Claire's Anatomy escrita por Clara Gomes


Capítulo 4
Capítulo 4 – It’s Not Right But It’s Okay.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal! Aqui está mais um capítulo da nossa querida fanfic. Eu considero esse capítulo como uma espécie de alívio cômico, então espero que gostem!
Gostaria de agradecer ao JW e a Thais Cristina, que comentaram a fic! Muito obrigada! ♥
E alguém mais aqui está ansioso para a volta de Grey's amanhã? Eu estou quase morrendo haha
Bom, então vamos ao capítulo. Esse é o link da música original (https://www.youtube.com/watch?v=6J538b-OLRU), mas eu honestamente prefiro o arranjo da versão do Glee, que é essa https://www.youtube.com/watch?v=mSzsEMjosu4
Boa leitura!



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Relacionamentos são coisas complicadas. Principalmente relacionamentos amorosos. Alguns são por conveniência, outros por interesse... Às vezes duas pessoas nem sabem por que estão juntas. Nesses casos, o caminho mais provável é a traição, já que não há aquela paixão entre os envolvidos. E isso acaba piorando ainda mais a situação.

Almoçávamos na mesma mesa de sempre, na parte descoberta do refeitório. Depois de três meses trabalhando juntos, estávamos finalmente nos entrosando. Sabíamos muito pouco da vida um do outro, mas mesmo assim seguíamos num bom relacionamento. Apesar que as coisas andavam um pouco estranhas entre Rebecca e eu, algo que já era normal, já que nunca fomos muito amigas, desde o começo.

— Meu noivo está vindo para a cidade me visitar, hoje. – disse Anastasia, sorrindo animadamente.

— Você é noiva? – questionou Diego – Achei que já tivesse dormido com metade do hospital, a esse ponto. – continuou, dando uma garfada em sua comida.

— Eu sou muito bem comprometida com meu noivo, muito obrigada! Não dormi com ninguém além dele. – afirmou, parecendo ofendida, e Rebecca soltou uma risadinha irônica, fazendo a loira encará-la – O que foi?

— Quer mesmo que eu diga em voz alta? – perguntou, sorrindo ironicamente, com um jeito malicioso.

— Por que não mudamos de assunto? Soube que Akira e Claire estão saindo. – rebateu Lewis, dando um longo gole em seu suco.

— Nós não estamos saindo... – falei automaticamente, corando.

— Não precisam ter vergonha de assumir! Eu estive numa suruba com Rebecca, um cara que encontramos num bar LGBT+ e uma enfermeira que nos levou lá, esses dias atrás. – confessou Diego, chocando todos que estavam na mesa.

— Diego! Porra! – repreendeu-o a morena, ficando roxa de vergonha – Vamos voltar para os pombinhos ali. – apontou para nós dois, e pude sentir um pouco de desprezo em sua voz.

— Confessem, vocês estão transando desde a primeira semana! – riu-se Anastasia, nos encarando.

— Nós não... – fui interrompida por meu bipe e o da loira, e os outros nos olharam curiosos.

— Aposto que estão encrencadas. – disse Rebecca, jogando-se no encosto da cadeira, enquanto mastigava algumas batatas fritas.

— Você tem ideia do que se trata? – indagou Lewis, com um pouco de preocupação.

— Não faço ideia, mas é melhor nós irmos. – respondi, me levantando – Podem ficar com minha comida. – peguei mais uma porção de batatas e enfiei na boca – Te vejo mais tarde. – sorri fraco para Akira, que correspondeu o sorriso, e segui com Anastasia para dentro do hospital.

— Por que Sloan nos biparia? – questionou a loira, caminhando ao meu lado.

— Olha, nem sei... Não sabia nem que ele tinha noção da nossa existência. – dei de ombros – Só espero que não seja nada de muito grave! – continuei, apertando o botão de chamar o elevador – E então, você é noiva, uhn? Não acha muito cedo para casar? – tentei puxar assunto, para quebrar o silêncio constrangedor de dentro do elevador.

— Meus pais estão praticamente me obrigando a casar... Mas eu queria pelo menos estar mais avançada na minha residência, sabe? Porque agora, eu não vou ter tempo de me dedicar a um casamento. – afirmou, soando quase como um desabafo.

— Mas vocês já têm casamento marcado?

— Sim, depois do exame de residência. – concordou com a cabeça.

— Bom, eu espero que dê certo para vocês. – sorri simpática, e ela me imitou, voltando a fazer silêncio.

Poucos segundos depois saímos do elevador e andamos até Mark Sloan, que conversava animadamente com uma enfermeira. Nos aproximamos dele e ficamos aguardando que ele nos notasse, tentando ignorar a conversa dele com a mulher. Depois de alguns minutos, finalmente a enfermeira se afastou, deixando-nos sozinhas com ele.

— Garotas! – Sloan sorriu largo, parecendo querer nos animar – Então, sem enrolação, eu gostaria de propor um acordo com vocês duas. – afirmou, fazendo nós duas nos entreolharmos.

— Um acordo? Por que com a gente? – franzi o cenho, o encarando desconfiada.

— Porque vocês são as internas da Lexie Grey, não é? – perguntou, fechando um pouco o sorriso.

— Sim. – respondemos juntas.

— Então, exatamente por esse motivo! – exclamou, voltando a sorrir largo – Tenho uma missão para vocês.

— Fala logo de uma vez! – disse Anastasia, revirando os olhos.

— Vocês vão descobrir tudo sobre a vida pessoal da Lexie que conseguirem... Vida sexual, como andam os sentimentos, o que ela tem feito, tudo de importante. E vão tentar convencê-la de voltar comigo. – propôs, olhando-nos intrigado.

Eu olhei para a loira ao meu lado, que também se virou para mim, e depois de prendermos o riso por um tempo, não fomos capazes de segurar. Gargalhamos na cara dele, fazendo algumas pessoas pararem para olhar, e o mesmo rir sem graça.

— Qual é o motivo das gargalhadas? – indagou, rindo sem entender.

— E por que nós faríamos isso, me diz? – respondi, tentando me recompor.

— Ah, é claro. Vocês poderão participar dessa cirurgia comigo. Acompanhem-me. – nos chamou com a mão, para dentro do quarto de uma paciente – Bom dia. – cumprimentou uma mulher, que estava sentada na cama, de costas para nós.

— Dr. Sloan! – exclamou, virando-se para nós. Quando pude finalmente visualizá-la, foi quando entendi o motivo pelo qual ela passaria por uma cirurgia plástica. Seu rosto era completamente deformado, claramente causado por queimaduras. Aparentemente ela já havia sido tratada o máximo possível antes de optar pela cirurgia, mas não estava nem perto de ficar o melhor possível – Ah, eu não sabia que tínhamos visitas. – sorriu sem graça, olhando para Anastasia e eu.

— Essas são Dra. Scofield e Dra. Lewis, e talvez elas vão me ajudar a fazer você ficar mais linda do que já é. – afirmou o homem, sorrindo simpático. Eu conhecia pouco de Mark Sloan, mas sempre ouvi falar de seu lado galinha e arrogante, e sempre me perguntei por que uma pessoa doce como Lexie namoraria um cara como ele. Porém, eu estava começando a me surpreender com seu jeito até que fofo de tratar os pacientes.

— Não precisa ser mentiroso, também. – afirmou a moça, rindo fraco – Então, quando vai ser? – perguntou com ansiedade clara na voz.

— Primeiramente, deixe-me apresentar o caso para minhas queridas internas. – falou o cirurgião, olhando-nos brevemente – Alycia Green, 26 anos, sofreu de queimadura de 3º grau há 6 meses atrás... Alguma sugestão sobre como transformaremos esse belo rosto, que passou por um grande sofrimento, em um rosto que superou um grande sofrimento? – questionou, sorrindo para a paciente e voltando-se para nós, que permanecemos em silêncio – Como eu imaginei, vocês não ligam para plástica, então não fazem ideia. Colocaremos um enxerto de pele parcial nos locais onde a cicatrização pecou, que vamos pegar de seu coro cabeludo, que não foi atingido no acidente que causou a queimadura. – explicou, animado – Quanto à cirurgia, está marcada para às 17:00. Você tem alguma pergunta?

— Uau, finalmente chegou o grande dia! – sorriu largo – Já tirei todas as minhas dúvidas, agora é só aguardar o resultado! Mas eu sei que você é o melhor, então nem me preocupo. – respondeu a paciente.

— Ótimo! Daqui a algumas horas alguém vai vir prepara-la para a operação. Vamos arrasar com essas cicatrizes. – riu e deu uma piscadinha para ela, que o acompanhou no riso – Vejo você mais tarde.

— Okay Dr. Sloan, até a hora da cirurgia! – despediu-se, sorrindo animada.

Mark não disse mais nada, apenas deixou a sala, e nós o seguimos.

— E aí, o que acham da minha proposta? – perguntou, rindo vitorioso.

Olhei para a loira ao meu lado, que também me encarou. Foi como se conversássemos em pensamento rapidamente, pois ambas demos de ombros e voltamo-nos para Sloan.

— Fechado. – dissemos juntas, e sorrimos cúmplices.

— Maravilha, me deem notícias até às 15:30, senão não participarão da cirurgia. Vejo vocês mais tarde. – disse e afastou-se de nós, seguindo para outro lugar.

— Por essa eu não esperava! – exclamou Anastasia, enquanto observávamos Mark indo embora.

— Muito menos eu! – ri inconformada – Só não sei como vamos arrancar esse tipo de informação da Lexie, nem somos tão íntimas.

— Nós vamos dar um jeito, eu preciso dessa cirurgia! – afirmou a loira, com certeza na voz – Vamos atrás dela logo. – continuou, apressando-se pelo corredor.

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Depois de vários minutos zanzando pelo hospital, finalmente encontramos Lexie, tomando conta de um paciente que acabara de sair da cirurgia. Adentramos o quarto, ambas um pouco sem graça, e nos aproximamos da residente, sem falar nada.

— Eu bipei vocês? – perguntou, confusa, nos olhando.

— Não, nós viemos ver se você precisa de alguma coisa. – respondi a primeira coisa que me veio na cabeça, tentando não parecer suspeita, mas já sendo.

— As coisas estão tranquilas hoje, então não preciso não, vão para a clínica serem úteis. – retrucou a moça, voltando a checar seu paciente.

— Você sabia que meu noivo vai vir me ver hoje, pela primeira vez desde que comecei meu internato? – questionou Anastasia, tentando puxar assunto.

— Nossa, faz tempo hein? Espero que matem a saudade. – disse Grey, tentando ser simpática.

— E eu tenho saído com Akira. – falei impulsivamente, sorrindo forçado.

— Eu sabia! Sua danada, pegando o asiático! – Lewis me olhou acusadoramente, rindo maliciosa.

— E você, Dra. Grey? Está vendo alguém? – indaguei como se fosse uma pergunta casual, na tentativa também de mudar de assunto.

— O Mark mandou vocês aqui? – questionou, parecendo se irritar.

— Não, como assim? Nos mandar aqui? Para que? – perdi completamente o controle, entregando-nos claramente.

— Diga ao Dr. Sloan que se ele quiser saber da minha vida, ele terá que vir falar comigo. O que quer que ele tenha oferecido a vocês, não conseguirão hoje! – rebateu, definitivamente brava – Agora deem o fora dessa sala! – apontou para fora, falando alto.

— Desculpa Dra. Grey, é que seria nossa oportunidade de participar de uma cirurgia plástica, e eu tenho muito interesse nessa área! – disse Anastasia, soando praticamente como uma súplica.

— Vocês terão oportunidades de conquistar uma cirurgia dessas honestamente, agora saiam da minha frente antes que eu dê uma tarefa repugnante para vocês, que dará pesadelos. Vão! – ameaçou e ordenou.

Apenas deixamos a sala, completamente sem graça.

— O que fazemos agora? – perguntei, olhando para o nada.

— Não sei, inventamos alguma coisa para o Mark só para ganharmos a cirurgia? – sugeriu, erguendo as sobrancelhas.

— Ele com certeza vai dar um jeito de confirmar com alguém, e se nos pegar mentindo, estaremos ferradas! – respondi, fazendo cara de desânimo – Acho que não vai ser dessa vez que vamos conseguir uma cirurgia super legal.

— Pois é... Vamos acha-lo e dizer que não deu certo. – suspirou e começou a caminhar lentamente pelo corredor.

—-

O dia finalmente estava acabando, e infelizmente eu não estava em uma Sala de Operações com Mark Sloan e Anastasia Lewis. Contamos ao cirurgião plástico o que acontecera, e, como o previsto, não conseguimos participar da maldita cirurgia. Mesmo com um belo tanto de imploração, o Dr. Gostosão não quis ceder.

Nós cinco estávamos no saguão, direcionando-nos à saída. Alguns residentes também seguiam para fora, em seu grupinho separado. De repente um moreno alto, não muito forte e com um ar de superioridade entrou no hospital, aparentemente procurando alguém.

— Stewart? – chamou Anastasia, sorrindo ao ver seu rosto – Vem aqui! – o mesmo aproximou-se também com um sorriso, abraçando e beijando a loira rapidamente – Esse é Stewart, meu noivo de quem eu estava falando. – apresentou o rapaz a nós, abraçada de lado com ele.

— Espera aí, esse é seu noivo? – questionou Rebecca, rindo aparentemente chocada.

— Sim, por quê? – perguntou Lewis, olhando a morena e depois o rapaz ao seu lado. Ele olhava Cooper e Diego com os olhos arregalados, mostrando claro desconforto.

— Ana, vamos sair daqui... – pediu o moço, que já até suava de nervosismo.

— Está com pressa por quê? Não parecia apressado há algumas noites atrás. – falou Diego ironicamente, se aproximando do homem.

— O que está acontecendo? – indagou a loira, extremamente confusa.

— O que está acontecendo não, o que já aconteceu. – afirmou meu companheiro interno, rindo enquanto negava com a cabeça – Sinto muito em te dizer isso Anastasia, mas... – olhou para baixo e depois para a jovem, ainda rindo – Você se lembra que Rebecca e eu participamos de uma orgia com uma enfermeira e um cara que encontramos no bar LGBT+? – perguntou à loira, que concordou com a cabeça, e todos já estávamos nos preparando para o que viria depois – Ele é o cara do bar. – apontou para ele e riu fraco, balançando a cabeça.

— Não pode ser, vocês estavam bêbados, devem estar enganados! Stewart nem é gay! Rebecca? – protestou Anastasia, e olhou a morena com um olhar suplicante.

— Eu também tenho certeza, loira. – riu-se Cooper, encarando o rapaz – Mas bem que se diz né, que chifre trocado não dói. Você dormindo com o Avery e ele participando de orgias, olha, vocês formam o casal perfeito! – finalizou, soltando mais uma bomba, deixando-nos ainda mais chocados.

— Você o que? – questionou o noivo, que até então encontrava-se quieto – Você dormiu com outro cara?!

— Não venha com esse jeito de juiz para cima de mim, que não está em posição de me julgar aqui! – rebateu Lewis – Desde quando você está na cidade?

— Isso não importa, eu quero saber quem é esse desgraçado! – o homem começou a surtar, olhando em volta – Ele trabalha aqui? Ele é médico? – interrogou, aparentemente procurando o “amante” de sua noiva – Avery?! Dr. Avery?! – chamou alto, e para a infelicidade de todos, Jackson Avery era um dos residentes que se encontrava batendo papo no saguão. O mesmo olhou em nossa direção na mesma hora que Stewart chamou-o, fazendo o homem apressar-se na direção dele.

— Stewart! – repreendeu a loira, correndo atrás de seu... noivo?

— Ai meu Deus, ele vai bater no Avery, alguém chama a segurança. – falei pela primeira vez desde que tudo aquilo havia começado.

— Vamos ver até onde ele vai. – Diego sorriu de lado, parecendo gostar da cena.

O moreno partiu para cima de Jackson, peitando-o logo de cara. Avery, por sua vez, afastou-se, mostrando não querer comprar briga. Porém não adiantou muito, pois Stewart acertou-o com um soco, cortando de leve a boca do residente, que levou a mão ao machucado, olhando o homem com raiva no olhar.

— Avery, não vale a pena, cara... – disse um de seus amigos residentes, mas o mesmo pareceu não ouvir, pois revidou com um soco ainda mais forte, fazendo o noivo de Anastasia cair no chão, e a mesma começou a gritar para pararem, assim que Jackson sentou-se em cima dele para continuar a agredi-lo.

— Acho que agora é uma ótima hora para chamar a segurança, vai Akira! – exclamei, cutucando o asiático, que apressou-se para fora, acho que procurando os guardas que ficavam do lado de fora.

Aproximei-me da cena, onde os dois homens rolavam no chão, um dos residentes tentava apartar a briga e Anastasia e as outras médicas gritavam para pararem. Rebecca e Diego apenas observavam e riam.

— Parem com isso! – gritei como se fosse adiantar alguma coisa, mas logo fui interrompida por dois guardas, que agarraram cada um dos envolvidos na briga, separando-os.

A essa altura do campeonato, várias pessoas estavam em volta assistindo a cena, e eu até senti uma pontada de vergonha alheia. Os dois foram encaminhados para dentro do hospital pelos dois guardas, provavelmente para tratar dos ferimentos que ambos haviam adquirido com a briga. Depois que a poeira abaixou, finalmente aproximei-me de Akira, que assistia tudo de longe.

— Que tal irmos ao Joe’s? Depois dessa loucura, preciso beber alguma coisa mais forte. – convidei, sorrindo fraco.

— Foi a melhor ideia do dia! – concordou, animado – Vamos? – ofereceu-me o braço, e eu ri fraco, enganchando meu braço no seu e seguindo para fora dali.

—-

Já fazia algumas horas que estávamos no bar, e nós mais conversamos do que bebemos. Eu nunca fui de beber muito, e se ele era, não aparentava quando saíamos juntos. E já era a terceira vez que íamos em uma espécie de “encontro”, o que me fez questionar se ele seguia a “regra” do terceiro encontro. Sua presença me deixava confortável, ou até mais do que isso. Eu sentia algo muito bom quando estávamos juntos, e o fato de não termos ao menos nos beijado ainda, me deixava um pouco incomodada.

— Então... Está tarde, o que pretende fazer? – perguntei, um pouco sugestiva, dando um gole em minha bebida.

— Nossa, eu nem vi o tempo passando! – exclamou, olhando em seu relógio de punho – Você quer carona para casa?

— Na verdade, minha casa é a uns dois quarteirões daqui. – respondi, dando de ombros – Se você quiser me levar, talvez até entrar um pouco, não vou recusar. – sorri com uma pitada de malícia, e senti que o constrangi um pouco.

— Hm, é claro, vamos agora? – disse, desconsertado, coçando a cabeça.

— Claro! – tirei uma nota alta da carteira e deixei sobre o balcão, bebendo o restinho de minha bebida – Essa foi por minha conta. – levantei-me e segui até a porta de saída, pegando meu casaco no caminho. Notei que ele me seguia e sorri, saindo para a rua.

— Meu carro ainda está no estacionamento do hospital, então... Vamos até lá. – falou timidamente, e eu apenas concordei com a cabeça, seguindo-o de volta ao hospital.

O caminho até minha casa foi inteiro em silêncio, com exceção de alguns comentários e risadinhas bobos. Quando finalmente ele estacionou na frente do prédio onde eu morava, senti que já estava mais do que na hora de tentar alguma aproximação.

— Você quer subir? – indaguei, virando-me para ele.

— Eu... não sei, não está muito tarde? Talvez eu esteja incomodando...

Não aguentei mais suas desculpas esfarrapadas e selei nossos lábios, fazendo-o finalmente calar-se. O beijo que começou um pouco sem jeito, logo tomou forma de algo mais romântico, então levei minha mão em seus cabelos e segurei sua cabeça bem próxima de mim, deixando-me levar pelo momento. Após um tempo, aquele clima começou a esquentar, e quando me dei conta, já estava sentada em seu colo, com uma perna de cada lado do banco do motorista.

— Você tem certeza que não quer entrar? – perguntei novamente, ofegante, com meu rosto ainda próximo do dele – Não acho uma boa ideia continuarmos isso aqui. – ri fraco, e ele me acompanhou.

— Vamos subir. – afirmou tirando-me do seu colo, e puxando a chave do contato do carro, apressadamente. Sorri sacana e saí do carro, esperando até que ele também saísse e ativasse o alarme. Peguei em sua mão e entramos no prédio rapidamente, ambos ansiosos para o que estava prestes a acontecer.

Mas, às vezes, há relacionamentos reais. Aqueles em que duas pessoas se conhecem, saem juntas, e quando menos esperam, estão apaixonadas. Nem sempre é nessa ordem, e nem sempre é assim que acontece, mas, no final das contas, ambos se veem apaixonados. Contudo, a paixão não torna as coisas tão mais fáceis. Pois os casais reais, de vez em quando, são os que mais sofrem. Obstáculos aparecem toda hora, mas não é assim em todas as áreas da vida? A melhor coisa a se fazer é entregarmo-nos ao amor, e deixar rolar. Porque o que é para ser, será.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Altas tretas hahaha
Vejo vocês nos comentários! Beijos!



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