Bad Reputation escrita por CherryBomb91


Capítulo 5
Fugir


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores!
Sem nada o que dizer, apenas voltei a atualizar a história e espero que gostem.
Boa Leitura.



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— Preciso Sair Esta Noite

Acordei sentindo-me terrivelmente dolorida e desconfortável, com dificuldades em respirar devido a um peso extra que estava sobre mim. Remexi-me por baixo daquele peso e abri meus olhos lentamente, focando em um local desconhecido que não era o meu quarto. Demorei alguns segundos para que a minha mente lenta processasse a situação em que me encontrava.

Eu estava dividindo uma minúscula cama de solteiro com Sasuke, e o bonito estava com seu corpo pesado quase todo sobre o meu enquanto suas pernas estavam entrelaçadas sob as minhas, o seu braço esquerdo praticamente amassando meus peitos, a sua cabeça tão próxima a minha que se virasse um pouco a minha as nossas bocas se tocariam. Mas o que me chamava atenção era uma coisa dura encostada em meu ventre. Senti meus olhos arregalarem automaticamente quando percebi o que era aquela coisa dura e tentei mais uma vez sair por baixo do corpo de Sasuke, mas o infeliz era pesado e tinha um sono da morte.

— Sasuke... – eu o chamei, tentando o empurrar, e ele nem se mexia. – Sai...

Espalmei minhas duas mãos em seu peito e o empurrei com todas as minhas forças, mas eu não havia calculado muito bem a minha força e fiz com que ele acabasse caindo no chão, levando o cobertor que nos cobria junto com ele.

— O que... – ele ficou sentado, piscando os olhos algumas vezes, bem desnorteado, até que sua visão focou em mim sentada em sua cama, e suas sobrancelhas negras franziram. – Que porra, Sakura! Por que você fez isso, caralho?!

Sua voz era agressiva, ele estava putinho enquanto se apoiava na beirada da cama para ficar de pé.

— Você não saía de cima de mim e ainda por cima está... – virei meu rosto para o lado quando vi o volume destacar sob sua bermuda de algodão – excitado.

Mesmo eu não sendo virgem, ainda era constrangedor acordar sentindo a excitação de um garoto, para falar a verdade eu nem mesmo lembrava-me direito como eu havia perdido a minha virgindade, não tinha muitas recordações, apenas leves lembranças de como o cara me tocava e de como nós dois estávamos bêbados, pelo menos eu estava muito bêbada.

Sasuke desviou seus olhos para baixo e pareceu pouco sem graça, mas ele disfarçava bem enquanto suspirava e sentava na ponta da cama.

— Queria o quê? Eu sou homem e você...

Sua frase morreu no meio e aquilo atiçou minha curiosidade.

— Eu o quê? – Perguntei, engatinhando na cama para perto dele, tombei minha cabeça para o lado para poder ver o seu rosto.

Seus olhos negros me fitaram por um segundo antes de desviar para o chão.

— Esquece.

Franzi o cenho, pois aquela não era a primeira vez que Sasuke me deixava curiosa com suas frases cortadas no ar. Eu iria questioná-lo, e arrancar de uma vez por todas o que tanto ele esconde, pois eu sabia que ele escondia alguma coisa, mas a voz da tia Mikoto soou do lado de fora:

— Que barulho foi esse aí, Sasuke?

— Nada não, mãe - ele respondeu, sua voz saindo alta.

— Se apronte longo, por que já está quase na hora do colégio.

— Tá.

— Ai que droga, não estou a fim de ir para a escola. – Resmunguei, jogando meu copo para trás e caindo de costas no colchão, encolhendo-me todinha.

— E você acha que eu quero? – Ele disse, e depois suspirou, se pondo de pé. – Vai ficar aí ou vai para a sua casa?

— Não quero enfrentar a minha mãe agora de manhã.

Sasuke apenas deu de ombros.

— Você que sabe.

Ele contornou a cama e logo em seguida saiu do quarto, me deixando sozinha. Remexi-me naquela cama, sentindo o cheiro de Sasuke mais forte naqueles lençóis, e olha que ele cheirava muito bem que até fazia eu sentir uns negócios estranhos...

— Quê? – Ergui meu corpo para cima e fiquei sentada, indignada com o rumo que a minha mente estava me levando. – Fala sério, Sakura – e bati na minha cabeça com o canto de minha mão para ver se eu voltava ao foco.

Era só o que faltava, pensar em Sasuke com outros olhos. Não ele seja feio, o desgraçado era bem bonito, mas... sei lá, era estranho, pois crescemos juntos e acompanhei de perto todo o desenvolvimento daquela criatura até ele chegar o que era agora, e ter um relacionamento romântico com Sasuke era uma coisa bem bizarra, pois éramos como água e vinho. Isso nunca iria dar certo, pois brigávamos mais do que ficávamos de bem. E mesmo eu sendo uma garota com uma reputação ruim que não está nem aí para nada, eu ainda sou uma garota e eu tenho aquele sonho que toda garota tem de se casar um dia com um cara legal que me amasse e me valorizasse, não alguém que eu sei que a cada semana está com uma garota diferente.

Então, Sasuke e eu, sem chance.

Com essa linha de pensamentos, eu criei coragem e pulei de sua cama, espantando qualquer tipo de pensamento estranho de minha cabeça e voltei ao modo On Sakura Pink Damon. Tive a ousadia de abrir o guarda-roupas de Sasuke – coisa que eu já fiz várias vezes – e fui direto para a gaveta secreta e peguei uma camisa preta do Mindflow. Arranquei a minha camiseta e coloquei a camisa oficial de Sasuke antes de ir até a sua janela. Ele não havia fechado ontem à noite, então eu só passei a perna para o lado de fora, tomando cuidado para não cair e me estabacar no chão. Tive ajuda de alguns arbustos para me agarrar e com a minha super habilidade de descida consegui pular para o chão, me senti a Mulher Gato.

— Uau, não sabia que estava chovendo Sakura.

Tomei um pequeno susto e virei meu corpo para trás, dando de cara com Itachi de pé perto na porta, segurava uma xícara na mão direita e um rolo de jornal na mão esquerda. Estava vestido com calça de moletom cinza e uma camiseta branca, deixando seus músculos dos braços à mostra.

— Fala aí, Itachi. - Abri meu sorriso amarelo e fui a mais cara de pau que consegui, agindo naturalmente como se nada tivesse acontecido. – O dia está bonito, não é?

Itachi apenas ergueu as sobrancelhas para cima e curvou o canto de sua boca num sorriso irônico.

— Qual é a boa, pequena meliante? Saindo a essa hora do quarto do meu irmão, eu posso presumir que você esteja entrando para a família?

— Cruz credo, Itachi – fiz uma careta, arrancando uma pequena risada dele. – Vire essa boca para lá.

— Fica meio difícil, principalmente vendo você usando a roupa dele – e me olhou de cima a baixo. – Quero que saiba que sou novo para ser tio.

— São pequenos detalhes técnicos, isso não quer dizer nada. E você pode fingir que não me viu aqui?

— Claro – ele respondeu, e vi que comprimia os lábios, prendendo um sorriso.

— Ok, até mais – acenei para ele antes de começar a correr, descendo a rua.

— Espero que estejam usando camisinha! – Itachi gritou quando eu já chegava no final da outra casa. Apenas virei um pouco meu corpo para trás e levantei o dedo do meio para ele.

Babaca.

Depois de mais duas casas eu cheguei a minha, a rua naquela hora era vazia, a não ser por uma senhorinha que morava na casa ao lado da de Naruto que regava as plantinhas ao redor de sua casa todos dos dias de manhã e no mesmo horário. Ignorando aquele pequeno detalhe eu comecei o processo de escalar a parede e logo eu atravessava a janela, entrando em meu quarto. Fiz o mínimo barulho possível para não chamar atenção da minha mãe, não estava com vontade de discutir com ela sobre o seu possível romance com o pervertido do meu professor.

Meu Deus, eu estou a um passo de ser enteada do meu professor de história! A realidade era bizarra, meu mundo estava a tempo de entrar em colapso. O que seria de mim de agora em diante? Aquele deletor na minha cola impossibilitaria de poder viver minha linda juventude adolescente.

Isso não pode ficar assim.

Abri a porta do meu quarto devagar e olhei o corredor vazio, e depois de perceber que minha mãe estava lá embaixo, eu entrei no banheiro e escovei meus dentes rapidinho e dois minutos depois eu estava dentro do meu quarto novamente. Amarrei meu cabelo - que deveria estar um ninho, pois não iria penteá-lo – num rabo de cavalo alto, agarrei minha mochila intocável que eu havia deixado num canto no chão, perto da minha escrivaninha e depois de colocá-la nas costas, passei minha perna para fora da janela e desci, me agarrando naqueles mesmo pontos estratégicos até chegar ao chão.

— Eita, olhando você descendo a janela desse jeito, vejo que é praticamente uma profissional – a voz de Naruto soou um pouco longe.

Sorri e virei-me para trás e o vi se aproximando com a sua mochila nas costas e a touca que ele havia recuperado de mim na cabeça.

— Tirou o dia para escalar e descer as janelas – a voz de Sasuke soou se aproximando, descendo a rua, apertou os olhos quando reconheceu a sua camisa que eu peguei “emprestado” de sua gaveta. – Toma – e jogou um embrulho de papel alumínio para mim que agarrei com minhas duas mãos e pelo cheiro gostoso eu sabia que era algo de comer.

— Valeu, estou morrendo de fome – disse, abrindo o embrulho e dando uma grande e generosa mordida naquele sanduíche recheado de queijo e presunto, especiaria da tia Mikoto.

— Ué, você dando comida para Sakura? – Naruto perguntou, olhando para Sasuke enquanto nós começávamos a caminhar. - O que aconteceu, por que não estou entendendo nada.

Depois de engolir o pedaço do sanduíche eu respondi:

— Descobri que minha mãe está namorando e fugi de casa ontem à noite e fui dormir na casa do Sasuke.

Naruto olhou para mim com as sobrancelhas arqueadas.

— A tia está namorando? Mas isso não é bom, já que seu pai largou sua mãe por uma ricaça peituda?

Bufei revirando os olhos e dei outra mordida no meu sanduíche e Sasuke respondeu por mim:

— A madrinha está namorando o professor Kakashi.

— Quê! – Naruto praticamente gritou, os olhos arregalados me fitando. – O pervertido dos livros? Como assim? Sakura eu não queria está na sua pele.

— Valeu mesmo pela consideração, seu ingrato – resmunguei com a boca cheia.

— Mas é sério mesmo, é um cú ter a mãe namorando o seu professor.

— E você não sabe que eu não sei? – Questionei, o fitando. – Esse filho da mãe estava esse tempo todo deletando tudo o que a gente fazia no colégio para minha mãe, e faz tudo isso quando é apenas um namorado, imagina quando ele se desovar lá em casa de vez? – Parei de andar, imaginando toda a cena de um cara desconhecido vagando pela minha casa. – Meu Deus, minha vida vai se tornar um inferno – choraminguei.

— Parece que vai ganhar um novo papai.

E não era nem preciso mencionar quem havia soltado aquele comentário ácido e nojento. Apenas fitei Sasuke com a minha pior cara, o fuzilando com o meu olhar e ignorando o quanto ele havia sido legal por me trazer comida e saciar a minha fome e das minhas lombrigas.

— Por que você não vai tomar no cú?

E vi o pequeno sorrisinho no canto de sua boca sumir na mesma hora. Uma coisa que Sasuke ficava puto era mandá-lo para aquele lugar, e eu mandava mesmo ele ir para aquele lugar, pois acho que ele não achou o caminho ainda.

— Idiota – ele resmungou esbarrando em mim de propósito e quase me fazendo derrubar o resto do meu sanduíche no chão.

— Puta que pariu, Sasuke, meu sanduíche quase caiu no chão, seu imbecil! – Briguei, minha voz saindo mais alta que o normal e o babaca apenas me ignorou, andando mais à frente.

Resmunguei mais algumas coisas comigo mesmo e ouvi as risadas de Naruto.

— Ai, ai. – Seu tom saiu extremamente debochado, atraindo minha atenção para ele.

— Ai, ai o quê? – O questionei, apertando meus olhos e me preparando para dar uns belos cascudos em sua cabeça.

— Nada, nada – e ergueu as mãos para cima, afastando alguns passos para o lado, ficando um pouco longe de mim.

Voltei a focar minha atenção à minha frente, fitando os cabelos arrepiados de Sasuke que estava a vários metros a minha frente.

Cú de galinha.

*  *  *

Posso dizer as aulas foram bem chatas e cheias de revisões que cairiam nas provas que estava se aproximando. Eu não via a hora de começar as férias de verão, estava em contagem regressiva pelos dois meses longe daquela pocilga de escola.

E depois de várias aulas chatas e aturar aquele comedor de mães explicando história lá na frente, o sinal do intervalo tocou para meu alívio, pois não estava aguentando olhar na cara do professor Kakashi, na moral.

Joguei minhas coisas dentro da minha mochila, enquanto via os animais dos meus colegas sair para fora da sala e desfrutar do pouco tempo de intervalo que tínhamos. Me levantei da cadeira, colocando minha mochila nas costas e estava quase perto da porta ao lado dos meus amigos quando a voz do professor Kakashi soou, me fazendo parar:

— Sakura, você fica.

Suspirei, sentindo-me irritada por ser barrada e escutar o que seja lá o que ele tinha para falar comigo. Naruto e Sasuke me fitaram, esperando uma decisão minha. Eu apenas murmurei para eles irem na frente e voltei meu caminho, parando em frente à mesa em que ele estava sentado, ajutando as suas coisas com aquela calma irritante.

— O que foi? Como viu, eu não fiz nada que vai fazer você me deletar para minha mãe.

Eu havia sido grossa enquanto cruzava os braços, estava com a minha guarda fechada e não iria facilitar para aquele pervertido.

Ele terminou de guardar seus papéis em sua bolsa, virou seu corpo para minha frente e me fitou.

— Sakura, sei que é uma situação delicada, mas quero que saiba que tenho minhas melhores intenções com sua mãe. Não quero ser um inimigo para você, ao contrário, quero ser seu amigo, alguém que você possa confiar.

— Confiar? – Meu tom saiu irônico e apontei o dedo para ele, ignorando o fato de ele ser a autoridade sobre mim. – Você fica me deletando para a minha mãe, causando intrigas, e agora chega para mim e joga esse papo de que quer ser meu amigo? Fala sério! Eu não quero a sua amizade!

Quem aquele cara pensa que é? Que pode chegar assim e tentar agir como um bom samaritano depois de tudo que ele fez? Se ele pensa que irei facilitar para o seu lado, ele estava muito enganado, eu iria infernizar a vida dele, isso sim.

— Roubar as chaves do zelador e trancar a sala dos professores, a diretoria enquanto faz um show em cima do terraço da escola, não é correto. Desrespeitar a coordenadora enquanto está numa detenção, também não é correto. – Eu já começava a revirar os olhos com a sua ladainha. – E levar bebidas alcoólicas para uma sala de aula também não é correto.

Meu corpo retesou quando ele pronunciou a sua última frase. Como ele sabia das bebidas? Ah, a professora. Mas ela não tem provas de que éramos nós que bebia ali na sala.

— Não sei o que está falando – me fingi de sonsa.

— Sabe sim. – Ele disse, olhando nos meus olhos, e havia uma certeza em suas palavras, como se ele tivesse provas para me enquadrar. Mas eu tinha que ser forte e não cair na dele, pois era isso que ele queria, uma brecha para me ferrar. – Como também sei que se essa informação parar nos ouvidos do diretor, você e seus amigos estarão muito encrencados, já que vocês seis tem uma cota enorme de advertências no livro acadêmico, e mais outra dessas vocês serão expulsos e perderão todo o ano letivo.

Senti meu coração acelerar um pouco com aquela informação, e dei um passo para trás. Se eu for expulsa a minha mãe iria me matar.

— Eu não levei bebida para escola – minha voz saiu baixa, e senti um friozinho de medo no estômago.

— Eu sei.

— Sabe? – Foi impossível evitar minha cara de surpresa com a sua afirmação.

— Vamos fazer assim, eu lhe dou um voto de confiança e esse assunto morre aqui se você me prometer uma coisa.

Apertei meus olhos, não gostando daquela história.

— Que coisa?

Ele ficou de pé, e era incrível a nossa diferença de altura, o professor Kakashi era um verdadeiro poste.

— Que você termine esse ano letivo sem causar nenhum problema, é para o seu próprio bem.

— E o que você ganha sendo legal comigo? – E sorri irônica. – Garanto que não vou ser legal com você. Não quero você namorando a minha mãe.

— Sakura, as coisas nunca saem como a gente quer. Eu realmente gosto de sua mãe e tenho que lidar com a sua desaprovação, assim como você que não gosta de mim e vai ter que lidar com meu relacionamento com ela.

— Isso é um absurdo! – Minha voz saiu mais alta que o normal.

— Absurdo foi você deixar sua mãe preocupada depois que saiu daquele jeito de casa ontem.

— Isso não é da sua conta! E não quero que fique tentando assumir o papel de meu pai, por que eu já tenho um. E muito menos sou obrigada a ficar aqui escutando você querer tentar conseguir alguns pontinhos comigo, por que isso não vai acontecer.

Em seguida dei as costas e saí daquela sala o mais rápido possível, escutando ele me chamar algumas vezes, mas não dei importância, estava morrendo de raiva daquele cara tentando bancar o bonzinho. Eu não podia deixar ele ganhar mais terreno do que ele estava querendo conseguir, eu tinha que agir o mais rápido possível.

Encontrei os meninos no mesmo lugar de sempre, sentei-me no meio entre Shikamaru e Neji, atraindo a atenção deles todos para mim, principalmente quando apoiei minha testa na mesa do refeitório.

— O que ele queria? – Sasuke perguntou.

Demorei alguns segundos para responder, tentava controlar a raiva que eu sentia dentro de mim. Ergui minha cabeça para cima e o fitei.

— Veio bancar o futuro padrasto bonzinho para cima de mim.

— Mano, até agora não estou acreditando que sua mãe está namorando o Kakashi – comentou Gaara, me fitando.

— Dá para você falar mais baixo? – O repreendi, o cenho franzido. – Não quero que ninguém saiba desse detalhe e que use contra mim futuramente.

— Mas que bosta, ainda bem que não sofro desse mal. – Disse Shikamaru.

Suspirei e roubei a Coca Cola de Neji e dei um generoso gole.

— Ei!

Coloquei a latinha em cima da mesa e olhei para Neji.

— Sabia que ele me chantageou com o lance da bebida que você trouxe ontem?

— Impossível, não era nem na aula dele – Neji deu de ombros, pegando a latinha e dando o gole, despreocupadamente.

— É, mas de alguma forma ele sabe, e pelo tom de voz ele tem provas. – Disse, atraindo a atenção deles todos para mim.

— Como assim? – Perguntou Naruto.

— Ele disse que se esse assunto chegar nos ouvidos do diretor, nós aqui – passei meu indicador pela gente – estamos expulsos pela quantidade de advertências que temos no livro acadêmico.

— Puta que pariu – disse Neji.

— Estou fodido – disse Sasuke.

— Isso não pode acontecer, Sakura! – Disse Naruto, se debruçando sobe a mesa.

— Então é melhor nós andarmos na linha até o fim das aulas – disse.

— Justo agora que arranjei um show para hoje, ao meio dia. – Comentou Shikamaru como se nossa expulsão não fosse nada.

— Você está de sacanagem? – Resmungou Neji, o fitando. – Você não ouviu o que a Sakura disse? Estamos com um pé de ser expulsos! E se isso acontecer, meu pai me mata, me fuzila, passa o carro em mim. De qualquer jeito eu vou está morto!

— Eh? – Shikamaru questionou como se o drama de Neji não fosse nada. Na moral, acho que Shikamaru era a má influência entre nós ali.

— Quanto eles estão pagando? – Gaara perguntou, bem interessado.

— E o fato de sermos quase expulsos? – Perguntou Naruto.

— Foda-se essa expulsão, eu quero é dinheiro – respondeu Gaara, todo trabalhado na avareza. – Quanto eles estão pagando, Shikamaru?

— Trezentas pratas.

— Então isso dá cinquenta pratas para cada...

— Errado, quarenta pratas para cada, pois o resto vai para o nosso fundo. – Shikamaru o cortou, acabando com a pouca alegria de Gaara.

— Puta que pariu, ser expulso por meras quarenta pratas, isso é uma miséria.

— E aonde vai ser? – Perguntei.

— No bar Akatsuki.

— Bar Akatsuki? – Questionou Sasuke. – Meu irmão trabalha meio período lá.

— E o que que têm?

— E o que que têm? Eu estou andando numa corda bamba com meu pai e a um passo de ser mandado para uma escola militar.

— O Itachi é de boa, mano, ele não vai te dedurar não – disse Naruto, o confortando com uma mão em seu ombro.

— Tá com medinho, Sasuke? – Zoou Gaara, extremamente debochado.

— Vai se foder – respondeu Sasuke com o cenho franzido.

— Esse bar é do outro lado da cidade, e já vou dizendo que não tenho dinheiro para passagem de ônibus. – Eu disse, colocando as minhas limitações em jogo.

— Se a gente sair agora, vocês me esperam na minha garagem que vou pegar um carro emprestado de um amigo meu e nós vai.

— Mas o carro só cabe cinco pessoas e somos seis e ainda tem os instrumentos – disse Neji.

— A Sakura vai dentro do porta-malas – disse Sasuke com o meio sorriso no rosto.

— Vê se me erra, seu idiota – e peguei as batatinhas de Gaara e joguei nele.

— Dá para o casal parar com a putaria? – Repreendeu Shikamaru.

— Nós não somos um casal! – Disse eu e Sasuke em uníssonos.

— Mas brigam como um – comentou Neji, ganhando um olhar feio de mim.

— Ok – começou Shikamaru -, o carro cabe todo mundo e não precisamos levar a bateria, só as guitarras e o baixo e colocamos no porta-malas. Enquanto vocês arrumam as coisas eu vou lá no meu amigo e pego o carro para nós ir. E aí, topam?

— Estou dentro – Gaara foi o primeiro a topar.

— Sabiam que temos aulas ainda? – Neji pareceu o mais são entre nós ali.

— E isso nos impediu de fugir das outras vezes? - Shikamaru arqueou as sobrancelhas, daquele jeito que fazia nós ser tachados de cagões se não irmos em sua onda.

— Se eu não for pagar nada, também estou dentro – eu disse, e assim os outros criaram coragem e toparam também.

E posso dizer que não tivemos dificuldade em fugir da escola, pois éramos mestres quando o assunto era escapulir bem no nariz de todos sem que ninguém nos vejamos.

*  *  *

Depois de muito tumultuo e confusão dentro da garagem da casa de Shikamaru e a demora de quase uma hora da parte dele, nós conseguimos arrumar os instrumentos dentro do porta-malas de um Chevrolet 1970 verde musgo. Entramos imprensados dentro daquele carro velho com o som de motor alto o bastante para o padrão de carros normais da nossa época. Shikamaru conseguiu tirar aquele carro na puta que pariu e demoramos uma hora e meia para chegar ao bar Akatsuki com a velocidade de uma lesma daquela lata velha, ou seja, chegamos atrasados ao nosso compromisso.

O dono do bar era um conhecido de um primo de um tio de um amigo de Shikamaru, um tal de Kizami. Eu não pude conter a surpresa quando o vi, mano, o cara parecia um tubarão, sinceramente, acho que ele tinha 99% de chance de ser filho de peixe, por que só faltava as escamas e ele começar a respirar de baixo d’água, por que o resto...

Naruto havia me cutucado com o cotovelo, ele também mantinha a mesma linha de pensamentos que a minha, mas eu pude disfarçar melhor do que ele que parecia apavorado com aquele homem tubarão. Mas quem ver cara não ver coração, e o cara de peixe era gente boa, liberou a nossa entrada sem ao menos pedir as nossas identidades, ainda bem, pois não queria ficar explicando que era uma mera coincidência que meu nome falso Miley Cyrus não tinha nada a ver com a cantora americana.

O bar era bem legal, tinha tons vermelho com detalhes em preto e branco, com o logotipo de uma nuvem vermelha em alguns pontos estratégicos do bar, que por sinal estava bem cheio para um começo de tarde, e olha que era quase treze horas.

O tal Kizami nos deu meia hora para nos preparamos antes de começar nosso pequeno show. Tínhamos organizado a nossa lista de dez músicas enquanto esperávamos Shikamaru chegar com o carro lá na sua garagem. E depois de meia hora eu e meus amigos estávamos no pequeno palco no canto direito do bar, cada um em suas posições e eu de frente ao pedestal, segurando o microfone e fitando aquelas pessoas de pé, animadas para o começo de nosso som.

Fitei o chão enquanto respirava fundo, sentindo aquele friozinho gostoso de nervosismo antes show. Os primeiros acordes de guitarra, baixo e bateria começou e a galera gritou, assobiando antes de chegar a minha vez de soltar a minha voz, cantando Gotta Get Out Tonight das The Runaways, a primeira música que abria o nosso show amador.

 

In the dead of the night I slip away

(Na calada da noite eu escapuli)

Lookin' for some heavy action

(Procurando por alguma ação pesada)

No matter what it is, I get that little itch

(Não importa o que é, eu tenho que coçar pouco)

My body needs satisfaction

(Meu corpo precisa de satisfação)

 

Arranquei o microfone do pedestal e Gaara e Sasuke me acompanharam naquele refrão com suas vozes masculinas dando um contraste maneiro com a minha voz:

 

Gotta get out tonight

(Tenho que sair esta noite)

The wild one is callin' me

(O selvagem está me chamando)

Gotta get out tonight

(Tenho que sair esta noite)

Out on the town is where I'll be alright

(Fora da cidade é onde eu estarei bem)

 

Em seguida começou alguns acordes de guitarra antes de eu tomar a voz solo novamente, agora caminhando na beirada do pequeno palco, dando o melhor de mim:

 

My folks think I'm bad and you know

(Meus pais pensam que eu sou ruim e você sabe)

They're probably right

(Provavelmente eles estão certos)

But I don't listen to a thing they say

(Mas eu não ouço uma palavra que eles dizem)

But I don't listen to a thing they say

(Mas eu não ouço uma palavra que eles dizem)

Cause They're always uptight

(Porque eles estão sempre tensos)

 

Gotta get out tonight

(Tenho que sair esta noite)

The wild one is callin' me

(O selvagem está me chamando)

Gotta get out tonight

(Tenho que sair esta noite)

Out on the town is where I'll be alright

(Fora da cidade é onde eu estarei bem)

 

E novamente foi a vez do solo dos instrumentos, os meninos estavam bem afiados, me fazendo balançar a cabeça, intoxicada com aquele som do rock que eu tanto amo. E naquele momento todos os meus problemas não passavam de coisas insignificantes, a música fazia meu corpo levitar, entorpecendo cada célula dentro de mim. E logo tomei a voz mais uma vez:

 

My fantasy is strong, it really turns me on

(Minha fantasia é forte, que realmente me excita)

I'm gettin' oh so wet

(Estou ficando tão molhada oh)

When will I discover my red hot lover

(Quando eu descobrir o meu sexy vermelho amante)

The one I'll never forget

(O qual eu nunca vou esquecer)

 

E novamente Gaara e Sasuke me acompanharam no refrão final, repetindo umas quatro vezes antes de encerrar aquela música:

 

Gotta get out tonight

(Tenho que sair esta noite)

The wild one is callin' me

(O selvagem está me chamando)

Gotta get out tonight

(Tenho que sair esta noite)

Out on the town is where I'll be alright

(Fora da cidade é onde eu estarei bem)

 

Meu coração batia com força quando terminei de cantar a última estrofe e a plateia vibrava com o nosso som, gritando e pedindo por mais, e demos mais de onde aquela música veio. Cantamos mais nove músicas e encerramos com I Love Rock’ N Roll da Joan Jett.

Recebemos os cumprimentos e os parabéns da galera que nos assistiam, dizendo o quanto nós éramos bons. O dono do bar estava bem satisfeito com o nosso show e nos convidou para tocarmos na outra semana, mas tivemos que colocar a mão na consciência e recusar, pois, as provas estavam se aproximando e era bem provável que eu ficasse com alguma dependência no final se eu não caísse de cara nos livros.

Ficamos algum tempo no bar enquanto Shikamaru resolvia o nosso tutu com o tal Kizami lá no escritório dele. Ele nos deu carta branca para pedirmos o que quisermos, menos as bebidas alcoólicas, para a nossa infelicidade.

— Esse foi um dos melhores shows que fizemos até agora, e até ganhamos comida e bebida grátis – Naruto sorriu enquanto comia alguns espetinhos de carne. – Isso não é foda!?

— Para o seu governo, nós só fizemos quatro shows até agora e dois deles foi na rua de nossas casas, então contando com o do bar do Ichiraku, esse show de hoje foi o nosso segundo. – Comentou Sasuke dando um gole de seu refrigerante.

— O que importa que estamos ganhando popularidade – eu disse comendo umas batatinhas e dando um gole na minha Coca Cola.

— O que importa é a grana que vamos ganhar que a cada show só diminui – resmungou Gaara fazendo uma careta e olhando para uma garota que passou pela nossa mesa com uma saia curtíssima.

Revirei os olhos. Homens.

— Você só sabe pensar em dinheiro – comentou Neji, atraindo a atenção de Gaara para ele.

— Eu não tenho pai rico que me paga mesada todo mês não.

— Ai – disse Naruto fazendo uma careta de dor para Neji, colocando mais lenha na fogueira.

— Ganhava, irmão. Estou tão pobre quanto tu – respondeu Neji nenhum pouco abalado com a alfinetada de Gaara.

— Sasuke? – Viramos nossa atenção ao mesmo tempo para Itachi se aproximando de nossa mesa com uma mochila nas costas. Ele também nos olhava quando parou ao nosso lado. – O que vocês estão fazendo aqui?

— Fala aí, Itachi – sorri, chamando a sua atenção. – Você acabou de perder o nosso show, foi muito irado.

— Itachi, não comenta nada com o pai que me viu por aqui não, tá? – Pediu Sasuke, trancando o cú como sempre quando está prestes de entrar num confronto com o tio Fugaku.

— Eu não preciso contar nada, meu irmão tolo, você mesmo tem a capacidade de se ferrar sozinho com ele.

Sasuke apenas bufou, revirando os olhos.

— Que isso Itachi, nem aprontamos ainda – disse Naruto sorrindo maroto.

— Vocês vieram para cá de quê? – Itachi perguntou.

— Viemos de carro com o Shikamaru, ele está pegando o nosso pagamento com o dono. – Respondi.

A cara que Itachi fez não parecia que tinha gostado nenhum pouco da minha resposta.

— Vocês querem um conselho? – Perguntou Itachi nos fitando. – Todos vocês.

— Que conselho? – Perguntou Neji.

— Se vocês não quiserem se dar mal, parem de andar com o Shikamaru.

— Por que você está dizendo isso? – Questionou Gaara. – O cara é massa pra caramba.

— Conheço ele o suficiente para dizer que vocês vão se ferrar se ficarem indo na onda dele.

— Também não é assim Itachi, o cara está nos ajudando a deslanchar a nossa banda – respondeu Sasuke.

Itachi soltou uma risada irônica.

— Vocês estão cegos, mas se querem pagar para ver. Só não dizem que não avisei.

E foi nessa hora que Shikamaru apareceu e Itachi fechou mais a cara, deixando o clima bem tenso ali.

— Fala aí Itachi, beleza – cumprimentou Shikamaru com um meio sorriso na boca.

— Leve eles em segurança para casa.

— Que isso, brow, tá comigo tá com Deus.

Itachi apenas o ignorou e deu as costas e se afastou, deveria pegar seu turno de trabalho.

— Teu irmão é metido pra caralho, Sasuke – disse Shikamaru, o fitando.

— Deixa o irmão do Sasuke para lá – disse Gaara. – E a nossa grana?

— Está aqui, vamos embora por que nessa área da cidade o trânsito costuma congestionar cedo.

*  *  *

Era uma seis e meia da noite quando cheguei em casa, levamos quase duas horas para chegarmos na casa do Shikamaru com aquele carro velho, pois pegamos um pouco de trânsito no final da rodovia. Minha mãe estava sentada no sofá com as pernas cruzadas e uma cara de poucos amigos quando me aproximava mais das escadas. A possibilidade de chegar em casa sem ser notada como de manhã havia sido falha.

— Aonde você estava? – Sua voz soou séria, quebrando o silêncio do cômodo.

— Por aí – minha resposta havia sido vaga enquanto colocava a mão do corrimão da escada. Não queria brigar com ela por aquele idiota de seu namorado.

— Por aí aonde, Sakura? – Sua voz aumentou dois graus e ela se pôs de pé. – Eu fiquei preocupada quando você saiu correndo rua acima ontem à noite e só volta a noite do outro dia. Você não deu nenhum sinal de vida.

Parei no primeiro degrau e virei meu rosto para ela, a raiva que havia sumido naquele bar enquanto fazia o meu show, veio com tudo agora.

— Mas não pareceu nem um pouco preocupada, já que estava com a grande companhia de seu namorado!

E subi correndo as escadas enquanto a ouvia gritar o meu nome lá embaixo. Entrei no meu quarto e fechei a porta batendo, deixando a mochila escorregar de meu ombro no chão e caí de cara na minha cama bagunçada. Eu queria chorar, eu queria gritar e mandar tudo pelos ares. Estava com raiva daquela situação, com raiva da minha mãe namorar um cara como Kakashi, com raiva do meu pai por ter largado a minha mãe por aquela mulher rica e raiva de mim por nada vir a minha cabeça e acabar com tudo de uma vez.

Tem certos momentos da vida que as coisas começam a caminhar para dar tudo errado, e eu estava vendo a minha vida desandando de uma hora para outra. A minha mãe, a escola, aquele baile idiota, e agora tinha o Shikamaru. Eu sei que lá no fundo eu sabia que Itachi poderia ter razão a respeito dele, pois eu já havia percebido a algum tempo que a maioria de nossos problemas que arrumamos oitenta por cento eram ideias de Shikamaru. Não que eu estivesse tirando o da gente da reta, pois não éramos nada inocentes, mas... Shikamaru pensava de um jeito diferente, agia diferente e tinha um dom de convencimento impressionante.

Me perdi de quanto tempo havia ficado naquela posição que acabei adormecendo e só acordei sentindo uma mão afagar os meus cabelos delicadamente e de um jeito bom que eu adorava. Abri meus olhos observando o quarto com pouca iluminação que vinha do corredor e minha mãe sentada na beirada de minha cama.

— Mãe? – Minha voz havia soado rouca e baixa, ainda extasiada de sono.

Me remexi na cama, sentindo o meu braço dormente devido a posição que eu dormia, e fiquei de barriga para cima.

— Já tem um tempo que não a vejo dormir tão profundamente.

Pisquei algumas vezes, afastando o sono que queria me dominar, e me sentei na cama.

— Aconteceu alguma coisa? – Perguntei, observando seu rosto me fitando calma.

— Eu só queria conversar com você, sem brigas.

— Hm.

Desviei meus olhos dos dela e fitei minhas mãos sob o meu colo.

— Sakura, nós não podemos ficar assim.

— Você não entende, mãe. – E a fitei, minha mente voltando ao foco de nossa briga anterior. - Ele é o meu professor! O que as pessoas vão pensar quando descobrirem que a minha mãe namora meu professor? Olha lá, a enteada do professor, aposto que ele colori as notas vermelhas dela por azul.

Mamãe apenas arqueou as sobrancelhas para cima, parecia nenhum pouco abalada com meus argumentos.

— Eu pensei que você não ligasse para o que as pessoas pensam.

— Eu não ligo – fiz biquinho cruzando os braços e olhando para o lado.

— Então por que você não aceita o meu relacionamento?

Virei meu rosto e fitei mamãe.

— Mãe, tantos caras por aí e a senhora vai pegar justo o Kakashi?

— Filha – e ela pegou minhas duas mãos e fitou os meus olhos -, a gente não manda no nosso coração, você vai entender um dia quando se apaixonar. Você não me quer ver feliz?

Se minha mãe tinha a intenção de me desarmar, ela havia conseguido. Era claro que eu a queria ver ela feliz, pois eu a amo muito, apesar de minhas atitudes que por vezes a magoava.

— Não é isso...

— Eu sofri muito com a separação de seu pai, pensei que nunca mais iria gostar de alguém novamente – e sorriu –, ele foi o grande amor da minha vida e me deu você como presente. – Sua mão tocou o meu rosto e afagou, fazendo meu coração aquecer com aquele carinho. – Então eu conheci o Kakashi e ele me tratou como se eu fosse a mulher mais especial de todas.

— A senhora é a mulher mais especial de todas.

Mamãe sorriu mais e apertou mais a minha mão.

— Filha, eu juro que quando conheci Kakashi eu não sabia que ele era seu professor, fiquei receosa quando descobri e foi por isso que demorei tanto para fazer as apresentações. Eu amo você, Sakura, você é a coisa mais importante da minha vida e quero que a gente seja mais amiga uma com a outra e não inimigas. Eu quero contar com você, assim como você pode contar comigo e não fazer as coisas pelas minhas costas e sumir a noite e voltar só no dia seguinte. Isso me deixa muito preocupada.

O peso de minhas atitudes se fez presente em minha consciência e odiei-me por agir como uma ingrata e preocupá-la com a minha segurança. Mas mesmo que eu tivesse o poder de voltar ao tempo eu faria tudo novamente, pois não conseguia controlar meus impulsos quando a raiva me dominava. Eu era uma filha horrível.

— Me desculpe, mãe – e a abracei, meus olhos já lacrimejantes e sentindo-me a pior filha do mundo. – Me desculpe por sumir assim. Eu dormi na casa do Sasuke, pedi para ele não contar a tia Mikoto e depois eu fui a escola. Me desculpe.

— Tudo bem, Sakura – disse minha mãe, apertando-me mais, me aconchegando em seus braços. – Hoje estamos passando uma linha tênue de confiança entre nós duas, mas não faça isso novamente.

— Não farei.

Nos separamos e nos fitamos e rimos por estarmos com lágrimas nos olhos.

— Eu te amo, minha filha.

Sorri, sentindo-me leve por estar de bem com minha mãe novamente.

— Também te amo, mãe.

E o nosso momento foi totalmente quebrado com o som estrondoso de meu estômago roncando, arrancando gargalhadas de nós duas.

— Essa sua barriga é de dar medo.

— Mãe, eu alimento a Matilde e a Gorete.

Ela franziu o cenho.

— Quem é Matilde e Gorete?

— Minhas lombrigas, mãe – e sorri fazendo mamãe revirar os olhos.

— Palhaça – e se levantou em seguida. – Tome um banho e desça para jantarmos.

— A senhora quem manda – e bati continência para ela que revirou novamente os olhos e saiu de meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e queria deixar claro que tudo que se faz tem consequências e as atitudes que Sakura e seus amigos estão fazendo no momento tem consequências no final.
Queria saber suas opiniões e teorias, e nos vemos em breve, alegando que as atualizações serão uma segunda sim e uma segunda não, mesclando com a história The Secret.
A música do capítulo é da banda The Runaways – Gotta Get Out Tonight: https://www.youtube.com/watch?v=alWCE_ehDjY
Beijos ♥



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