TWD - Quarta Temporada escrita por Gabs


Capítulo 4
Quatro


Notas iniciais do capítulo

"Pode ser um surto"



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Passei o resto da noite recebendo visitas dos meus amigos e admirando meu filho dormir. Apenas peguei no sono quando estava perto do amanhecer. Era incrível o fato dele ter acabado de chegar e ter mudado toda a minha rotina matinal. O pai do meu filho estava jogado em uma cadeira, dormindo tudo o que não conseguiu dormir por conta da choradeira de Theodore na madrugada.  

Quando achei que já estava boa o suficiente para andar, acordei Daryl e com a ajuda dele, nós três voltamos ao nosso bloco de celas e ali, com Beth, aprendi a dar banho no meu bebê e claro, durante todo o processo fiquei com medo de deixar o menino cair na banheira e acabar se afogando, mas deu tudo certo no final.

— E aí você enrola ele no cobertor. – Beth me explicava, enquanto me ajudava a embalar Theodore na manta vermelha que tínhamos pego a muito tempo atrás – Viu só? – Ela perguntou sorrindo, enquanto ajeitava com cuidado o cabelo do meu filho – Agora ele vai poder ficar quentinho o tempo todo.

Ao fundo, um tiro ecoou por toda a prisão e isso foi o suficiente para os bebês começarem a chorar. Por cima do choro e das cantigas de ninar, mais dois tiros ecoaram, algumas pessoas do grupo corriam e gritavam para ver se estávamos bem no bloco de celas C e saíam correndo.

Estava tudo uma bagunça.

Enquanto Beth tentava fazer Judith parar de chorar, eu tinha meus próprios problemas: Tentar controlar meu filho recém-nascido e fazê-lo parar de esgoelar como se não houvesse amanhã.

Como ele podia ser tão pequeno e ter um choro tão alto?

Assim que finalmente conseguir fazer Theodore parar de chorar, mais de meia hora depois, deixei ele com Beth e finalmente fui ver o que estava acontecendo, e já sabendo onde procurar, fui diretamente para a sala de conselho, mas fui parada logo na entrada da sala. Sasha, Daryl, Hershel, Glenn e Carol estavam sentados ali e apenas uma cadeira estava vazia, a minha.

Depois da coisa toda com o Governador e de ver o quanto aquilo mexeu com Rick, Hershel decidiu montar um conselho para tomar conta da prisão.

Nós seis.   

— O que aconteceu? – Perguntei, quando notei que todos eles se afastaram de mim ao me avisarem para não passar da porta

— Ainda não sabemos, mas pode ser um surto. – Hershel me respondeu, coçando a barba – Aquele menino, Patrick, ele adoeceu ontem à noite, uma gripe que ataca rápido.... Achamos que ele morreu e atacou o bloco D. Conseguimos salvar alguns, mas muita gente morreu. Todos que estiveram lá podem ter contraído a gripe. Vocês que não foram expostos não devem se aproximar de nós e de ninguém daquele bloco de celas, pelo menos por enquanto.

— Eu... – Murmurei, juntando as sobrancelhas – Eu vi o Patrick ontem quando chegamos. Ele estava bem, como pode ter morrido da noite pro dia?

— Nós já sabemos que a doença pode ser letal. – Hershel comentou comigo e logo acrescentou – Mas não sabemos se é fácil de pegar. – E então se virou para o resto do grupo do conselho – Mais alguém tem os sintomas?

— Não podemos ficar esperando. – Carol retrucou alto, crispando os lábios finos – Temos que separar todos que foram expostos.

— São todos daquele bloco de celas. – Daryl comentou com ela – Somos todos nós. – Apontou para as pessoas que estavam dentro da sala de recreação que usávamos como sala do conselho - Talvez mais.

— Não iremos esperar. – Carol repetiu, olhando para ele – Seu filho acabou de nascer, ele é vulnerável. Também temos a Judith e as outras crianças pequenas. – Ela se virou para eles e respirou fundo – Olha, não é só a doença, vocês todos sabem. Quem morre vira uma ameaça.

— Se vão separá-los, não vão poder deixá-los em qualquer lugar. – Falei, me encostando no batente da porta – Se o D foi atacado e está impregnado pela gripe, não podem arriscar de ir lá e limpar a bagunça.

— Você foi lá? – Daryl me perguntou, logo em seguida e só pelo seu tom de voz, eu sabia que se eu tivesse ido, seria um grande motivo para uma briga

— Não, mas eu imagino como as coisas devem estar. – Eu lhe respondi, encolhendo os ombros – Theodore ficou assustado com os tiros, eu estava acalmando ele até agora.

Vi que a expressão facial de Daryl suavizou e ele relaxou na cadeira em que estava sentado. Eu sabia que a cabeça dele deveria estar a um milhão.

A minha também estava, o pai do meu filho poderia ficar doente a qualquer momento e de acordo com o que Hershel me disse, a doença ataca rápido e seria apenas uma questão de tempo até a morte e.... Céus, não gosto nem de pensar nisso.    

— Certo. – Carol murmurou e nos olhou - Podemos usar o bloco de celas A.

— O corredor da morte? – Glenn perguntou logo em seguida – Será que é uma boa ideia?

— Está limpo. – Daryl comentou, dando de ombros – É uma boa ideia. - Ele olhou para Hershel e suspirou – Acha que deve servir para o Dr. S?

— Vou ajudar Caleb a preparar tudo. – Hershel lhe disse

Escutei passos atrás de mim e me virei, apenas para ver Tyreese e Karen passando por mim e quando a vi tossir, segurei a minha respiração por alguns segundos, num misto de medo e desespero.

— Você está bem? – Tyreese perguntava para a namorada

— Estou. – Karen lhe respondeu, com a mão sob a boca

— Tem certeza? – Resolvi perguntar e minha voz acabou saindo muito mais insinuativa do que eu gostaria – Não me parece bem, Karen.

Os dois pararam de andar e se viraram para me encarar.

— Será que você poderia... – Escutei Carol comentar, enquanto se levantava

Ao ver que ela me olhava, entendi o recado. Me distanciei da porta e me encostei na parede, do outro lado do corredor, um pouco afastada deles.

— Eu vou levá-la a minha cela, para ela poder descansar. – Tyreese comentou com a gente, abraçando Karen pelos ombros

— Não é uma boa ideia, Tyreese. – Hershel lhe disse, colocando as mãos na cintura

Ele havia acabado de sair da sala, junto com os outros.

— Por quê? – Karen perguntou nos olhando – O que está acontecendo?

— Deve ser um tipo de gripe. – Resolvi responder, depois de olhar para o resto do conselho – Foi o que matou o Patrick. E olha, meu filho e a Judith estão naquele bloco de celas, os dois são vulneráveis.... Quem foi exposto a doença deve se afastar.

— A gripe matou o Patrick? – Karen perguntou logo em seguida, confusa

— Ela ficará bem. – Tyreese disse depressa, nos olhando – Já que sabemos do que o Patrick morreu, podemos tratar, né?

— Não entrem em pânico. – Hershel lhes disse, ao ver suas expressões faciais de preocupação – Vamos dar um jeito nisso. Mas devem ficar separados por ora. – E então olhou para a mulher – Caleb dará uma olhada em você. Vou ver os remédios que temos.

— O David, do grupo de Decatur, também estava tossindo. – Karen nos contou, depois de afirmar com a cabeça

— Vou buscá-lo. – Glenn comentou, depois de respirar fundo – Tem celas vazias e limpa nos túneis, certo?

— Sim. – Sasha lhe respondeu – A gente se vê lá.

— Ok. – Ele concordou se afastando em passos largos

— Venha. – Sasha disse, caminhando em direção ao seu irmão e sua cunhada – Vamos acomodá-la.

Prendi a respiração novamente quando eles passaram por mim e me senti uma completa idiota, mas na minha cabeça aquilo era necessário.

— Temos que fazer outra reunião mais tarde. – Hershel comentou, se virando para olhar os outros e logo depois se virou para me olhar – E você deve ficar afastada, está no pós-parto, descanse e cuide do neném. Nós vamos cuidar de tudo.

— É uma boa ideia. – Daryl concordou com ele – Eu vou enterrar os mortos.

— Use luvas e máscara. – Hershel aconselhou

Aos poucos, todo mundo foi se ocupar de seus trabalhos, até sobrar Daryl e eu no corredor, com muitos passos de distancias entre nós.

— Isso é uma merda. – Falei pra ele, balançando a cabeça negativamente

— Olha...

— Se eu soubesse que isso aconteceria, não teria deixado você sair de perto de nós. – Continuei falando, interrompendo ele – Eu preciso de você agora, o Teddy precisa ficar perto do pai e.… Argh – Grunhi, crispando os lábios

— Aí. – Daryl me chamou, mantendo a distância entre nós – Logo que isso acabar, prometo que ficarei mais tempo com vocês dois. Mas agora eu preciso que você volte para o nosso bloco de celas e tome conta das coisas por lá, tome conta do nosso filho.... Consegue fazer isso?

— Consigo. Claro que consigo. – Respondi, respirando fundo e então olhei em seus olhos – Está se sentindo bem? Ou melhor, você está bem?

— Eu preciso estar. – Ele me respondeu e deu um leve sorriso – Por vocês.

Ele não me enganava com seu sorrisinho forçado, eu sabia que a coisa estava feia.... Mas mesmo assim, retornei o seu sorriso, controlando toda a minha vontade de abraça-lo e me afastei, após acenar com a mão, me despedindo.

Quando cheguei ao bloco de celas C, encontrei Michonne em sua cela, com o pé enfaixado, fazendo abdominais e Beth cantarolando alguma canção para as crianças, ela estava carregando Judith no colo e no berço da filha mais nova de Rick, estava Theodore, dormindo.

— O que foi isso? – Perguntei a Michonne, sem conter a minha curiosidade

— Ah. – Ela murmurou, me olhando por alguns segundos e então continuou a fazer suas abdominais – Eu caí, os caminhantes levaram a melhor sobre mim. Um erro idiota.

Balancei a cabeça negativamente e me virei para Beth, para prestar atenção em sua canção de ninar e aí que eu percebi que não sabia nenhuma.

— Isso que é canção de ninar. – Comentei com ela - Você tem que me ensinar alguma, uma hora dessas. 

— Você só tem que cantar o que gosta. – Ela comentou comigo, me olhando enquanto sorria – Mas não cante Boi da cara preta ou A Cuca vem te pegar, meio que assusta eles. – Escutei Judith choramingar e logo em seguida, a escutei golfar, bem na camiseta dela – Droga. – Beth resmungou e caminhou em passos largos em nossa direção – Vocês podem olhar eles por uns instantes?

Foi engraçado ver Beth praticamente obrigar Michonne a segurar a Judith e me mandar ir até o berço onde meu filho estava. Ainda escutando a mulher de dreads reclamar, caminhei até o berço e encontrei meu bebê dormindo, ainda embalado na manta vermelha. Me debrucei sobre o berço e sorri, enquanto acariciava o meu filho do jeito mais leve que consegui, para não acabar acordando ele do sono que parecia tão bom.

Theodore parecia um anjo.


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Notas finais do capítulo

Gente, primeiramente, oi!

Agora segundamente, Kylie, você quer me matar do coração?... Que recomendação maravilhosa é aquela? Me deixou muito emocionada ♥ Já nem preciso dizer que amei, porque amei forte, amei bonito, amei muito e todas as outras formas de dizer que possa imaginar.

Pensei em retribuir de alguma forma e a única que achei foi adiantar o cap de sexta e ainda sim, ter outra atualização sexta. Ou seja, um cap a mais do que o combinado para essa semana... E tudo isso graças a você Kylie, a ruiva que infla meu ego.

Até amanhã.







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