A de... Avassaladora. escrita por Ny Bez


Capítulo 1
Avassaladora.


Notas iniciais do capítulo

Esse conto dedico a ela, a qual prometi que escreveria para ela um conto nosso. Me acompanha desde meu início por aqui, então mais que merecido. Espero que vc goste, bb.
#A



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Recém chegada na grande capital de São Paulo, fazendo morada na Rua Augusta. Sim, queria estar lá, pois era onde eu iria me libertar. Algo em SP me atraia… Não sei se sua beleza atemporal, ou o charme de um certo sotaque gostoso, ou as tantas outras possibilidades. Sei que eu acabava de colocar os pés lá e sabia que ali era o meu lugar.

 

Marcamos de nos encontrar, mas ela fez charme para ir me ver. Ela queria que eu a reconhecesse. Então me indicou o horário e a boate, e lá ela estaria. Mas como achá-la no meio de tantas pessoas? Era um jogo? Provavelmente.

 

Já ao som da música eletrônica que me deixava nervosa, eu entro. Não sabia se ela já teria chegado. Me aproximo do bar e peço um drink de fogo. Eu tinha que provar coisas novas.

 

As pessoas gostam mesmo de dançar… Fica difícil me misturar. Ela disse que eu a acharia, e até agora não consegui encontrá-la. A procuro com o olhar, mas eram tantas as pessoas ali, que seria praticamente impossível. Então me demorei mais no bar.

 

Aquela bebida era realmente boa, perigosa, e deliciosa. Isso me lembrou da garota que me fez perder o juízo, a qual me fez estar ali por ela, por pelo menos um momento.

 

— Tão fácil te encontrar… - Escuto aquela voz grave ecoando pelo meu ouvido, me levando os sentidos. Eu sorri.

 

— Sou tão óbvia assim? - Falo me virando para ela.

 

— Você não gosta de dançar, então só restou procurar pelo bar. Porque não mandou uma mensagem para avisar que tinha chegado? E mano, “cê” demorou! - Ela me abraça. Nossa, depois de 6 anos, finalmente o abraço.

 

— É, realmente sou previsível. - Ela me detalhava com o olhar. Não fazia a mínima ideia do que se passava pela cabeça dela naquele momento, mas eu estava sendo minuciosamente analisada. - Que foi? - Levo minha mão a nuca, sempre faço isso quando fico tímida.

 

— Só olhando, ué. Não pode? - Esse sorriso que ela dá…

 

— Não me olha assim, fico tímida.

 

— Mano, me divirto. - Começa a tocar “Meiga e Abusada”. - Essa você dança comigo, e eu não quero desculpas. - Me puxou pra pista.

 

O jeito que se mexia, o jeito que mexia comigo. Ela tentando me ensinar a dançar, e eu fingindo entender. Gosto do seu movimento, dos seus tons, do seu cheiro…

 

— “De meiga e abusada eu faço você se perder…” - Cantou apontando para mim. Era tudo parte do seu jogo. Decidi entrar e ver no que dá.

 

Fico por trás dela, a pego pela cintura e ela satisfeita rebola em mim, pra mim… Dou beijos em seu pescoço, posso perceber que seus sorrisos ficaram mais maliciosos.

Para ela, Leonina nata, aquilo era uma performance, era tudo questão de fazer muito bem ou não fazer.

Ela queria isso a tanto tempo, e eu perdendo tempo com outras coisas que hoje vejo o quanto foram insignificantes.

 

Seu rebolado, seu ritmo, seu corpo… Tudo nela era sensual, mas a voz de quem vem falar alguma besteirinha em meu ouvido para atiçar ainda mais a minha vontade nela, era um tiro. Fui metralhada por sua sensualidade, pelo seu jeito moleca, seu jeito mulherão… Por sua história de superação e inspiração, eu vivi quase toda a sua fase de transformação, pude acompanhar tudo, mesmo longe eu tava perto, e hoje eu tô aqui, caindo no truque dela.

 

— Você está me enlouquecendo, Amanda. - eu estava em rendição.

 

— Essa é a intenção, bebê. - Drunk in love ecoa pela boate, e ela vê a oportunidade perfeita para o cheque mate. - Eu prometi a você que dançaria essa música.

 

Seu corpo encaixava perfeitamente em meus movimentos. Já não era mais uma aula de dança, já não era mais um joguinho qualquer. Era eu e ela ali, com desejo. E o meu transparecia com minhas caras e bocas, a cada mordida no lábio que eu dava com vontade de tê-la ali, de qualquer jeito. O efeito da bebida me soltava, e eu a puxava pela cintura, queria sua bunda roçando em minhas calças, queria sentir o calor do seu corpo. A viro de frente, e ela sem parar de dançar, mas seu olhar havia mudado. Estava séria, decidida. Ainda ao som de Beyoncé, nos distanciamos da pista, logo estávamos no lugar mais escuro e longe das pessoas.

Eu a beijo com todo o meu desejo. Ela retribui com toda a vontade que exalava de seu corpo. Minha mão na sua nuca, puxando seu cabelo, e a outra prendendo sua cintura, apertando-a contra o meu corpo.

Minhas pernas trêmulas, suas pernas firmes. Ela era o poder. E eu era seu domínio, por mais que eu quisesse dominar, por mais que eu também fosse Leonina, eu era uma aprendiz ali.

Minha perna entre as delas, a provocando calafrios, pressionando seu sexo. Eu queria deixar ela louca. Eu estava louca. Ela me joga contra a parede e se vira de costas, ela sabia que sua bunda fazia sucesso e queria abusar dela. Rebolou em meu sexo, e não me deixava tocar. Ela queria se divertir e eu queria ela agora.

 

— Tá com pressa? - Mordi o lábio e balancei a cabeça em sinal positivo. - A pressa só atrapalha, sabia? Curte o momento. - Ela se afasta. Eu a puxo de volta.

 

— Eu já perdi tempo demais, Amanda, eu te quero agora.

 - Quer? Então prova.

Sim, foi uma ordem.

Minhas mãos percorriam novamente pelo seu corpo. Agora sem pressa. A viro de frente, a olho nos olhos, sorrio e a beijo com calma. Aperto suas costas com uma das mãos e a outra apertava uma de suas coxas. Nossos lábios no ritmo certo, explorando os sentidos. Eu a beijei sorrindo, e ela adorou, adorou ainda mais pelo fato de o sorriso ser safado.

 

Seu vestido branco, aquela pele morena, ela estava perfeita e eu estava com sorte.

Ela me senta numa cadeira e sobe em mim, ainda me beijando. Rebola com mais vontade. Minhas mãos sempre nervosas, entram debaixo de seu vestido, apertando sua bunda com força. Ela geme baixinho no meu ouvido e me chama de cachorra.

 

— Coloca teus dedinhos em mim, vai… - Aquela voz de tesão para me matar de vez. Matou minha sanidade naquele momento.

 

Afasto sua calcinha, e massageio seu clitóris. Nossa, como estava molhada. Ela morde meu ombro com bastante força, queria gritar, mas quis se conter e me castigar. Eu estava tão anestesiada que não me importei com a dor. Enfio um dedo. Ela se contorce e sua cabeça pende para trás. Eu aproveito e beijo sua garganta. Agora ela rebolava em meu dedo.

Minha outra mão, apertava sua cintura, e seus movimentos aceleravam. Coloco mais um dedo, e ela volta a me morder, talvez para abafar os gritos, mesmo sabendo que a música alta não deixaria ninguém escutar. Talvez fosse para eu não pensar que ela tinha perdido o controle.

Agora era ela quem beijava meu pescoço. Me arranhava por debaixo de minha camisa, mas nunca deixando de rebolar.

Seu ritmo era único e eu estava viciada.

 

— Porque perdi tanto tempo? - Eu me questionei em voz alta.

 

— Cala a boca e me beija.

 

 

Nos beijamos com mais intensidade ainda. Sinto que ela estava perto de gozar, e ela queria gozar me beijando.

Volto para o seu clitóris, o massageio mais rápido, seu quadril já descontrolado. Foi questão de tempo, e os espasmos vieram, a leveza do corpo. Ela puxa minha mão, e me olha nos olhos.

 

— Nossa… Nunca pensei que eu faria assim em público.

 

— Nossa, você é uma delícia com esse rebolado.

 

— Deixa de ser boba.

 

— Vai ficar com vergonha agora?

 

— Você acha? - Ela ri debochada.

 

— Eu acho que já tinha sido tudo planejado. E você me deu essa moral de deixar eu achar alguma coisa.

 

— Será? - Ela me beija com calma. - O que você achou? Apesar de que ainda quero mais.

 

— Achei que foi incrível. E também quero mais.

 

Na verdade eu queria dizer mais. Queria dizer que ela com esse jeito de fortaleza, com esse charme exuberante, com essa voz deliciosa, com esse sorriso que irradia, essa alegria de viver a qual contagia, mexeu comigo de forma avassaladora, de forma a qual eu nunca imaginei antes. Posso não a ter por mais de uma noite, posso não ser aquela a qual ela vai chamar de mozão, posso não estar em planos futuros, até porque ela quer se conhecer, ela quer saber dos seus limites, ela não quer mais saber de sofrer.

 

Pobre da alma que achar que em algum momento ela será sua. Pobre de mim por ter tido essa pretensão em algum momento dessa noite. Amanda não nasceu para ser domada. Nasceu para escolher sua presa, nasceu para te fazer se sentir com sorte, mesmo que seja por um momento. Pobre das criaturas que não souberam decifrar-la e perderam-na.

 

Amanda, o nome doce, o toque suave, o corpo inigualável… Mas a essência, essa poucos vão sentir. Poucos vão entender. Enquanto não entendem, ela será sempre essa mulher avassaladora.


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Notas finais do capítulo

Adorei escrever. E adorei reler todas as 50 vezes. Haha



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