Scream - Survival 2 escrita por The Horror Guy


Capítulo 36
Fright Night - Part 11 - The Last Scare


Notas iniciais do capítulo

Olá!Estamos de volta no ULTIMO FRIGHT NIGHT! Prontos para o ultimo susto?



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—Eu?! - Exclamou Kirstin colocando as mãos contra o peito, recuando espantada.
—Você mesma, querida!
—Claire.. - Edward estendeu a mão para frente, num sinal de "Espere". -Calma, pensa direito pra não fazer besteira!
—Que besteira, garoto?! -Respondeu grossa, sacudindo a arma. O que fez os três estremecerem sobre os próprios pés, temendo um disparo. -Calma vocês! Eu só vou atirar se alguém me der motivos. O que, dependendo da Kirstin, pode até ser fácil...
—Mas do que você tá falando?! -Indagou a garota prestes a entrar em prantos. -Eu nunca te fiz nada, por favor não aponte a arma pra mim!
—Desculpe Kirstin, mas não quero gastar minhas lágrimas de crocodilo com seu melodrama de atriz de teatro flopada.
—Pensa direito, Claire! -Insistiu Ed, levantando a voz pondo-se na frente da garota feito um escudo, mostrando estar disposto a levar uma bala por ela.
—Sai da frente, Edward...
—Não. Não saio até você dar motivos concretos pra estar apontando o revólver pra ela!
—Ok, então vamos lá. Edward meu amiguinho querido.. -Sorriu falsamente misturando insanidade com alegria em sua performance cínica. -Quando foi a primeira vez que vimos a Kirstin?
—No pátio.. Bem ali fora.
—Sim, e o que ela estava fazendo?
—Chegando. -Confirmou ele com um certo receio de suas próximas respostas, parecendo endurecer após cada uma delas. E Kirstin escondia-se de trás dele encolhida, espiando por cima de seu ombro.
—Boa memória. Agora... Notou como ela estava com uma mala e tudo mais? Uma recém chegada como você disse, certo?
—E Daí?
—Bom, quando um estudante menor de idade chega em Pendleton...
—Menor de idade?! -Questionou ele, boquiaberto.
—Ah... Sim, querido. Kirstin acabou de sair do colegial, ela tem 17 aninhos. Vai fazer 18 daqui a dois meses.
—Putz..
—De qualquer forma, quando um menor chega em Pendleton, não vai simplesmente saindo por aí procurando onde morar. Um pai ou responsável tem que acompanhar o infeliz até aqui e assinar um termo de responsabilidade até que o aluno fique maior de idade. A Faculdade oferece um quarto num dormitório ao estudante, como de costume e o sujeito fica lá até decidir se quer entrar numa fraternidade ou ficar por lá mesmo.
—Ainda não entendi onde quer chegar...
—Viu algum Pai, Mãe, Tio ou qualquer coisa dessa garota? Não. E por quê? Porque seja quem for o responsável por ela... Não a trouxe naquele dia específico.
—Claire... Seja clara.. -Disse ele sentindo um arrepio lhe percorrer a espinha.
—Não a trouxe naquele dia, pois já havia deixado ela aqui antes. Kirstin já estava na faculdade há um dia quando a vimos. Para ser mais precisa... Ela chegou bem no fim da tarde, no começo do anoitecer.. Na mesma noite em que Gigi e Carl foram atacados.
—Kirstin... Isso é verdade? -Perguntou ele trêmulo sem olhar para trás, sentindo as unhas aflitas da menina que os agarravam por trás puxando-lhe a blusa.
—Sim... -Respondeu ela beirando ao choro.
—Então, na manhã seguinte depois de ter arrebentado o coitado do Carl, ela resolveu sair do dormitório e ir em busca de uma fraternidade.. Topando com quem? Eu e você. Coincidência? Seria.. Se ela não fosse a assassina!
—Mas isso não quer dizer muita coisa, Claire. Todos estavam aqui na facul quando Gigi e Carl foram mortos.. Até o Kenny e o Paul!
—Mas fica ainda melhor. Kirstin não foi pra qualquer fraternidade, não é mesmo? Ela foi direto pra Zeta Beta.. Lar de quem? Gigi, a que escapou. E nem preciso dizer o que aconteceu depois naquela mesma noite. As meninas da Zeta Beta foram massacradas por completo mas Kirstin... Saiu sem nenhum arranhão, com aquela desculpa idiota de que o assassino a trancou num quarto e a deixou lá enquanto as outras.. Que estavam também trancadas no banheiro pelo que eu soube, foram sim atacadas quando ele usou um machado pra derrubar a porta. Mas não usou o mesmo machado pra atacar Kirstin? Por quê? E sabe do que mais? Ela nunca estava presente quando as coisas estavam acontecendo. Só dava as caras quando tava tudo em paz. Você sabe o que ela fica fazendo quando não está com a gente? Eu não sei. Só sei que corpos aparecem!
—Isso não é verdade! Ela estava com a gente quando Cath e Kenny foram atacados! Você sabe disso!
—E eu também sei, Edward.. Que não existe apenas um assassino. -Disse irritada girando novamente o braço, apontando a arma na direção contrária. -Não é, Kenny?
—Pronto, sobrou pra mim! -Exclamou assustado levantando os braços, em rendição.
—Exatamente, Família Addams. Você disse que estava no seu quarto quando ouviu os gritos de Gigi e Carl.. Mas também disse.. Querendo por a culpa no Paul, que ele não estava no quarto naquela noite, e ele até confirmou isso. Então me diga.. Se Paul não estava lá, como até ele mesmo confirmou, quem pode provar que você estava? Até onde eu sei você poderia muito bem ter atacado o casal feliz. Isso sem contar que o Senhor não só conhecia todas as vítimas como também é a única pessoa na história do gênero de terror a escapar de um assassinato durante uma cena de sexo! Isso não tem desculpa!
—É o quê?!!
—O Assassino segue o padrão dos filmes de terror. Ele encontra um casal fazendo sexo, os mata. Isso é lógico, é como a lei da natureza. Não tem como sobreviver a esse tipo de ataque.. A menos que ele quisesse que você sobrevivesse.. E por quê? Por que te largar desacordado do lado da menina morta e fugir?
—Vai se foder, Claire!
—Olha que mal educado! -Respondeu ela em sarcasmo fingindo estar ofendida. -As mentiras do Paul, as atitudes estranhas da Kirstin.. Tudo isso pode ser um alarme falso. Mas sobreviver a uma cena de Sexo... Não tem como. Imperdoável. Acho que você escorregou no leite, assassino...
—Você não sabe o quanto está errada.
—Ninguém pode provar que você estava no quarto naquela noite. Ninguém pode provar que Paul não estava atacando Gigi e Carl. Ninguém pode provar que Kirstin se amigou comigo e com o Edward por acaso.. E tudo começou quando ela chegou. Clarice também não me escapa, da última vez que alguém foi "Pego" pelo assassino se tornando refém, foi o filho da puta do Steve. E Acontece que o sequestro era encenado e o desgraçado era o assassino, não confio nela também! E quanto ao Timmy.. Por mais que ele nunca tenha tido nada a ver com isso.. Ele estava trabalhando no refeitório, e foi ele quem serviu a sopa, Quinn me contou contou isso. E ele não está aqui para se defender, ou está por trás da máscara. Eu não confio em ninguém. Mas, contudo, confio menos ainda em você, Kenny. Impossível que o assassino não tivesse te matado quando tinha chance. Acho engraçado que todo mundo que sobrou vivo... É extremamente suspeito. O Assassino está repetindo o Massacre de Pendleton transformando a Lenda Urbana num acontecimento real. Mas isso é tudo pano de fundo para o verdadeiro motivo do crime. Pois todos sabemos que o intuito aqui é me matar. E não vou facilitar pra você... -Apontou a arma com mais firmeza, erguendo o queixo ao fazer sua mira direta ao rosto apavorado de Kenny.
—Você não tem que facilitar nada se pelo menos me ouvir!
—Ouvir, hã?... Como você vai inventar um milhão de desculpas antes de eu meter uma bala em você, seu drogado de merda?
—Não faz isso... Está cometendo um erro, Claire! Eu estive lutando todos esses anos contra o meu vício! Matt estava sempre lá por mim me ajudando a superar. Sabia que ele foi meu conselheiro na reabilitação? Foi por causa dele que eu não fui parar num maldito manicômio quando dizia que ouvia coisas. Não importa o que eu dissesse ninguém acreditava em mim. Tive que ralar, dar muito duro para conseguir a vaga na Universidade. Eu vivi lutando, Claire! Mas sentia nas minhas entranhas que algo estava para acontecer quando fiquei sabendo sobre Gigi e Carl. Sabia que ninguém ia acreditar em mim, principalmente quando eu disse ao Matt que tinha ouvido os gritos e o que minha intuição dizia a mim.. Ele também me achou louco! Por isso não fiz nada e não falei nada. Mas assim que vocês precisaram de ajuda eu estava lá, não se lembra?! Eu sempre estive lá. E o que tem essas regras do terror? Talvez... O Assassino não tivesse me matado porque... Eu não sei.. Achou que eu já estivesse morto quando fiquei desacordado.. Ele é quem chutou minha cabeça, eu sei lá! Ou porque eu parei de usar drogas! Não sou mais um arquétipo do terror como você diz, e por isso ele não podia me matar! Eu não sou o que aparento ser, eu juro! Uso essas roupas pretas e tudo mais.. Mas isso não é nada. Eu juro, por favor não atire em mim!
—Será que você matou a Cath?
—O quê? Não!
—Hum... Será?
—Eu juro! Eu fico aqui até o fim e você vai ver que eu não sou o inimigo!
—Onde está Lizzie?
—Eu não sei!!!!!

O Polegar da Diaba deslizou sobre a parte de cima do revólver, descendo por trás estalando um clique de destrave, um simples "Click", que congelou Kenny até os ossos travando de susto.

—Por favor! -Ergueu mais as mãos trêmulas pondo-as acima da cabeça.
—Implore.. Eu quero ver. -Fechou um dos olhos ao manter a mira.
—Não... -Disse baixinho em desespero. Nada iria pará-la.
—Você tem 5 segundos, Kenny. Para me fazer mudar de opinião. 5...
—Se você quiser conversar, eu te contei tudo o que eu sei! Eu não sei de mais nada, eu não estou envolvido!
—4...
—Ok, espera! Isso não é justo!
—3...
—Edward, me ajuda, faz alguma coisa!
—2...
—Paul!!!
—1.... - O estrondo veio quase que imediatamente assim que a Diaba apertou firme o gatilho, estourando no corredor um lampejo violento seguido do impacto da bala contra a parede, a centímetros de Kenny, deixando um buraco na pintura branca e uma minúscula nuvem de poeira que dali se espalhou ao lado do garoto na altura de sua cintura. Infelizmente para ela, subestimou o revólver, sendo jogada para trás batendo as costas contra a parede lançada com a força do tiro, perdendo momentaneamente o equilíbrio com a surpresa, deixando a arma escapar de sua mão num salto que o objeto deu de seus dedos magros que não aguentaram a força do gatilho, sendo o revólver arremessado sem querer para o ar. Errou o tiro por pouco mas não tirou o choque do susto que arrebatou a turma que, em gritos, se esvaíram protegendo a si mesmos desviando do estrondo mesmo que não estivessem na mira, num reflexo automático de auto-preservação com braços se pondo na frente de seus rostos e troncos se curvando, afastando-se desajeitados do barulho que pegou a todos de surpresa. Paul por sua vez, caiu sentado ao se abaixar com tanta rapidez, estirado no corredor após o escorregão de susto que o atingiu.

Kenny foi mais rápido do que nunca, colocando os braços inutilmente contra o rosto virando-se de uma vez só para correr num grito de pavor, sem saber se havia ou não sido acertado, atirando-se corredor a fundo iniciando sua fuga:

—Socorro!!!!!
—Não!!!!!! -Exclamou Claire. - Alguém segura ele!! -Se estremeceu tentando recobrar a pose.
—Malucaaa!!!!!!!! -Kenny se apressou ao dar as costas seguindo em direção à saída do prédio seguindo na longa reta branca em passos tortos e fora de coordenação mal vendo como seguia, chegando a dar de ombros contra a parede na corrida desordenada, mas sem perder o ritmo continuando a seguir em frente.
—Para, miserável!!!! -Ela se abaixou em insana fúria afim de apanhar o revólver do chão. -Segura ele!! - Mas para sua surpresa, ela é quem foi o alvo de braços e puxões.

Reese e Kirstin atacaram Ripley por trás jogando-se contra a garota histérica, causando um empurrão que a fez perder o eixo, arremessando-a a um metro a frente em desequilíbrio. Graim praticamente se jogou na direção do fugitivo esticando as pernas ao iniciar sua própria corrida. Reese interviu Claire, que se debateu furiosa:

—Me larga!!! Me larga!!!!!!

Envolveu seus braços em volta de Ripley agarrando-a por trás pela cintura, contendo o demônio gritante a levantando do chão, onde seus pés chutavam o ar com força em movimentos epilépticos:

—Me soltaaaaaaaaa!!!!!!!! -Um grito fino de ódio implorou de sua garganta, enquanto Kirsten se atirou no chão deslizando sobre o piso de barriga para baixo, com os braços esticados apanhando a arma em expressão baqueada. -Estão cometendo um erro!!!! -Continuava Claire.
—Calma, garota!! - Vociferou a segurança lutando para manter forças que contivessem a menina que se debatia violentamente erguida em seus braços.

—kenny! -Exclamou Edward impulsionando-se na direção do rapaz. Lutando sem sucesso para alcançar a silhueta veloz e descontrolada do jovem que fugia como o Diabo foge da cruz.

Ele pareceu não dar ouvidos mantendo seu ritmo espantoso, em frente à escuridão da noite que o aguardava do lado de fora, um pesadelo distante em contraste com as fortes luzes brancas sobre suas cabeças no lado de dentro.

O Sentimento de urgência transparecia da figura de costas de Kenny. Seus cotovelos iam para frente e para trás em golpes incansáveis no que aumentava seu impulso na corrida, aos saltos no que para Ed era um amontoado de movimentos mais rápidos do que ele poderia ser. A Visão do jovem era quase incompreensível e sua nuca mais parecia um borrão por conta da touca do agasalho que saltava com suas investidas bloqueando a vista de sua cabeça.

—Espere!!!!

Mais uma vez ele não respondeu. Só se podia ouvir sua ofegante respiração a alguns metros a frente acompanhadas as batidas de seus passos longos saltados.

—Kenny, por favor!!

E num único momento de clareza, Kenny correspondeu mas ainda sem para de correr, torcendo o pescoço de modo que visse Edward investindo em sua direção, olhando para trás sem diminuir o passo, apenas para berrar:

—Sai de perto de mim, Edward! Você tá do lado daquela louca!!!

Mas não foi no rosto pálido, embaçado e apavorado dele que Graim prestou atenção, foi no que se anunciou lá na frente. Um vulto negro que passara correndo da direita para esquerda a toda velocidade em frente a porta de vidro escancarada. Surgiu e desapareceu no mesmo instante, uma aparição veloz e silenciosa, de uma fração de segundos e imperceptível aos menos atentos, do qual alarmou Edward:

—Não, não, não!!! Pare, pare!!!!
—Vai se foder, Edward!!! -Praguejou torando a olhar para frente deixando Graim com a visão de sua nuca novamente, correndo de forma ainda mais veloz.
—Para, Kenny!!!! -Implorou mais uma vez tomado pelo medo, acabando por se esforçar mais do que suas pernas podiam, e numa tentativa de aumentar a velocidade, perdeu o equilíbrio em seus passos pesados com os joelhos se dobrando para frente contra sua vontade. Seu torço fora lançado na mesma direção onde Edward viu o mundo subir enquanto seu corpo caía de uma vez só contra o piso. -Nããão!!!

Sua súplica se provou totalmente inútil quando Kenny alcançou o limite da fuga chegando até a porta, por onde pretendia passar para fora sem planos de olhar para trás ou ver como estava a escandalosa situação no corredor que deixaria para trás, indo de encontro a garoa por boa vontade.

Seu semblante era estranhamente esperançoso ao encarar a noite fria que o aguardava. O coração tão frenético quanto sua velocidade corporal só se igualava ao seu futuro alívio que esperava sentir ao deixar o local. Quando, assim que seu primeiro passo ligeiro se pôs do lado de fora, com aquela sua perna magra esticada rumo a tão desejada saída feito um saltador... Edward teve um segundo para erguer o rosto antes apontado para o chão... Apenas para ver o inferno.

O vulto negro surgira novamente ao mesmo tempo em que Kenny passava pela porta. A Coisa apareceu desta vez vindo da esquerda para a direita passando de uma vez só sem hesitar, desaparecendo assim como na vez anterior, sem parecer parar para olhar o garoto. Mas ficou claro que ambos se tocaram, pois o modo como Kenny cambaleou diante da passagem do vulto indicou que seus corpos tiveram contato nem que mínimo durante o susto repentino do acontecimento.

A Corrida de Kenny continuou ainda mesmo quando o vulto desapareceu naquele mesmo segundo, mas de forma torta e com pernas bambas onde cambaleou de um lado para o outro curvando-se para frente em forma possivelmente dolorosa.

Edward sentiu em sua alma que o garoto havia sido acertado de alguma forma pelo vulto. Não dava para ver onde ou como, mas ele demonstrava estar ferido dado ao fato de sua súbita diminuição de ritmo e os passos cansados de pernas que mal se aguentavam confirmavam a aterrorizante suspeita.

—Essa não... -Levantou-se num impulso só, pressionando as mãos contra o chão, já erguendo os joelhos retomando a corrida que desta vez, vinha agonizante.

Ao que ficava mais próximo da saída e do vento frio do lado de fora, ouvia engasgos misturados com tosses roucas do garoto, que matinha-se parcialmente em pé debruçado sobre os joelhos, curvado numa posição estranha, remexendo-se no que parecia ser uma tentativa de respirar. Não conseguia ver suas mãos nem onde elas poderiam estar pressionadas contra.


Impossível lutar contra a enorme preocupação, e de fato nem tentou. Freou a corrida bravamente ao chegar na porta, agarrando-se no batente se segurando antes de dar um passo sequer ao lado de fora, temendo sofrer uma surpresa parecida.

Estava quieto demais, calmo demais. Observou com cuidado a sua volta antes de fazer qualquer movimento. Árvores em suas silhuetas suspeitas espalhadas por todo o pátio, a calçada diante de si contornando o mesmo como sempre. E nenhum sinal de psicopata a vista. O maldito deve continuado a correr sem parar após fazer o que fez, desaparecendo noite a dentro. Mas arriscar? Jamais.

Nenhum ruído, passo avulso ou sinal de presença alheia.. Edward seguiu em frente indo até Kenny, que ainda de costas a ele, mantinha-se retorcido no que parecia ser um choro forçado e arranhões que lhe assolavam a voz, impossibilitando-a de sair mesmo para gritar.

Silenciado numa posição de aparência dolorosa, Graim esticou o braço tocando levemente no ombro do garoto, que por pouco não caiu ao sentir o toque, mostrando-se mole ao que seus pés rastejaram pelo chão tentando manter o restante do corpo ereto.

—Hey, Hey!! Calma... O que foi?... -Perguntou mesmo sabendo que deveria esperar pelo pior, o segurando pelos ombros numa tentativa de mantê-lo firme. -Kenny, me fala o que tem errado?... -Insistiu trêmulo dando a volta sobre o rapaz para vê-lo com mais clareza.

De todas as coisas que esperava encontrar, essa não era uma delas. Sua alma fugiu de seu corpo no gelo que encheu seu peito no que Kenny se virou diante dele com desespero no olhar, agarrando-lhe a blusa e apertando com força num pedido mudo de socorro. Com a boca aberta e avermelhada por dentro, querendo dizer alguma coisa ou gritar mas sem poder.. Impedido pelo rasgo horizontal no pescoço num ferimento aberto e voraz, com parte da pele pendurada sobre o pomo de Adão, expondo parte de sua laringe. Muito sangue saltava para fora da cavidade profunda, formando bolhas pequenas de ar contornadas em vermelho, estourando com o arremesso espesso sangue que jorrava do pescoço do jovem pálido.

—Não... -Edward se sentiu agarrado pelo tremendo horror estampado no rosto daquele menino, fechando os olhos enquanto o segurava percebendo como perdia forças de forma rápida, mantendo a força nos braços. Mas querer não olhar e permanecer no escuro perante a horrível visão foi um erro tanto. Com os olhos fechados, Edward só conseguiu visualizar automaticamente a expressão que Dylan fez sob a mesma circunstância. Foi calado pela desesperança ao ver em Kenny, o sofrimento de seu irmão morto em seus últimos momentos de agonia com um corte parecido na garganta.

—Ed... -Proferiu Kenny roucamente e exausto, se abaixando diante dele deixando os joelhos tocarem o chão em uma súplica no esforço para se manter vivo.

Ao abrir os olhos, deu de cara com o rosto jovem e doloroso na altura de sua cintura. Ed não teve forças para mantê-lo em pé, e muito menos para fazer o mesmo, cedendo junto com Kenny deixando sua face se encher de lágrimas.

Um aperto de mão surgiu, e tudo o que aquela expressão moribunda queria dizer estava claro: "Me ajude, eu não quero morrer!". Não tinha como ajudá-lo e saber disso era o mesmo que a morte. Ed correspondeu ao toque apertando firme a mão suja de sangue do garoto mostrando-lhe uma força simbólica enquanto seus olhos pingavam.

—Fica acordado... Kenny, fica acordado... -Implorou ao ver como seu torso pendia-se para trás, desistindo aos poucos.. Ousando se deitar no asfalto úmido. Muito mais sangue saía da parte direita e saltada do pescoço, no que indicava que uma das artérias havia sido acertada. O ferimento central, o rasgo sobre o gogó mesmo que profundo, não exalava tanto sangue quanto.

Kenny apontou para seu peito entre um engasgo e outro, sinalizando dificuldades para respirar, sem soltar a firmeza do aperto de mão com Ed, que se pôs ao seu lado revivendo o passado de forma grotesca.

—Dylan.. -Disse ele desviando o olhar da sanguinolência. Não suportava mais olhar para todo aquele sangue. Abaixou a cabeça recusando-se a continuar vendo, e ainda que soubesse o quão mórbido eram seus pensamentos, torcia para que tudo aquilo acabasse rápido, ficando com nojo de si mesmo só de ter tais pensamentos. -Por favor... -Implorou aos prantos durante o choque. Até que sentiu o fim do aperto entre seus dedos e como a mão que o segurava ficou mole.

Ao virar o rosto em sua direção novamente, encontrou o resultado final do ataque do fantasma. A Falta de brilho nos olhos e a ausência de pulsação ou movimento por parte de Kenny. Mais uma vítima da noite do pavor de Pendleton estirada diante de si.

Pior que aceitar a possibilidade da própria morte, era ver Dylan morrer novamente. Paralisado e sentado diante do corpo, não correspondeu ao escândalo que surgiu logo atrás, quando o restante do grupo surgiu na porta. Em transe, como da última vez. Nem mesmo a raivosa voz de Claire o tiraram de tal efeito:


—Eu já falei que não suporto palhaçada! A Próxima vez que alguém me segurar eu vou arrancar os mamilos do infeliz com os dentes! Onde já se viu? Eu to tentando descobrir o assassino e vocês armam uma dessas pra cima de... -Parou no batente ao se deparar com a cena. Kenny estendido no chão já sem vida com o pescoço coberto de sangue, e Edward sentado ao lado atingido pela melancolia segurando a mão do cadáver. -Essa não... -Desistiu de sua fúria sentindo um aperto no peito, calando-se na hora, pondo-se ao lado recostando-se contra a parede, deixando a passagem livre aos outros.


Reese passou com o revólver já em mãos, apontando a mira para todo lado verificando a área, até que se deparou com o "Elefante na sala":

—O que aconteceu? -Não houve resposta. Edward não se movia e ela se sentiu obrigada a abaixar a arma. Pensou em jogar tudo na cara de Claire mas se conteve em respeito ao falecido, ficando calada sobre o assunto mantendo a cabeça baixa em respeito.


Foi quando Kirstin e Paul tiveram sua chance de ver o horror ao saírem, passando direto por Claire. O Jornalista se assustou tremendamente, parando ali mesmo de boca aberta cobrindo a mesma em espanto, encarando Claire na hora sem reação, num olhar não correspondido.

Kirstin é quem não aguentou o choque do momento:

—Kenny?!... Ele tá morto?!! -Exclamou prestes a ir até o namorado, quando uma mão lhe segurou por trás por um dos braços forçando-a a parar onde estava.
—Shh!!! -Era Claire, contendo-a. -Cala a boca.. Fica aqui.
—O que houve com o Ed?!
—Fica aqui, Kirstin... Não vá até lá.
—Mas eu não entendo...
—Isso não é assunto pra uma hora como essa... Só faz o que eu digo, por favor. Deixa comigo. -Engoliu seco soltando o braço da garota, preparando-se para o que viria a seguir. -Ed... -Se aproximou cautelosamente do amigo, reconhecendo nele a mesma expressão de choque e culpa do dia do massacre na mansão dos Stone. A beira do abismo emocional, Ripley fez seu papel de amiga se agachando ao lado dele desta vez.

—Tá tudo bem, Ed... - O Acariciou nos ombros, como um pedido de aproximação. -Vem cá... -E antes que pudesse puxá-lo ou coisa assim, ele se mostrou receptivo de imediato, virando-se com tudo e surpreendentemente quase leh dando um susto. Abraçando-a feroz e com força, derramando-se em lágrimas afundando o queixo em seu ombro. -Eu sei, eu sei... -Disse em tom melancólico absorvendo toda a dor do amigo, deixando que ele colocasse tudo para fora.

E a partir dali, foi puro silêncio. Os dois mantiveram os olhos fechados prensados um contra o outro completamente mudos, onde Claire o mantinha forte contra o peito sentindo as tremedeiras de choro que saíam do mocinho, lhe causando também a lembrança de todas as perdas enquanto lutava para não olhar para toda a sanguinolência que vinha de Kenny. Não precisava dizer mais nada, ambos sabiam o quanto manter as aparências de corajosos ou de decididos a enfrentar o perigo tinha seus contras. E um deles, é que uma hora o outra, o assassino daria um golpe capaz de por os dois no chão, intencionalmente ou não. E Foi exatamente o que aconteceu entre os soluços silenciosos que ali se deram.

A Tristeza seria mais duradoura se a emergência não resolvesse como sempre destruir qualquer calmaria, e assim aconteceu na forma de uma vibração que vinha do bolso esquerdo da blusa de Edward. Claire também sentiu por estar colada a ele, afastando-se devagar retirando seus braços em volta dele, fitando o bolso do amigo sem piscar esperando por uma reação.

E relutante, ele sem pressa retirou o aparelho celular do bolso, desbloqueando a tela com o dedo parcialmente sujo de sangue, deixando um rastro vermelho na tela do aparelho que assim que se iluminou, estampou a mensagem: "GAME OVER".

Virou a tela sem nenhuma emoção diante de Claire, que balançou a cabeça confirmando o fato, se pondo a enxugar as lágrimas. Sem muito o que dizer ou fazer, propôs:

—Vamos levantar... Acabou.

Ele acenou positivamente com a cabeça, acompanhando-a ao se erguer devagar e desanimado. Ao menos a contagem de corpos havia chegado ao fim.

—O que é? -Questionou Kirstin nervosa e curiosa.
—Acabou. -Afirmou Ripley. -Ele se mandou. Ninguém mais vai morrer.
—E o que isso significa?.. -Indagou Paul dando um passo a frente, ainda pasmo com tudo.
—Significa que nós perdemos, garoto. O Assassino venceu. Matou todo mundo e se mandou. Jamais vamos descobrir quem é.
—Oh.. -Demonstrou desânimo, embora uma certa inquietação fora notada por Claire, que percebeu como o jornalista engoliu seco e passou a vasculhar os bolsos da calça discretamente. Fingiu não estar prestando atenção levando seu olhar a Reese: -Você me desculpa, Reese?


A mulher fez bico bufando com uma expressão cínica:

—Óbvio que sim, menina. Não fica com peso na consciência por minha causa não. Acabou mesmo?
—Sim... -Respondeu com uma certa ambiguidade no tom, uma mistura de alívio e nervosismo. Tecnicamente não corria mais risco de vida. Por outro lado, jamais pegaria o assassino... Ou será que sim? Pois o fato que lhe passava pela mente, é que ainda restam sobreviventes, e todos são extremamente suspeitos ao seu ver. A Menos é claro que o assassino não fosse nenhum deles. A possibilidade de um desconhecido ter armado o show de horror ainda era muito forte, considerando os outros assassinatos parecidos cometidos por débil mentais em cidades pequenas espalhadas pelo país, todos os crimes cometidos por retardados caracterizados como "Ghostface", servindo a legião do plano psicopata de Juliett. Nada indicava que o autor dos crimes de Pendleton a conhecia pessoalmente... Talvez tenha ouvido falar dela. Talvez só estivesse cumprindo sua parte no esquema dos maníacos. Mas por outro lado, a coisa já havia se mostrado ser pessoal demais para ser um ataque aleatório de qualquer Fantasma. Então.. "O que fazer?" -Refletia Claire até ter sua atenção levada a Paul, que com o celular grudado na orelha parecia esperar por alguma coisa. Não disse nada, apenas observou o garoto sem piscar, analisando cada linah de expressão que surgisse em seu rosto. Até que ele disse ao telefone:

—Amor?..

Ali, Ripley se tocou de que ele falava com Timmy, e manteve os ouvidos atentos ao parar de encarar, passando a concentra falsamente sua atenção a Edward e Kirstin, que se abraçaram fortemente mesmo que de um jeito carinhoso.


—Já chamou, certo? -Continuou ele, dando uma pausa para ouvir. -Ok, é que já era pra ter chegado, só isso. -Mais uma pausa. -Tá bom, fica na sua tia depois eu te encontro lá. Beijos, obrigado. Também te amo.. -Desligou de forma tensa, fitando Claire com um certo receio, já esperando por algum sermão dela ou coisa do tipo. -O que foi, Claire?
—Tava falando com o Tim?..
—Aham...
—Tem algo que queira me contar?.. -Assumiu um tom de voz sério e frio.
—Sim. -Respirou fundo. -Eu não queria falar nada antes porque eu sei o quanto você ia ficar furiosa... Mas...
—Mãos ao alto!! -Gritou uma voz masculina surpreendendo a todos.
—Eu não acredito... -Falou tomada de nojo ao se virar dando de cara com um homem fardado apontando-lhe uma arma. Um policial. Sem perder a pose, foi a primeira a erguer as mãos acima da cabeça.
—Todo mundo parado! -Alertou o homem. -Senhora, solte a arma! -Apontou seu revólver a Reese durante o comando.
—Ok, ok!! Aqui!! -Lançou sua arma longe mantendo as mãos ao alto. -Satisfeito?! Sem armas.
—Eu quero todo mundo encostado contra a parede numa fileira, com a mãos para cima e pernas abertas, agora!!!

O Casal Kirstin e Ed se desgrudaram espantados obedecendo as ordens completamente calados, levantando os punhos como todo mundo. Os 5 foram encurralados com um corpo ensanguentado bem ali ao lado, situação nada favorável.

—Não quero ouvir um pio. Só falem quando eu perguntar e se alguém tentar qualquer gracinha vai levar uma bala de advertência.

Paul, o mais próximo a parede se virou fazendo sua parte assim como mandado. Claire por sua vez, fez questão de ficar do ladinho dele, obedecendo ao comando e se colocando bem ao lado do jornalista.

Enquanto Reese e os outros respondiam com movimentos as exigências do oficial:

—Devagar, todos vocês.. Contra a parede.. Devagar! Cooperem e isso vai acabar o mais rápido o possível, por favor.

Ripley deu uma cutucada na cintura do Jornalista antes de por as palmas das mãos na parede, lhe chamando a atenção. Ele não virou o rosto para fitá-la, mas já esperava pelo seu "chilique" que veio em cochichos:

—Seu nojento, você chamou a polícia não foi? Mesmo sabendo que isso poderia matar a todos nós, inclusive a Clarice! Você não tem alma mesmo, garoto.
—Como chamar a polícia ia matar a gente, Claire?
—Eu te falei que o assassino disse que se alguém chamasse a polícia, ele ia cancelar o ataque de hoje mas depois continuaria a pegar a gente um a um de surpresa depois! Você não escute ninguém, moleque?! E quando foi que você chamou a polícia? Foi pelas minhas costas?
—Foi logo quando eu, o Kenny e a Lizzie ficamos presos do lado de fora. A Gente saiu correndo e nisso eu já tinha pego o celular. Mas não chamei a polícia, o Timmy chamou. Eu contei tudo pra ele.
—E onde é que ele está?
—Na casa da Tia dele.
—Merda nenhuma!
—Quer você queira ou não, eu o protegi de tudo isso. E agora todos vamos pra casa em segurança graças a ele. Agradeça por estar viva.
—Vai à merda, Paul.
—Shhh!!! O que eu disse sobre silêncio?! - Tornou o policial, mantendo todos na mira.

Eis que o quinteto restante mantinha-se um ao lado do outro contra o muro, feito delinquentes. O Oficial, um moço de aparentemente 30 e poucos anos, de origem oriental e porte atlético, apertou o botão do rádio acoplado ao seu uniforme na altura do ombro esquerdo:

—Aqui é o cabo Yoshida. Eu os achei. Câmbio.

Um ruído surgiu do alto-falante no Walkie-Talkie e logo em seguida, uma voz também masculina respondeu:

—Cabo Yoshida, copiado. Reporte, Câmbio.
—Tenho 5 suspeitos abordados em frente ao prédio da diretoria da faculdade. Um deles é membro da segurança de Pendleton. E tem um cadáver... -Olhou para baixo dando uma boa olhada no garoto morto. -Jesus Maria De Deus.... Parece que teve mesmo um massacre aqui, chefe. Preciso de todas a unidades, urgente! Câmbio.
—Entendido. Atenção a Todas as viaturas do perímetro, prédio da diretoria. Permaneça no local, Cabo Yoshida. Câmbio.
—Entendido, câmbio.

Após uma rápida e superficial olhada em volta, o oficial se aproximou do grupo:

—Senhora, segurança!
—Sim, senhor? -Respondeu Reese.
—À Vontade! -Ordenou.

Ela correspondeu retirando as mãos da parede, virando-se a ele.

—Qual a situação?
—Bem... Não sei se eu sou a melhor pessoa para explicar mas.. -Deu uma leve observada na garotada, e pensou em como suas palavras poderiam incriminar mesmo que sem querer alguns deles, inclusive Claire. Portanto, tomou cuidado. -Ao que me parece, e de novo, não sou a melhor pessoa para relatar.. Esses jovens foram feitos de reféns de alguma forma. Tem uma garota amarrada e amordaçada no alto do prédio dos dormitórios, senhor. Ela precisa de ajuda o quanto antes. O Autor do crimes aqui, ainda desconhecido... Armou o sequestro da menina para manter esses jovens aqui, como forma de jogarem seu jogo doentio, Senhor. Entende o que eu digo? Eu o encontrei a não muito tempo, estava tentando protegê-los e tirá-los daqui. Mas os rádios não estão funcionando, não consegui fazer contato com nenhuma sentinela. O Serial Killer estava bem aqui, eu não sei ao certo quantas vítimas ele fez esta noite, mas entenda senhor.. Que esses garotos são sobreviventes.. E não suspeitos.
—Bem, Eu é quem decido isso. Continue.
—É isso. Não tínhamos contato com o mundo exterior.. Os celulares deles foram aparentemente hackeados pelo Serial Killer. Estavam todos aqui contra a vontade. Até onde eu sei... Procurando pela garota que foi sequestrada e que como eu disse, está lá em cima nesse frio sozinha. Tenho também a confirmação de mais duas mortes, duas garotas. Já outra está desaparecida e não sabemos o que houve com ela ou seu paradeiro.
—Certo... Entendem que todos serão levados até a delegacia?
—Sim, senhor.
—E que tudo o que disserem poderá e será usado contra vocês?
—Sim, senhor.
—Ótimo. Vocês tem o direito de clamar por um advogado, se não puderem pagar, o estado fornecerá um. Fora do registro, só quero que saibam que.... Eu não estou culpando ninguém aqui. Só estou fazendo meu trabalho.
—Obrigada, Senhor. -Afirmou Reese assentindo.
—Só tenho uma pergunta. E Vocês não são obrigados a responder como eu já disse. Se estavam todos aqui passando por tudo isso... Por que não chamaram a polícia antes? Devo admitir que isso é muito estranho e vai soar muito suspeito no registro. Só.. Um comentário meu mesmo.

Claire teve vontade de abrir o bico. De berrar "Fomos chantageados! Ainda estaríamos na mira do assassino se tivéssemos chamado a polícia!", mas por sua segurança e talvez motivos bem delicados, resolveu ficar de boca fechada.

—Agora se não se importa, senhora. Preciso que volte a posição para que eu possa revistar a todos. Procedimento.
—Muito bem. -Concordou ela.
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Quase uma hora depois e o grupo ainda estava no mesmo local. Agora, sentados.

O Pátio estava coberto de policiais e agentes do FBI com luzes vermelhas e azuis das ambulâncias e viaturas piscando por todo lado. esperando pelo recolhimento de todos os corpos até levarem o quinteto para a delegacia. A Área toda foi interditada, Claire se mantinha sentada ao lado de Edward e Kirstin na porta do prédio da diretoria.

Paul podia ser visto pouco mais a frente sentado na ambulância ao lado de Clarice, que por sua vez, estava toda descabelada e tremendo de frio se encolhendo debaixo de um cobertor com olhos inchados e vermelhos, aparentemente de tanto chorar, enquanto ouvia alguma ladainha de um paramédico que lhe media a pressão.

Nem ela nem Paul ousavam olhar para Claire, como se ela nem estivesse lá.

O Rostinho triste de Kirstin podia ser visto através da janela de uma das viaturas, onde ela já era mantida algemada até ser levada à delegacia. Provavelmente o mesmo destino cairia a todos. Ela observava Claire e Ed ainda sentados do lado de fora sem poder chamá-los ou fazer alguma coisa.

Reese comentava com o chefe de polícia a cena de crime, apontando para o corpo de Kenny já coberto com um manto prata e marcas de sangue que mancharam o chão em volta do menino, explicando toda a experiência ao suposto manda-chuva enquanto seu parceiro matinha uma caneta e um bloco de papel apostos aos detalhes da segurança.

Em meio a todo aquele caos silencioso do passar de oficiais e paramédicos de um lado pro outro, onde corpos cobertos por lençóis eram carregados em macas por até três pessoas ao mesmo tempo, todos contendo as infames manchas vermelhas transparecendo sobre eles, Claire falou baixinho ao amigo:


—Você sabe que eu já sei, não é?
—Do quê, exatamente?
—Quem é o assassino. Eu já sei. Já sabia a algum tempo, eu acho, só hoje acreditei. Mas foram alguns detalhes que me distraíram.
—Como assim?
—Eu acho que percebi mesmo na hora em que...
—To esperando você parar de suspense.
—Olha, Deus que me livre alguém nos ouvir. Então eu te falo assim que a gente tiver livre e homens fardados. Mas vou precisar da sua ajuda para provar que estou certa, e assim pegamos o fantasma de uma vez por todas.
—Sabe que pode contar comigo... Espera só eu estar com a cabeça no lugar de novo, ok?
—Ok. Mas promete que vai ajudar?
—Do jeito que você está pedindo minha promessa, eu já prevejo um plano super arriscado, maluco e perigoso.. Tem certeza que quer isso, Claire?
—Absoluta.

 


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Notas finais do capítulo

Calma que não acabou aqui não! kkkk No próximo capítulo, revelarei a tão esperada identidade do assassino! Estamos no fim de SCREAM SURVIVAL 2! Façam suas apostas! ♥ Muito obrigado por acompanhar, espero estar oferecendo diversão a vocês. Por favor, comente o que achou! Obrigado! ♥



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