Pelos Teus Olhos escrita por Caroline Bottura


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa noite.

Capítulo dedicado a uma amiga, irma, aquela pessoa que chega e fica pra sempre, Chris pra você... TQMMM TE AMOOO...



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Aquela voz era o que mais estava cravado em minha mente em meu coração, o rosto eu lembrava, mas a voz, aquela voz me fez sentir viva, amada e desejada, apenas com um toque e com palavras, tudo veio em minha mente, cada momento, respirei fundo e fiquei frente a frente com ele, observei seu rosto cansado, seus olhos chorosos, estava de jaleco e as mãos no bolso mostrava sua pose formal, era ele ali na minha frente, o homem que cheguei a odiar, o pai do meu filho e o amor da minha vida.

— Heriberto. – Antes que eu pudesse perguntar como esta minha mãe uma mulher se aproximou.

— Meu amor, meu pai esta te chamando.

A vi dando um selinho nele, ele me olhou.

— Ela esta na UTI, depois daquela porta, pode ir vê-la.

Apenas consegui balança a cabeça e fui em direção a UTI, passos lentos, parei na porta indicada, minha mão parou na maçaneta, estava sem forças pra girar, quando senti uma mão sobre a minha, olhei pra trás e ele estava ali, ele girou a maçaneta e abriu a porta, olhou pra mim novamente, o olhar dele transmitia magoa.

— Não tenha medo, apesar de tudo ela é sua mãe. – Ele virou as costas e foi embora.

Entrei no quarto fechando a porta atrás de mim, ela estava ali, imóvel, cheia de fios, sem aqueles lindos olhos abertos brilhando pra mim, agradeço a Deus por ter me dado a visão novamente apenas pra poder ver o brilho que minha mãe me olhava, com o amor que ela me dedicou, me aproximei da cama, olhei o rosto dela, me ajoelhei ao seu lado pegando sua mão, beijei e beijei, a única coisa que podia pensar era o quanto fui egoísta, o quanto a fiz sofrer e isso jamais vou me perdoar, não seguro meus soluços, estava doendo demais.

— Mãe, mamãe, me perdoa, Deus como me arrependo de ter te deixado, eu preciso da senhora, eu sempre precisei... – Minha voz foi quebrada pelo soluço, passei a mão dela pelo meu rosto, sentido o toque dela, que tanto me fez falta. – Preciso de você mamãe, mesmo não tendo direito algum em te pedir nada, mas lute, lute por sua vida, por mim, pelo Heriberto e...e pelo seu neto, sim mamãe seu neto precisa te conhecer, mãe por favor.  – Beijei mais uma vez sua mão, encostei a testa em sua mão, deixando meu choro ecoar pelo quarto.

— Victoria.

Me levantei depressa, minha mãe estava me chamando, olhei ela ainda de olhos fechados.

— Sou eu mamãe, estou aqui.

Ela abriu os olhos devagar, olhando pra mim, ela apertou minha mão.

— Estas aqui.

— Sim mamãe, estou aqui e jamais vou sair do seu lado.

O olhar dela me machucava, era de magoa, decepção, daria tudo pra não ver ela me olhando assim.

— Pena que pode ser tarde demais.

— Não, não mamãe, não é tarde, a senhora vai ficar bem, eu sei que vai.

Ela apenas balançou a cabeça, respirei fundo.

— Me perdoa mamãe, me perdoa por Deus. – Ajoelhei novamente ao lado dela, segurando forte sua mão.

— Uma mãe sempre perdoa um filho, mas doi Victoria, doi tanto o que fez, não era a Heriberto que estava deixando era a mim, sua mãe que passou anos sem ti e te perdeu de novo.

— Eu sei, mas estava tão perdida.

— E eu estava aqui de braços abertos pra te acolher e te ajuda a se achar, mas você preferiu correr pra longe de mim.

Levantei, toquei seu rosto, ela fechou os olhos, beijei sua teste em um beijo demorado, sentindo o calor dela, minhas lagrimas caiam pelo meu rosto passando para os dela, me afastei ela abriu os olhos que estavam chorando iguais aos meus.

— Eu posso demorar anos pra ter que ver seu olhar de amor e admiração por mim de novo, mas vou conseguir, porque você é minha mamãe, eu te amo tanto e preciso do seu perdão.

— Ele você já tem, e jamais meus olhos vão transmitir outra coisa por você que não seja amor, apenas tenho medo de você fugir de meus braços de novo.

— Não isso jamais, nunca mais mãe, eu prometo, agora descansa, vou ficar com você, pra sempre.

Ela fechou os olhos, se deixando levar pelo sono, fiquei mais um pouco com ela quando a enfermeira entrou sai do quarto, precisava enfrentar Heriberto pra saber como estava o quadro da minha mãe, fui até a recepção e perguntei por ele, me indicaram o seu consultório, fui até lá e bati na porta, ouvi sua voz e entrei, ele me olhou, me aproximei.

— Heriberto quero saber como ela está, de verdade.

Vi ele encostando na mesa, cruzando os braços.

— Ela teve um infarto, deu uma complicação mas já esta sendo revertida, ela não vai precisar passar por cirurgia ainda, mas o caso inspira cuidados, ela esta reagindo bem.

Suspirei de alivio. – Ela não corre mais risco de morte?

— É difícil, mas tudo indica que ela esta se recuperando e se estabilizando, Dona Olivia é uma mulher muito forte, já sofreu muito na vida, mas sabe sair de frente.

Abaixei a cabeça, ela sofreu por mim a vida toda. – Eu vou embora, volto mais tarde pra ficar com ela, não sei se vai poder.

— Eu dou um jeito, por ela.

Olhei pra ele, ele apenas mexia o olho, assenti e sai da sala, precisava de ar, sai do hospital e peguei um taxi, precisava ver meu filho e procurar algum lugar para morar, não ia morar na casa do meu pai de novo, mas de Cancun e perto da minha mãe eu não saia mais, sei que vou enfrentar a fúria de Heriberto, o jeito que ele me tratou hoje não é nada comparado quando ele descobrir de Joaquim, mas chega de fugir. Cheguei em casa Juju estava me  esperando, me abraçou.

— Como esta sua mãe?

Coloquei a bolsa no sofá e me sentei. – Bem, esta estável graças a Deus

— Que bom, fico muito feliz.

— Onde esta Joaquim?

— Dormindo no quarto, papai foi para o trabalho.

Levantei, andei em direção ao quarto, mas a voz da minha irmã me fez parar.

— Você viu Heriberto?

Me virei pra ela. – Sim, ele estava lá.

— Como você esta?

Dei de ombros. – Confusa, com os sentimentos todos bagunçados.

— Você o ama Victoria? – Apenas olhei minha pra ela, ela de um meio sorriso. – Quem cala consente.

Nada respondi, fui para o quarto entrei devagar, Joaquim estava dormindo, fui até ele e dei um beijo na testa, deitei ao lado dele por um instante, precisava disso, precisava do calor do meu pequeno, fiquei olhando dormir, era tão parecido com pai, fechei os olhos, pedi a Deus que me ajudasse nessa hora, me levantei e fui tomar um banho, a agua quente relaxava todos os meus músculos, sai me troquei e deitei de novo com o Joaquim, olhei o relógio, marcava 9:00, fechei os olhos me deixando levar pelo sono.  Acordei quase na hora do almoço, Joaquim já não estava na cama, levantei, me arrumei e sai do quarto, ele estava na sala brincando com os brinquedos e Morena.

— OI meu pequeno. – Sentei do lado dele, que já veio para meu colo, o abracei sentindo seu cheiro, era minha vida, olhei pra ele, que sorriu pra mim, ele  se virou pra continuar brincando, fui até a cozinha e Juju estava preparando  o almoço.

— Eu vou para o hospital, qualquer coisa me liga, volto a noite.

— Não almoçar Vick.

— Eu como alguma coisa por lá. – Dei um beijo nela e no Joaquim e sai, sai do taxi 20 minutos depois, fui direto para o quarto dela, entrei Heriberto estava lá, ele me olhou.

— Oi. – Cumprimentei. – Como ela esta?

— Bem melhor, acabou de dormir.

Nos olhamos por alguns segundos, precisava contar sobre Joaquim, mas agora e aqui não era o momento, uma batida na porta o fez desviar seus olhos de mim, ele autorizou a entrada, era ela, a mesma mulher que o beijou.

— Oi, eu queria saber da sua mãe e vim aqui, como ela esta?

Ela se aproximou de Heriberto que sorriu pra ela.

— Esta bem melhor. – Ele me olhou. – Lorena essa é Victoria, ela é a filha legitima da Olivia.

A Lorena me olhou, sorriu e estendeu a mão.

— Muito prazer Victoria.

A cumprimentei, ela voltou ao lado de Heriberto. – Vou deixa-la com ela Victoria, apenas não pode ficar a noite.

Balancei a cabeça, o dois saíram juntos, nõa posso mentir pra mim mesmo, vendo ele com outra aperta meu peito, fui até minha mãe, beijei seu rosto e me sentem ao seu lad, velando seu sono, depois ela acordou um pouco, ficamos juntas e eu prometi voltar amanha logo após o café, me despedi e fui pra casa, dormi com Joaquim novamente, precisava achar um apartamento pra mim urgente.  Após o café fui para o hospital, minha mãe estava muito melhor conversamos mais, era tão bom a sentir assim, tão pertinho de mim, um pouco antes do almoço sai do hospital, não vi Heriberto hoje, combinei de me encontrar com Julia para irmos atrás de apartamento, nos encontramos em uma praça perto do hospital,Joaquim amou, brincou um pouco e depois fomos ver os imóveis, achei três bem interessante iríamos ver qual seria o melhor, estava esperando Julia sair de uma loja que ela entrou com Joaquim pra comprar um doce pra ele, quando escuto alguém me chamar, me viro.

— Oi Victoria, tudo bem?

Era Lorena, olhei pra ela. – Oi, tudo e você?

— Bem obrigada.

Quando ia me despedir rápido Julia chega com Joaquim no colo, falando comigo.

— Vick seu filho sabe me dobrar direitinho, acredita que... – Ela para de fala quando percebe Lorena ao meu lado.

— Seu filho Victoria?

— Sim, meu filho.

Ela sorriu. -  Ele é lindo, como chama?

— Joaquim, bom já vou Lorena, com licença.

— Claro, até mais Victoria.

Me afastei com Joaquim no colo, Julia estava ao meu lado, agora era apenas questão de tempo.

 

Não posso mentir que não senti nada quando vi Victoria, ela esta mais linda ainda, meu coração quase saiu do peito, mas me contive, por mim, pela minha mãe e principalmente por Lorena, a minha historia com ela acabou, apenas o que nos uni e o amor que sentimos pela Olivia, encostei a cabeça na cadeira e fechei os olhos, as imagens dela ainda viva em minha memória, sai dos pensamentos com uma batida na porta, Lorena entrou, sorriu pra mim, eu levantei  e a cumprimentei com um selinho, ela deixou a bolsa na cadeira.

— Como você esta, e sua mãe?

— Esta se recuperando bem, melhor que esperávamos.

— Acho que ela teve forças por você e pela filha, faz tempo que não via Victoria não é?

Me mexi desconfortável. – Sim, quase 3 anos.

— Ela vai fica melhor ainda, pra curtir você, a filha e o neto dela.

Olhei pra Lorena assustado, me aproximei. – Lorena, você esta...meu Deus, você esta grávida?

Lorena me olhou confusa, e riu. – Não meu amor, não estou grávida.

— Então de que neto esta falando?

— Do filho da Victoria, a encontrei agora a pouco, conheci o filhinho dela, ele é lindo.

Ouvindo ela fala eu estava em choque, Victoria com um filho, fechei meus olhos, apertando, e abri olhando Lorena.

— Você conheceu o filho da Victoria, ela tem um filho?

— Sim, ele deve ter uns 2 aninhos.

Meu mundo parou, Victoria tinha um filho, um filho que se tiver a idade que Lorena disse pode ser meu, tirei meu jaleco.

— Eu preciso ir, fica de olho na minha mãe. – Sai correndo do consultório ouvindo Lorena me chamar, precisava tirar essa historia a limpo, não podia ser, um filho, entrei no carro, cheguei na casa do pai dela em tempo recorde, bati na porta a irmã dela atendeu, entrei.

— Cade a Victoria, preciso fala com a sua irmã.

Julia me olhou, mas não precisou ir chama-la, Victoria veio do quarto com um menino nos braços, quando me viu paralisou, me aproximei, precisava saber.

— Victoria, é meu filho?

 

Continua...


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