"Precisamos conversar e precisa ser hoje mesmo"

Foi a mensagem que Nicolas recebeu de Marina. Já era noite. Domingo. Ainda estava calor. Ele havia passado a tarde na praia com a família.

Agora ele passava a noite lendo suas cenas para o próximo dia. De alguma forma aquelas palavras de Marina o deixou um tanto intrigado e ao mesmo tempo preocupado.

O que tão importante seria?

Será que ela havia desistido dele?

Isso rondou a sua cabeça.

"Tudo bem. Você está onde?"

Nicolas enviou já se preparando pra sair a qualquer a momento. Vestiu uma camisa e tênis. Começou a organizar suas coisas para quando voltasse. O celular apitou.

"Pode ser aqui em casa mesmo. Meu pai e madrasta acabaram de sair pra jantar. Mas vem logo" - Marina.

 Ele estranhou mas não deixou de sorrir com a mensagem. Talvez não fosse nada de importante.

Marina estava ansiosa. Não via a hora de Nicolas chegar e contar tudo a ele e só assim finalmente se entregar completamente. Ela não podia se conter. Tinha que contar hoje mesmo. Não iria conseguir esperar até o outro dia. A ansiedade era maior. Ela o esperava um tanto apreensiva. Parecia uma adolescente em seu primeiro encontro. Ela estava animada e um tanto feliz. Estava seguindo seu coração. Sabia que não iria se decepcionar. Será? Por um instante lembrou de Luíza e das palavras dela. Ainda não tinha contado nada para a amiga e pretendia não fazer isso agora. Deixaria pra depois. Afinal não queria estragar o momento.

Ouviu a campanhia tocar e se levantou rapidamente pra atender. Já sabia quem era. Largou o celular no sofá e se dirigiu até a porta. Assim que abriu, o encarou. Nicolas tinha um semblante de apreensivo mas ao mesmo tempo animado. Marina sorriu com a possibilidade de o ter deixado preocupado.

— Então eu posso.....

Sem nem ele conseguir dizer mais nada, Marina o beijou. Ela atacou os lábios dele que retribuiu na mesma hora. Nicolas segurou a cintura dela e juntou mais os corpos. Marina agarrou a nuca dele e logo ambos ja adentravam a casa de Marina ainda aos beijos. Só se separaram quando faltou ar.

Nicolas viu um brilho diferente nos olhos dela assim que se separaram. Parecia coisa de outro mundo. Ela parecia feliz. Livre. Ele não conseguia entender.

— Posso saber o motivo dessa recepção? — Disse ele desconfiado.

— Você não gostou? Tudo bem não faço mais.

Disse ela se fazendo de vítima e se afastando dele porém foi impedida por Nicolas que a segurou pelo pulso e colou os corpos novamente.

— Eu amei.

Disse ele antes de beija-la. Ela retribuiu. Agarrou sua nuca e apronfudou mais o beijo. Nicolas colou os corpos e ela se arrepiou. Esse beijo era diferente. Ele podia sentir isso. O beijo era cheio de amor. Porém intenso. Eles não se desgrudavam. Respiram no intervalo entre um beijo e outro.

— Ei, espera. Preciso te dizer algo.

Disse Marina se separando de Nicolas. Ela nem percebeu que já estava sobre o encosto do sofá. Nicolas a encarou e sorriu. Ela o agarrou pelo braço e caminhou junto a ele até o sofá. Estava louca pra contar tudo logo.

— Me conta ! — Disse ele a encarando.

Marina sorriu. Estava ansiosa pra contar mas tinha um certo receio. Não sabia porque.

— Então....Eu terminei com o Daniel.

O olhar dele se iluminou e um sorriso maior ainda nos lábios dele se formou.

— Isso é sério? — Disse ele sorrindo.

— Sim —  Ela disse mordendo os lábios.

Ele não conteve a felicidade que sentia dentro de si. Agora ela estava livre. Livre pra ser dele. Não haveria mais beijos escondidos e desculpas esfarrapadas porque agora Marina não estava mais em um relacionamento.

Nicolas não pensou duas vezes e a beijou. Ela já esperava por isso então apenas retribuiu. As mãos dele sobre o cabelo dela impedindo ela de se separar. Intenso.

— Nicolas....Temos que parar. Meu pai e madrasta podem chegar e não seria bom nos ver assim.

— Tudo bem, me desculpa. Agora me diz, como vai ser nós dois?

— Ainda não sei. Mas vamos deixar entre a gente por enquanto.

Ele assentiu.

— To feliz por isso. Mas não perguntei...você está bem em relação a isso? Afinal vocês passaram muito tempo juntos.

Ela abaixou a cabeça e sorriu.

— Foi difícil falar. Mas me sinto bem com isso.

— Isso é bom. Fico feliz. Ele beijou a testa dela.

— Vamos comer agora. Estou morrendo de fome e você também deve.

— Não estou com fome....Não de comida pelo menos.

Ele disse olhando nos olhos dela, sorrindo de um jeito malicioso. Marina corou ao perceber do que se tratava.

— Ei, você se comporte. Viu? Marina o repreendeu.

— Beleza. Me desculpa! — Riu da reação dela.

— Ta bom. Agora vamos ir comer.

Ela o puxou pelo braço e foi em direção a cozinha. Tirou da geladeira o macarrão que o ex namorado havia feito na noite passada.

— Você come isso? — Disse ela.

— Só um pouco não vai fazer mal.

Ela assentiu e esquentou a comida. Não estava afim e nem era boa em fazer comida. O lance dela era doces. Mais específico brigadeiro.

Eles comeram entre uma conversa e outra. Alguns beijos mas nada a mais que isso. Quando terminaram Marina limpou tudo e voltou pra sala com Nicolas. Ela se sentou no sofá e ele a abraçou de lado.

— Já é quase onze horas. Preciso ir, ainda tenho que terminar de ler as falas.

Disse Nicolas.

Ela suspirou.

 — É eu também não li tudo ainda. Você grava que horas amanhã?

— De manhã estarei no estúdio e acredito que antes do meio dia no projac.

— Tudo bem. Eu chego por lá depois do meio dia.

— Nem vamos ficar muito tempo juntos — Exclamou Nicolas.

— A gente da um jeito — Disse ela.

Eles ficaram em silêncio. Era um silêncio bom. Apenas curtindo a companhia um do outro, já que eles não sabiam quando estariam assim novamente. Apesar de se verem quase todos os dias, eles não sabiam quando iriam ter um tempo apenas para os dois. A rotina de ambos era intensa.

— Eu preciso ir agora.

Disse ele.

— Tudo bem. Te levo até a porta.

Ele assentiu.

Assim que seguiram até a porta, Nicolas a beijou. Último beijo antes de partir. Precisava disso.

— Vai dar tudo certo Mari — Disse beijando a testa dela.

Ela assentiu.

Viu ele se virar e se afastar. Mas antes ela precisava dizer o que ela queria falar desde o primeiro momento em que teve a confirmação do seu sentimento por ele.

— Nicolas. Espera!

Ela gritou e segurou o braço dele.

— O que houve? — Perguntou ele intrigado.

— Eu te amo!

Marina exclamou receosa. Um emorme sorriso percorreu os lábios dele. Ele não podia acreditar nisso.

— Eu também te amo...muito!