The Perfect BTS escrita por BTSHunt


Capítulo 2
A Língua de V


Notas iniciais do capítulo

Não resisti e postei... mas não recebi comentários ainda :( sad!



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Eu e Taehyung nos conhecíamos há um tempo. Eu era uma das assistentes de palco que sempre acompanhava o grupo pelos shows e era uma das responsáveis por fazer eles estarem impecáveis em todas as apresentações. 

Com o tempo, acabei cuidando mais de Taehyung pelo fato dele sempre precisar de manutenção com os equipamentos, microfones e roupas; ele e o J-Hope mal paravam dois segundos no mesmo lugar. Nós viramos amigos, começamos a conversar depois dos shows e ele até conseguiu meu número de telefone com um dos Staffs, me visitava sempre que podia e levava marshmallow para colocar no chocolate quente quando fazia frio. 

Quando eu me apaixonei por ele? Acho que sempre fui, desde que o vi pela primeira vez. Esperanças? Nenhuma. Estar perto era mais do que eu esperava, então eu ficava feliz só de poder ser a companhia que ele procurava quando se irritava com os outros membros – ou quando os outros se irritavam com ele. 

Taehyung era peculiar demais. Muito doce e fofo com todos, sempre brincalhão e animado, mas quando subia ao palco ou começava a treinar com os outros membros, se tornava O V, quente e sexy com aquela bendita língua que teimava em não ficar dentro da boca. Fora do palco, ele usava isso para deixar todas as garotas sem graça porque achava isso fofo. Eu estava inclusa. 

Hoje, especificamente, ele estava atrasado. Não era bem uma novidade, mas me incomodava saber que ele não tinha se dado ao trabalho de manter o horário do compromisso comigo, mas era o Taehyung, afinal. Fechei os olhos e me lembrei do motivo de eu estar tão triste: ele estava me evitando ultimamente. 

Jungkook precisava de ajuda com o microfone que não funcionava e Tae estava se aquecendo vocalmente. Eu ajudei o Kookie com o aparelho e ele agradeceu dizendo "obrigado por ter se preocupado, mas volte para o V antes que ele surte de ciúmes". Nós rimos disso e depois V nunca mais foi o mesmo comigo. 

Conversamos sobre isso umas mil vezes, mas ele parecia não querer acreditar que ele era meu preferido. Quase fiz juras de amor eterno para que ele se animasse um pouco e esquecesse sobre, mas no fim eu sabia que ele ainda estava irritado com isso. Não tenho ideia porque isso teve tamanha proporção, mas tudo bem, ele era muito intenso mesmo. 

Fechei os olhos mais uma vez e me lembrei da última conversa que ouvi de Taehyung e Namjoon antes do último show. "Vai ter que contar pra ela, Tae. Precisa dizer. Vai por mim.". Eles pararam de falar quando eu me aproximei e eu não soube se Tae precisava dizer algo para mim ou se ele precisava se declarar para outra pessoa. Senti um peso no peito, confesso, mas eu não podia me afastar de V.  

Eu não aguentaria, de todo jeito. 

Meu telefone começou a tocar Killer e eu sabia que era Tae me ligando, era o toque que ele mesmo havia escolhido. Atendi depois de um tempo. 

"Que bom que você me atendeu." 

— Eu nem ia... está atrasado de novo. 

"É, eu sei... pode vir aqui no estúdio de dança dois? Eu preciso da sua ajuda." 

— Está ensaiando de novo até tarde, Tae. Precisa descansar. 

"Eu sei... mas... é que eu... você pode vir?" 

Eu suspirei. - Chegou aí em meia hora. 

"Você é demais, sabia? Eu te espero.". 

É claro que eu sabia. Vesti uma calça jeans e um casaco grosso preto e atravessei algumas ruas até chegar ao prédio principal da BigHit; procurei a sala e encontrei Taehyung dançando com o som estralando na sala, treinando mais uma vez Blood, Sweat & Tears. 

— É uma das coreografias mais bonitas de vocês. 

— Uma das mais cansativas também. - ele veio até mim, os cabelos estavam molhados, mas não era de suor, parecia que ele tinha acabado de tomar um banho. - Eu tinha combinado de ir até seu apartamento hoje. 

— Sim... pensei que tivesse se esquecido. 

— É claro que não. - ele fez uma careta e mordeu o lábio. - Só que já é tarde e eu ainda não jantei. 

— Entendo. - mentira, eu não entendia o que ele queria dizer com isso. 

— Então eu te chamei pra jantar comigo. - ele abriu aquele sorriso retangular que eu não podia dizer não, eu não conseguia dizer não. 

— Tae... 

— Por favoooooooor? - ele deu um passo em minha direção e pegou uma das minhas mãos. - Vamos, eu prometo não te deixar tarde em casa. 

— Você mesmo disse que já é tarde. - eu fiz uma careta e ele riu, colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha enquanto passava a língua pelos lábios. 

— Tarde para jantar, mas ainda cedo para dormir. 

Eu suspirei, ele tinha me desarmado. Como eu poderia dizer não a ele? Só de olhos fechados, e ainda assim corria o risco daquela voz grave e doce me convencer fácil. Eu estava firme até ele colocar aquela mecha atrás da minha orelha e passar aquela bendita língua pelos lábios. Ele tinha ideia de como eu – e o fandom inteiro – tinha vontade de morder aquela língua? 

— Certo, vamos. - antes que os meus pensamentos fiquem impróprios demais. 

Com um sorriso lindo, ele me levou até o lado de fora do estúdio e nós ganhamos a rua do luxuoso bairro onde as instalações da BigHit ficava e logo encontramos um restaurante bonito aberto. Nos sentamos e fizemos o pedido. 

— É lindo aqui. - eu comentei. 

— A melhor massa da cidade, principalmente pra vocês não-coreanos. - ele sorriu. - Quem me trouxe aqui umas vezes foi o Namjoon e o Jin, só elogiaram. 

— Confio no paladar do Jin. 

— Qualquer um deveria, aquele lá come de tudo. - ele riu e eu o acompanhei. 

O riso terminou com V mordendo o lábio - de novo – e então ele entrelaçou sua mão com a minha. Ele não disse nada, apenas ficou encarando nossas mãos juntas, o que estava me deixando sem graça. 

— Por que você tem me evitado, Tae? - eu não consegui segurar a pergunta. 

— Ah... - ele parecia surpreso. - Eu não tenho... 

— Tem e você sabe. 

— É... complicado. 

Silêncio. 

— Tem alguma coisa a ver com... com quem você está apaixonado? 

Tae mordeu a boca por nervoso e observou o nada por alguns segundos. 

— Tem, tem sim. 

— Ah... - silêncio. - E tudo bem de você me levar pra jantar? 

O rosto do ruivo se suavizou e ele sorriu de lado para mim. 

— É claro que sim. Não precisa se preocupar com nada, ela é muito compreensiva. 

Ah sim... senti um nó no estômago, não queria mais jantar. Se ainda houvesse tempo, queria ir embora antes da comida chegar, mas não pude correr, o prato foi colocado em nossa frente. 

— Você ficou tensa... o que foi? 

Ele sorria de lado, como quem percebesse algo que eu tinha deixado escapar. Com certeza ele acreditava que eu estava com ciúmes - coisa que eu não admitiria nem para mim mesma, por mais que fosse verdade. 

— Você não me disse que estava apaixonado, eu pensei que confiasse em mim para me contar isso. 

— Eu não sabia que estava até pouco tempo atrás. Até Namjoon me dizer isso num tipo de rap que me fez parecer bobo. Eu ia te contar, mas como sempre, você me pegou antes. 

— Eu espero que sejam muito felizes, Taehyung! - eu conseguir dizer essa frase animada, porque eu queria mesmo que ele fosse feliz. O ruivo me olhou de um jeito carinhoso, apoiou o rosto na mão esquerda e sorriu. 

Evitamos o assunto o resto do jantar. Ele começou a fazer piadas sobre os outros membros do grupo e o quanto eles estavam nervosos com as músicas solos do próximo álbum. Ele parecia tranquilo, claro, estava trabalhando mais do que eu nunca tinha visto. 

— E a sua música, quando eu vou poder ouvir? - nós caminhamos devagar até o meu apartamento, conversando. 

— Me disseram que amanhã eu vou ouvir finalizada pela primeira vez, mas eu não sei se é verdade. Posso passar daqui amanhã? Eu trago marshmallow. 

— É claro que pode! - eu sorri. Que bom que mesmo apaixonado ele não havia se esquecido das nossas noites de chocolate quente com marshmallow. 

— Oito? 

— Certo.  

Ele me deu um abraço apertado, daqueles que eu nunca mais queria sair e escondeu o rosto no meu pescoço. Apesar de arrepiar o meu corpo inteiro, eu gostava quando ele fazia isso, era como se ele me dissesse que se sentia seguro ali. 

— Se cuida, Tae. - eu dei um beijo na bochecha dele, mas Tae se virou alguns centímetros e o beijo foi no canto de sua boca. 

Por um segundo, eu queria sumir. Mas a reação de Taehyung foi diferente do que eu imaginei. Ele manteve os olhos fechados por alguns segundos e sorriu, mordendo o lábio, depois que abriu os olhos e me observou atentamente, ele sorriu e se despediu com um "até amanhã", passando aquela bendita língua pelos lábios de novo. 

Eu entrei em casa e não acreditei no que fiz. Ou melhor, no que ele me fez fazer, já que quem virou o rosto foi ele. O que se passava na cabeça de Taehyung, afinal? Ele estava apaixonado, certo? Por outra pessoa, certo? Eu precisava dormir, toda essa confusão de sentimentos estava me deixando tonta. 

** 

Não vi Tae o dia todo, ele com certeza estava trabalhando duro em tudo que tinha que fazer  para conseguir cumprir as expectativas da companhia, dos seus amigos e de si mesmo. Tomei um banho e deixei as coisas para o chocolate quente sobre a pia da cozinha, sentei no sofá para ver TV e aguardei o ruivo. Por muito tempo. 

Eram nove e meia, ele não tinha dado notícias nem nada, o que era estranho. Certo que ele era um dos mais avoados do BTS, mas ele não me deixaria sem justificativas. Ou deixaria? Pelo que aconteceu ontem, ele deixaria? E a nova paixão, será que ele havia conseguido falar com ela e se atrasou porque ficou com ela? Então ele não viria. 

Com um suspiro pesado, eu decidi terminar de ver o filme que estava pela metade e ignorar que eu havia sido trocada por qualquer outra coisa – ou pessoa. Me lembrei do quase-beijo e senti de novo aquele arrepio; com eu queria ser a pessoa pela qual o ruivo estava apaixonado. 

Dez horas. A campainha tocou duas vezes, o jeito Taehyung de se identificar. Eu estava cansada e decepcionada demais para atender, mas fui verificar se era ele mesmo pelo olho-mágico e vi o rapaz segurando um pequeno buque de flores pequenas e brancas; eu adorava aquelas flores. 

— Eu sei que você não saiu, abre a porta. Eu estou atrasado, mas eu tenho um bom motivo. 

Eu me encostei na porta, mas não a abri. 

— Eu sabia que você ia ficar chateada, então eu trouxe suas flores preferidas pra ver o seu sorriso mesmo querendo me matar. 

Eu ri baixo, ele já tinha feito isso duas ou três vezes. 

— E eu trouxe chocolate com caramelo. 

Estava cada vez mais difícil não abrir a porta. Ouvi ele suspirar de um jeito cansado e isso me partiu o coração. 

— Eu me atrasei porque tive que implorar por meia hora para que o engenheiro de som liberasse o MP3 da minha música solo porque eu não queria ouvir lá... eu queria ouvir com você. 

Eu abri a porta rapidamente e o segurei pela mão. 

— Está fazendo o que aí ainda que não entrou? 

— Esperando você abrir, pensei que fosse ter que cantar lá fora pra você me deixar entrar. 

— Exagerado... você me ganhou no chocolate, mas eu não quis abrir porque... 

— Queria que eu soubesse o quão chateada você ficou. Eu sei. Me desculpa por isso. 

— Sobre a música... é verdade? 

— Sim, mas primeiro... - ele me entregou as flores e eu agradeci com um beijo no rosto que  dessa vez foi no rosto mesmo.  

Coloquei o chocolate sobre a pia que tinha ainda os ingredientes para o chocolate quente e voltei até a sala aonde Tae desenrolava os fios brancos do fone de ouvido. 

— Pronta? 

— Com certeza. 

Ele me entregou um dos fones e encostou a cabeça no sofá enquanto colocava o seu, fechou os olhos e apertou o play. Eu me deixei levar pela melodia que arrepiava até a minha alma; nunca imaginei que V pudesse ter esse alcance, que podia cantar notas assim. Eu estava maravilhada e apaixonada pela voz, pela música. Por ele. 

O meio da música chegou e eu vi Tae abrir os olhos, sorrir e estralar a língua; ele se levantou devagar e me encarou antes de aproximar o seu rosto. Ele estava a milímetros de distância, eu podia sentir a sua respiração com a minha. Meu coração parecia que ia sair pela garganta; quando o refrão começou novamente, senti os lábios de V se juntarem aos meus, calmos e suaves como a melodia do final da musica, mesmo quando ele segurou meu rosto e aprofundou o beijo que parecia há muito aguardado. Minhas mãos foram para as laterais do seu rosto e, quando ele passou a língua pelos meus lábios, eu puxei o seu cabelo, o que fez o ruivo sorrir. 

— Ficou do jeito que eu tinha imaginado. - ele sorriu, ainda segurando o meu rosto com uma das mãos. 

— A música? 

— Também.  - ele riu baixo. - É por você que eu estou apaixonado, só você ainda não viu isso. 

Eu queria explodir de felicidade, meu coração batia tão rápido que eu não tinha certeza se ia continuar batendo por muito tempo. 

— Tae... 

— Eu não tinha ideia se você correspondia... até ontem. Vi o quanto você ficou triste em saber que eu estava apaixonado e não tinha ideia que era por você... e o que me fez ter mais certeza do que eu sinto... é que mesmo sendo ferida, você quis a minha felicidade. 

— Eu não conseguiria responder diferente... porque eu... amo... você. 

Ele sorriu e encheu meu rosto de beijos, me fazendo rir; ele chegou bem próximo da minha orelha e  sussurrou "eu te amo". Eu morreria feliz agora, derretida com o jeito fofo que ele disse. 

— Gostou da música? - ele me perguntou. 

— Vai ser minha preferida quando lançar o álbum. E você, feliz com o resultado? 

— Satisfeito. - ele sorriu e mordeu o lábio. - Mas eu posso melhorar, e eu vou melhorar. - ele passou a língua pelos lábios de novo e então eu não pude me contar. 

— Taehyung! - eu o chamei e vi o ruivo olhar preguiçosamente para mim. - Você não consegue simplesmente deixar essa língua dentro da boca? 

Ele gargalhou alto e puxou o fone de ouvido de volta, deixou o celular na mesa de centro e me observou com olhos brilhantes. 

— Eu posso deixar, se quiser... mas não vai ser dentro da minha boca. 

Ele sorriu de lado e me beijou, muito mais intenso que da última vez; finalmente, eu consegui o que ele havia me passado vontade por todo esse tempo: morder aquela bendita língua. 

 

** 

CENA BÔNUS 

— Eu posso deixar, se quiser... mas não vai ser dentro da minha boca. 

A frase me causou um arrepio no corpo inteiro; logo ele fechou a distância entre nós e eu senti seus lábios nos meus, mais urgentes. Sua mão apertou minha cintura com força enquanto a outra subia pela minha coxa; sua língua se encontrou com minha, provocando um suspiro baixo enquanto eu puxava seu cabelo de leve. Em algum  momento que eu não me lembro bem qual, eu senti Tae me puxar para ele e inclinar o seu corpo sobre o meu, sem quebrar o beijo, me fazendo deitar sobre o sofá; V desceu os beijos pelo meu pescoço, dando leves mordidas, me fazendo suspirar enquanto uma de suas mãos levantava gradativamente minha blusa, até tirá-la sem nenhuma resistência minha. Ele se apoiou nos joelhos e tirou a própria camiseta, revelando o corpo que eu tinha uma vontade absurda de tocar. 

Com um puxão firme, ele me levantou e colou o seu corpo inteiro com o meu e, com um sorriso pervertido nos lábios, segurou as minhas coxas e me fez prender as pernas em sua cintura. Assim ele me levou até o quarto. 

— Pronta pra ser minha? - ele sussurrou no meu ouvido e eu não consegui responder 

V passou a ponta da língua pelos meus lábios, eu sorri e a mordi; ele riu baixo e me prendeu forte entre seus braços, me deitando na cama logo depois.


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Notas finais do capítulo

comentem!
2beijo



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