Hall of Insanity: Gotham's Chronicles escrita por Vtmars


Capítulo 5
A Seven Nation Army Couldn't Hold Me Back




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Bruce sentia que sua mente estava prestes a explodir. Estava com muita dor de cabeça, ficara procurando por Coringa e Harley Quinn na noite anterior – sem nenhum resultado –. A pessoa mais próxima que encontrara foi Jonny Frost, mas este não tinha mais laços com o Palhaço do Crime. Bruce desceu devagar as escadas da mansão, tentando não deixar a dor de cabeça estragar seu dia, mas já era tarde demais.

— Bom dia, patrão Bruce. – desejou Alfred, enquanto Bruce sentava-se na cadeira em frente da mesa cheia de farturas. Alfred sempre gostara de fazer diversos pratos para Bruce, que nem sempre os aproveitava, comia pouco ou recusava educadamente. Eram poucas as vezes em que ele realmente apreciava sua comida.

— Bom dia, Alfred. – disse Bruce, logo pegando uma grande fatia de um bolo e a colocando na boca, o que fez Alfred ficar surpreso.

— Eu suponho que o senhor ficará surpreso ao ler o jornal de hoje, patrão... – comentou Alfred, tentando não ser indelicado. Ele estava verdadeiramente preocupado com Bruce. O que ele pensaria quando visse a capa do jornal? Qual seria sua reação?

Bruce pegou o jornal, já preparado em cima da mesa, e quando leu, não conseguia acreditar.

“Fraude e corrupção nas Indústrias Wayne! – Tudo sob a direção de Bruce Wayne!”

— Mas o quê?! – perguntou para si mesmo, atônito. Ele procurou pelo autor da notícia, uma mulher chamada Hannah McLean.

— Eu sinto muito, patrão Bruce... – falou Alfred, enquanto este lia outra cópia do jornal. – Ela tem provas. Mas você nunca faria isso. Então... quem fez?

— Alguém na empresa, sem eu saber, é claro. – Bruce respondeu, contendo sua raiva. – E o pior, além de ter alguém na empresa fazendo isso, tem um informante. Preciso descobrir quem é o informante.

— Mas e a pessoa que é responsável pela fraude e corrupção?

— Foi Vlad Snow. Ele era o único com poder suficiente na empresa para fazer aquilo. Não tenho dúvidas que foi ele e todos de sua equipe.

— Que notícia inconveniente, senhor. Agora a imprensa cairá em cima de você...

— Eu sei... E ainda tem o Coringa e a Harley Quinn... – Bruce colocou sua mão na testa, contendo sua visível irritação.

— Sinto dizer, mas não somente eles agora.

— Como assim?

— Hera Venenosa sumiu. Ela estava no Arkham à noite, mas de manhã, não estava mais. Sumiu sem deixar rastro algum.

— Alfred, com licença. – disse Bruce, levantando-se da cadeira e caminhando para longe da cozinha.

— Aonde vai?

— Vou para a Batcaverna investigar mais sobre isso tudo. Hannah McLean, seu histórico, e seu círculo de amigos, talvez eu consiga desvendar quem é o tal informante. Preciso descobrir onde Coringa e Harley Quinn estão escondidos e o que estão tramando. E mais agora, onde Hera está. Não posso perder tempo com a imprensa, com os repórteres ou mesmo com as Indústrias Wayne, isso é mais importante para o bem de todos. Todo tempo é precioso. Há algo muito maior nisso tudo, é um plano feito especialmente para me derrubar. E derrubar todos que ajudam o Batman, já que “Bruce Wayne” assumiu publicamente que financia o Morcego.

— Mas você ainda tem que trabalhar, senhor! – protestou Alfred, preocupado.

— Ligue para as Indústrias Wayne, diga que eu não posso ir hoje, por motivos pessoais. E mande demitirem Vlad Snow e toda sua equipe, diga que eles são os culpados, mande vasculharem o escritório dele e as mesas da equipe, com certeza há provas lá. Depois os jornalistas irão descobrir uma hora ou outra, então, nem precisa ir ao público por enquanto, vamos deixar isso ser mais espontâneo. – disse Bruce, e assim, retirou-se rapidamente da cozinha.

— Mas... você não vai mais comer o bolo?

[...]

— Se eu fosse o Robin, onde eu estaria agora? – perguntou Coringa, para si mesmo, sentado em cima de diversas caixas no seu novo esconderijo.

— Sabe... Pudinzinho... talvez não precise ser o Robin, mas outra pessoa próxima. – opinou Harley, aproximando-se devagar dele, usando seu novo vestido que ela havia roubado.

— Já disse para não me chamar de Pudinzinho, Harley. – reclamou o palhaço, irritado. – Não quero ter de repetir isso. – ele a olhou com raiva, mas acalmando-se depois. – E eu não quero mais ninguém, têm de ser o Robin. Imagine, mais um Robin morto, e por minhas mãos de novo, Batman vai surtar. – Coringa fez uma pausa, analisando seu plano. – Mesmo assim, não vamos sequestrar o sortudo agora, infelizmente. Temos mais coisas a se fazer essa noite. Dar início ao plano.

— O que vamos fazer, Sr. C? – perguntou Harley, sentando-se no chão com as pernas cruzadas e apoiando seu queixo nas mãos, olhando atentamente para o palhaço.

— É bem simples, na verdade. – Coringa levantou-se, andando de um lado para o outro. – Somente para mexer com a moral do Morcego, deixá-lo mais fraco. – ele abriu um sorriso vingativo. – Vai ser algo grandiosamente estupendo! – gritou Coringa, contradizendo-se. O mesmo levantou-se no mesmo instante que pronunciara a última frase, com uma animação inacreditavelmente insana. Harley sorriu ao vê-lo tão animado com algo. A loira bateu palmas como uma criança que mal podia esperar para ganhar os presentes de sua festa de aniversário, assim que ele terminara de gritar.

O palhaço de cabelos verdes andou lentamente até mais uma das mesas improvisadas com caixas, essa cheia de todos os tipos de armas de fogo. De revólveres até bazucas e granadas. O mesmo sorriu largamente observando todas aquelas armas, imaginando como seria a noite. Tudo ocorreria perfeitamente, como uma orquestra, tocando o som do pavor e do caos.

— O Sr. Altoviti é um homem muito gentil, nos financiando com todas essas armas desde que voltamos! Ele acredita em nós, Harley. – comentou Coringa, ainda observando as armas. Ele as observava de um jeito no mínimo estranho, como se tivesse uma espécie de carinho esquisito pelas armas, mas é claro que um insano como o Coringa nunca seria capaz de amar nada nem ninguém. Ou talvez não fosse capaz de demonstrar.

— Então, para onde vamos nessa noite, Sr. C? – perguntou Harley, indo atrás de Coringa e o abraçando carinhosamente por trás.

— Muito simples, nós vamos ao... – antes de Coringa terminar sua frase, as portas enferrujadas do local abriram-se bruscamente, impactadas por plantas monstruosas. Logo uma mulher surgiu do meio das plantas, caminhando tranquilamente até onde Coringa e Harley estavam, sem notar a presença dos dois. A mulher era Hera Venenosa, já usando sua clássica roupa.

— Hera? – perguntou Harley Quinn, surpresa, deixando de abraçar Coringa.

— Harley! – exclamou Hera, igualmente surpresa. A ruiva correu para abraçar Harley, que retribuiu o abraço carinhosamente. Coringa apenas observava tudo com curiosidade. – E você! – disse Hera irritada, encarando Coringa, que a encarou de volta, com visível desdém em seu olhar. – Mas o que está fazendo aqui?!

— Eu faço a mesma pergunta! – retrucou Coringa.

— Aqui é o meu esconderijo! Eu conheço esse lugar há um longo tempo, e desde que escapei do Arkham, planejei vir para cá!

— Ah, é mesmo? – perguntou Coringa, desacreditado. – Pois eu vi esse lugar primeiro, antes de você fugir de Arkham!

— Olha, eu nem me importo com o esconderijo, eu vou embora mesmo, se para você é tão difícil encontrar um lugar, Palhaço. – disse Hera, provocando Coringa.

— Não me provoque, vadia! – gritou Coringa, irritado, ao mesmo tempo, pegando um dos revólveres da mesa e o apontando para a cabeça de Hera, que somente ficou mais irritada.

— Harley, como pode ser apaixonada por esse ridículo de terno e batom vermelho? – perguntou Hera, encarando Coringa.

— Vocês dois, não briguem! – pediu Harley, se colocando na frente dos dois, mas nem Coringa nem Hera baixaram a guarda.

— Harley, largue esse cara! Ele é um idiota! Vamos ir embora juntas. – pediu Hera, olhando nos olhos de Harley, praticamente implorando.

— Hera... – Harley segurou as mãos de Hera, também olhando profundamente em seus olhos. – eu sinto muito, mas é minha escolha. Eu amo ele. – assim que terminou de falar, Harley aproximou-se de Coringa, deixando Hera sozinha.

— Você é louca! – disse Hera, atônita.

— Todos nós somos, querida. – falou Coringa, segurando Harley pela cintura enquanto ainda segurava o revólver com a outra mão.

Hera usou seus poderes para criar plantas que a levavam diretamente para as grandes janelas – que estavam todas quebradas devido ao tempo e acidentes passados –, para a mesma ir embora. Ela estava muito irritada, e igualmente derrotada.

— Vocês dois se merecem mesmo. – ela disse, e se retirou no mesmo momento que terminou sua frase venenosa.

[...]

A noite já havia chegado, a lua cheia estava preenchendo no céu e iluminando as ruas de Gotham City. Os cabelos ruivos de Hannah voavam enquanto ela andava apressada para sair do imenso edifício de Gotham Gazette, as portas automáticas se abriram e logo ela estava na rua, sem parar de andar por um mísero segundo. Ela queria chegar o mais depressa possível em indústrias há muito tempo abandonadas, mais conhecidas como Ace Chemicals. Ouvira boatos de que as indústrias ainda funcionavam secretamente, e precisava tirar a prova, precisava de mais uma história. Queria aquela sensação de recompensa de novo, a mesma sensação que teve ao mostrar para a senhora O’Donnell as provas sobre a fraude nas Indústrias Wayne. Não importava quanto prejuízo causasse aos acusados, o mais importante era garantir seu emprego e ganhar fama em cima disso. Não era disso que se tratava o jornalismo? Senão sobre o que seria?

Talvez, tudo o que estivesse fazendo a partir daquele momento fosse muito perigoso. Mas, foda-se. Hannah sempre sentira um vazio em sua vida, e agora sabia o porquê. Mas... o vazio só aumentou depois da morte de Thomas e Anna, eles eram importantes para ela. E desesperadamente, ela tentava preencher aquele vazio com seu novo emprego, com aquela falsa sensação de felicidade, e agora, prestes a arriscar sua vida só por causa de uma nova história, que talvez fossem apenas boatos.

Hannah parou de andar subitamente, suspirando pesadamente. Seu corpo estava tenso. Eram muitos pensamentos em tão poucos dias, era muita coisa a se assimilar em tão pouco tempo. Qualquer um na posição dela não iria aguentar. Mas mesmo assim, Hannah tentava se manter firme, apesar de tudo.

— Hannah! – ela ouviu ao longe, era a voz de Castiel, logo, a ruiva virou-se e comprovou que era ele mesmo.

— Oi, Cas. – ela disse, enquanto ele suspirava cansado por ter corrido atrás dela. – O que houve?

— Bem, eu me apressei mais porque presumi que você iria pegar um táxi nesse exato momento, estou certo?

— Certíssimo.

— Bem, eu tenho algo para entregar à você. Algo muito importante. – ele declarou, despertando uma grande e irritante curiosidade em Hannah. Castiel pegou sua mão direita delicadamente, a entregando uma corrente com um pequeno pingente de coração. – Creedence me falou para entregar isso para você, quando fomos na casa dos seus... pais? Bem, ele disse que era para te entregar isso na hora certa, e como você conseguiu uma nova e incrível história, pensei ser a hora certa. Mas não consegui falar com você hoje no trabalho, mesmo sendo “colegas de mesa”. Todas as atenções foram para você, e eu tive que sair também, para investigar.

— Entendo, Castiel. – Hannah disse, analisando a corrente dourada. Ela notou que tinha algo escrito no pingente, um nome, Lucy. – Muito obrigada...

— Creedence me falou que isso veio com você no orfanato, você não largava essa corrente por um segundo sequer, pelo que ele me disse. Ele também me falou que você era um bebê muito fofo... Mas enfim, – falou Castiel, recompondo-se. – seus pais adotivos o esconderam de você, com medo. E ele queria que isso fosse devolvido.

— Muito obrigada mesmo, Cas! – Sussurrou Hannah, pulando nos braços de Castiel e abraçando-o. – Então... meu nome na verdade é Lucy? Engraçado... Eu apenas queria saber um pouco mais sobre meus pais verdadeiros... – comentou, já se desfazendo do abraço. Castiel soltou uma risada fraca, um pouco nervoso.

— Então, Hannah... eu sei que pareceria falta de profissionalismo e essas coisas... – ele disse, pigarreando, Hannah o olhou, curiosa enquanto colocava a corrente em seu pescoço. – Mas eu não consigo tirar meus olhos de você, desde a primeira vez que te vi... é sério. E eu queria saber, se amanhã... você não quer jantar comigo? – ele disse pausadamente, com muito medo de uma possível rejeição. – Se você aceitar, vai ser no restaurante mais lindo de Gotham, ou melhor, você pode escolher!

— Você está... me convidando para um encontro? – perguntou Hannah, atônita. Castiel concordou nervosamente. – WOW! Bem... – ela fez uma longa pausa, torturando o pobre homem. – Claro que eu aceito ir com você! Amanhã às 21:00?

— Amanhã às 21:00! – disse Castiel, exibindo um largo sorriso de orelha à orelha. – Bem... adeus Hannah... – ele virou-se e começou a andar para longe.

— Castiel, espera. – disse Hannah, sua voz estava fraca, ela virou-o novamente para sua frente e puxou-o por sua gravata para um beijo, que ele não negou. Castiel segurou sua cintura e Hannah abraçou-o, acariciando seus cabelos loiros enquanto os dois se beijavam. – Até amanhã. – ela disse, assim que pararam de se beijar para respirar, sorrindo também.

— Até, Hannah... – ele respondeu, a olhando diretamente nos olhos, como se pudesse enxergar sua alma, como se os dois estivessem conectados pelos cordões do destino. Desde o primeiro momento que ele a vira, sabia que ela era a mulher da sua vida. – Eu vou ao banco, pegar bastante dinheiro para amanhã, vai ser a noite perfeita. – Hannah riu de leve assim que ele disse aquilo.

— Cuidado, Gotham City é perigosa! – ela disse, rindo, lembrando-se que quando eles almoçaram juntos, ela havia o perguntado sobre o fato da cidade ser perigosa. Castiel riu também, despediu-se e chamou um táxi para si.

Apesar daquilo, Hannah não podia manter a cabeça nas nuvens, e tinha que continuar sua investigação. Mal posso esperar por amanhã... Pensou, sorrindo como uma tola. Logo a mesma chamou um táxi e dispersou-se do local, finalmente, indo ao seu destino.

Quando ninguém mais estava por perto do edifício, um sujeito encapuzado saiu das sombras, furtivamente. Ele estava ali o tempo todo, ouvira toda a conversa. Mas por quê?

— Eu encontrei Hannah McLean, chefe, está tudo certo.


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