Tenebrous: Flower of Death escrita por Mr B


Capítulo 5
Tenebrous: Flower of Death 05# AMPUTATION


Notas iniciais do capítulo

Descobrindo o possível causador de todo o terror implantado na escola, os sobreviventes resolvem ir atrás dele para obter respostas e soluções.



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BRAWNI:

  Por um descuido acabamos nos separando de Vanderson e Valeria.

  O corredor do Bloco B no qual estávamos, era frio e silencioso de uma forma arrepiante, as poucas silhuetas iluminadas dos armários, nos dava uma noção de espaço em meio ao escuro.

  -Perdemos Valeria e Vandy! –Andressa estava tensa, mesmo no escuro eu podia notar isso.

  -Não “perdemos” ninguém! Íamos atrás da amiga da Valeria não mesmo?

  -Sim nós íamos! –Olhando para a pistola que carregava, Andressa serrou os punhos. –Nós vamos! Se a amiga dela estava no vestiário, e eles acabaram na piscina, significa que estão perto.

  -Então vamos atrás deles, e com isso matamos três coelhos com uma cajadada só.

  -Tenho essa pistola, acho que ela pode ser útil.

  -É obvio que ela será útil Dessa. –Peguei na mão esquerda de Andressa. –Vamos juntos, salvar nossos amigos.

  -E descobrir o que causou isso e resolver tudo de uma vez! –O olhar de Andressa era determinado e em seus olhos eu podia ver raiva. Nunca vi essa expressão em seu rosto antes.

  Começamos a andar. Eu estava começando a achar que os monstros estavam escondidos, pois a única coisa que víamos eram cadáveres deformados de alunos.

  -Deve ter mais alguém vivo...

  Eu também concordava com Andressa, mas a cada corredor percorrido e a cada passo que dávamos até a sala da piscina. Era difícil acreditar que mais alguém estivesse vivo.

  -Andressa, porque quer descobrir quem ou o que fez isso?

  -Admito que estou assustada, mas ver o Will se transforma naquela coisa me deixou furiosa. –Acabávamos de chegar na porta do vestiário onde a amiga de Valeria disse estar. –Quero que tudo dê certo!  Mas quero que “dê certo” com meus amigos comigo.

  O vestiário estava escuro com apenas uma fraca luz vindo de algum canto. Eu escutava apenas a respiração de Andressa enquanto praticamente rastejávamos sem fazer um ruído até o local da luz.

  Estávamos prestes a descobrir o que era a luz, quando escutamos uma voz tremula e grossa vindo da escuridão. –nO, ve... uNs... 

  Andressa segurou minha mão, ela suava gelado. –O que é isso?

  -Vamos indo... –Sussurrei em seu ouvido direito e á puxei em direção a saída. –Não precisamos descobrir o que é isso.

  Nheac – Fez o som da porta ao sairmos cuidadosamente.

 -Olha ali. –Andressa apontou para um cadáver estilhaçado, onde algumas “coisas” parecidas com aranhas do tamanho de um chihuahua estavam comento os restos mortais.

  -Ignore! –Eu disse. –Vamos apenas seguir para a sala da piscina.

  Aparentemente as pequenas “coisas” estavam ocupadas com o corpo e por isso nem se quer ameaçarão nos seguir, por fim conseguimos chegar a piscina em segurança.

  -Valeria? Vanderson! –O som da voz de Andressa gritando na sala fechada, acabou ecoando, mas logo em seguida o silencio da noite voltou.

  -Não grita... alguma coisa pode acabar nos escutando.

  Percebi de longe, uma porta praticamente arrancada da parede. –Veja! –Apontei na direção da mesma. –Vamos ver.

  Eu terminara a frase e Andressa já havia tomado a dianteira.

  O ar ao nosso redor era frio devido a água da piscina, isso contribuiu para ficarmos mais chocados com o que aquela porta deveria esconder se estivesse no devido lugar.

  -Não pode ser ... –Dessa ficou pálida e deixou a arma cair no chão quando tapou os olhos com as mãos.

  Dentro da pequena sala, em meio a alguns esfregões e produtos de limpeza, caído com a pele literalmente pálida e seca, um corpo idêntico ao de Vanderson ... “idêntico” não! Era literalmente o nosso amigo. Com o corpo seco e galhos roxos com espinhos saindo dos olhos, ouvidos e boca.

  -Droga ... Se até o Vandy foi pego ... isso significa que e bem possível Valeria estar morta, ou mais! Até mesmo a Josi pode estar morta.

  -Calma ... –Com a mão tremula, Andressa juntou a arma que deixou cair. –Ninguém mais vai morrer! Exijo explicações do culpado!

  Um sentimento que representasse a expressão de Andressa. Ira.

  -O culpado? –Eu nem ao menos sabia se é possível ter um culpado por tal fatos. –Quem seria o culpado por isso?

  -O mais obvio! –Andressa apontou para o cadáver de Vanderson. –Tem raízes com espinhos saindo de dentro do crânio dele! E o que esse espinhos lembram?

  -Espinhos de rosas. –Respondi.

  -Todas as “coisas” que vimos até agora carregavam espinhos e flores por todo o corpo! Mas não flores amarelas, nem vermelhas. E sim roxas!

  -Falando dessa forma, esses espinhos lembram as flores cultivadas aqui em TREWOR ... –Senti um arrepio seguido de raiva e frustração percorrer meus ossos. - ... O jardineiro!

  -Bingo! Se tem alguém que deve saber os motivos disso, esse alguém é o jardineiro.

  -Vamos atrás dele? –Perguntei.

  -Sim! –Andressa olhou por alguns segundos para a arma em suas mãos. –Se ele não for amigável ... isso pode resolver ...

  Por algum momento, pensei estar junto de uma Andressa nova, não a alegre e meiga de sempre. Mas sim uma Andressa que tinha raiva saindo por cada parte de seu corpo.

  -Vamos tomar cuidado. –Falei ao segurar em sua mão, que por sinal ainda suava frio.

  -Estou cansada de monstros! Vamos dar um jeito nisso, e vamos vingar nossos amigos. –Ela fechou os olhos e respirou fundo, logo em seguida soltou o ar ao abrir os olhos. – Com cuidado.

  Seguimos até a porta pela qual entramos quando fugimos do ginásio, segurei a maçaneta da porta e olhei para Andressa. –Deve ter bastante desses monstros la fora.

  -Vamos juntos, um ajudando o outro.

  Após tomarmos coragem, abrimos a porta e fomos surpreendidos por uma das criaturas supostamente criada pelo jardineiro.

  -Cuidado... –Falei ao ficar entre a criatura e Andressa.

  -Não parece ser perigoso. –Ela estava certa, o monstro tremia e se torcia, era gordo com braços grandes e esverdeados. De um momento ao outro, sua pele pareceu trincar e em seguida ficou com uma cor de terra seca e se desfez em um monte de areia.

  -O que foi isso? – questionei assustado.

  -Ele secou e morreu... deve acontecer com todos os monstros! Isso explica o porquê raramente encontramos um.

  -Eu acho que isso foi sorte. –Empurrei Andressa para entre as arvores. –A cabana do jardineiro fica por aqui não é?!

  -Sim! É só encontrarmos uma estrada de terra, que ao segui-la vamos chegar nele.

  Continuamos andando às cegas até toparmos com a pequena estrada de terra. Sinceramente fiquei feliz, podíamos resolver esse pesadelo logo, mas Andressa estava calada demais.

  -Qual será a hora? –Tentei prender sua atenção.

  -04:00 eu acho. Passamos tanto tempo assustados que nem vimos a hora passar.

  -Acho que não deve ser tao tarde, ou tão cedo... não sei ao certo.

  A floresta ficou mais densa, mas notamos uma luz logo a nossa frente.

  -A cabana! –Corremos até uma janela e ficamos escondidos observando.

  “Seus amigos te abandonarão para morrer” –Uma voz rouca dizia e alto e bom som, não conseguíamos ver quem era então procuramos por uma janela mais próxima da voz.

  “Eles me abandonarão?” –Uma segunda voz feminina disse

  “Sim!” –Conseguimos encontrar uma janela que nos revelou os donos das vozes. Eram Valeria e o Jardineiro.

  -Você é um estorvo para eles! Fraca e sem utilidade, na verdade você é um estorvo para toda a humanidade.

  -Eu sou um estorvo? –Valeria estava de joelhos e um de seus braços sangrava um pouco, parecia cortado. –Eu ...

  O ambiente onde ambos conversavam era meio vazio, apenas uma mesa com uma cadeira em um grande cômodo. –Não acha melhor morrer? Já que é apenas um incômodo.

  -Morrer ... é a única saída ...

   Andressa deu um salto de protesto ao escutar Valeria. –VALERIA! NÃO TE ABANDONAMOS!

  Automaticamente ambos olharão em direção a janela, valeria pareceu se encher de alegria ao ver Andressa do lado externo. –ANDRESSA!? VOCÊS NÃO... –Depois de dar um forte espirro, muito sangue escorreu de sua boca.

  -VALERIA! –Seguindo Andressa, corremos até a porta e invadimos o local. –Valeria!

  -Não sabia que tinha mais alguém vivo... –Disse o jardineiro atrás de Valeria. –Mas daqui não sairão vivos!

  -Então foi você mesmo! MALDITO... –Meus berros de raiva foram abafados pelo som de algo cortando carne ao meio, aquele mesmo som que vem de dentro de um açougue.

  Bem na nossa frente, vimos uma serra cortar Valeria ao meio, subindo da altura do umbigo até passar pela cabeça. O sangue respingou para todos os lados e até mesmo em nós.  

  -NÃO! –Suja de sangue, Andressa gritou ao ver o corpo fatiado cair ao chão enquanto continuava sangrando.

  -HM... –O jardineiro deu um meio sorriso torto ao nos olhar. –Próximo! –Disse ele.

  -Não terá “próximo” ... VOCÊ VAI PAGAR POR TUDO ISSO!!! –Andressa levantou a arma enquanto ele correu em nosso direção ao levantar a serra.

  Apenas com reflexo, eu a empurrei contra mesa no momento em que a serra quase a cortou ao meio, ouvi Andressa gritar e senti uma dor aguda no braço esquerdo.

  -Se quer tanto se o primeiro! –Eu estava no chão caído, e ele me encarava de uma forma tenebrosa. –Vamos ver como você fica sem o outro braço!

  BANG! BANG! ...  –Cinco disparos sucessivos e apenas vi a serra ir ao chão, e o jardineiro sair ensanguentado correndo pela porta.

  -Andressa ...

  -Braw! –Ela correu até mim e me ajudou a ficar sentado. –Seu braço...

  Verdade, eu acabara de perder o braço esquerdo. –Não tem com o que se preocupar... temos que ir atrás dele ...

   -Calma, vou pelo menos fazer um bom curativo nesse seu braço. –Depois de tirar minha blusa, ela rasgou e foi amarrando e pressionando em volta do ferimento. –Não para o sangramento, por isso temos que chamar alguém para nos ajudar.

  -O celular da Valeria ... –Apontei para o corpo rasgado da nossa amiga.

 Meio pálida, ela conseguiu pegar o celular. –Está meio húmido, mas acho que funciona.

  -Policia, depois bombeiro ... Chama todos os possíveis.

  Seguindo o que falei, Andressa chamou por todos os resgates possíveis. Mas não contou sobre os monstros, ela inventou algo sobre um atentado na escola.

  -E então?

  -Como a escola e afastada da cidade, vão demorar uma meia hora até chegar aqui.

  -Isso já basta. –Levantei-me. –A pistola tem bala ainda?

  -Tem uma.

  Mesmo com o braço doendo, eu me mantive firme. –Creio que ninguém foge com cinco furos de bala no corpo. Vamos atrás dele!

  Andressa ajudou-me a ficar de pé, e juntos seguimos a trilha de sangue em meio as arvores e arbustos. No fim, acabamos por chegar em um lago grande que era iluminado pela luz da lua, e logo a nossa frente, mais uma barraca, menor e aparentava ser mais velha.

  -Ele só pode ter se escondido ali!

  -Vamos entrar... –Senti um leve formigamento no meu braço “que não existia mais” mas não foi nada grava, apenas estranho. -...Sendo uma barraca tão pequena, duvido que ele vá fugir novamente.


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