POV Annabeth:

— O que você está fazendo aqui? - perguntei esperançosa.

— Eu preciso de você, Annie. Não posso deixar você ir. Não sem mim.

— O que você quer dizer com isso? - questionei confusa, mas com um pequeno sorriso nos lábios.

— Eu preciso saber: você quer fugir comigo?

Ele estava a alguns metros de mim e me encarava com expectativa.

Abri um enorme sorriso:

— Eu quero passar o resto dos meus dias com você.

Ele ficou radiante com a minha resposta. Sem pensar, começou a escalar a minha sacada, como em Romeu e Julieta, e quando me alcançou, ficou de frente para mim.

— E eu com você. - ele abriu aquele sorriso que me deixava sem ar.

Então, foi chegando mais perto para me beijar. Estava quase lá, se não tivesse colocado o pé no lugar errado.

Quando percebi, ele tinha se desequilibrado e estava caído na minha grama.

— Meus deuses! - gritei e sai correndo.

Como isso pode acontecer? Onde ele estava com a cabeça?

Fui na maior velocidade possível até o jardim. Quando cheguei, encontrei-o gemendo de dor:

— Percy, isso foi muito perigoso! - exclamei sentando de joelhos ao seu lado na grama.

Ele tentou se levantar, mas assegurei-me que continuasse deitado.

— Eu não me arrependo, me arriscaria de novo Annabeth, eu faria loucuras por você... Eu te amo demais. - ele declarou enquanto acariciava meu rosto.

— Eu também te amo, cabeça de alga. Mas, está tudo bem? Você consegue se mexer? - perguntei preocupada.

— Hum... somente os meus lábios... - ele respondeu com um sorriso malicioso.

Soltei uma gargalhada e o beijei, como a muito tempo queria ter feito.

[...]

— Vamos. - falei ajudando-o a levantar.

— Eu não imaginava que essa varanda fosse tão alta. - ele murmurrou e em seguida estralou as costas.

— Não subestime as varandas - disse sorrindo e puxando-o para sua casa.

Chegando lá, Percy se deitou no sofá. Decidi ir na cozinha, onde peguei um pouco de gelo para ele.

Voltando a sala, ouvi sua pergunta:

— Então, você falou sério quando disse que vai fugir comigo? - ele perguntou um pouco alto demais.

— Shiu! - sussurei, tampando sua boca - Alguém pode nos ouvir!

— Não se preocupe baby, não tem ninguém aqui. - ele disse me puxando para sentar.

Fiquei menos tensa ao saber a informação.

— É, eu falei sério...

— Eu também. Tanto que não quero esperar mais um segundo.

— Você quer fugir hoje? - perguntei preocupada. - Mas não vai dar tempo de fazer nada! Eu estou horrível! Ainda tenho que fazer depilação e meu cabelo...

— Annabeth. - ele falou rindo - Você sabe que é linda de qualquer jeito! Não podemos perder tempo, temos que aproveitar essa oportunidade. - disse segurando minhas mãos.

— Mas... - eu ia argumentar, no entanto, não resisti ao seu olhar suplicante - Tá bom!

— Eu já tenho tudo planejado. Você não vai se arrepender. - ele falou e me beijou rapidamente, porque logo depois correu para o seu quarto para arrumar suas coisas.

Fui para a minha casa também. Olhei no relógio e vi que eram exatamente 4h da tarde.

Arrumei tudo muito rápido, sem me preocupar em levar muita coisa. Uma mala média bastaria.

Pelo menos eu acho que bastaria... Na verdade, não fazia idéia de quanto tempo iríamos ficar fora...

E como meus pais reagiriam? Bem... meu pai até ficaria preocupado, mas minha mãe? Hahaha, duvido muito. Ela não se importaria, afinal, Atena não me dá muita atenção.

Logo que terminei tudo, deixei um bilhete na geladeira e uma mensagem de voz no telefone de casa. No conteúdo dos dois eu avisava que estava indo para a casa de Thalia e que ficaria lá durante alguns dias.

Percy fez o mesmo, mas avisando que iria para a casa de Jason. No fim das contas, acabava sendo o mesmo lugar.

Mas, algo que somente nós dois sabíamos era que não teria ninguém na residência. Thalia viajava com seu pai para sua tão esperada viagem a Las Vegas e Jason viajaria com sua mãe para a Inglaterra. Então, sem cúmplices, não seríamos encontrados.

Por fim, peguei meu cofre, onde eu guardava uma quantia significativa de dinheiro e coloquei junto com minha bagagem.

Agora, vocês devem estar pensando: Helloo cartão de crédito serve pra isso!

Mas, evitaríamos usar cartão de crédito. Tenho certeza que seria a primeira coisa que minha mãe usaria para me localizar.

Em seguida, fui tomar um banho. Enquanto a água gélida caia em meu corpo, os meus pensamentos estavam na loucura que eu estava prestes a cometer.

Caramba! Nunca pensei que um dia teria coragem para fugir definitivamente de casa. Algumas fugidinhas eram algo simples, mas ir embora sem saber se eu iria voltar? Isso com certeza era loucura!

Porém, sentia que precisava disso. Um tempo sem preocupações na minha vida, com meu namorado lindo e maravilhoso ao meu lado e sem minha mãe sendo chata e querendo me levar para outro estado!

Sequei meu cabelo e tive que deixá-lo natural, já Percy não me deu escolha.

Abri o closet em busca de uma roupa confortável, sei lá quanto tempo íamos ficar "viajando".

No fim, escolhi uma calça jeans clara e uma blusa de lã azul escura, presente da minha avó paterna.

De repente ouvi uma buzina lá fora.

Estava atrasada.

Coloquei rapidamente uma sapatilha e corri para a escada com a minha mala.

Enquanto descia, avistei Percy. Ao me ver, foi correndo me ajudar.

— Por que você não me pediu para subir? Não quero que você fique carregando peso! - ele exclamou preocupado.

— Eu tenho mãos Percy, não precisa se preocupar. - falei brincalhona.

Ele sorriu, mas mesmo assim puxou a mala de mim.

— Sério, eu posso levar. - afirmei fazendo biquinho.

— Annie, abra a porta. Eu levo.

— Mas eu quero levar. A mala é minha.

— Você está sendo muito possessiva - ele disse com um sorriso divertido.

— Mas eu não preciso de ajuda. Meus braços estão funcionando muito bem.

— A questão não é essa amor. Que tipo de namorado eu seria se deixasse a minha garota carregar tanto peso?

Minha garota. Depois eu que sou possessiva...

— O tipo de namorado que respeita as minhas vontades e minha força. - falei me aproximando para provocá-lo.

— Eu tenho muito respeito pela sua força. - ele disse me agarrando e não me deixando sair.

— Você está fazendo eu me sentir uma bonequinha frágil. Me solta e me dá minha mala!

— Annabeth, eu sei que você consegue carregar, mas não posso deixar. Sou um cavalheiro. - ele disse me soltando.

— Não, desse jeito você está desrespeitando a força das mulheres!

— Eu respeito! - declarou me encarando - Mas quero facilitar a sua vida.

— Urgh! - bufei.

— Você não quer entender.

— Não, esse é você!

— Você está corada, sabia?

— Eu estou chateada.

— Eu adoro te ver assim. Fica sexy.

Caí na gargalhada.

Só o Percy pra me tirar do sério.

— Vamos cabeça de alga, me dá a mala.

— Não me faça te dá um beijo de raiva.

— Tá, cansei. Fica com ela. - falei dando uma olhada no meu celular. - Meus pais já estão chegando. É melhor a gente vazar.

— Finalmente! Meus braços já estão me matando. - ele comentou e se aproximou de mim, roubando um beijo. Em seguida atravessou a porta.

[...]

Percy dirigiu e parou no estacionamento privado do aeroporto.

— Sério? Nós vamos de avião?

— É, eu já até comprei as passagens.

— E que lugar misterioso você está me levando dessa vez? - perguntei abraçando-o por trás.

— A casa de campo da família do Jason. Não sei se a Thalia já te falou, mas fica em Boston. Mais ou menos uma hora de viagem daqui de Nova York. Quando chegarmos lá, vamos pegar um táxi e ir para a região mais do interior, onde fica a casa.

— Ok.

Antes de entrarmos, colocamos óculos escuros e bonés, para nós disfarçar. Caso nossos pais fossem procurar nas filmagens do aeroporto não estaríamos tão reconhecíveis.

Tomamos um café e ficamos esperando no portão de embarque A 12.

Quando anunciaram o nosso vôo, senti um frio na barriga. A anciedade me dominava. Entramos no avião e depois de alguns minutos ele decolou.

Olhando pela janela, fiquei pensando em tudo que estava deixando para trás: minha família, meus amigos. Mas, sabia que o mais importante estava ao meu lado.

Só rezava para tudo dar certo.