiaram num pequeno e nada legal quarto branco. Fecho meus olhos e durmo.

Acordo, estou num lugar escuro, como se fosse um templo, lembro de um livro que li sobre pirâmides com armadilhas e no meio dela tinha um tesouro, talvez fosse igual, apenas segui o fluxo até me encontrar numa bifurcação.

— Direta ou esquerda, qual devo seguir? — Falo para mim mesmo.

Sigo meus instintos e vou pela direita. Chego numa sala totalmente fechada, decido voltar e ir pelo caminho da esquerda, mas a passagem pela qual eu vim não existia mais. De repente, as paredes ao meu redor começam a se mover e a sala vai diminuindo constantemente, tento usar meus poderes, mas não consigo.

— Por que fui escolher direita? Por que. — Grito frustrado. — Espera, isso é só um sonho.

As paredes ao meu redor de repente estão no lugar original, como se elas nunca tivessem se movido.

— Que porra foi essa? — Falo confuso.

Volto pela passagem, agora reaparecida. Sigo pelo caminho da esquerda, é um grande túnel que parece não ter fim. Caminho por 5 minutos, que se transformam em 10 minutos, depois em 15 minutos, perco a conta e não sei mais por quanto tempo estou andando. Sento no chão, cansado, não sei o que fazer, nem onde estou, nem porque não tenho poderes e não sei como eu fiz para aquelas paredes pararem de se mover, eu apenas pensei “pô, isso é um sonho, é o meu sonho, eu consigo controla-lo”. Após alguns instantes refletindo, me levanto, fecho os olhos e imagino uma saída, abro os olhos e uma luz vem do fim do túnel, corro até ela e estou num grande salão escuro.

— Luz. — Grito.

E logo todo o salão está iluminado, há várias marcas na parede, frases, pessoas fazendo trabalhos ou ações variadas.

— Martha, se isso for mais um de ser controles mentais eu juro que eu me emancipo... pera, eu já sou emancipado, que droga.

Ando pelo salão observando cada metro daquele enorme lugar. Depois de um tempo andando por aquele lugar, sinto um vento frio passar pela minha nuca, paro de andar, sinto mais uma vez nas minhas costas, como se estivesse me convidando a me virar. Eu me viro e sinto a rajada fria em meu rosto, sigo a corrente, ela começa a ficar quente, como se fosse aquela brincadeira onde perto é quente e frio é longe. Alguns segundos andando o vento começa a ficar quente, como se eu estivesse andando sem roupa debaixo de um sol escaldante, de repente todo o calor para. Olho para os lados procurando alguma coisa, alguém, um objeto, uma figura, qualquer coisa.

Até que acho, uma pequena luz prateada vinda de cima de uma pequena pilha de moedas douradas, me agacho e o tiro de lá.

— Um óculos, isso é sério?

Com o pequeno objeto prateado em minhas mãos, o mesmo começa a irradiar um feixe de luz branca, que começa a se estender por todo o salão cubro meus olhos com uma das mãos e acordo com alguém batendo em minha porta. Me levanto da cama e a abro, é July.

— Acorda pra cuspir garotão, hoje é um dia bastante especial para todos nós. — Ela sorri e sai andando pelo corredor.

Saiu do meu quarto e vou até o vestiário para tomar um banho. Por que ter esses sonhos me deixa tão suado? Chego no meu armário naquele local, abro para pegar minha roupa e percebo que o óculos do sonho estava lá, misturado com as minhas coisas. Isso seria possível? Será que aquele sonho foi algo real? Será que tenho algum poder de trazer coisas do sonho para a vida real?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu pensei bastante e a fic vai ter no máximo mais uns 3 caps



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "White Room" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.