Chances. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 18
Capítulo 18 - Não Julgue.


Notas iniciais do capítulo

Estou há horas tentando postar esse capítulo, mas, o pc da minha mãe insistia em apagar o conteúdo dele, então me amem muito por conseguir, e perdoem os possíveis erros.

Hey gente, estou pensando em fazer um especial de natal em Chances dezembro, mas, para isso acontecer espero que consigamos atingir a meta de 15 comentários nesse capítulo, e que em cada um desses (para comemorar os 100 comentários da fanfic) vocês deixem uma perguntinha sobre mim ou sobre a fanfic, a qual vou responder no meu canal do youtube!

Capítulo dedicado a "carolina" que fez a segunda recomendação da fanfic, e foi linda demais, obrigada!

Boa Leitura!



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Ponto de vista: Carlie Biers.

Os olhos dele eram de um azul que eu nunca vi antes. Eram magnéticos, intensos e chamativos. Os mesmos combinavam perfeitamente com a pele pálida, torneada por cabelos negros curtos e lábios atrativos. Sua postura de bom moço era fascinante e suas expressões sérias só o tornavam mais cativante. E enquanto eu me lembrava de sua aparência junto com seu comportamento um sorriso leve se formava em meu rosto.

  No corredor da minha casa, eu me encontrava encostada em uma das paredes, tocando meus lábios, agora me recordando do exato momento em que beijei sua bochecha. Não estava me reconhecendo tão boba assim, mas, a verdade é que eu senti algo diferente sobre aquele estranho tão nobre. Não foi só atração física como com a maioria dos caras, foi algo mais, ao passo que o fitava sentia algo indecifrável.

Ia continuar com tal encantamento, então me toquei que era besteira, tanto por eu não conhecê-lo, quanto por ele ter deixado claro que era comprometido. Eu também sou, e por mais que não pareça sou fiel a essa relação. Me limito a suspirar, e guardar esse desejo sórdido e essa curiosidade imprópria em algum lugar escuro da minha mente e finalmente vou fazer o que tinha intenção desde que vim para esse corredor.

 Bati duas vezes na porta do quarto de Liam, que gritou um “entre”. Meu irmão estava esparramado pela sua cama King Size, assistindo um filme na sua enorme TV de plasma — que provava que Forks não era tão atrasada quanto ele pontuava. — me aproximei e sem hesitação me joguei ao seu lado. Estava uma bela noite lá fora, e eu podia aproveitar para ir a pousada Hale me divertir no bar de lá, mas, eu preferia dar algum apoio a meu irmão, a quem eu sabia estar odiando toda essa mudança.

—Sabia que há um mundo divertido lá fora, do qual você está se privando ficando aqui trancado? — debocho de modo implicante e Liam revira os olhos.

—Desculpe se nem todo mundo ama a vida caipira como você. — retruca com talento.

—Então é isso que fará durante todo seu tempo aqui? Ficará reclamando sobre como odeia isso tudo? — questiono arqueando uma sobrancelha e ele desliga a TV antes de se virar para mim com irritação.

—Eu não odeio Forks. Odeio o fato de termos que nos mudar para cá. — aquilo deveria ser uma defesa.

—Você é um mimado, sabe disso não é? Qual é Liam! Nossa mãe cresceu aqui, e você sabe, ela sempre nos conta como era divertido e sobre o tanto de coisas que ela aprendeu vivendo nessa cidade. Há tantas lições, e momentos dela que podemos levar em conta...Só...Pare de reclamar sobre estar aqui, e aproveite as partes legais sobre a experiência. Eu estou aqui, e bem disposta a te ajudar a cometer algumas loucuras. — lhe comunico disso como uma boa irmã mais velha faria.

—A mamãe está tensa. — revela, querendo tirar todo foco da conversa dele, e eu suspiro.

—É lógico que está; Com a mudança, os cuidados com o Haras, a preparação para festa. — resumo o que acho sobre isso e Liam me olha com deboche.

—Agora é minha vez de dizer qual é! Carlie, você não é burra, e muito menos sonsa...Vai me dizer que nunca se perguntou porque a mamãe foi embora daqui para NY? Aquele papo sobre amor impulsivo pelo papai é conversa fiada. Ninguém que um dia disse amar tanto essa cidade fugiria assim, okay? É, você está certa, Forks pode ter dado momentos maravilhosos a ela, mas, estar aqui, também deve causar más memórias. No fim, acho que a mamãe está lidando com essa mudança tão mal quanto eu. — aquele adolescente não deveria ser tão maduro e esperto.

—Não é da nossa conta, é? — indago séria e é sua vez de suspirar.

—Está tentando me convencer disso ou se convencer? — questiona com uma expressão de tédio. — Se quer saber, acho que você está usando muito essa tática para resolver seus problemas. — me diz e eu o olho questionadora. — Casar com Jacob Black? É sério? Está querendo provar o que com isso? Que é uma adulta? O cara é um saco, Carlie, você está cometendo a droga de um erro. — meu irmão mais novo diz isso me fitando com repreensão.

—Só diz isso porque seu grande sonho é que eu ficasse com Owen. — resmungo frustrada, por não receber seu apoio.

—Não desejo um relacionamento com você nem para o meu pior inimigo. — sua zombaria faz com que eu fique incrédula. — Você tem ótimas qualidades, mas, ser uma boa namorada não é uma delas. Você nunca se preocupa em saber como a outra pessoa se sente em relação as suas decisões. E quando raramente se dá ao trabalho de fazer isso, não se importa, se o que ela sente não for o que você quer que ela sinta. — fala como se fosse obvio.

—Não acredito que estou recebendo lições de moral de um pirralho. — reclamo, mas, ele me ignora.

—Quer um exemplo? Por que Owen está passando suas noites na pousada Hale, ao invés de usar o quarto que tem aqui? Porque você quebrou o coração dele aceitando se casar com Jacob e nem se deu ao trabalho de deixar claro que sente muito. Você quer deixar a opção  em aberto, caso o lance com o Black não dê certo, você fala tanto sobre gostar de correr riscos, mas, não está cometendo nenhum, porque você está pulando no mar revolto com uma boia na cintura, e essa boia é o Owen. Se sabe que nunca vai o querer por que simplesmente não o deixa ir? — a forma firme como ele dá seus argumentos faz com quee u me sinta intimidada.

—Porque eu sou egoísta. — admito, e Liam não discorda.

—E não te incomoda admitir isso? — me questiona sério.

—Serei uma pessoa terrível sem disser não? — questiono fazendo uma careta e ele revira os olhos antes de me puxar para seus braços e beijar meus cabelos.

—Não! Seria a minha irmã. — sua resposta quase me faria sorrir, isso se eu não sentisse culpa pelo que ele tinha acabado de destacar. Enrosco minhas pernas nas deles e o abraço mais, ouvindo agora seu riso. — Folgada. — resmunga com diversão e de forma leve me dá um chute.

—Crianção. — reclamo e devolvo o chute. Em resposta isso ele me empurra para o lado e começa a fazer cócegas em mim enquanto eu tento socá-lo, o que é em vão, porque Liam é muito mais forte que eu. Ele gargalha das minhas tentativas e coloca seu peso sobre mim. — Você é um idiota. — acuso e ouço um gritinho infantil soar da porta.

—Vocês estão se divertindo sem mim? Seus traidores. — Tommy briga conosco e em questão de segundos também se joga na cama, e para seu azar, acaba se tornando nossa vítima.

Isso porque Liam me soltou e deixou que eu começasse a brincar com nosso irmão caçula.

Já cansado e vermelho das minhas cócegas, Tommy implorou pela ajuda de Liam, que para fazer isso me agarrou pela cintura e me jogou para o outro lado do colchão, enquanto eu os encarava indignada.

—Isso vai ter vingança. — avisei fingindo fúria e me levantei, ficando em pé na cama, pegando um dos travesseiros e jogando contra Liam, que me olhou sem acreditar em minha ousadia. Em questão de segundos ele também estava armado com um travesseiro e o batia contra mim sem pena.

Gritei quando ele se levantou também e me jogou em seus ombros como se eu fosse um saco de batatas e Tommy se limitou a rir muito.

—O. que. É. Isso? — ouvimos uma voz firme indagar da soleira da porta e em nossas posições nada convencionais encaramos Isabella Biers nos fitando indignada por nossa bagunça. Olhei para ela tentando ficar séria, mas, não aguentei, simplesmente comecei a gargalhar.

Papai surgiu ao Aldo dela e fitou tal cena com diversão, mas, não falou nada.

—Achei que só tivesse uma criança em casa; Estava enganada. — ela diz tentando soar frustrada.

—Qual será nosso castigo? — quando Tommy indaga aquilo, Liam e eu fazemos sons decepcionados.

—Bem... — ela começa, então agarra um dos travesseiros que está no chão, e o fita como se estivesse pensando.  — Tentem me vencer, perdedores. — é o que ela diz antes de acertar o travesseiro em Liam fazendo com que ele me solte.

—Isso mãe! Mulheres no poder. — é o que grito antes de ser acertada por uma almofada de carrinhos. Olho para quem me golpeou e me surpreendo com meu pai. — Okay, Jasper, você vai me pagar. — deixo isso claro.

Depois de uma hora daquela brincadeira, nos encontrávamos os cinco largados pela cama de Liam, soltamos resmungos de cansaço e murmúrios de dor.

—Oh, sinto como se estivesse bêbada e nem aproveitei a parte boa que é encher a cara. — comento com deboche e em resposta a isso, minha mãe usa o resto de suas forças para empurrar meu ombro.

—Acho que já sei o que vou pedir de presente de natal. — Liam comunica isso e mesmos em ver seu rosto bem, posso supor que ele está sorrindo.

—Uma família  normal? — questiono e todos riem.

—Mais travesseiros. — é sua resposta nada normal, e as risadas só aumentam.

—Também sei o que quero de natal. — Tommy comenta, e quase posso adivinhar que é um cavalo.

—O que é querido? — mamãe perguntou e dependendo do que fosse, sabia que ela moveria céus e terras para conseguir para ele.

—Que a minha família continue sendo a melhor de todas. — sinto meus olhos marejarem com aquela declaração, e acho que alguém sabe que estou assim, pois sinto uma caricia carinhosa em meu cabelo, levanto a cabeça e dou de cara com a expressão amorosa do meu pai.

—Amo vocês. — deixo isso claro e todos dizem:

—Também te amamos Carlie.

Egoísta ou não, eu sabia que por aquelas cinco pessoas ali presente faria qualquer coisa. Somos a melhor família de todas realmente. Não porque somos perfeitos. Mas, sim, porque aceitamos a imperfeição do outro.

[...]

   Alisava a crina de Leal de forma suave e ele ronronava apoiando totalmente o carinho. Hoje quando acordei, decidi de forma firme que iria o visitar. Da última vez que o vi, o mesmo protagonizou um espetáculo de irritação quando se deparou com Edward, acho que precisava de algum apoio da minha parte. Então, desobedecendo o pedido de minha mãe de não correr para esse estábulo sempre que quisesse cá estava eu.

Ouvi passos atrás de mim, mas, não me dei o trabalho de me virar.

—Você é atrevida, não é mesmo garota? Depois da forma como te tratei da última vez que te vi, ainda ousa vir aqui. — reconheci o tom desdenhoso da Cullen mais velha e um sorriso de lado apareceu em meu rosto.

—Pode acreditar, nenhuma palavra dura vindo de você me impedirá de cuidar desses cavalos que estão praticamente abandonados. — A enfrento de modo divertido, e só agora a mesma parece me olhar de verdade.

Isso porque me observa com as sobrancelhas franzidas em uma quase careta. Parece desconcertada de um jeito que não deveria ser típico dela.

—Temos Alice para fazer isso. — quando se recompõe de seu estado suspeito de antes retruca.

—Alice cuida deles porque é paga para isso, eu cuido porque os amo. — digo a verdade por mais clichê que soe.

—Entendi o recado mocinha, você não é uma cuidadora de cavalos como meu filho e todos supomos naquele dia. — comenta com um tom amargo, cruzando os braços e mantendo uma postura superior em seu traje caro.

—Não. Não sou. — não me preocupo em ser rude quanto aquilo. — Mas, se fosse não me envergonharia, é patético achar que uma droga de posição muda quem somos, ou altera o modo como devemos ser tratados. Minha mãe era uma empregada, e se transformou na dona de tudo logo depois, e nunca em todo esse tempo a vi ser mesquinha, então pode acreditar tenho um bom exemplo de que dinheiro e status não são tão importantes quanto parecem. — discurso, continuando a cuidar de Leal, que parece não gostar nenhum pouco da presença de Leal.

—Poderia pedir uma ordem de afastamento na delegacia daqui para que você não chegasse perto da minha propriedade. — ameaça e eu gargalho. Apreciando sua tentativa.

—Okay, talvez posições sociais influenciem em algo aqui em Forks.  — admito com certo desdém. — Então, se você tentar fazer isso o delegado irá rir da sua cara quando dizer que pretende processar Carlie Biers. Isso porque, foi meu pai que reformou a delegacia ano passado. — lhe conto de modo divertido.

—Se você é uma Biers...Você é filha do rapaz, Jasper...E consequentemente de Isabella. — faz toda adivinhação e ri com escárnio. — É claro! Petulante desse jeito só podia ter saído de uma mulher como ela. — gargalhei mais, me lembrando que meu pai falava que minha mãe costumava ser terrível na minha idade, mas, diz que nem se compara a mim.

—Uau o amor que você demonstrou ao falar dela foi tocante. — zombo e de modo automático prendo as rédeas de Leal em uma das cercas do estábulo. Logo Alice, com seu dom de surgir repentinamente viria buscá-lo.

—É. Não fomos melhores amigas tempos atrás. — concorda e eu me limito a conter minhas risadas agora.

   Olho para ela, com vontade de perguntar sobre a última vez que estiveram aqui, mas, de alguma forma meu coração me alertava que eu não deveria saber aquilo, então o que fiz foi suspirar e decidir que era melhor sair dali.

—Sua risada. — escutei essa frase quando estava prestes a abandonar a mulher ali, e me virei na sua direção com surpresa. Ela tinha uma expressão nostálgica no rosto. — Ela parece com a do meu filho...As covinhas e a capacidade de se divertir com pouco, na maioria das vezes zombando das pessoas. Ele tinha isso. — assume uma postura quase machucada e eu engulo a seco.

—Não conversei muito com Edward, então não  ouvir rir...De qualquer forma, não sei se consigo imaginar alguma semelhança no riso dele e do meu. — comento hesitante.

—Não estava falando sobre Edward, mas, sim sobre meu filho mais velho Emmett. — conta de um jeito sério, e eu arqueio uma sobrancelha.

—Ele também veio com vocês? — não que eu quisesse conhecer mais algum homem da família Cullen, mas, sua última frase me deixou curiosa.

—Emmett morreu em um acidente, quando tinha dezesseis anos. — me comunica com os olhos verdes brilhando de dor, a encarei sem saber o que dizer. O que é uma coisa surpreendente.

Não queria dizer que sentia muito.

É o que todos dizem.

Não sou igual a todos.

—Se ele tinha mesmo meu sorriso, ele deveria ser lindo. — decido quebrar o momento tenso com aquela brincadeira, e me surpreendo ao escutar um riso leve vindo dela, que não devia ser usado sempre pela mesma.

—Ele era. Emmett era incrível. O melhor filho que eu poderia ter. — fala e de forma rápida, enxuga uma lágrima solitária que havia deslizado por sua bochecha.

   Não é preciso de muito para que eu sabia que ela não deve ser tão sincera assim com ninguém habitualmente.

—Edward deve ter sofrido muito. — não sei por qual razão, mas, o homem de olhos verdes aparece em minha mente e resolvo mencionar isso.

—Como? — ela não compreende.

—Quando o irmão dele se foi. Eu tenho irmãos, e eu sei a conexão que estabelecemos um com o outro, essa dependência de orgulhá-los, e não deixar o mundo quebra-los da maneira mais cruel...Eu só posso imaginar como deve ter sido difícil para ele, ter que aceitar que uma pessoa que era extremamente importante para ele não faria mais parte de sua vida. — desabafo me sensibilizando.

A mulher me olha um tanto atordoada.

—Sim...Nunca havia pensado por esse lado.  — revela de forma verdadeira.

—Ao que parece, você é se preocupa mais com os desconhecidos, do que com aqueles que te cercam...Essa dor, deve ter deixado alguma cicatriz no Edward, e o fato de que você nem ao menos ter parado para pensar nele sobre isso, dá entender que você não faz a mínima ideia de onde esteja. — concluo, e então suspiro. —Mas, eu entendo você, de alguma forma. É egoísta, não é? Eu também sou, e acho que somos tão sórdidas com esse defeito que nem podemos reconhecer a dor da outra pessoa, porque estamos mais preocupadas em exaltar a nossa. — agora sou eu que não entendo porque estou sendo tão receptiva com ela. 


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Notas finais do capítulo

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