The College C.R.U.E.L. escrita por Glads


Capítulo 8
Desastre




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O tão aguardado dia do baile chegou.

Como eu previra, minha mãe ficou eufórica ao saber da notícia de que eu iria, tanto pelo meu ato que ela chamou de nobre quanto pela parte de eu ser social.

Não precisei comprar um vestido. Minha mãe tinha um perfeito que usou no primeiro encontro com o meu e apesar dele está velho, ele era parte de uma lembrança do meu pai.

Na escola, encontrei Noah mais vezes do que eu pretendia e bom, eu meio que sem querer lançava alguns sorrisos para ele. Como eu tinha imaginado, ele era um antigo amigo de Newt, Thomas e os outros.

O meu único problema era Minho (acho que essa frase se tornou comum aqui). Ele continuava me ignorando totalmente desde o dia no restaurante...

As meninas estavam todas reunidas na casa da Kate. Já eu, estava no meu quarto, sozinha, tentando me acalmar.

— Karine? – Minho perguntou batendo na porta.

Suspirei me levantando e abrindo a porta.

O asiático estava com uma calça jeans escura e camisa social preta aberta deixando a mostra seus belos músculos.

— Que foi? – perguntei forçando a voz para que ele não soubesse que eu tinha chorado.

— Eu vim vê como você tá... – ele me analisou de cima a baixo.

Eu nem sequer tinha arrumado meu cabelo, muito menos colocado o vestido que se encontrava na cama.

— Qual o problema? – Minho perguntou franzido o cenho, entrando e fechando a porta – É seu pai?

A simples menção fez as lágrimas retornarem e em um minuto eu estava sentada no chão envolvida nos braços do asiático e soluçando baixinho.

Ele não falou nada. Apenas me apertou em seu braço até o choro cessar.

— Você quer ir mesmo? Esqueça a idiota da Mirella... Ela só é uma garota má, o que ela fez com o Chuck nem sentido tem...

Afastei-me de Minho e envergonhada limpei o rosto olhando para o chão.

— E-eu tenho que conseguir usar o vestido, mas são tantas...

— Tantas lembranças. – Minho completou e eu olhei curiosa – Eu sei como é...

Ele pegou algo no seu bolso e me mostrou um cordão militar.

— Era do meu pai... – ele começou olhando diretamente para o objeto – Ele mo-morreu em um acidente, eu estava dentro do carro e a última coisa que eu lembro ter visto foi isso...

— Eu... Meu Deus! – falei e inconscientemente cobrindo a mão de Minho, deixando o cordão entre nossas palmas.

O polegar do asiático começou a fazer movimentos aleatórios na minha mão e notei seus olhos vermelhos.

— Ele não era militar, sabe... Minha mãe conta que ele já usava quando eles se casaram, mas não sabe ao certo de quem era... – obviamente ele estava tentando mudar o rumo do assunto.

— Mas vem escrito nome, sobrenome, data de nascimento e tipo sanguíneo nessas coisas! – retruquei tirando minha mão da sua e sentindo um estranho frio.

Minho me entregou a medalhinha para que eu olhasse.

O local onde deveria está as informações necessárias estavam esfoladas propositalmente, a única cosa que dava de vê era o tipo sanguíneo B+.

Eu ia falar, mas antes o asiático disse:

— O que importa é que desde a morte do meu pai, eu uso a medalha para não esquecer o que aconteceu e dói muito, muito mesmo.

— O que quer dizer? – perguntei olhando para ele.

— Você é muito mais forte do que eu... Eu sei que consegue colocar esse vestido, mas se não quiser ir, eu fico aqui, com você. – Minho pousou seu olhar em meus lábios – E quero que fique com a medalha.

Peguei e pensei em negar, já que aquilo era algo tão pessoal...

— Pelo menos por hoje. – completou o asiático.

Concordei e botei em cima da cama, perto do vestido branco dobrado.

Voltei ao lugar, mordi o lábio tensa e vi o garoto fechar os olhos sem se mover.

— Não faça isso comigo, Karine...

— Isso o quê? – sussurrei inocente.

— Ser tão... Você. – ele murmurou abrindo os olhos.

Em um misto de paixão e coragem me aproximei rapidamente de seus lábios doces os colando ao meu.

Tão rápido quanto selei nossas bocas, parei.

— Ai meu Deus! Desculpa... Eu... Ai senhor. O que eu fiz? – comecei a falar coisas desconexas para mim mesmo.

Minho se levantou em silêncio e tudo o que quis fazer era me enterrar ali mesmo.

Sério. Em um momento, nós nos ignoramos e em outro eu... Eu faço aquilo...

— Ei. – o garoto estendeu a mão para mim e corada segurei sem encarar seus olhos – Está tudo bem... Tirando o fato de eu ter quebrado o acordo de não beijar ninguém até o baile.

Olhei para o chão me forçando a ficar de pé.

— Eu... Desculpa mesmo... – continuei falando sem parar.

Percebi Minho abrir um sorriso fofo e beijou minha bochecha dizendo:

— Nos vemos mais tarde... Eu espero...

Ele se afastou, abriu a porta e saiu do quarto.

Estranhamente sorri colocando a mão no rosto.

— Mas uma coisa... – Minho entrou de supetão – Você é alérgica a alguma coisa?

— Ahn?

— Tipo... Ahn... Flores, poeira, tinta guache...

— Tinta guache? – arqueei a sobrancelha vendo seu sorriso vacilar – Não tenho alergia a nada que eu me lembre...

— Ah. Ok. Até mais... – ele saiu muito rápido.

***

Todos os meus amigos já estavam no baile... Minho tinha saído antes que eu descesse até. E nada de Chuck chegar para me buscar...

— Você acha que aconteceu alguma coisa com ele? – a mãe de Minho perguntou sentada no sofá a minha frente – Quer que eu chame Minho para vim lhe pegar?

Bem na hora a campainha toca.

— Vou indo. – passei a mão no meu cabelo solto e completamente enrolado – Mande um beijo para a mamãe...

Ela, infelizmente tinha ficado até mais tarde no trabalho.

Balancei o vestido branco e longo e abri a porta.

Chuck sorriu para mim instantaneamente.

***

Entramos na casa de Mirella e Chuck saiu para buscar refrigerante para nós me deixando sozinha com várias pessoas me olhando...

— Uou. – uma voz disse atrás de mim.

Me virei com um sorriso.

— Noah! Você veio! – exclamei surpresa.

— Sou da escola agora, afinal. – ele abriu um sorriso tímido.

Ficamos em uma espécie de conexão com o olhar.

— Ei! Você está muito gata! – Gally apareceu ao nosso lado.

— Nisso eu tenho que concordar. – Noah disse timidamente.

Algumas pessoas passaram pela gente indo em direção à pista de dança, aonde devia ficar o sofá da família de Mirella.

— Você não vai chamar ela para dançar, cara? – Gally disse batendo no ombro do amigo.

— Você não devia está beijando a Brenda, irmão? – o Branca de Neve versão masculina olhou para o amigo fingindo raiva.

Gally levantou as mãos e saiu indo em direção a Brenda que conversava com Kate de mãos dadas com Newt.

Eles me viram e acenaram.

Respondi acenando de volta.

Até cogitei em ir até lá, mas por algum motivo – chamado Noah – queria ficar.

— Então... – falei encarando os olhos azuis do garoto a minha frente – Você não vai me chamar?

Eu só não queria ficar ali sozinha e Chuck não aparecia de jeito nenhum.

— Você quer? – ele pareceu surpreso.

Sorri e assenti.

— Bom... O Minho não vai achar ruim? – questionou.

— Como assim?

— Ele não é ser par?

— Meu par é o Chuck. – disse.

— Ah. Então por que ele está me fuzilando pelo olhar? – ele olhou para atrás de mim.

Virei e encontrei Minho de braços cruzados me analisando.

Arrepie-me pelo jeito que ele me olhou de cima a baixo e pensei tê-lo visto suspirar.

— Não importa. Vamos dançar? – chamei.

O garoto concordou e segurando minha mão me levou para a pista de dança onde uma música lenta já tocava a algum tempo.

Passei as mãos ao redor do pescoço de Noah, assim como vi nos filmes adolescentes, e ele prendeu minha cintura com os dois braços,

Bom, chegou a hora de explicar melhor o que aconteceu depois do restaurante...

Só vi Minho no outro dia e ele sequer dirigiu a palavra para mim, o que deixou Kate bem chateada (Já falei que ela é realmente bipolar? Mas tudo bem, ela é uma ótima amiga).

Noah reencontrou seus antigos amigos e percebi Thomas ficar cheio de ciúmes porque aparentemente o Branca de Neve deu o primeiro beijo com a Teresa, ou algo assim.

O que importa é que visivelmente existe uma espécie de hipnose entre mim e o garoto.

E eu não sabia explicar o que era.

— Sabe... – Noah começou olhando para mim enquanto nos movimentávamos lentamente – Você acredita em amor à primeira vista?

Olhei para ele surpresa.

— Eu... Não sei... Nunca...

— Shiii... – ele colou nossas testas – Não diga nada.

Percebi que ele ia se aproximar e forcei seu ombro para trás.

— Desculpa... Eu não...

— Licença? Posso dançar com a minha garota? – Chuck apareceu emburrado e sem nenhum refrigerante.

Eu e Noah rimos.

O garoto mais velho se distanciou com um sorriso e um alívio percorreu meu corpo.

— Eu deixo você sozinha por dez minutos e isso acontece? – o menino rechonchudo de camisa social azul perguntou.

— Cadê o refrigerante, Chuck?

— Eu não achei e aproveitei para ir ao banheiro, mas, não mude de assunto! – ele apontou o dedo para mim – Podemos dançar?

Assenti voltando o olhar onde Minho estava antes sozinho, porém, ele já tinha sumido.

Confesso que enquanto dançava com Chuck, não consegui parar de me sentir bonita.

Nunca havia estado assim antes...

Por um instante recordei do meu pai me dizendo “você é uma princesa, meu amor” quando eu era pequena e sorri acreditando veementemente naquelas palavras.

— Oi. – Minho apareceu ao nosso lado assim que a música acabou.

— Você também quer dançar com a minha garota? – Chuck perguntou parecendo bravo – Cara, isso que dá sair com garotas bonitas...

— Qual é, Chuck... Faltam cinco minutos para iniciarem a cerimônia... – Minho disse e tirou uma nota de cinco dólares do bolso – Quebra essa pra mim.

Não consegui conter a risada.

— Você está pagando para dançar comigo? – olhei para o asiático – Eu podia ficar ofendida!

— Você poderia ficar ofendida com o Chuck te chamando de “minha”! – ele apontou para o garoto que já saia da pista.

Revirei os olhos incerta do que fazer.

— Podemos dançar? – ele perguntou – Te esperei a noite toda.

Meu coração acelerou diante do que ele disse.

— Eu cheguei meia hora atrasada, Minho. – murmurei quando ele passou os braços ao redor da minha cintura e me puxou para perto de si.

— Para mim, foi muito tempo. – ele sussurrou próximo ao meu ouvido.

Envergonhada passei os braços ao redor do pescoço dele e comecei a me envolver lentamente.

Sorri diante do pensamento bobo que se passou em minha mente.

Eu estava vivendo um verdadeiro filme... Apaixonada pelo bad boy que estranhamente me notou – eu admiti isso para mim mesma bem ali – e ele esquecendo todas as outras garotas – obviamente pensei que o “acordo” fosse um mero detalhe.

— Você é uma princesa. – ele deitou sua cabeça em meu ombro e falou exatamente o que meu pai me disse há anos atrás.

— Obrigada. – murmurei.

— Você não devia dizer que sou um príncipe? – ele se afastou e me olhou divertido.

Encarei seu pescoço, onde a medalhinha deveria está e a visualizei onde tinha guardado, embaixo do meu travesseiro.

— Você não é um príncipe. – murmurei – Está mais para um... Ahn...

— Um nobre cavaleiro? – ele abriu um sorriso.

— Um cavaleiro, talvez... Não vou alimentar seu ego.

— Seu sorriso é lindo. – Minho pensou alto parecendo hipnotizado.

Eu, uma garota boba, inocente e inexperiente acreditei.

Deitei minha cabeça em seu ombro lembrando o que Kate havia dito.

O asiático havia dado todos os sinais de um garoto apaixonado.

E se ele estiver, eu posso está também. Certo?

— Hoje... Hoje eu lembrei de você dizendo que não beijaria sério sem está namorando sério... – Minho falou me conduzido lentamente ao som daquela música romântica.

— Minho... Eu...

— Calma. – ele me interrompeu me afastando só para poder me encarar – Eu preciso saber se fez isso porque de alguma forma gosta de mim...

Mordi o lábio, mas quando foquei em seus olhos pude vê sinceridade.

— Eu...

— Peço atenção dos alunos, nesse momento. – uma voz fresca soou pelo local.

Suspirei me soltando de Minho completamente e olhando em direção ao meio das escadas, onde Mirella se encontrava em um vestido preto apertado demais na parte do busto.

— Como costume... – ela começou a falar, mas não consegui prestar atenção porque Minho segurou minha mão.

Olhei para ele surpresa e o garoto se aproximou do meu ouvido sussurrando:

— Nós podemos sair daqui...

Meus poros se eriçaram e claro, isso não passou despercebido pelo menino.

— E fazer o quê? – perguntei baixinho.

— Karine, minha querida, venha aqui na frente, por favor. – Mirella chamou minha atenção.

Busquei Kate pelo lugar, mas não conseguia vê-la devido ao tumulto de alunos de todas as séries do ensino médio. Então olhei para Minho e ele assentiu me incentivando a ir...

No lugar onde Mirella estava tinha um imenso balão azul, daqueles que colocam doces em festas infantis e foi para lá que eu fui expulsando qualquer tipo de timidez do meu corpo.

— Karine chegou a pouco tempo na escola e já se enturmou... – a garota falava no microfone conectado a uma caixa de som pequena, mas potente – Tanto que confiou nas pessoas erradas.

Franzi o cenho olhando para a garota ao meu lado.

Ela sorriu e eu notei uma espécie de controle em sua mão.

— Assista o vídeo, querida. Você vai entender... – ela desceu os degraus em seu salto alto fino.

No fim dos alunos ali presentes vi Brenda abraçada em Gally encarando tudo confusa.

Nem sinal de Newt, Kate ou Chuck.

Comecei a brincar com meus dedos nervosa sentindo o olho de todo mundo em mim. Thomas e Teresa estavam bem na minha frente e sorriram para mim me acalmando.

Tudo isso aconteceu em cinco segundos.

Vi Mirella apertar em um botão do controle e na parede da sala começou a tremular um vídeo caseiro.

“Eu não vou perder o bv”, uma voz, a minha voz, disse no vídeo onde era possível vê um pedaço do meu rosto e algumas ondas do mar.

“Eu não vou perder o bv”, o vídeo começou a repetir.

Encarei Minho no meio de algumas pessoas gargalhando e ele não focou em meus olhos.

Uns alunos pareciam confusos, outros riam apontando para mim...

Cruzei os braços insegura como se pudesse me proteger daquilo tudo e mais, daquele sentimento de traição.

— Em pleno último ano, temos uma aluninha que nunca beijou ninguém... – Mirella debochou como se isso fosse a pior coisa do mundo.

Suspirei sentindo uma coragem antes inexistente.

— E o quê que tem? – falei em um tom normal.

Os alunos calados levantaram o olhar para mim como se esperasse por mais e os que debochavam de mim começaram a ri um pouco mais baixo querendo ouvir o que eu ia falar.

— Eu sou bv. E dai? Você não tem o que fazer Mirella? – no fundo, eu ainda achava que Minho era inocente e que aquela garota tinha de alguma forma gravado aquilo.

— UOUUUUUUU... – uma pessoas gritaram.

Teresa piscou para mim com se aprovasse o que eu dizia.

Foi quando eu ia descer um degrau que senti algo molhado e consistente caindo em cima de mim.

Olhei para meus braços e vi tinta azul em cima deles. Observei meu vestido e só consegui enxergar tinta. Incrédula, botei a mão no rosto e senti mais tinta. Levantei o rosto para cima e vi que na verdade, o que tinha naquele balão, não eram doces, mas tinta guache.

E foi ao constatar isso que finalmente olhei para frente, vendo todos os alunos boquiabertos, inclusive Kate e Chuck na porta do lugar.

Mas meu olhar não ficou muito tempo em meus amigos, Minho tinha um canudinho na boca apontando diretamente acima da minha cabeça.

Meu coração falhou.

Lentamente ele desceu o canudo e disse em uma voz alta e grossa:

— EU DISSE QUE VOCÊ PAGARIA.

[...]


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro ortográfico, avisem, por favor.

Ah! Antes que eu esqueça, eu posso demorar um pouco mais que o normal para postar o próximo porque as aulas da faculdade começaram. Espero que compreendam.



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