Descendants 2 escrita por America Jackson Potter


Capítulo 10
Family Problems




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Vocês precisam aprender que uma princesa consegue empunhar uma espada também.

— Rose Corona Bezerra

...

Era uma bela tarde de sábado. Os raios do sol iluminavam as grandes janelas de Auradon Prep dando uma beleza para a construção. Mal caminhava pelos corredores das salas tentando achar a sala de arte, um dos seus lugares favoritos. A garota tentava se acostumar aos saltos, era estranho ter que usar sempre agora. Mas era necessário, estava fazendo esse sacrifício para conseguir deixar de ser má.

Um sacrifício irritante, ela pensou quando entrou na sala vazia. Pinceis, tintas e folhas estavam espalhados pelas mesas manchadas de respingos de tinta.

Você pode ter uma coroa na cabeça, mas ainda é uma vilã.

Um sussurro fraco da voz de sua mãe soou na cabeça da garota. Mal respirou fundo e pegou uma tela em branco. Preparou a paleta de cores e os pinceis. Olhou para a tela e começou a rabiscar o que vinha na mente.

Como era sábado, ninguém iria até aquela sala, deixando Mal sozinha o tempo que ela precisasse. E estava precisando daquele tempo as sós, já que a semana inteira foi corrida. Vários fotógrafos, jornalistas iam até a garota perguntar o porquê do novo visual, qual era o motivo da mudança repentina. Ela estava cansada de todos a olharem estranho, sorrir falsamente para ela enquanto estava com Ben, achava que era por causa do visual, talvez tenha o mudado por causa disso, mas no fundo sabia que os olhares e as encaradas era por causa da mãe.

— O que é isso? — Mal olhou para a tela, tinha feito uma construção antiga, quase caindo aos pedaços, no alto de uma montanha. Se estivesse mais escuro, diria que era o antigo castelo de sua mãe, talvez até fosse, não se lembrava direito como era. A garota tocou a tela, tinha algo no desenho que a intrigava. — Fruto das minhas lembranças. — Ela sussurrou para si mesma. Não daria para achar o lugar, já que era uma mera ilustração.

Procure, encontre e liberte.

Sua mãe sussurrou em sua cabeça. Mal não estava em transe como das outras vezes, tinha consciência do que estava fazendo.

— Alô?

— Oi Ben! — Mal gritou assim que o namorado havia atendido.

Oi Mal — ele riu do outro lado da linha. — Aconteceu alguma coisa?

— Não... Sim... quero dizer: nada de grave, só estou na sala de artes pintando. — Ela disse animada. — Posso te fazer uma pergunta?

Claro, morango. — Ah, aquele apelido idiota que Ben a chamava. Mal ficava irritada e ao mesmo tempo feliz, essa mistura de emoções resultou na risada da garota.

— A Montanha Proibida ainda existe?

— Por quê a pergunta?

— Nada, só por curiosidade.

— Não existe. Só tem uma colina lá agora. — Ben disse sério. Mal sabia que quando ele usava esse tom, estava escondendo algo. Era evidente em sua voz isso.

— Ah, okay, certo. Obrigada... meu amor. — Mal disse tentando não parecer esquisita e desligou o telefone.

A garota lembrou-se mais uma vez que não estava em transe quando saiu da sala indo para a biblioteca para procurar mais sobre a Montanha Proibida.

...

Kaya estava tomando café nas mesas do jardim. Lia Alice no País das Maravilhas pela primeira vez. Óbvio que já tinha ouvido falar da história, seu pai contava para ela quando ele não passava noites no bar de Hook bebendo.

— Por quê todos gostam de ler Alice no País das Maravilhas? É um livro tão chato. — Charles comentou assim que viu o nome na capa. Kaya revirou os olhos e tomou um gole do café.

— Oi para você também. — Ela não tirou os olhos do livro. Charles riu.

— Estou só de passagem. — Ele disse fazendo Kaya o encarar.

— Ah é? Que pena então, porque eu não estava afim mesmo de ter sua companhia — Kaya sorriu sem mostrar os dentes, fazendo Charles sentar à mesa com a garota. — Pode ficar ai, não vou te dar atenção.

Kaya não havia percebido que, com Charles ali, todos os amigos do garoto passavam para cumprimenta-lo ou conversar com ele, tirando toda a concentração de Kaya. Charles riu quando percebeu que havia atingido seu objetivo.

— Por quê fez isso? — Ela ergueu uma sobrancelha.

— Só para te mostrar como esse livro é muito chato. — Ele sorriu e se levantou. — Vou te deixar sozinha agora.

E Kaya ficou. Conseguiu até terminar o livro.

...

Isabelle não entendia porque todos estavam animados em volta da árvore de carvalho branco, ou como todos diziam, a Árvore Milenar.

Harry iria ter uma luta de espadas contra Ariana, qual a graça nisso? Isabelle já estava entediada sem a lutar ter começado, já que via sempre isso lá na Ilha.

— Cadê a Kaya? — Uma perguntou.

— Ela sumiu o dia inteiro. — Izzy deu de ombros.

— Palavras têm poderes, sabia? — Kaya apareceu do lado das duas sorrindo. — Perdi alguma coisa?

— Não, eles não começaram ainda. — Uma disse.

— Por quê mesmo eles tão fazendo isso? — Isabelle perguntou cutucando as unhas vermelhas brilhante.

— Bem, Ariana desafiou Harry, porque ele toda hora estava se gabando por ser um ótimo pirata e tudo mais. — Gil respondeu encostado na Árvore Milenar. — Preparados? — Ele gritou. A ruiva ergueu sua espada prata assentindo. Harry rodou a sua, assentindo. O prata da espada de Ariana fazia um contraste com a espada dourada de Harry. — Em guarda! — Os dois tomaram a posição.

Não era uma luta de verdade, não valia nada. Talvez valesse a dignidade de Harry, mas ninguém estava pensando nisso. Era uma brincadeira, com espadas afiadas sem a proteção correta. Ariana conseguia manter a postura ereta enquanto atacava Harry com elegância e destreza. Harry já era mais rápido e selvagem. Os olhos claros dela observavam cada movimento, tentando antecipa-los e contra-atacar. Ele já tinha os olhos ferozes, tentava achar uma brecha nas devesas da ruiva. Voavam faíscas das espadas, isso fazia com que os gritos dos amigos em volta ficassem mais altos.

Ambos conseguiam apenas ouvir o vento forte e os tintilares das espadas quando se cruzavam em harmonia. Por um momento, Harry abaixou a guarda, e isso fez com que Ariana conseguisse derruba-lo no chão de joelhos. A espada dourada voou de sua mão. A ruiva correu para pega-la e acabar com a luta, mas Harry agarrou o tornozelo, fazendo-a cair. O garoto foi rápido e pegou a espada de volta. Nesse tempo, Ariana se recompunha e limpou o filete de suor de sua testa.

— Vamos Ari! — Rose gritou fazendo Gil rir. — O que foi?

— Pensei que era contra violência.

— E sou. Mas vocês precisam aprender que uma princesa consegue empunhar uma espada também. — A morena sorriu voltando o olhar para a briga.

— Quer apostar é?

— Não gosto de apostas. — Rose respondeu sem olhar para o garoto. A morena se apoiou no ombro de Charles, olhou de canto para Gil e percebeu que ele também olhava daquele jeito para ela.

Harry girou a espada antes de atacar Ariana, que saltou para o lado desviando do ataque. Ela ia atacar o garoto, mas alguma coisa impediu que ela completasse o movimento. Harry tentou se mante firme enquanto tentava segurar Ariana do impacto, mas não deu muito certo e os dois caíram no chão. A ruiva suspendeu o rosto e percebeu que estava milímetros do rosto de Harry, até sentia a respiração do loiro em seu rosto. Ela fechou os olhos e esperou que ele a beijasse, mas Polly, a cachorra de sua irmã, filha de Max, o cão de seu pai, começou a puxa-la.

— Polly! Polly! Chega. — Ariana riu e saiu de cima de Harry para dar atenção à cachorra. — Espera, se você está aqui... — A ruiva virou a cabeça devagar e encontrou sua irmã mais velha, Melody, de braços cruzados com uma careta. — Oi, Melody.

Melody tinha uma coroa dourada que reluzia sobre seus cabelos negros, devia estar se acostumando com aquilo, já que daqui a poucos dias iria ser coroada rainha. A mais velha rodava no dedo o anel de noivado, o casamento iria acontecer no dia da coroação. Dois motivos que Ariana não podia faltar. Melody tinha um tom sério e preocupado, ao mesmo tempo.

— O que estava acontecendo? — Ela perguntou com calma.

— Só estávamos... — Harry começou levantando. Ajudou Ariana a se levantar, que pediu silenciosamente para não falar nada.

— Foi um desafio. — Rose falou dando um passo para frente. — Ariana desafiou o filho do Capitão Gancho para uma batalha.

— Não foi nada de mais. — Ariana disse prendendo sua espada na cintura.

— Ela tinha tudo sobre o controle, se quer saber. Os dois tinham. — Uma falou. Melody olhou a garota de baixo para cima. O colar de Úrsula denunciava que ela era a descendente dela.

— Ariana, quer me acompanhar? — A voz de Melody saiu mais como uma ordem do que um pedido.

A ruiva se aproximou da irmã, Harry olhou preocupado para a garota. Polly saiu correndo atrás das irmãs e quase derrubou Harry de novo.

— Ela vai ficar bem. — Rose disse se aproximando de Harry. — Melody não é tão carrancuda assim.

— Por que sinto que ela vai levar uma bela bronca? — Harry olhou para a morena.

— Não será por causa de você, te garanto. — Rose abriu um sorriso gentil.

— O que estava acontecendo? — Max chegou olhando ao redor.

— Bem, você perdeu uma bela luta de Ariana contra Harry. — Uma disse rindo.

— Na qual, Ariana ganhou. — Kaya completou.

— Mentira. — Harry protestou jogando a espada para cima que se transformou num anel, que foi guardado no bolso traseiro do garoto. — O cachorro nos derrubou.

— Mas ela que ficou por cima. — Charles riu.

— Te conto quando fomos tomar chá com Ally. — Rose sorriu.

— Falando nela, alguém a viu? — Max olhou para Isabelle. — Ela sumiu.

— Por quê está olhando para mim? Até parece que eu tenho haver com o sumiço dela. — Isabelle revirou os olhos. — Apesar de que ficaria feliz se ela sumisse. — Completou com um sorriso amarelo.

— Não estou te acusando. — Max riu fraco. — Só estou preocupado porque não a vi o dia inteiro.

— Não fique preocupado, Hatter, ela deve ter se cansado de todo mundo... — Isabelle comentou saindo. — Procure no lugar mais improvável, talvez esteja lá.

— Está me ajudando? — Max ergueu uma sobrancelha.

— Nunca disse isso. — Ela gritou de longe.

...

— Disse que queria falar comigo? — Mal perguntou fechando a porta da diretoria. A Fada Madrinha estava sentada na cadeira de couro atrás da mesa.

— Sim, querida. Sente-se. — A mais velha sorriu e indicou para a cadeira a sua frente. — Quer um café?

— Não, obrigada. — Mal sorriu jogando os cabelos para trás dos ombros. Sentou-se e tentou ficar elegante igual Evie a ensinou. — Sobre o que gostaria de falar comigo?

— Jane começou a desenvolver os poderes e pensei que você quisesse ajuda com os seus. — Mal sorriu involuntariamente. — Posso ensina-las todo dia antes do almoço e no final da tarde.

— Que brilhante ideia. — A mais nova concordou. Havia um sutil toque de ironia, mas era verdade a frase. Ela precisava aprender a controlar seus poderes e, talvez assim, conseguisse expulsar sua mãe de sua cabeça. — Quando começamos?

— Segunda, pode ser? — Mal assentiu. — Quando não puder, avisarei vocês duas.

— Certo. Era só isso?

— Sim, querida. — A garota pediu licença e abriu a porta. — Ah, e qualquer coisa que precisar, pode me pedir, tentarei fazer tudo ao meu alcance.

— Obrigada. — Mal sorriu e fechou a porta atrás de si.

...

Charles chegou à casa de sua mãe. Percebeu que ela estava ao telefone, então só foi atrás dela.

— Não, não. Ele não me disse nada, acho que nem diria. — Sua mãe disse. — Vou ficar de olho, já te disse, não se preocupe. — Ela fez uma pausa. — Pó de fada? Isso ainda existe? — Vermelha perguntou e houve mais uma pausa. — Sim, sim, me ligue se tiver alguma notícia.

A mais velha se virou, levando um susto ao encontrar Charles.

— Com quem você estava falando? — Charles sentou no banco colocando as mãos sobre o balcão.

— Trabalho, nada que você precise se preocupar. — Chapeuzinho deu um beijo na testa do filho. —Faz tempo que não vem aqui.

— Só passei para ver como você estava. E pedir para você assinar a autorização da viagem para Terra do Nunca. — O garoto tirou o folheto do bolso. — Sabe, é a viagem de formatura, último ano na escola e tal...

— Sim, claro. — A mais velha sorriu. — Você merece, não é?


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