A Magia Além das Palavras escrita por Min Green


Capítulo 8
Capítulo 8




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—Eu finalmente te encontrei -ele diz e me abraça.
—Você está bêbado ?- digo me soltando de seu abraço.
Começo a correr dele, quando sinto mãos me puxarem pela cintura, me virando.
—Você não se lembra de mim? -ele pergunta- Liatris sou eu, Marvin.
—Eu não te conheço -digo- me solta.
Ele me puxa para mais perto, então sinto seus lábios pousarem sobre os meus.
De repente sinto milhares de sensações ao mesmo tempo. Me lembro de meu pai, de minha mãe, de Caliandra, de Kai, de Iris, de Marvin, da biblioteca, de minha casa, de tudo.
Depois de algum tempo me separo de Marvin e abro meus olhos.
—Como eu senti sua falta Marvin -digo o abraçando.
—Eu te procurei em todos os lugares possíveis, e você estava ao meu lado esse tempo todo.
Me separo de Marvin e olho para trás, Derik estava parado me observando.
—Rose -ele fala lentamente.
—Derik, o que foi? -pergunto e ele sai correndo.
—Rose ? -Marvin pergunta- quem é ele Liatris?
—Depois eu te falo.
Saio correndo a procura de Derik, onde ele estaria? O lago, ele devia estar lá.
Corro até o lago e vejo Derik sentado na grama.
—Derik, por que você saiu daquele jeito? -pergunto me sentando ao seu lado.
—Você ainda pergunta? -ele diz- você sabe o quanto é ruim você ver quem ama, com outra pessoa? Machuca mais, que cem facas te perfurando.
—Derik eu não sabia que você sentia isso por mim -digo confusa- mas agora que descobri quem eu sou, eu posso te deixar em paz.
Digo isso e corro em direção ao centro, eu estava descida, que iria embora hoje.
Chego lá e Marvin está sentado em um banco.
—Marvin, me leva para casa, por favor -peço.
Lágrimas escorrem por meu rosto, eu não queria deixar Elora, Ian e Derik para trás. Mas era necessário.
—O que aconteceu ?-ele me pergunta.
—Nada, só me leva para casa.

***

Meus pés pisa em Setra novamente e sinto a brisa fria, que me recebe como um abraço. Olho para Marvin, ele estava me encarando.
—Sentiu falta daqui? -ele pergunta.
—Sim, muita.
—Todos sentiram sua falta -ele diz sorrindo- mas agora você voltou.
Observo o palácio, ele estava quieto como de costume, as cortinas do corredor abertas e com quase todas as luzes apagadas, exceto os postes do jardim.
—Eu tenho que ir Marvin -digo andando em direção ao vilarejo de prestadores- obrigada.
—Obrigado a você -ele diz com um sorriso tímido no rosto.
—Pelo o que? -pergunto.
—Por voltar para mim.
Vou até ele e o abraço, Marvin era realmente uma pessoa incrível. Me separo dele e volto a rumar meu caminho.
—Então... Até amanhã -escuto sua voz .
—Até amanhã -digo me virando e voltando a andar.
O vilarejo está imerso em silêncio, que é possível escutar o canto dos grilos e o piado das corujas. A floresta está escura, com a névoa brincando entre as árvores.
Chego em minha casa, ela parece diferente, mas continua com o mesmo ar acolhedor de sempre. Me dirijo até a porta e dou algumas batidas de leve.
—Já vai -escuto a voz de meu pai.
Ele abre a porta e me olha com os olhos arregalados e a boca aberta.
—Liatris ? É você mesma filha? -ele diz pausadamente- não pode ser.
—Pai sou eu -digo.
Ele corre em minha direção e me abraça, a como eu sentia falta daquele abraço.
—Filha onde você esteve esse tempo todo? Eu senti tanto a sua falta.
—Eu também -digo o abraçando.
—Vamos entre, eu fiz sopa -ele diz apontando para dentro de casa.
Entro e sinto um cheiro familiar, cheiro de casa. Uma mistura de amor, carinho, e um toque de canela.
—Liatris você reparou que a casa está diferente? -meu pai pergunta- depois do grande incêndio, o marechal Gamaliel reconstruiu toda a vila.
—Que gentil da parte dele -digo reparando em alguns móveis novos.
—Filha eu consegui recuperar algo do incêndio, e acho que pertence a você.
Meu pai se levanta e vai em direção a uma estante, que tinha no canto da sala. Ele pega em uma das prateleiras uma pequena caixinha e entrega em minhas mãos. Era o anel de noivado de minha mãe.
—Eu o achei e guardei, na esperança de você voltar para casa -ele diz com um sorriso fraco.
—Obrigada pai, muito obrigada mesmo -digo e o abraço.
—Então, você quer sopa? -ele pergunta.
—Claro, sua sopa é a melhor pai.
Vamos até a cozinha e encho uma tigela com sopa e me sento na mesa.
—Então, onde você estava esse tempo todo? -meu pai pergunta se sentando.
—Longa história pai.
—Tudo bem, mas então como voltou para casa?
—Eu encontrei Marvin -digo- ou melhor, ele me encontrou.
—Quando começou essa amizade?- ele pergunta com uma voz desconfiada- que eu me lembro vocês não eram amigos.
—Não sei, mas pai ele é uma pessoa incrível -digo me lembrando de Marvin.
—Uhmm, sei então vocês são "AMIGOS" ? -ele diz fazendo aspas com os dedos.
—Sim pai, SÓ amigos.
Termino de comer e ando em direção ao corredor.
—Abra essa porta -diz meu pai apontando para uma da portas.
Atrás da porta havia um quarto com as paredes em um tom de lilás e mobília branca.
—Caliandra que escolheu tudo, ela me disse que lilás era sua cor favorita -meu pai disse sorrindo- ainda tínhamos esperanças de você voltar.
—Eu amei -digo dando pulinhos.
—Então descanse minha pequena, você deve estar com sono.
Despedi de meu pai e entrei no quarto, Caliandra realmente me conhecia bem.
Me jogo na cama, do jeito que estava, e fecho os olhos. A como eu estava com saudades de casa, agora tudo voltaria ao normal.


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