F.P.P.G. – Projeto Peculiar (Interativa) escrita por Harleen Quinzel


Capítulo 5
Capítulo 5 – One Try One Fail


Notas iniciais do capítulo

Oi, amoressss!
Capítulo novisco que demorei porque passei matade do dia tentando fazer uma capa no mínimo aceitável (o que não consegui), mas ele tá aqui, tá grande, tá dramático (quem sou eu sem drama), tá engraçado.
Anyway, espero que gostem!!!
XOXXO,
HQ



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Ainda era a terceira semana de treinamento, mas Roy já queria matar metade das pessoas, tanto da equipe quanto os “supervisores”. Dra. Sawyer todo santo dia fazia testes e exames laboratoriais; o General Davies usava eles como saco de pancadas, para fortalecer o caráter, segundo ele; Henshaw fazia um milhão de avaliações psicológicas e coisas do tipo, enquanto Shafiq operava a sala de simulação para que seus poderes se expusessem por conta própria. Então, sim, ele estava estafado.

Como se não bastasse, eles não estavam realmente criando laços de amizade, uma segunda família. Exceto, Daryl e Mark, que eram “bros” e Mark e Samantha, que discutiam todos os dias, como irmãos de cinco anos. Mas no geral? Todos evitavam estar no mesmo espaço, e aquilo era exaustivo.

Mas aquele era o dia de folga, o que significava que todos estariam na sala principal. E de fato estavam. Jesse e Daryl jogando algum jogo no videogame, Samantha em um canto do sofá, alternando seu tempo entre responder e-mails, atender chamadas sobre sua empresa e jogando algum jogo aparentemente cômico com Mark e Felícia, enquanto Elizabeth mexia em seu notebook.

— Posso jogar? – Ele perguntou, sentando perto ao trio, que ria escandalosamente.

— Deve. O certo é jogar com mais de três pessoas. – Samantha respondeu. – Aqui as cartas. É Cards Against Humanity. Mark, explica as regras. Vou pegar uma preta.

— Então, Roy, vou te chamar de Roy. – O personal começou. – Tem cartas brancas e pretas. As pretas são perguntas ou frases, e as brancas respondem ou completam. A resposta mais bizarra ganha. Cada rodada um de nós pega uma carta preta, enquanto os outros três respondem. A pessoa que pegou a carta preta escolhe a resposta mais absurda. Por exemplo, na rodada passada, a carta preta era “____+____=_____”, e Sam respondeu “Nazistas + Jeitinho Brasileiro = Filmes Pornográficos Baseados em Harry Potter”. Entendeu?

— Meu. Deus. De onde vocês arrumaram esse jogo? – Roy riu, não realmente querendo uma resposta.

Eles jogaram por algumas rodadas, rindo como hienas, segundo Felícia, até Mark convencer todos a participar, dizendo que era para integração do grupo. E realmente estavam, pela primeira vez nas três semanas que passaram juntos.

Roy descobriu que Mark era paciente e podia ensinar a mesma coisa um milhão de vezes, como se fosse a primeira. Que Felícia era persuasiva e sempre tinha uma resposta afiada para as cantadas de Mark. Jesse era desatento e desastrado, derrubando suas cartas várias vezes, apesar disso, era muito inteligente. Nada que se comprasse a Elizabeth, que além de superinteligente, em um nível Einstein, era perfeccionista e cabeça-dura. Daryl era um misto engraçadíssimo de sarcasmo e educação, enquanto Samantha mudava de humor rapidamente e a maioria de suas frases soavam com ambiguidade. E eles estavam, de fato, se divertindo. Isto é, até cinco minutos atrás.

No momento eles estavam se equipando. Uniforme próprios, coletes a prova de balas, capacetes, óculos de visão noturna, armas. Sim, ele estava surtando. Conseguia sentia as palmas de sua mão suando intensamente, a adrenalina correndo em seu corpo. Principalmente com a única explicação oferecida sendo “Tivemos uma emergência, vamos mandar vocês para o campo. ”. Nada confortante.

— Soldados. – O General chamou, dirigindo a atenção para ele. – Nós tivemos uma emergência no campo, e vamos precisar mandar vocês. Sei que a maioria ainda não sabe sua habilidade, mas prestem atenção a sua volta. Isso não é uma simulação. Seu alvo é Alexander Nygma, tragam-no de volta vivo. Schonell, você vai liderar e prestar atenção em algumas ordens que vou dar pelo comunicador. Entendido?

— Sim, senhor.

— Ótimo, voltem seguros.

ɸ

Dizer que estava nervoso era algo extremamente legal e mínimo comparado a sua situação atual. Daryl estava, na verdade, surtando. Não que ele não soubesse que logo estaria nessa conjuntura, ele só esperava que pudesse atirar sem errar quando a hora viesse.

— Então, knock knock. — Ele disse, em alto e bom som, fazendo os seis se virarem para ele. Às vezes humor como mecanismo de defesa era uma merda, pensou.

— Como? – Elizabeth indagou, parecendo incrédula que ele estava realmente fazendo uma piada.

— O certo é “Quem é”, não “como”.  – Mark resmungou.

— Eu sinceramente não estou acreditando em vocês! – Felícia exclamou.

Os quatro começaram uma discussão completamente sem sentido, deixando ele, Jesse e Samantha quietos, do lado oposto ao que eles estavam. A empresária tinha a cabeça apoiada na parede da aeronave, de olhos fechados, parecendo estar cansada ou pensando, e o estudante observava a discussão.

— Você deveria parar eles, sabe? Ou pode acabar te dando problemas quando chegarmos, coisas relacionadas a raiva e tudo mais. – Sam murmurou para Roy.

— Como sabe disso? – Jesse indagou, curiosa.

— Eles são iguais aos membros do conselho. Discutindo o tempo todo, sobre coisas desnecessárias, que não vão dar em nada. A única possível consequência sendo atrapalhar a performance. – Ela respondeu. – E no nosso caso, já não temos isso muito garantido.

— Você está certa. – O garoto suspirou. – Ei, gente! Não tem sentido nenhum discutir agora. Vamos pousar logo.

E ele, surpreendentemente, foi obedecido pelos quatro. Não que Daryl não fosse parar, mas sabia que era uma discussão fundada em nervosismo do momento. O italiano só queria parecer calmo como Samantha e Jesse pareciam estar, no olho da tempestade.

— Estamos pousando, sr. Schonell. Prepare sua equipe para sair assim que alcançarmos o chão. – O piloto avisou.

ɸ

Felícia não se sentia daquele jeito há séculos. Nós no estômago, hiperventilação, boca seca. Ela conhecia a sensação, conhecia tão bem quanto conhecia seus livros. Não queria se sentir desse jeito. Foi como ela se sentiu quando entreouviu a conversa de seu pai e um policial, notificando sobre a morte da sua mãe. Não era justo.

— Ok, pessoal. O General disse que nosso “alvo” está aqui, três quilômetros ao norte. – Roy falou. – Vamos nessa!

Roeen parecia nervoso e entusiasmado, o que, talvez, tenha servido somente para piorar os nervos da loira. Ela não ia mentir para a própria consciência: Roy parecia ser um bom líder, natural, mas uma parte dele duvidava que ele poderia dar a ordem para matar alguém, se viesse a hora, mas aquilo não importava no momento. Eles caminharam por uma estradinha de terra até chagar aos arredores da uma cidade com belos arranha-céus e rico em cores.

— Sério? – Samantha resmungou. – De todas as cidades dos Estados Unidos é óbvio que tinha que estar aqui.

— Não é Nova York, é? Todos os filmes de tragédia se passam em Manhattan. – Jesse constatou.

— National City, olhe o Sol brilha mais forte. – A morena respondeu.

— Como você sabe? – Felícia se ouviu perguntando.

— Você está vendo aquele prédio ali? – A empresária indagou, apontando um dos prédios, recebendo um aceno positivo de todos. – Ali é minha empresa.

— Oh. Você vai passar lá depois? – Mark questionou.

— Duvido que Davies permita. – Ela replicou. – De qualquer forma, qual dos galpões?

— O número três, sete ou quarenta e nove. – Roy encolheu os ombros. – Vamos nos dividir. Mark e Sam, vocês checam o quarenta e nove. Felícia, Daryl e Elizabeth, o sete. Eu e Jesse checamos o terceiro, ok?

Todos acenamos positivamente e nos dispersamos. Nos dividir foi capcioso, checaríamos mais rápido, mas a maioria de nós não sabia o que podia fazer. Os três andavam até o sétimo galpão, claramente tensos. Felícia sabia que, assim como ela, Daryl e Elizabeth estavam divididos. Um lado queria encontrar Nygma para, talvez, descobrir o que podiam fazer, mas também não tinham certeza do que encontrariam.

O exterior do galpão não valia vinte dólares, se a perguntasse, mas sabia que essa era a intenção. Daryl abriu a porta e contemplou o espaço a sua frente. O local fedia muito, mas não um fedor de morte, como esperado. O galpão estava semivazio, contendo somente alguns equipamentos de laboratório novos e algumas caixas vazias.

Nessa hora alguém gritou. Felix, Daryl e Liz saíram correndo do armazém em que estavam, dando de cara com Roy e Jesse na hora. Roeen gritava em seu comunicador, tentando falar com Sam e Mark, enquanto corriam. Felícia pôde sentir seu corpo mais pesado, e seu rosto cada vez mais próximo ao chão.

— Você é um leão? – Jesse berrou, olhando em sua direção.

Felícia tentou perguntar se ele estava maluco, mas a única coisa que saiu de seus lábios fora um rugido. Um leão. Quem diria? Ela tentou correr ainda mais rápido, gesticulando para os quatro subirem em seu lombo, alcançando o galpão quarenta e nove em poucos segundos.

O cenário era caótico. Mark arrastava uma Samantha parcialmente inconsciente para um local seguro, enquanto fugia de tiro. O homem, que ela presumiu ser Alexander Nygma, estava parado, em choque, abrindo e fechando a boca.

— Jesse, Liz, ajudem o Mark! Felícia, Daryl, vamos pegar o cara!

Felix, Roy e Daryl rumaram em direção a ele, a loira, chagando antes, colidiu no careca com toda a sua força. Aproveitando sua forma de leão, ela o segurou no chão, esperando seus companheiros.

Quando ela virou para o lado, para checar se eles estavam chegando, sentiu algo perfurar o espaço entre suas costelas, o sangue quente jorrando para fora de seu organismo. Seu corpo diminuiu e ficou mais leve, voltando a sua forma normal.

— Seus amigos não vão vir, garota. Eles estão salvando as próprias vidas. – O homem zombou, arrumando seu terno.

Felícia sabia que tinha perdido muito sangue, já que começou a se sentir tonta. Tentou rolar para o lado, somente para ser chutada por ele, no mesmo lugar que a feriu. A loira sentia sua consciência saindo cada vez mais de seu controle. Ela conseguiu ficar acordada o suficiente para ver Sam chegando perto de si, apontando a arma para Nygma, Roy gritando alguma coisa.

Depois veio a escuridão.

ɸ

Sam piscou e estava no corpo dele, Alexander Nygma. Não reconheceu o nome dele, fato, mas se lembraria daqueles olhos cinzentos e vazios sempre. Nygma foi um companheiro de negócios de seu pai por anos, até que ele quis desenvolver algo que cruzava a linha moral de Aldebaran Black.

Quando ele entrou no armazém que ela explorava com Mark, a morena concentrou sua atenção nele, tentando descobrir o que se passava na mente dele. E piscou alguns segundos depois. Quando abriu os olhos, estava do outro lado do cômodo, olhando para seu corpo, inconsciente no chão. Ela assistiu enquanto Mark puxou seu corpo para longo, e tentou formular uma frase que soasse coerente.

Antes que pudesse falar algo, drones invadiram o galpão e começaram a atirar em Mark e no seu corpo. Ela gritou o mais alto que pode. Os cinco chegaram logo em seguida, isto é, presumindo que Felícia fosse aquele leão, que pulou nela. Quando abriu os olhos novamente, estava de volta eu seu corpo.

Se levantou, observando a luta se desdobrar diante de seus olhos, vendo, mais longe, Nygma apunhalar a loira, que voltou ao seu corpo normal. Sam correu até o local, destravando sua arma. Pôde ouvir Roeen gritando para que ela não o matasse, mas estava focada no homem. Ele ergueu seus braços, com a faca segura entre as duas mãos, e desceu, mirando no coração da loira. Disparou a arma sem sequer dar contar, tentando estacar o sangue de Felícia.

Os drones pararam de atacar e caíram no chão, como se estivessem conectados a Alexander. Roy, Mark, Daryl, Jesse e Elizabeth correram até onde ela estava. Todos estavam machucados, com cortes.

— O que você estava pensando? Você matou aquele cara! – Roy bronqueou, rangendo.

— Eu estava tentando salvá-la! O que vai ser impossível se não a tirarmos daqui. – Ela se ouviu rosnando para o garoto. – Diga para o Davies que vamos leva-la para o National City General Hospital, depois voltamos para a base.


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