HL: Supernova escrita por Augusto C S de Souza, Heroes Legacy


Capítulo 6
V — Permissão Concedida


Notas iniciais do capítulo

E após um looongo tempo longe de vocês, advinha quem voltou? ♥ ♥
Mais um capítulo na história da nossa alienígena favorita ♥ Antes de mais nada, queria agradecer à Polaris, que deixou uma incrível crítica sobre a história. Sério, muito obrigado, me ajudou demais a perceber meus erros e melhorar os acertos.
Também agradecer à Mini Line, por sempre estar betando cada capítulo das minhas histórias ♥
Agora chega de enrolar e vamos ao capítulo. Bjs e boa leitura ♥



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Após terminarem o seu lanche e à grande insistência de Hope, Knoxx permitiu que ela levasse a venusiana para a sua casa, com a condição de que a agente mantivesse o seu olho nela.

Não demorou muito para que chegassem no apartamento dela, graças ao pouco trânsito naquela tranquila noite em Rosário City. Entrando no local, Sarah olhou ao redor, notando as decorações em sua maioria alternando entre o branco e o bege. Era bem arrumado e perfumado, o que fez com ela abrisse um sorriso espontâneo, que logo se transformou em uma expressão confusa, ao ver um pequeno cachorro correndo em sua direção, porém, pulando apenas em Hope.



— Ah, Mr. Pulgas, que saudade! — disse ela, com uma voz mais fina do que a usual, enquanto colocava o animal em seu colo. — Aqui, essa é a nossa nova amiga, a Sarah. Dá oi pra ela.

 

Segurando a pata do cachorro, que pertencia à raça Pug, Hope a esticou para a loira, que sorriu fraco, enquanto apertava a sua pequena pata.

 

— Anda, vai deitar que eu já levo a sua comida. — Hope riu baixo, enquanto o colocava no chão. — Vem, Sarah, vou te mostrar o seu quarto.

 

Assentindo com a cabeça, a venusiana seguiu a agente, até chegar ao cômodo onde dormiria. Ele era pequeno e simples. Possuía um armário pequeno na parede esquerda e uma cama de solteiro em seu centro, debaixo da janela. Ao lado da cama estava um criado-mudo, com nada mais do que um abajur e um despertador em cima. Olhando ao redor, Sarah sentiu-se um pouco mais à vontade com o lugar, já que as cores lhe faziam lembrar do seu quarto em Vênus, o que lhe dava uma mistura de nostalgia e tristeza. Notando a expressão da garota, Hope sentou na cama, fazendo com a cabeça para que Sarah fizesse o mesmo.

 

— Você está bem? — perguntou ela, fitando a venusiana. — Sei que é uma pergunta boba, mas…

— Não, não tem problema. — Ethos sorriu, desviando o olhar. — Eu estou bem, só me sinto mal por ter feito a Delilah ir embora.

— Do que está falando? — Young franziu o cenho. — Ela só foi treinar a sua amiga Robin.

— Hope, eu tenho audição aguçada. Ouvi toda a discussão deles. Sei que o Knoxx também não confia em mim.

— Ele não confia em ninguém de primeira, não desde…

— Desde o que? — Sarah insistiu, notando a diferença no tom de voz da agente.

— Deixa pra lá, isso não é assunto para agora. — Sorriu ela, tentando disfarçar. — O que você precisa saber é que por trás daquele rosto mal encarado, tem um cara super atencioso. Só dê um pouco de tempo a ele, tudo bem?

— Tudo bem.

— Certo, então acho que vou te deixar descansar um pouco, teremos um longo dia amanhã. — Com um sorriso de canto, Hope se levantou, indo até a porta. — Vou trazer algumas roupas mais confortáveis pra você. Depois vamos às compras e trazer todo um guarda roupa novo para a senhorita.

— Gostei disso. — Ethos riu baixo, deitando na cama. — Boa noite, Hope e obrigada por tudo.

— Não precisa agradecer, Saritah.

 

Com um leve aceno de cabeça, a agente Young deixou o quarto, voltando alguns minutos depois com algumas mudas de roupa. As deixou na beirada da cama e sorriu uma última vez para Sarah, antes de sair do quarto e apagar a luz, fechando a porta em seguida.

 

—*_

 

No dia seguinte, Sarah acordou com um pouco mais disposição, o que a fez levantar antes mesmo do despertador tocar. Após se espreguiçar, a garota, que vestia um conjunto cinza de moletom, caminhou até a cozinha, onde encontrou Hope sentada no sofá, lendo o jornal, enquanto uma xícara de algo quente estava apoiada em um porta copo em cima da mesa de centro. Ao notar a venusiana, Hope sorriu, se ajeitando no sofá.

 

— Bom dia, Flor do Dia — disse ela, dobrando o jornal e pegando a sua xícara. — Dormiu bem?

— Muito. Aquele cruzeiro realmente me esgotou ontem — devolveu, espreguiçando-se, enquanto se sentava no sofá. — Então, o que vamos fazer hoje?

— Bem, você vai me acompanhar até a Nexus, enquanto eu trabalho.

— Certo. — Sarah abaixou a cabeça, um  pouco descontente com a notícia.

— Mas antes, que tal um café? — perguntou Hope, notando a expressão da alienígena. — Já provou leite com cereal?

— Com certeza não.

— Não sabe o que está perdendo.

 

Com um sorriso, Hope se levantou, puxando a venusiana pela mão, enquanto o Mr. Pulgas as seguia. Já na cozinha, Sarah puxou uma cadeira, enquanto a agente ia até um armário e voltava com um cereal infantil, chamado Fruit Loops. Em seguida, colocou uma tigela acinzentada à frente da garota, antes tirar o leite da geladeira e também o colocar na mesa.

 

— É bem simples de fazer, Saritah — explicou Hope, abrindo a caixa de Fruit Loops. — Primeiro você despeja a quantidade cereal que você deseja comer e depois adiciona o leite até cobrir ele. — Após encher a tigela, a morena abriu uma gaveta no armário e entregou uma colher para Sarah, que agradeceu com um sorriso. — Experimenta.

 

Cruzando os braços, Hope fitou a alienígena, que levava uma colherada até a boca. Por um instante, Sarah franziu o cenho, enquanto se acostumava com a textura do alimento, para logo depois, abrir um sorriso contido, satisfeita por conhecer mais uma iguaria terráquea.

 

— Isso é muito bom! — disse ela, após mais uma colherada.

— Eu avisei. — Hope piscou para a garota, levando as mãos até a cintura em seguida. — Bem, eu vou tomar um banho rápido e nós já saímos, ok?

— Ok.

 

Indústrias Henning, Rosário City

— St. Lawrence

 

Gerenciadas por Alfred Henning, as Indústrias que carregam o seu nome, criam e fornecem remédios para o estado de St. Lawrence, assim como trabalham com pesquisas biológicas, além de também estudar o DNA Neo-Humano, para uma melhor compreensão da possível evolução da espécie humana.

Como era de costume aos finais de semana, as Indústrias eram abertas para a visita de escolas e faculdades, a fim de promover a si mesma e também, achar possíveis novos talentos e empregados.

No saguão principal, que era em sua maioria composto por tons de cinza, branco e um sutil verde escuro nas cortinas e adornos das janelas, um grupo de visitantes se aglomerava frente à guia de sua visita, uma mulher alta, com os cabelos presos em um coque firme e trajando um vestido cinza escuro e colado ao corpo. Sua face apresentava linha finas e pouco marcadas, junto com as bochechas pouco proeminentes.

A mulher mantinha um sorriso gentil em seu rosto, enquanto seus olhos azulados percorriam o local, memorizando o rosto de cada um dos ali presentes, que variavam as idades, indo de jovens até idosos, para assim poder evitar possíveis problemas futuros. Pigarreando, ela chamou a atenção dos visitantes, podendo então, começar a falar.

 

— Bem-vindos às Indústrias Henning, onde assim com os antigos, deixamos a luz das estrelas guiar nossos passos. — Iniciou ela, o que fez as pessoas se aproximarem. — Meu nome é Margareth Green e eu serei a guia de vocês por hoje. Então, por favor, me sigam.

 

Base da Nexus, Rosário City

— St. Lawrence

 

Acompanhada de Hope, Sarah, que também usava um macacão da Nexus, seguiu a agente até a oficina de reparos, onde a sua nave estava, pois, segundo ela, o agente Mackie queria lhe mostrar algo.

Adentrando o local, o cheiro de solda e metal queimado logo instalou-se em suas narinas, o que fez com que o Hope fizesse uma careta, tossindo um pouco.

 

— Esse lugar é quente — comentou Sarah, olhando ao redor, onde mecânicos ajeitavam armas e veículos, imersos em seus trabalhos. — Gostei.

 

Com um sorriso e um balançar negativo de cabeça, as duas se aproximaram de Mackie, que alternava o seu olhar entre a nave de Sarah e o computador na mesa em que trabalhava. O rapaz, com não mais do que trinta anos, possuía cabelos curtos e castanhos, assim como a barba mal feita em seu rosto. Seus olhos esverdeados recebiam um tom azulado por conta da luz da tela, assim como o seu rosto marcado e um tanto quanto quadrado na altura do maxilar. Usava uma blusa social azul marinho de mangas curtas, que realçavam os seus bíceps sempre que ele cruzava os braços, e uma calça social acinzentada. Ao notar as duas, ele sorriu, deixando a mesa e caminhando até elas.

 

— Algum progresso, Mackie? — Perguntou Hope, o fitando.

— Ainda nenhum. Mesmo usando o guia de alfabetos solares que a Delilah fez, a nave possui alguns dispositivos de seguranças bem chatos. — Ele suspirou, antes de voltar a sua atenção para a venusiana, lhe estendendo a mão direita. — E oi, sou o agente Christopher Mackenzie, mas pode me chamar só de Mackie.

— Ethos Seph'Sarah, é um prazer. — A loira sorriu, apertando sua mão. — Mas pode me chamar de Sarah.

— Então, acha que consegue ativar a sua nave? — perguntou a agente Young, os interrompendo.

— Talvez.

 

Franzindo o cenho, a venusiana caminhou até a nave espacial — que estava sobre dois macacos hidráulicos — e tocou em sua lataria amassada pelo impacto. A entrada na atmosfera terrestre havia retirado a tintura escura que ela carregava, assim como o brasão dos Seph'Sarah, que era algo semelhante à uma letra s de frente para a outra.

A garota escorregou o dedo até a cápsula do piloto e flutuou à poucos centímetros do chão, para assim poder visualizar o seu interior. No ar, ela passou a mão pelo painel de controle, ao mesmo tempo em que um quadro de luzes se acendeu, junto com um holograma um pouco azulado, representado pelo brasão dos Seph'Sarah.

Assustada, Sarah voltou ao chão, recuando alguns passos, enquanto Mackie e Hope paravam ao seu lado.

 

— O que está acontecendo? — O moreno pergunto, alternando o olhar entre o holograma e a alienígena.

— Eu não sei, nunca andei em uma nave dessas antes.

 

Assim que as palavras de Sarah foram ditas, um pequeno feixe de luz saiu do holograma e escaneou o seu corpo e então, se apagou. Por alguns segundos, todos os agentes ficaram parados em seus lugares, abismados com o acontecimento, até que, mais uma vez o holograma se acendeu, porém, com a forma de Murdock dessa vez. Era uma réplica perfeita. Mesma altura, expressões, até mesmo o uniforme e suas listras estavam ali e isso apenas fez com que a venusiana sentisse o coração acelerar em seu peito.

 

— Pai? — Sarah quase sussurrou, já com os olhos marejados. — É realmente você?

— Não, Ethos, eu sou apenas o espectro da nave e possuo uma mensagem de Murdock Seph'Sarah para você. — Com as mãos cruzadas em suas costas, o holograma a fitou. — Permissão para falar?

— Permissão concedida.

Ethos, se você está ouvindo essa mensagem, eu e a sua mãe estamos mortos, ou pior — Sarah desviou o olhar, fitando o chão —, mas você está bem. Isso é bom. — O holograma não demonstrava emoções ao repetir as palavras, diferente dos espectadores na oficina. — Isso também significa que você encontrou o seu irmão, na lua ou pousou em um lugar com vida, provavelmente a Terra. Só entenda que, aconteça o que acontecer, não volte para Vênus.

— Por que não? — Sarah franziu o cenho, voltando sua atenção para o holograma, enquanto Hope e Mackie trocavam um olhar desconfiado.

Sinto muito, não posso responder essa pergunta.

Por que não?! — Ela aumentou o tom de voz, dando um passo à frente. — As pessoas que eu amava morreram para que eu pudesse viver por causa de uma guerra que não é minha. Eu perdi os meus amigos e a minha família. — As lágrimas já escorriam pela pele alva da venusiana. — Vocês me mandaram para longe e me deixaram sozinha. Por que?! Me diga!

Sinto muito, não posso atender ao seu pedido.

 

E então, com um grito de dor, Sarah incendiou os seus olhos, enquanto usava a sua visão de calor contra o holograma, que apenas se desfez. Diminuindo o seu poder e a sua fúria aos poucos, a alienígena abaixou a cabeça, enquanto levava as mãos até o rosto, chorando alto.

Sentindo o coração apertado, Hope caminhou até a garota e abraçou forte, enquanto acariciava os seus cabelos loiros. Vendo as duas, Mackie também foi até elas e as abraçou, fazendo um leve carinho nos braços de Sarah.

 

Agente Mackie, está na escuta? — A voz de Knoxx saia um tanto quanto robotizada pelo comunicador.

— Estou aqui, Cap — respondeu ele, após tirar o aparelho do seu cinto.

O alarme das Indústrias Henning foi tocado. Preciso de você e dá Hope lá em quinze minutos.

— Chegamos em dez, câmbio, desligo — devolveu, trocando um olhar rápido com a agente. — Te espero no carro.

 

Pegando apenas uma jaqueta em cima das costas da cadeira em que estava sentado, Mackie deixou a oficina para trás, caminhando a passos rápidos até a garagem.

 

— Sarah, eu tenho que ir — disse Hope, segurando no rosto de Ethos e o secando, enquanto a fitava. — Vai ficar bem até eu voltar?

— Vou — sussurrou a venusiana, desviando o olhar para baixo. — Vai salvar o dia.

— Eu vou, mas volto logo. — Com um sorriso fraco, ela acariciou a bochecha da garota, antes de direcionar a sua atenção para um mecânico próximo à sua esquerda. — Garry, leva ela até a sala do Knoxx?

— Sim, senhora.

 

Ele assentiu prontamente, antes de caminhar até Sarah e lhe indicar o caminho com a cabeça. Ethos demorou alguns segundos para confiar no rapaz, mas logo o seguiu, deixando a oficina.

 

— Fica bem, Saritah — Hope disse baixo, antes de também sair da oficina. — O dia precisa ser salvo.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram, não gostaram? Me deixem saber com um comentário de vcs.
Bjs e até semana que vem ♥