Neighbors or Lovers? escrita por RafaChase


Capítulo 22
Chocolates, notícias e decepções.


Notas iniciais do capítulo

Só peço mais uma vez desculpa pela demora. Se preparem pq esse capítulo vai abalar muitos corações!
Obs: retirei um trecho de O Sangue do Olimpo e coloquei nesse capítulo, pq achei que combinaria com a situação.
Espero que gostem!



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POV Annabeth:

— Hum... - falei saboreando aquele gosto maravilhoso.

— Qual o sabor? - Percy perguntou sorrindo.

— Chocolate com nozes.

— Ok, minha vez! - ele falou empolgado.

Então pegou um dos chocolates que estavam na caixa e jogou dentro da boca. Porém, pela cara que fez, não gostou do resultado:

— Argh! É apimentado! - Percy gritou e saiu correndo para beber alguma coisa.

Comecei a gargalhar, acompanhando-o em seguida até a cozinha.

— Água!! - ele falou abrindo a geladeira e despejou o conteúdo das garrafas na sua boca. Porém, pela cara que fez, não obteve êxito.

— Annabeth! - gritou desperado, o que me fez rir mais ainda - Não está adiantando!

— Bebe... leite! - falei respirando com dificuldade. Logo envolvi minhas mãos em minha barriga, que agora estava dolorida de tanto rir.

Assim que bebeu, ele se acalmou e me encarrou aliviado.

— A idéia foi sua. - dei de ombros e voltei pra sala ainda com um sorriso nos lábios.

Depois de alguns segundos, ele deitou no sofá ao meu lado.

— Tudo bem, eu sei que foi idéia minha, mas eu não imaginava que realmente existisse esse sabor!

— Agora que você descobriu, com certeza vai ficar com trauma de chocolate. - falei apertando suas bochechas.

— Não, eu sou forte - ele falou sorrindo.

— E é por isso que eu gosto de você... Cabeças de Alga não desistem fácil! - afirmei acariciando seu rosto.

— E você, quer que eu diga todas as razões de eu te amar? Porque se a resposta for sim, vou logo te avisar que você não vai embora daqui tão cedo. - ele sussurou me puxando para si.

— Pode começar - falei me aconchegando em seus braços fortes.

E eu realmente só sai de lá quando começou a anoitecer...

Logo depois, atravessei a rua e cheguei em casa .

As palavras de Percy estavam bem vivas na minha mente, o que colaborava para meu bom humor naquela segunda feira.

Subi as escadas e ao passar pelo quarto de meus pais, não pude deixar de parar ao ouvir sussurros vindo de seu interior.

Pelo visto, já estavam em casa. Mas por que estavam sussurrando?

Encostei na porta, curiosa, e comecei a ouvir a conversa:

— Atena, ela não vai concordar com isso.

— Ela não tem que concordar Frederick, só precisa entender que essa promoção é muito importante para o meu trabalho!

— E como acha que ela irá reagir? Se bem a conheço, sei que ficará revoltada! Não acho que seja uma boa idéia... - papai falou pensativo.

— Eu estou te falando isso porque sei exatamente como ela irá reagir. Mas já está decidido: vamos nos mudar para San Francisco.

Não conseguia acreditar nas palavras frias de minha mãe.

Ela realmente não se importava comigo?! Eu tinha uma vida em Nova York! Meus amigos e meu namorado moravam lá! Não poderia deixar tudo para trás só por caprichos de minha mãe!

Qualquer resquício de autocontrole que eu possuía se foi. Adentrei o quarto com passo firme e já fui cuspindo as palavras:

— Eu não saio dessa casa nem que me obriguem!

Eles pareceram assustados com a minha presença inesperada, mas Atena já foi rebatendo:

— Saiba que é falta de educação ficar ouvindo a conversa por detrás da porta, Annabeth. - ela me encarou séria.

— E até quando vocês iriam esconder isso de mim? Se eu não tivesse escutado só saberia no dia dessa maldita mudança!

— Filha, fique calma - meu pai chegou por trás e passou os braços nos meus ombros.

— Você vai deixar isso acontecer, pai?

— Não há nada que eu possa fazer...

— Claro que há! Você também tem uma vida aqui! Um trabalho! E eu não posso sair de Nova York! Não vou abandonar todos, logo quando a minha vida estava começando a melhorar!

— Escute, essa mudança vai fazer bem a todos nós, vamos poder recomeçar. Essa promoção vai subir minha carreira... - minha mãe falava, quando a interrompi.

— Você é uma egoísta! Isso só vai ser bom para sua vida! Sua carreira! Você sempre só pensa em você! Nunca se importa comigo! - gritei e sai marchando do cômodo.

Entrei correndo no meu quarto e tranquei a porta. Achei que conseguiria chegar até a minha cama para despencar de vez, mas meu corpo estava fraco e não resistiu. Cai no chão de joelhos, em prantos e gemi com a dor. Meus olhos chegaram a arder com tantas lágrimas.

Por que ela sempre tinha que fazer isso comigo? O que eu lhe fiz? Sempre fui uma boa filha, mas parecia que ela não reconhecia isso! Se ela queria tanto fazer aquela merda de viagem, por que não me deixava ficar?

Quando criei coragem, levantei do chão frio e detei na minha cama. Não pretendia sair de lá tão cedo, porque não tinha forças para isso. Estava adiando ao máximo entrar em contato com qualquer pessoa, mas parecia que a sorte novamente não estava ao meu favor, já que o meu celular vibrou no criado mudo.

Tateei o móvel em busca dele e quando vi a foto de Percy sorrindo na tela, começei a chorar mais ainda.

O que eu iria fazer? Deveria contar para ele o que estava acontecendo? Como Percy iria reagir?

Eu não podia fazer isso. Estávamos tão felizes e eu queria que isso durasse o máximo possível. Desliguei o celular e enfiei a cara no travesseiro. Não podia fazer isso com Percy. Não enquanto ainda poderia encontrar um jeito de mudar as coisas.

[...]

Na manhã seguinte levantei sem ânimo e fui tomar um banho gelado pra despertar. Não queria ir para a escola, mas não prejudicaria o meu currículo por causa da idéia idiota de mudança da minha mãe.

Comi uma fruta e peguei o meu carro, indo em direção a escola. Chegando lá, peguei meus livros no armário e fui para a primeira aula do dia. Alguns minutos depois, Percy apareceu na minha frente.

— Annabeth, por que não atendeu seu celular? Eu te liguei a tarde inteira!

— Eu o desliguei. Estava estressada e precisava dormir. - respondi sem encará-lo.

— Hum... Então você dormiu a tarde toda? Bem... isso não é normal. Aconteceu alguma coisa séria? Brigou com os seus pais?

— Agora não, Percy. Depois a gente conversa. - falei abrindo um pequeno sorriso, que na verdade foi mais difícil do que eu imaginava que seria.

Por dentro eu só queria lhe contar a verdade, mas na hora as palavras não saiam.

Tive a impressão que se passaram séculos durante aquelas aulas. Mas, quando a campa finalmente tocou, o meu interior preferiu que não tivesse tocado. Agora, teria que confessar tudo o que estava acontecendo.

Fui até o refeitório, embora não estivesse com fome e sentei na mesa, juntamente com meus amigos.

Porém, isso só me deixou mais deprimida. Todos estavam felizes, falando que iríamos passar o final do ano juntos, viajar, ir para festas, enfim, aproveitar a vida antes de entrarmos na faculdade. O último ano na escola, o baile, a formatura...

Tudo que eu iria perder...

Quando despertei de meus pensamentos, percebi que Percy me encarava preocupado. Sorri para ele com a intenção de lhe dizer que estava tudo bem, mas as emoções me venceram e eu de repente senti uma lágrima caindo em meu rosto. Sai correndo dali, antes que mais viessem junto com aquela, mas logo senti uma mão em meu ombro.

Claro que ele veio atrás de mim.

— Annabeth, espera! Por que você está me evitando? Eu fiz alguma coisa errada?

— Não Percy, você não fez nada...

— Então o que aconteceu?

— Nós vamos conversar, mas por favor vamos para um lugar mais calmo - falei enchugando meu rosto.

Levei-o para uma área sombreada e sentamos em um banco, embaixo de uma árvore.

— Percy, você tem que entender que eu não tive escolha nessa decisão e que eu nunca iria querer que isso chegasse a acontecer, mas... - eu dizia limpando as lágrimas da face.

— Annabeth...

— Por favor, não dificulte mais as coisas! Agora que eu criei coragem eu preciso falar logo... - respirei fundo e soltei a respiração de uma vez - Meus pais querem se mudar para San Francisco.

A reação de Percy naquele momento foi muito difícil de decifrar. Um silêncio constrangedor se dissipou pelo ambiente. Em seguida, ele baixou a cabeça e afundou-a nas mãos.

— Percy? - chamei-o, já me sentindo pior do que estava.

Ele levantou a cabeça, me encarou por dois meros segundos e depois, saiu.

Saiu. Ele me abandonou. Me deixou sozinha sabendo a condição em que eu estava. Ele me deixou.

Aquilo foi suficiente para me levar para o mais fundo do poço.

Como ontem a minha vida estava perfeita e hoje já se transformou em uma porcaria? Uma pergunta que, aparentemente, não tinha uma resposta.

E o que eu fiquei fazendo depois daquilo? Bom, tentando ser forte, não poderia derramar mais nenhuma lágrima naquele dia.

Nas minhas mãos, um pouco trêmulas, segurava um pingente de coral vermelho, presente que Percy havia me dado de aniversário de namoro.

Senti alguém se aproximando e levantei a cabeça esperançosa, mas era Piper. Imediatamente limpei o rosto, não queria parecer fraca na frente de mais ninguém.

Ela se sentou ao meu lado e me abraçou, algo que até agora ninguém havia feito. Por menos que fosse, senti uma tranquilidade se estabelecer.

— Eu vi que tinha alguma coisa errada, então resolvi falar com você. Será que você pode me contar o que está te atormentando?

— Minha mãe resolveu de última hora que vamos nos mudar para San Francisco. Mas eu não quero ir, não agora quando estava tudo perfeito, Piper!

— Foi por isso que o Percy passou ali com a maior cara fechada? - ela perguntou preocupada.

Balancei a cabeça em afirmativa.

— Dê um tempo para ele. O cara é louco por você. Vocês passaram por tantas coisas juntos...

— Eu sei... mas eu só queria acreditar que um dia eu vou poder ter uma vida na qual a minha felicidade não acabe no dia seguinte... Eu nunca me senti tão impotente...

— Annabeth, você é a garota mais corajosa que eu já conheci. Se até você precisa de ombro para chorar de vez em quando, bem, é um prazer oferecer o meu. Não tente reprimir seus sentimentos. Você não vai conseguir. Deixe que eles corram livremente por você até se esgotarem. Você está com medo.

— Pelos deuses, estou com medo sim.

— Você está com raiva.

— De Percy por me assustar. De minha mãe por ter essa ideia estúpida de mudança. De, bem, praticamente todo mundo que não está passando por uma situação dessas...

— De mim?

Soltei uma risada fraca.

— Sim, de você por ser irritantemente calma.

— É tudo fingimento.

— E por ser uma boa amiga.

— Sei.

— E por ter a cabeça no lugar em relação a garotos e relacionamentos e...

— Desculpa, tem certeza que me conhece?

Dei um soquinho em seu braço.

— Aconteça o que acontecer - ela disse - Lembre-se que sou sua amiga, ok? Pode contar comigo para o que precisar.

Sorri para ela. Num momento como esse, eu realmente precisava de uma amiga.

[...]

POV Percy:

Vê-la daquele jeito acabou comigo. Eu estava criando um ódio profundo pela mãe dela.

Por que quando eu encontro a garota certa ela é retirada de mim?

Eu não sabia o que falar naquele momento. A única coisa que eu consegui foi sair dali.

Vocês devem com certeza estar querendo me matar por tê-la deixado lá sozinha, mas eu precisava de um tempo para pensar.

Não tinha dúvidas de que a amava e faria qualquer coisa por ela, e por isso tinha que achar uma saída.

Não posso perdé-la. Não vou perdé-la.

Estava apoiado no meu carro, quando Jason apareceu e se encostou do meu lado.

— E ai, cara - ele falou dando um tapinha nas minhas costas.

— Oi - falei sem ânimo.

— Eu estava conversando com a Piper e ela me contou sobre a Annabeth, então decidi falar com você.

— Eu não sei o que pensar sobre isso... - confessei.

— Realmente, é uma situação complicada, mas não desista do que você sente por ela. Se você a ama, não deixe que ela vá embora.

— E como eu vou conseguir fazer isso? A mãe dela é a pessoa mais difícil de se convencer na face da Terra!

— Você é lerdo mesmo - ele comentou sorrindo. - Eu conheço uma saída...

[...]

POV Annabeth:

Estava sozinha em casa, deitada na minha cama, cheia de lamentações e me entupindo com sorvete. Decidi assistir aqueles filmes de romance, que embora fossem super clichês, no final pelo menos tudo dá certo na vida da protagonista.

— Por que minha vida não podia ser assim? - me perguntei e enfiei mais uma colher de sorvete na boca.

Até que, de repente, ouvi um barulho vindo de fora da casa.

Será que era mais um daqueles gatos que adoravam rasgar o nosso lixo?

Continuei a assistir o filme, mas o barulho continuou. Levei um susto, quando de repente, algo foi atirado na minha janela.

Levantei e fui correndo abrir a varanda.

Só acertei um fato. Era um gato que estava fazendo o barulho, mas não um gato qualquer, era o meu gato.

— Percy...


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentem o q acharam!
Bjs amores!



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