Caminho dos girassóis amarelos. escrita por arina


Capítulo 1
Sunflowers


Notas iniciais do capítulo

Outra fanfic que já havia postado antes no Social Spirit e decidi colocar aqui também. Essa foi a fanfic que mais amei escrever, depois de I can't save you (porque fiz um final alternativo, cof).



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“Nós temos a mesma idade e somos vizinhos, você é apenas um pouco mais alto do que eu, e alguns meses mais velho e mesmo assim insiste em que eu te chame de hyung, não contesto porque isso gera um discurso sobre respeito e idade. Bem que eu gosto de te ouvir falar, gosto muito do som da sua voz e da sua risada que insiste em soar alta a cada cinco minutos. Você é o único que tenta conversar comigo, que me tira dos meus próprios pensamentos e me força a falar, você é o único me faz sorrir e nem ao menos se dá conta disso. Ou finge não perceber. Você é bem mais esperto do que eu, Doojoon-ah e mesmo assim age como um estúpido trapalhão, o que me dava nos nervos no começo por acha que era apenas algo forçado, mas após vários dias voltando para casa contigo eu tenho a certeza de que você é um estúpido trapalhão espontaneamente.

Talvez eu tenha percebido isso no dia em que a neve derreteu e os girassóis voltaram a florescer, no instante em que mesmo após vários dias percorrendo o mesmo caminho para ir para casa te ouvindo falar sem parar sobre qualquer besteira eu não tivesse tido a coragem de te olhar ou falar algo, e mesmo assim você apanhou um girassol caído com uma pétala amassada e me entregou dizendo que parecia comigo. Há momentos em que não te entendo e que não sei se o que você fala é o mesmo que pensa, aquele foi um dos momentos. E não consegui te perguntar o motivo, mas aquela foi a primeira vez que sorri pra ti e te vi ter um dos seus famosos surtos por conta disso, então eu ri. Você lembra-se dessas coisas? Faz dois anos, Doojoon-ah. Dois anos que decidi que iria tentar socializar ao menos com uma pessoa, que decidi fazer um amigo e hoje noto que cometi um grande erro com essa minha tentativa. Te vejo mais do que como amigo e isso é triste, sabia? Porque você é bastante popular com as garotas, realmente sabe como lidar com elas, sempre há delas vindo me perguntar sobre você e em minha muda resposta tento passar que não sei nada, elas entendem errado, é claro. O mais incrível é que ainda existem pessoas capazes de conseguirem te deixar triste, que há garotas más que só saem contigo por “status” e acabam te machucando... Meu coração se aperta toda vez que te vejo com aquele sorriso triste, o olhar voltado para os próprios pés e em momentos assim, que não sei se devo falar ou não, apenas te abraço, são raros esses momentos que posso te abraçar e que você deita sua cabeça em meu ombro. Sentir seu perfume tão próximo me deixa meio bobo, a ponto de iniciar uma caricia em seu cabelo e te ouvir contar sobre toda a situação, ao contrário das outras pessoas eu te escuto atentamente, Doojoon-ah, minha opinião vai ao final de toda sua fala – que demora bastante, mas ok – e as vezes você ri por parecer o conselho mais óbvio do mundo, mas mesmo assim me agradece.

 

Todos os dias naquele caminho que seguidos de volta para casa eu olho pros girassóis junto contigo, o sol se pondo enquanto andamos calmamente e naquele caminho, que denominamos “a estrada dos girassóis amarelos” para que parecesse com O mágico de Oz, eu te escuto falar sobre tudo... Nesses instantes em que você fala meu foco não estão em suas palavras e sim no som de sua voz, no mover dos seus lábios e em seus gestos.  Eu te amo, mas você não sabe... Você é um pouco bobo para isso, Doojon-ah. Um pouco lerdo, até...”

 

O garoto passou os dedos pelos fios loiros, suspirando cansado após escrever tanto em seu caderno e notando que alguém se aproximava fechou o caderno um tanto nervoso, voltando o olhar para trás o coração dando um salto quando viu a figura tão conhecida do amigo se aproximar com um sorriso animado estampado na face.

 

— Joker! E aí, cara? – O moreno sorridente o chamou pelo apelido, assim que aproximou do amigo sentou-se ao seu lado, voltando o olhar para o caderno em suas mãos – Você vive com esse caderno... O que tem nele?

 

Um tanto assustado o loiro balançou a cabeça em sinal negativo, tentando parecer calmo. Bocejou longamente antes de se pronunciar, esperando o coração parar de palpitar tão forte.

 

— Nada de mais, hyung. – Respondeu com seu costumeiro tom calmo, rindo ao ouvir o moreno ao seu lado bufar irritado – Curioso.

 

— Ei! – Reclamou, formando um beicinho – Sou seu melhor amigo, tenho direito de saber!

 

“Melhor amigo” O loiro repetiu mentalmente. Ele não havia dito “seu único amigo” como todos falavam, e sim “melhor amigo”.  Aquilo o fez suspirar e um pequeno sorriso surgiu em sua face, que logo estava virada em lado contrário a do amigo, mas não rápido o suficiente para que ele não visse, suspirando também por ver o sorriso dele.

 

— Eu te fiz sorrir e nem sei o motivo... – Ele comentava em um sussurro mais para si do que para o amigo, mas este corava instintivamente e aumentava o sorriso, cobrindo com a mão quando virou para ele – Não cobre, Junhyung. Seu sorriso é lindo e eu gosto muito.

 

Mesmo que tentasse cobrir o rosto ou virar na direção contrária do moreno, o loiro não conseguiu esconder o forte rubor da face, apenas o sorriso se desfazendo devido à timidez.

 

— Ah, Joker... Não deixe de sorrir – Pedia em tom de brincadeira, mas falando sério. Dessa vez os dois riram ao mesmo tempo e quando as risadas cessaram o mais velho se levantou, estendendo a mão para o amigo. Este hesitava em pegar sua mão, um tanto tímido – Calma, não vou fazer nada de ruim, bobão – Brincou, rindo mais uma vez.

 

Após suspirar o loiro estendia a mão e pegava a do amigo, este apertava contra a própria mostrando que não soltaria o que fez o loiro corar novamente. Apenas ajeitou a mochila nas costas e antes mesmo do mais velho perguntar ele assentiu mostrando que estava pronto para ir, então logo se levantava do banco e sorria com a paisagem dos girassóis enfeitando o local. Era encantador poder andar ali na companhia do amado, de mãos dadas mesmo que isto fosse usado apenas para que o mais novo tropeçasse quando puxado, ouvindo a risada alta do amigo mais velho. Não se irritava com aquilo, apenas o olhava admirando sua face e apreciando o som de sua risada, parecia que ele fazia parte da paisagem perfeita que era o sol se pondo entre o campo de girassóis e aquilo fazia o coração do loiro acelerar.

 

— Doojoon? – Ele chamou após alguns instantes que o silêncio se instalou, os olhos voltados para o chão enquanto caminhava.

 

Apesar da surpresa o mais velho sorriu por ouvir a voz do amado, o coração acelerando como sempre fazia ao ouvir o nome ser chamado pelo mais novo, apenas ele conseguia. Olhou para o loiro ao seu lado, admirando seu perfil enquanto ele fitava o chão, chutando distraidamente uma pedrinha no meio do caminho. Deu um sinal para que ele continuasse e teve seus dedos entrelaçados, para sua surpresa, mas nada comparada a fala a seguir do loiro que fez o coração do moreno palpitar forte.

 

— Eu te amo. 


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