HL: Supernova escrita por Augusto C S de Souza, Heroes Legacy


Capítulo 3
II — Ela é Minha Amiga e é Uma Alienígena


Notas iniciais do capítulo

Advinha quem voltou e dessa vez um pouco mais cedo? Eu, isso mesmo ♥ ♥
Gente, só queria agradecer a todos os que comentaram, acompanharam, aos que shippam e que criam teorias na cabeça. Amo vocês tudo ♥
Agora sem enrolar, vamos ao capítulo.



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Após se despedirem da agente, Delilah pegou um atalho e saiu pela janela mesmo, sendo acompanhada pela venusiana.

Ao sair, a garota sentiu-se incomodada com o vento noturno batendo em seu rosto. Parou no mesmo instante, um pouco confusa.

 

— Qual o problema desse vento? — perguntou à Delilah, franzindo o cenho. — Por que ele não é quente?

— Eu me esqueci completamente! — Bateu na testa, suspirando. — A atmosfera daqui é muito diferente de Vênus. O clima é muito mais frio. Um humano não suportaria ficar um instante no seu planeta.

— Esses humanos são realmente frágeis. — Ergueu as sobrancelhas, assentindo algumas vezes. — Mas logo eu me acostumo com isso. Anda, vamos ver essa coisa que você chama de... Qual é o nome, mesmo? — Franziu o cenho, enquanto levava a mão até o queixo. — Barata frita?

— Eca! — Delilah riu, balançando a cabeça. — Batata! É um alimento delicioso e preparado de várias maneiras. Uma delas é fritando em óleo fervente. Barata é um inseto nojento. Te garanto que você não vai querer provar.

— Óleo fervente, gostei. — Sarah sorriu, imaginando o sabor. — Então, o que estamos esperando? — Bateu algumas palmas, se movimentando pelo ar.

— Ahm... Sabe o que é... Humanos não gostam muito de nós, aliens. Eles tem medo. Então nós precisamos parecer humanas. Nos misturar. — Segurou as mãos delas, descendo-a até o chão. — Vamos caminhando. E se alguém perguntar de onde você é, diga que é do Brooklyn.

— Como não gostam? — Ela franziu o cenho, caminhando ao lado da garota. — Minha mãe dizia que em um passado antigo, eles nos tratavam como deuses.

— Os tempos mudaram, Sarah. Agora eles nos tratam como uma ameaça, uma abominação. — Suspirou, desviando o olhar. — Espero que isso mude um dia.

— Mas eles parecem respeitar você por aqui, Delilah. — Olhou para a sua nova colega, notando a sua mudança de humor. — Pelo menos já é um avanço.

— Você tem razão! — Voltou a sorrir, fitando a garota. — Existem muitas pessoas por aqui que gostam de mim. E vão gostar de você também. Você precisa conhecer o John e a Srta. Lice e a Srta. Robin também. São ótimas pessoas.

— Então vamos até elas depois de comer barata frita. — Sorriu, voltando a se animar. — Mas tem certeza que são humanos legais?

— Batata, Sarah. Batata! — riu baixinho, entrando na lanchonete. — E sim. Eles são muito legais.

— Isso, batata. — Assentiu, rindo baixo.

 

A lanchonete estava um pouco cheia para o horário. Alguns casais conversavam animadamente, assim como grupos de adolescentes falavam sobre o último jogo do Lakers, todos rindo e, às vezes, usando um tom mais alto que o normal, o que lhes rendia alguns olhares feios. Encontrando uma mesa para dois mais ao fundo da lanchonete, Delilah guiou a nova amiga até lá.



— Delilah, o que os seus amigos fazem? — A loira perguntou, curiosa.

— Bem... Eles, assim como eu, somos heróis. Defendemos as cidades de Nova York de pessoas más — explicou, resumindo. — Alguns poucos humanos também tem poderes assim como nós duas. Alguns usam esses poderes para o bem, como os meus amigos, mas outros usam para o mal, então nós detemos eles.

— Boa noite. — A garçonete se aproximou, sorrindo. — Posso anotar o pedido?

— Nós queremos muita barata frita! — Sarah pediu, com um sorriso gentil em seu rosto. — Por favor.

— Batata! — Delilah bateu de leve na testa, suspirando. — Duas porções grandes de batata frita.

— Okay. Já trago para vocês. — A moça se afastou, estranhando o comportamento delas.

— Desculpa. — Abaixou o rosto, fazendo suas mechas loiras a esconderem. — Eu fiz de novo, né?

— Relaxa! — Delilah colocou os cabelos da alienígena atrás da orelha dela e acariciou sua bochecha, rindo baixinho. — Não use seus poderes e já é um progresso. Depois você vai aprendendo e se adaptando.

— Vou me esforçar para isso. — Sarah levantou a cabeça, sorrindo largo, o que fez pequenas covinhas aparecerem em suas bochechas. — Vou procurar informações sobre os humanos em pergaminhos assim que sairmos daqui.

— Você tem muito a aprender mesmo. — A Fada riu, tirando o celular do bolso. — Aparelhos como esse têm todas as informações que você precisa. Até porque não temos muitos pergaminhos hoje em dia. — mostrou a página do Google para ela e digitou "batata frita" na barra de pesquisa. — Viu. Assim você pode saber qualquer coisa.

— Que incrível. — A garota assentiu, enquanto seus olhos brilhavam de curiosidade. — É como ter um oráculo no seu bolso. Fantástico. O que mais ele faz?

— Muitas coisas! Ele faz pesquisas, toca música, serve principalmente para se comunicar com pessoas distantes, com mensagens ou ligações, onde a pessoa ouve sua voz mesmo à quilômetros de distância. E também tira fotos. Deixa eu mostrar. — Sentou ao lado da garota e pediu para que ela sorrisse, tirando uma selfie em seguida. — Viu. Nós duas na telinha. — Mostrou a foto assim que a enviou para John, dizendo "Ela é minha nova amiga. E ela é alienígena."

— Olha, tem cópias nossas dentro dele — comentou, pegando o telefone da mão de Delilah. — Será que dá pra sentir a minha pele? — perguntou, sem esperar por uma resposta.

 

Sarah então tocou na tela, porém, sem conhecer ao certo as suas habilidades enquanto estava na Terra, seu dedo indicador acabou rachando o telefone, o atravessando com uma certa facilidade, o  que fez parar de funcionar no mesmo instante.

 

— Era pra isso ter acontecido? — Ela questionou, sorrindo, um tanto quanto sem graça.

— Não! — Delilah não conseguiu esconder o biquinho de decepção, fitando o aparelho quebrado. — Mas não se preocupe. Amanhã eu compro outro. Sua primeira lição vai ser como tocar as coisas. Geralmente tudo é muito delicado, então precisa ser tão delicada quanto tudo à sua volta. Me dá sua mão.

 

Sem esperar por ela, segurou a mão da alienígena e com a outra, acariciou sua pele suavemente, deixando seus dedos passearem pela superfície macia.

 

— Consegue sentir? — Sorriu, fitando-a.

 

Sem responder verbalmente, Sarah apenas assentiu com a cabeça, enquanto sentia o seu rosto esquentar o pouco. Vendo o que a garota fazia, tentou acariciar a sua mão com o polegar, o mais gentilmente possível.

 

— Desse jeito? — Ergueu uma sobrancelha, embora a sensação de ardência em seu rosto permanecesse.

— Isso! — A zarydiana sorriu. — Não existe carinho em Vênus?

— Aqui está. — A garçonete deixou a travessa com batatas na mesa após se aproximar e sair na mesma velocidade, com nada além de desprezo no olhar.

 

Delilah puxou a mão e desviou o olhar, enquanto suas bochechas ficavam vermelhas. Sarah franziu o cenho, imaginando ter machucado a mão da moça. Um pouco constrangida, ela virou para a frente, encarando a porção de batatas.

 

— Não sei o que significa esse carinho, mas o mais próximo disso vem de nossos pais. Eles nos protegem, não importando como seja — comentou baixo, fitando a refeição. — E eu te machuquei?

— Não! Não foi você. — Ela sorriu, ainda tristonha. — Algumas pessoas aqui não acham certo que duas moças façam carinho uma na outra. Mas elas estão muito erradas, porque isso, o carinho, é uma demonstração de amor. — pegou uma batata e comeu, indicando para ela fazer o mesmo.

— O que é amor? — questionou, imitando a Fada, porém, arregalando os olhos ao experimentar. — Por Siríso, isso é delicioso! — comentou, o que fez a fada rir baixo.

— Bem, amor... É o que você sente por uma pessoa que te faz muito bem. E você fica feliz ao lado dela, como se ela te completasse. É difícil explicar.

 

Delilah procurou vários exemplos, sempre se atrapalhando em descrever o sentimento, enquanto comiam as batatas. Mas uma coisa era certa; quanto mais descrevia o sentimento, mais seus pensamentos viajavam até Nova York, mais precisamente até John.
Quando terminaram, a Fada caminhou até o balcão e pagou a conta, recebendo mais um olhar duro da garçonete.

 

— Não olhe assim pra ela. — Sarah disse alto, apontando para a mulher. — Ela é minha amiga e eu não vou deixar você fazer ela ficar desconfortável.

 

E com isso, a venusiana caminhou para o lado de fora, puxando Delilah pela mão, sem esconder a sua raiva quanto a garçonete. Ao sair, recebeu novamente um golpe de ar frio, o que a fez cruzar os braços.

 

— Obrigada por isso, mas não é necessário, Sarah — disse, um pouco sem graça. — Lembra que eu disse que alguns humanos são ruins?

— Lembro e você disse que parava os humanos ruins — respondeu, ficando um pouco confusa. — Só fiz o mesmo.

— Você é encantadora, Sarah! — Delilah riu fraco, balançando a cabeça. — Já percebi que Nova York acaba de ganhar mais uma heroína! Está disposta a salvar as pessoas de humanos e Neo-Humanos ruins?

— Não sei. — Desviou o olhar, caminhando ao seu lado pela rua. — Tenho medo de só piorar as coisas.

— Sabe, quando eu cheguei aqui, era só uma garotinha de cem anos. Me fizeram passar por dores horríveis, mas meu único medo era o de machucar alguém. — Ela riu fraco, melancólica. — Depois que pessoas boas me encontraram, me ensinaram a lutar pelo bem e, aos poucos, fui me adaptando, até me sentir em casa. Você também vai conseguir.

— Espero poder ser como você um dia, Delilah. — Sarah fitou a garota, sorrindo fraco. — Não sei se me sairia tão bem se estivesse sozinha. Provavelmente alguém já teria se machucado bem feio.

— Você é forte e tem um bom coração. Só precisa aprender a controlar. Lembra do que eu disse sobre coisas delicadas? Os humanos são assim. — Segurou novamente a mão dela, enquanto caminhavam.

— Vou me lembrar disso — respondeu, acariciando novamente ao mão da Fada com o seu polegar. — Obrigada por me ajudar, Delilah. — Sorriu, embora seu sorriso fosse diminuindo ao ver um casal se beijando mais à frente. — Olha, ele está atacando ela! Temos que fazer algo!

— Não, não! Ele não está atacando! — Segurou a garota, impedindo que ela prosseguisse. — Eles estão se beijando. Quando duas pessoas se gostam, elas tocam os lábios um no outro. — Delilah deu um sorriso bobo, olhando para o nada. — É uma demonstração de carinho também.

— Entendi. — Ela assentiu, antes de ficar na frente da garota e se aproximar, juntando os seus lábios e, mais uma vez, sentindo o seu corpo esquentar. — Desse jeito? — perguntou após se separarem, mas sem se afastar tanto.

 

Delilah ficou paralisada por alguns instantes, enquanto piscava rapidamente, com o rosto quente como brasas. As duas se encararam por alguns segundos, enquanto uma brisa gelada balançava os seus cabelos.

 

— Mais ou menos — disse por fim. — Como posso dizer? Beijos são dados em pessoas mais especiais do que amigas. Eu... Eu realmente não sei explicar.

— Eu errei de novo, não foi? — Desviou o olhar, recuando alguns passos. — Desculpa, acho que eu realmente não devia estar aqui.

 

E com isso, Sarah levantou voo, quebrando a barreira do som alguns segundos depois, sumindo entre as nuvens.

 

— Ethos! — Delilah gritou, embora ela já estivesse desaparecido.

O casal olhou para ela, assustados, e a garota apenas sorriu para eles, antes de abrir as asas e subir alguns centímetros.

 

— Neo-Humana. Ainda não se adaptou. — Mostrou o distintivo da Nexus e suspirou. — Fiquem tranquilos e podem continuar. Boa noite!


***



A cidade estava calma apesar da confusão que a venusiana causou. Jones e Knoxx foram ao barzinho mais próximo da pequena base em St. Lawrence, onde havia música boa e doses fortes. O local estava sendo frequentado por alguns membros de gangues de motoqueiros e mais outros que foram beber apenas para esquecer os problemas.

Um grupo de homens jogava sinuca em um canto, enquanto outros davam em cima das garçonetes. Os agentes caminharam pelo bar, indo em direção ao fundo.

 

You Give Love a Bad Name, ótima música. — Knoxx comentou, enquanto seguia a Valerie até uma mesa mais afastada. — Há quanto tempo não saímos assim?

— Desde que a Jordan nos deu um diploma? — Franziu o cenho, pensativa. — Ou foi na semana do meu casamento? Quando eu subi na mesa, lembra?! Que vergonha!

— Aquela festa de casamento foi épica! — Sorriu, enquanto se lembrava. — Não acredito que você me jogou em cima do bolo.

— Eu queria destruir ele de qualquer maneira. A bruxa da mãe do Jasper fez como ela queria. Foi meu jeito de dizer obrigada. — Riu fraco, fazendo sinal para o barman preparar dois copos de uísque.

— Bruxa? Ela parece ser uma pessoa tão doce. — Franziu o cenho, antes de dar de ombros. — Sua sorte é que o bolo estava bom, se não eu teria ficado chateado.

— Tudo estava bom naquele dia. — Abaixou a cabeça, sorrindo fraco. — Bons tempos.

— Foram mesmo. — Ele assentiu, enquanto o barman se aproximava com as bebidas. — Devíamos fazer mais coisas desse tipo.

— Casar, ser jogado em um bolo de casamento ou encher a cara? — brincou, erguendo o copo.

— Encher a cara, com certeza. — Sorriu de volta, brindando com a mulher e virando o copo em seguida.

 

Não demorou muito para que os olhos de Valerie ficarem vermelhos e suas risadas, cada vez mais altas. Knoxx havia parado no segundo copo, já que estava dirigindo, mas ainda era divertido sair com a mulher na sua frente

 

— Sabe, às vezes eu tenho vontade de pegar o diretor Campbell e dar um belo soco na cara dele. Homem insuportável! Parece que ele me odeia. Sei lá. Sempre escondendo alguma coisa de mim.

— Talvez ele esteja escondendo uma gigantesca adega de bebidas velhas. — Knoxx a fitou, enquanto levava uma mão ao queixo. — Temos que procurar.

— Podemos fazer isso agora! — disse, se levantando. — Se uma garrafa tiver a idade daquele velho, teremos encontrado o néctar dos deuses.

— Nada disso, tá na hora de levar a minha bêbada favorita para casa. — Sorriu, também se levantando. — Teremos um dia cheio amanhã.

— Eu não quero! Sempre choro naquele quartinho apertado na base. — Fez um biquinho após virar o último copo.

— Quer ficar no meu apartamento então? — Ergueu uma sobrancelha. — Prometo que um dos quartos está arrumado.

— Se não estiver, vai ficar. E você dirige. Eu acho que não estou muito bem. — Colocou uma mão sobre o estômago, respirando fundo.

— Será que foi a mistura de tequila com uísque? Não sei, não sei. — O moreno deu de ombros, enquanto a puxava pela mão e a guiando para o lado de fora.

— Mike, Mike, Mike... Já disse que amo seu nome? — Sorriu, abraçando o agente de lado.

— Sim, Valerie, você diz isso toda vez que fica bêbada. — Riu baixo, antes de abrir a porta para ela ao chegarem no seu carro.

— Droga! — Ela riu, entrando no automóvel.


***



Delilah fitou o céu por alguns instantes, procurando pela alienígena. Ela, como possuía poderes eletrocinéticos, tinha acesso a uma habilidade conhecida como Estática, que basicamente servia para achar qualquer pessoa na qual ela já tenha encostado.

Ao encontrar a garota, deixou que uma corrente elétrica percorresse seu corpo, disparando para o alto, como um relâmpago. A estática de Sarah era inconfundível. Diferente de qualquer uma que havia sentido. Entrou em uma nuvem e observou a garota tremer de frio.

 

— Nunca mais fuja de mim, Ethos! — disse firme, fazendo a garota se encolher ainda mais. — Não! Não se assuste! Eu não estou brava, só preocupada. — Abraçou a garota, aumentando a temperatura do próprio corpo para aquecê-la.

— Mas eu te desapontei, não posso mais ficar com com você — devolveu, embora a abraçasse de volta. Podia sentir o mesmo calor que sentira com o último abraço de sua mãe, Serenya. — Venusianos são assim — disse baixo.

— Lembra que eu disse que agora você tem que fingir ser uma humana? — Sorriu, sem soltá-la. — Aqui, como em Zarydian II, existe o perdão. E eu vou perdoá-la quantas vezes você errar, porque isso não é sua culpa. Você é apenas uma criança aprendendo a caminhar com os próprios pés. E eu estou aqui para ajudar você. — Beijou a bochecha da alienígena, juntando suas testas em seguida. — Assim se beija uma amiga. Agora você já sabe. Não vai mais errar.

— Vou me lembrar disso, Delilah. Obrigada por cuidar de mim. — Sarah sorriu fraco, sentindo o rosto esquentar, enquanto imitava o gesto da Fada, beijando a sua bochecha esquerda. — Mas podemos descer um pouco? Não sei por quê, mas estou me sentindo um pouco tonta. Acho que o frio está afetando os meus poderes.

— Claro! Você deve estar sofrendo pela diferença atmosférica. A temperatura também não ajuda. — Ajudou a garota a chegar no chão, usando um raio como carona, enquanto a apoiava em seu ombro.

— Vem. Vou te apresentar uma amiga.

— Ela é que nem você? — perguntou, fitando a Fada. — Ou é igual a garçonete? Se for, prefiro ficar na rua.

— Ela é igual a mim. — Riu fraco, guiando a moça até um ponto de táxi, mas mudou de ideia, usando mais uma vez a eletricidade para se locomover até a cidade vizinha, Franklin. — Chegamos. — Sorriu, antes de bater na porta. — Srta. Robin? Cheguei!

— Quantas vezes vou precisar dizer para me chamar só de Robin?! — A moça gritou do lado de dentro, rindo fraco. — Bem vinda de vol...

— Essa é a Sarah e ela é uma alienígena! — Contou, animada, o que fez com que Robin, uma garota de estatura mediana e cabelos castanhos um pouco abaixo dos ombros, arregalasse os olhos, recuando um passo.

 

***

 

 

 

Ao chegarem na casa de Michael, Valerie franziu as sobrancelhas, fitando a bagunça. Blusas estavam espalhadas pelos móveis, assim como latas de cerveja estavam pelo chão.

 

— Mike, você não ia me levar para casa? Isso é um campo de guerra!

— Ei, nem está tão ruim assim! — Deu de ombros, revirando os olhos. — Só tem algumas coisas espalhadas.

— Eu nem ligo. — Deu de ombros, jogando a jaqueta do agente no sofá. — Só quero que me leve para a cama.

— Eu vou perdoar o duplo sentido dessa frase só por você estar levemente alterada. — Knoxx riu baixo, a puxando pela mão e a guiando até o quarto de hóspedes.

— Pervertido! — Deu um tapa no amigo, rindo baixinho. — Você é meu irmão de outra mãe! Posso até trocar de roupa na sua frente, olha. — Tirou a regata assim que entrou no quarto, revelando um sutiã de renda preto e ergueu as mãos, se exibindo. — Melhor do que muita garotinha de quinze.

— É, deve ser sim. — Ele desviou o olhar, levemente corado, mas não sem antes dar uma breve espiada. — Tá, até que você está melhor do que algumas garotinhas de quinze anos.

— Você também não é de se jogar fora, agente Knoxx. — Ela riu, sentando na cama e tirando os sapatos.

— Obrigado, Valerie. — O moreno riu baixo, enquanto caminhava até o armário e pegava uma coberta e alguns travesseiros, o colocando na cama em seguida.

— Mike? — chamou baixinho, escondendo os olhos marejados. — Fica comigo até eu dormir?

Knoxx franziu o cenho no primeiro instante, estranhando a súbita mudança de humor na companheira, mas ao notar a expressão no rosto da mulher, ele assentiu, sentando ao seu lado.

 

— O tempo que for preciso, Jones. — Sorriu fraco, a abraçando de lado.

— Será que um dia as coisas vão melhorar para nós dois? — sussurrou, encostando em seu peito.

— Vão sim, pequena. — Assentiu, beijando o topo da cabeça da mulher.

— Obrigada por sempre ficar ao meu lado. — Ela sorriu, se deitando em seguida.

— Sempre que precisar, Valerie. — O moreno sorriu, deitando ao seu lado.

Não demorou para que a agente, exausta, pegasse no sono. Ela se virou e abraçou a cintura de Knoxx, respirando profundamente. Com um sorriso fraco, ele se ajeitou na cama, acariciando os cabelos da mulher até que pudesse pegar no sono. Após meses de insônia, eles finalmente poderiam ter uma boa noite de sono.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram, não gostaram? Me deixem saber com um review de vocês ^^
Bjs e até sexta que vem ♥ o/



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